Venoruton (Cápsula 300 mg) (Bula do profissional de saúde)
NOVARTIS BIOCIENCIAS S.A
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Venoruton®
beta-hidroxietilrutosídeos
Cápsula 300 mg
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Cápsula
Embalagem contendo 20 cápsulas
USO ORAL
USO ADULTO
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Cada cápsula de Venoruton contém
beta-hidroxietilrutosídeos | 300 mg |
excipiente q.s.p. | 1 cápsula |
Excipientes: macrogol, óxido de ferro amarelo, dióxido de titânio e gelatina.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE1
INDICAÇÕES
Alívio do edema2 e dos sintomas3 relacionados a insuficiência4 venosa crônica (IVC) como cansaço, sensação de “peso nas pernas”, inchaço5, dor nas pernas, parestesias6 e pernas inquietas.
Como adjuvante no suporte elástico (por exemplo meias de compressão) na IVC. Alívio dos sintomas3 de hemorroidas7.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
O efeito de Venoruton em pacientes com insuficiência4 venosa crônica (IVC) foi avaliado em diversos estudos comparativos, inclusive contra outras drogas ativas e as próprias meias de compressão elástica, altamente consideradas para o tratamento da IVC. Principalmente, pelo seu aparente papel na diminuição da filtração capilar8 e diminuição do volume das pernas.
Rehn et al compararam os beta-hidroxietilrutosídeos de Venoruton ao extrato de castanha-da-índia (padronizado para conter 50 mg de escina), em pacientes com varizes9 de membros inferiores. O resultado mostrou que Venoruton reduziu o do volume das pernas de forma significantemente superior ao extrato de castanha-da-índia.
Outro ponto abordado nos estudos clínicos com Venoruton foi a eficácia do uso de meias de compressão elástica em comparação ao tratamento medicamentoso. Neumann desenvolveu um estudo comparativo direto entre as meias de compressão e Venoruton, mostrando melhora comparável da oxigenação tecidual dos membros inferiores em ambos os grupos. Neste estudo, Neumann utilizou o método de mensuração do oxigênio por via transcutânea (TcP02). Mais tarde, o mesmo investigador recrutou um grupo de pacientes e estabilizou a IVC com o uso prévio de meias elásticas, antes de randomizá-los para receberem placebo10 ou Venoruton por 4 semanas. Enquanto os pacientes tratados com placebo10 mantiveram os valores de TcP02 estáveis, os pacientes que foram tratados com Venoruton demonstraram uma melhora significantemente mais evidente.
Unkauf et al repetiu parte do modelo de Neumann e fez com que todos os pacientes recrutados para um estudo também usassem previamente meias elásticas antes de serem randomizados para receberem Venoruton (1 g /dia) ou placebo10, por 12 semanas, seguidos de mais 6 semanas de observação, sem tratamento. Ao final do tratamento, o grupo tratado apenas com meias elásticas e placebo10 mostrou uma significante diminuição do edema2 nos membros inferiores (cerca de 33 mL), mas que retornou rapidamente após 3 semanas sem tratamento. No grupo tratado com meias elásticas e Venoruton, o resultado ao final do tratamento foi a redução de 64 mL (praticamente o dobro dos resultados apenas com meias elásticas). Isto mostrou que a eficácia de Venoruton poderia ser comparada à das meias elásticas e que ambos poderiam ter importantes efeitos aditivos.
Em resumo, conforme corroborado pela revisão de Golden, o papel do tratamento com meias de compressão e/ou drogas de ação venosa está bem estabelecido diante das condutas cirúrgicas, motivo pelo qual os pacientes com IVC devem ser orientados para o uso de meias de compressão gradativa, tendo-se em mente o benefício adicional trazido pelo uso de Venoruton. Inclusive, para os pacientes que não desejam ou não podem usar meias de compressão, o uso de Venoruton é uma alternativa eficaz.
Referências Bibliográficas
- Roztocil K et al, Eur J Clin Pharmacol; 1977; 11: 435-438
- Cesarone MR et al, Vasa; 1992; 21: 76-80
- Golden G, Phlebology Digest; 2004; 17: 5-7
- Nocker W, Diebschlag W; Vasa; 1987; 16: 365-369 5. Nocker W et al; Vasa; 1989; 18: 235-238
- Rehn D et al; Arz Forsch; 1996; 46: 483-487
- Neumann HAM, Van den Brock; Phlebology; 1990; 5; Suppl 1: 13-20
- Neumann HAM, Van den Brock; Phlebology; 1995; 24: 78-81
- Unkauf M et al; Arz Forsch; 1996; 46: 478-482
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Grupo farmacoterapêutico: vasoprotetores sistêmicos11 (bioflavonoides), código ATC: C05CA51/combinações de beta-hidroxietilrutosídeos.
Farmacodinâmica
Mecanismo de ação: Os efeitos farmacodinâmicos do HR (Hidroxietil Rutosídeo) tem sido demonstrado em estudos in vitro e in vivo. A nível celular, a capacidade do HR em proteger a parede vascular12 do ataque oxidativo de células sanguíneas13 ativadas e sua afinidade pelo endotélio14 capilar8 e venoso podem ser mostrados.
Em estudos com voluntários saudáveis ou pacientes com IVC, os seguintes efeitos farmacodinâmicos podem ser observados:
-
redução da permeabilidade15 capilar8
-
restauração do reflexo veno-arterial
-
aumento do tempo de retorno venoso16
-
aumento da tensão de oxigênio trasncutânea.
Todos estes efeitos são compatíveis com o efeito primário do HR no endotélio14 microvascular , resultando na diminuição do edema2.
Farmacocinética
A mistura padronizada de HR consiste em mono-HR, di-HR, tri-HR e tetra-HR, que diferem um do outro pelo número de hidroxetila substituinte.
Absorção: Após a administração oral de 14C-HR, o pico de concentração plasmática é atingido após 2-9 horas. Distribuição
Os níveis plasmáticos diminuem progressivamente até 40 horas, depois da qual diminui muito lentamente. Esta observação e os resultados obtidos após a administração i.v. (intra venosa), indicam que o HR deve ser distribuído no tecido17 (especialmente no endotélio14 dos vasos), com o qual é progressiva e lentamente liberado novamente na circulação18.
A ligação a proteínas19 plasmáticas é de 27-29 %.
Metabolização: A principal reação metabólica do HR, após administração via oral, é a O-glucuronidação hepática20.
Eliminação: HR e seus metabólitos21 são eliminados tanto por via biliar quanto renal22. Eliminação por via renal22 é completa após 48 horas. A meia vida terminal do constituinte principal do HR, o tri-HR, é de 18,3 horas com uma variação de 13,5 a 25,7 horas.
CONTRAINDICAÇÕES
Venoruton é contraindicado nos casos de hipersensibilidade a beta-hidroxietilrutosídeos ou a qualquer componente da formulação.
Apesar de Venoruton ser efetivo contra edemas23 de tornozelo24 relacionados à IVC, não deve ser indicado para edemas23 de tornozelo24 relacionados à insuficiência cardíaca congestiva25 ou doenças renais ou hepáticas26.
Por recomendações de segurança, Venoruton não deve ser utilizado durante os três primeiros meses de gravidez27.
Venoruton não é recomendado para uso em crianças.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Em caso de reações de hipersensibilidade, deve-se interromper o tratamento e procurar orientação médica.
Gravidez27 e Lactação28
Um número limitado de dados sobre o uso em gestantes tem demonstrado nenhum efeito colateral29 do beta- hidroxietilrutosídeos na gravidez27 ou na saúde1 de recém nascidos. Estudos em animais não indicam prejuízo direto ou indireto em relação a gravidez27, desenvolvimento fetal, parto ou desenvolvimento pós-natal.
Não obstante, de acordo com as recomendações de segurança, HR não devem ser utilizados nos 3 primeiros meses de gravidez27.
Estudos em animais, traços de HR foram encontrados no feto30 e no leite materno. Estas pequenas quantidades de HR não são clinicamente significantes.
Fertilidade: Estudos em animais não indicaram efeitos na fertilidade por administração repetida de beta-hidroxietilrutosídeos.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas
Venoruton não interfere ou tem interferência limitada na sua capacidade de dirigir ou operar máquinas. Em raras situações cansaço e tontura31 foram reportados em pacientes usando o produto. Se afetado, pacientes são advertidos para não dirigir ou operar máquinas.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Venoruton não apresentou, até o momento, qualquer evidência de interação com outras drogas ou alimentos, incluindo inibidores da coagulação32 do tipo cumarínicos (varfarina). Os componentes do HR são derivados da rutina e quercetina (presentes em pequenas quantidades – traços). quercetina tem demonstrado ser um inibidor hepático de CYP3A humana e sulfotransferase in vitro, mas não in vivo. Nenhuma atividade inibitória da rutina foi demonstrada em enzimas hepáticas33. Portanto, é entendido que HR oral não irá produzir efeito inibitório ou interferir no metabolismo34 de outras substâncias ativas farmacologicamente. Recomenda-se não ingerir álcool concomitantemente ao uso deste e de outro medicamentos.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Venoruton cápsula deve ser mantido à temperatura ambiente (entre 15 e 30°C) e protegido da umidade.
Venoruton cápsulas tem prazo de validade de 24 meses a partir da data de fabricação.
Características físicas e organolépticas do produto
Cápsula gel dura amarela, de liberação imediata.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original. Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Posologia
No início do tratamento, 1 cápsula, 2 a 3 vezes ao dia. Após o alívio dos sintomas3, o tratamento poderá ser continuado com 1 cápsula 2 vezes ao dia (terapia de manutenção, entre 500–600 mg por dia).
Após o completo alívio dos sintomas3 e do edema2, o tratamento podeser finalizado. No caso de recorrência35 dos sintomas3, o tratamento pode ser reiniciado, na mesma dosagem ou na dosagem mínima de manutenção de 500–600 mg de HR por dia.
Hemorroidas7
Em 4 estudos o efeito do HR no tratamento para alívio dos sintomas3 de hemorroidas7 foram avaliados, com HR na dose de 600, 1.000 e 1.800 mg por dia. A duração do tratamento foi entre 1 a 4 semanas. Em todos esses estudos o tratamento resultou em uma redução da gravidade dos sintomas3 (dor, sangramento, prurido36, exsudato37) e uma melhora da aparência proctoscópica da mucosa38 retal. A dose recomendada para tratamento de hemorroidas7 é a mesma que para alívio dos sintomas3 observados em casos de IVC.
Dose em populações especiais:
Pacientes com problemas renais, cardíacos ou hepáticos: Pacientes que possuem edemas23 nos membros inferiores devido a doenças do coração39, rim40 ou fígado41 não devem utilizar Venoruton, devido ao efeito não ter sido analisado nestas indicações.
Pacientes idosos: Não foram realizados estudos clínicos específicos em pacientes idosos. Portanto, nenhuma dose específica é recomendada para IVC em pessoas idosas.
Pacientes pediátricos: Não foram realizados estudos clínicos específicos em pacientes pediátricos. Também é raro encontrar IVC neste tipo de população.
Portanto, a segurança e eficácia de Venoruton não foram estabelecidas em crianças. Assim sendo, Venoruton não é recomendado para uso em crianças.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
REAÇÕES ADVERSAS
Resumo do perfil de segurança
Venoruton pode causar raros casos de efeitos colaterais42 gastrointestinais ou reações cutâneas43 como problemas gastrointestinais, flatulência, diarreia44, dor abdominal, desconforto estomacal, dispepsia45, rash46, prurido36 e urticária47. Efeitos colaterais42 muito raros como tontura31, dor de cabeça48, rubor, fadiga49 e reações de hipersensibilidade como reações anafilactóides, podem ocorrer.
Lista tabulada das reações adversas
Reações adversas listadas abaixo estão classificadas por órgão alvo e frequência. Frequências são definidas como: muito frequentes (≥ 1/10); comuns (≥ 100 a < 1/10); incomuns (≥ 1/1000 a < 1/100); raras (≥ 1/10000 a < 1/1000); muito raras (≥ 1/10000) ou desconhecidas (não possuem dados necessários). Com cada grupo de frequência, as reações adversas são apresentadas em ordem decrescente de gravidade.
Órgão alvo |
Efeito colateral29 |
Sistema imunológico50 |
|
Muito raro |
Reações anafilactóides Reações de hipersensibilidade |
Sistema nervosos |
|
Muito raro |
Tontura31 Cefaléia51 |
Sistema cardiovascular52 |
|
Muito raro |
Rubor |
Sistema gastrintestinal | |
Raras |
Problemas gastrointestinais Flatulência Diarreia44 Dor abdominal Desconforto estomacal Dispepsia45 |
Sistema cutâneo53 e subcutâneo54 |
|
Raras |
Rash46 Prurido36 Urticária47 |
Desordens gerais e locais (administração / aplicação) |
|
Muito raras |
Fadiga49 |
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificação de Eventos Adversos a Medicamentos – VIGIMED, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
Até o momento, não foram relatados casos de superdoses com Venoruton.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
Siga corretamente o modo de usar, não desaparecendo os sintomas3 procure orientação médica.
MS 1.0068.0870
Farm. Resp.: Flavia Regina Pegorer – CRF SP - 18.150
Fabricado por:
Anovis Industrial Farmacêutica Ltda., Taboão da Serra - SP
Registrado por:
Novartis Biociências S.A.
Av. Prof. Vicente Rao, 90, São Paulo – SP
CNPJ: 56.994.502/0001-30
Indústria Brasileira
SAC 0800 888 3003