Nitrofurantoina (Cápsula 100 mg) (Bula do profissional de saúde)
LABORATÓRIO TEUTO BRASILEIRO S/A
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
nitrofurantoína
Cápsula 100 mg
Medicamento genérico Lei n° 9.787, de 1999.
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Cápsula gelatinosa dura
Embalagens contendo 28 e 280 cápsulas
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada cápsula dura contém:
nitrofurantoína | 100 mg |
excipiente q.s.p. | 1 cápsula |
Excipientes: lactose1 monoidratada, amido, croscarmelose sódica e talco.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE2
INDICAÇÕES
A nitrofurantoína é um agente antibacteriano indicado no tratamento de infecções3 do trato urinário4 agudas e crônicas, tais como cistites, pielites, pielocistites e pielonefrites causadas por bactérias sensíveis à nitrofurantoína.
RESULTADO DE EFICÁCIA
Rogers e cols. Avaliaram se a profilaxia antibiótica com nitrofurantoína, após cirurgias ginecológicas para correção de prolapso5 de órgão pélvico6 e/ou incontinência urinária7 com cateterização suprapúbica, diminuiria a frequência de infecções3 do trato urinário4 (ITU) em relação ao placebo8 em um estudo aleatorizado, duplo-cego e multicêntrico. Após um exame de cultura de urina9 pré-operatório negativo, foram registradas história, evolução pós- cirúrgica, exame de cultura de urina9 e sintomas10 após remoção do cateter e nas semanas seis e oito após a cirurgia. De um total de 449 pacientes, 211 foram distribuídas aleatoriamente para receber a nitrofurantoína e 224 foram aleatoriamente alocadas para receber placebo8. A profilaxia com nitrofurantoína diminuiu o número de culturas positivas de urina9 em comparação ao placebo8 (7,2% vs 19,8%, P=0,001) e ITU sintomáticas seis a oito semanas após a cirurgia (18,9% vs 32,6%, P=0,002)1.
Gupta e cols. avaliaram a eficácia da nitrofurantoína em comparação à combinação de trimetoprim-sulfametoxazol em 338 mulheres com idade entre 18 e 45 anos portadoras de cistite11 não complicada em um estudo aberto. A nitrofurantoína foi utilizada na dose de 100 mg duas vezes ao dia, durante cinco dias, e o trimetoprim-sulfametoxazol foi utilizado durante três dias. A cura clínica 30 dias após a terapia foi o desfecho principal, enquanto os desfechos secundários incluíram taxas de cura clínica e microbiológica12 nos dias cinco a nove após a terapia. A cura clínica foi alcançada por 79% e 84% das pacientes que receberam trimetoprim-sulfametoxazol e nitrofurantoína, respectivamente, uma diferença de -5% (IC 95%, -13% to 4%). Os autores concluíram que um tratamento de cinco dias de duração com nitrofurantoína é equivalente clínica e microbiologicamente a um tratamento de três dias de duração com trimetoprim-sulfametoxazol e deve ser considerado uma alternativa efetiva às fluoroquinolonas para o tratamento da cistite11 aguda em mulheres2.
Referências bibliográficas:
- Rogers RG, Kammerer-Doak D, Olsen A, et al. A randomized, double-blind, placebocontrolled comparison of the effect of nitrofurantoin monohydrate macrocrystals on the development of urinary tract infections after surgery for pelvic organ prolapse and/or stress urinary incontinence with suprapubic catheterization. Am J Obstet Gynecol. 2004;191(1):182–7.
- Gupta K, Hooton TM, Roberts PL, et al. Short-course nitrofurantoin for the treatment of acute uncomplicated cystitis in women. Arch Intern Med. 2007;167(20):2207–12.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
A nitrofurantoína, agente antibacteriano específico do trato urinário4, é reduzida por flavoproteínas bacterianas a intermediários reativos, que inativam proteínas13 ribossomais e outras macromoléculas das bactérias sensíveis, o que inibe os processos bioquímicos vitais de síntese proteica, metabolismo14 aeróbio, síntese de DNA e RNA e síntese da parede celular bactariana. Esse amplo mecanismo de ação explica a ausência de resistência bacteriana adquirida à nitrofurantoína.
Nitrofurantoína em macrocristais, permite o retardo da solubilização no aparelho gastrintestinal, reduzindo com isso os eventos adversos (náuseas15 e vômitos16) sem, contudo, modificar sua concentração na urina9. As concentrações plasmáticas máximas de nitrofurantoína são atingidas entre 4 a 5 horas após a sua administração. Ela difunde-se nos rins17, pelo tecido18 intersticial19 e é secretada, reabsorvida e novamente excretada pelos túbulos renais em cerca de 50% ao final de 8 horas.
A nitrofurantoína é excretada por via renal20, em forma ativa, sendo particularmente eficaz contra Escherichia Coli, Enterococcus faecalis e Staphylococcus aureus.
A nitrofurantoína é altamente solúvel na urina9 e lhe confere uma coloração amarelada.
O reduzido teor de eliminação biliar e fecal explica por que a nitrofurantoína atinge pouco a microbiota21 bacteriana intestinal normal, a qual geralmente se conserva inalterada e equilibrada.
O tempo médio estimado para início de ação é de algumas horas.
CONTRAINDICAÇÕES
Este medicamento é contraindicado em casos de anúria22, oligúria23 ou insuficiência renal24 com depuração de creatinina25 abaixo de 60 mL/minuto/1,73 m². O tratamento desses pacientes apresenta um aumento do risco de toxicidade26 devido à redução da excreção da nitrofurantoína.
Há contraindicação de uso nas últimas semanas da gestação (38–42 semanas) e em crianças com menos de um mês de idade, devido à possibilidade de anemia hemolítica27 secundária à imaturidade enzimática dos eritrócitos28.
É contraindicada também em pacientes com hipersensibilidade conhecida à nitrofurantoína ou a qualquer componente da formulação ou com história prévia de doença hepática29 tóxica com colestase30 associada à nitrofurantoína.
Este medicamento é contraindicado para pacientes31 com insuficiência renal24 com depuração de creatinina25 < 60 mL/min/1,73 m2.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Eventos adversos pulmonares agudos, subagudos e crônicos foram observados em pacientes tratados com a nitrofurantoína. Dentre os eventos crônicos, pneumonia32 intersticial19 ou fibrose33 pulmonar podem se desenvolver de maneira insidiosa em pacientes recebendo tratamento por mais de seis meses.
Recomenda-se a monitorização das condições pulmonares de pacientes em tratamento prolongado com nitrofurantoína. Caso ocorram doenças pulmonares, o tratamento deverá ser suspenso e deverão ser tomadas as medidas apropriadas.
Casos de anemia hemolítica27, semelhantes aos que ocorrem por sensibilidade à primaquina, foram relatados. Em qualquer sinal34 de hemólise35, é indicada a suspensão do tratamento, pois a anemia36 é reversível com a retirada do medicamento.
Neuropatia periférica37 poderá raramente ocorrer em pacientes portadores de diabetes mellitus38, deficiência de vitaminas do complexo B, nefropatia39, doença hepática29, anemia36 e doenças debilitantes. A redução posológica ou a suspensão do medicamento geralmente promove a reversão desse quadro clínico.
Eventos adversos hepáticos, incluindo hepatite40, doença hepática29 tóxica com colestase30 e necrose41 hepática29 podem ocorrer raramente. Os pacientes devem ser periodicamente monitorados com testes bioquímicos para avaliação da função hepática29 e, se aparecerem anormalidades, o tratamento deve ser imediatamente interrompido e as medidas apropriadas deverão ser tomadas.
Assim como com outros antibióticos, enterocolite devido a Clostridium difficile já foi relatada com o uso de nitrofurantoína e caso se suspeite dessa condição, tratamento apropriado deve ser instituído.
Gravidez42 e Lactação43
Efeitos teratogênicos44: Vários estudos de reprodução45 foram realizados em coelhos e ratos em doses até seis vezes a dose humana e não demonstraram evidências de fertilidade diminuída ou dano fetal. Em um estudo conduzido em camundongos, recebendo 68 vezes a dose humana, foram observados retardo de crescimento e uma baixa incidência46 de malformações47 menores e comuns; no entanto em doses 25 vezes a dose humana, malformações47 fetais não foram observadas e a relevância desses achados para seres humanos é incerta. Não foram realizados estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas.
Assim, como a segurança da nitrofurantoína na gravidez42 e lactação43 não foi estabelecida, o seu emprego nestas condições exige avaliação criteriosa dos riscos e benefícios.
Categoria de risco B para gravidez42 – Os estudos em animais não demonstraram risco fetal, mas também não há estudos controlados em mulheres grávidas; ou então, os estudos em animais revelaram riscos, mas que não foram confirmados em estudos controlados em mulheres grávidas.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Populações especiais
Uso em idosos: os estudos clínicos com nitrofurantoína não incluíram um número suficiente de pacientes acima de 65 anos para determinar se esta população responde de maneira diferente dos indivíduos mais jovens. Relatos espontâneos sugerem uma maior frequência de eventos adversos pulmonares (talvez porque nessa população seja mais frequente o uso prolongado da nitrofurantoína) e hepáticos. Devido à maior frequência de insuficiência hepática48, renal20 e cardíaca e de doenças concomitantes na população idosa, deve-se administrar nitrofurantoína com cautela nesta faixa etária e monitorar periodicamente a função renal20.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Antiácidos49 contendo trisilicato de magnésio, quando administrados concomitantemente com a nitrofurantoína, reduzem sua absorção, possivelmente devido a absorção da nitrofurantoína à superfície do magnésio.
Drogas uricosúricas, tais como probenecida e a sulfimpirazona podem inibir a excreção tubular renal20 de nitrofurantoína. O aumento resultante das concentrações séricas de nitrofurantoína pode aumentar sua toxicidade26 e a redução das concentrações urinárias pode reduzir sua eficácia como antibacteriano.
A nitrofurantoína interage com magnésio trissilicato, probenecida, sulfimpirazona, ácido nalidíxico, norfloxacina, ácido oxolínico. Atenção especial para a possível diminuição de eficácia contraceptiva quando a nitrofurantoína for utilizada com os contraceptivos orais, usuárias sob tratamento com contraceptivos orais devem utilizar temporária e adicionalmente um método contraceptivo de barreira ou escolher um outro método contraceptivo.
Interações com exames laboratoriais - A presença de nitrofurantoína na urina9 pode resultar em reação falso-positiva para glicosúria50, quando são utilizadas as soluções de Benedict e Fehling, mas não com o teste enzimático.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO
Cuidados de conservação
Conservar em temperatura ambiente (15–30°C). Proteger da luz e umidade.
Este medicamento tem validade de 24 meses a partir da data de sua fabricação.
Número de lote, data de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas do produto
Cápsula de cor vinho/vinho.
Antes de usar, observar o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
A ingestão de nitrofurantoína acompanhada de alimentação reduz a frequência de eventos adversos gastrintestinais.
Posologia
Tomar 1 cápsula de 100 mg de 6 em 6 horas, durante 7 a 10 dias.
Se for necessário usar o medicamento por longo prazo, uma redução da dose deverá ser considerada: Tomar 1 cápsula de 100 mg na hora de se deitar.
Observação: O tratamento deverá ser continuado, no mínimo, por mais três dias após a urina9 torna-se estéril. Caso a infecção51 persista, será necessária a reavaliação do caso.
Este medicamento não pode ser partido, aberto ou mastigado.
REAÇÕES ADVERSAS
Os eventos adversos da nitrofurantoína são apresentados em ordem de frequência decrescente a seguir:
Reações comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): cefaleia52, náuseas15, vômitos16, diarreia53, dor epigástrica, anorexia54 e pneumonia32 intersticial19.
Reações incomuns (ocorrem entre 0,1,% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento): polineuropatia induzida por drogas, anemia megaloblástica55, leucopenia56 e flatulência.
Reações raras (ocorrem entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento): hipertensão57 intracraniana benigna, parestesias58, fibrose33 pulmonar, necrose41 hepática29, icterícia59, dermatite60 alérgica, prurido61, urticária62, síndrome63 semelhante ao lúpus64 eritematoso65, eritema66, reação anafilática67, reação alérgica68, anemia hemolítica27, constipação69, alopécia70, sonolência, tontura71, febre72 com calafrio73, astenia74, depressão, neurite75 óptica, transtorno psicótico, eritema multiforme76 (incluindo síndrome de Stevens-Johnson77), cianose78 secundária a meta-hemoglobinemia anemia36 por deficiência de glicose79-6-fosfato desidrogenase.
Outros eventos adversos já relatados com o uso da nitrofurantoína são: elevação das concentrações plasmáticas de enzimas hepáticas80 (ALT e AST), redução das concentrações de hemoglobina81, elevação das concentrações plasmáticas de fósforo e aumento das contagens de eosinófilos82.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou à Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
Incidentes83 ocasionais com superdose aguda deste medicamento não resultaram em sintomas10 específicos além de vômitos16. A indução da êmese84 é recomendada. Não há antídotos específicos, mas uma alta ingestão de líquidos deve ser mantida para promover a excreção urinária da droga. A nitrofurantoína é dialisável.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA
M.S. nº 1.0370. 0579
Farm. Resp.: Andreia Cavalcante Silva CRF-GO no 2.659
LABORATÓRIO TEUTO BRASILEIRO S/A.
CNPJ – 17.159.229/0001 -76
VP 7-D Módulo 11 Qd. 13 – DAIA
CEP 75132-140 – Anápolis – GO
Indústria Brasileira
SAC 0800 62 1800