Ivevi (Bula do profissional de saúde)
COSMED INDUSTRIA DE COSMETICOS E MEDICAMENTOS S.A.
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Ivevi®
letrozol
Comprimido 2,5 mg
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Comprimido revestido
Embalagem contendo 28 comprimidos
VIA DE ADMINISTRAÇÃO: ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido de Ivevi contém:
letrozol | 2,5 mg |
excipientes q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: lactose1 monoidratada, amido, hipromelose, celulose microcristalina, amidoglicolato de sódio, dióxido de silício, estearato de magnésio, Opadry amarelo (hipromelose, dióxido de titânio, óxido de ferro amarelo.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE2
INDICAÇÕES
- Tratamento adjuvante de mulheres na pós-menopausa3 com câncer4 de mama5 inicial receptor hormonal6 positivo.
- Tratamento adjuvante estendido de câncer4 de mama5 inicial em mulheres na pós-menopausa3 que tenham recebido terapia adjuvante padrão prévia com tamoxifeno por 5 anos.
- Tratamento de primeira linha no câncer4 de mama5 avançado hormônio7 dependente em mulheres na pós- menopausa3.
- Tratamento de câncer4 de mama5 avançado em mulheres na pós-menopausa3 (natural ou artificialmente induzida), que tenham sido tratadas previamente com antiestrogênicos.
- Terapia pré-operatória em mulheres na pós-menopausa3 com câncer4 de mama5 localmente avançado receptor hormonal6 positivo, com a intenção de permitir cirurgia conservadora da mama5 para aquelas mulheres que não eram originalmente consideradas candidatas a este tipo de cirurgia. O tratamento pós- cirúrgico subsequente deve seguir o tratamento padrão.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Tratamento adjuvante
Estudo BIG 1-98 (CFEM345 0019)
O BIG 1-98 foi um estudo multicêntrico, duplo-cego que randomizou mais de 8000 mulheres na pós- menopausa3 com câncer4 de mama5 inicial receptor positivo hormonal, para um dos seguintes tratamentos: A. tamoxifeno por 5 anos; B. letrozol por 5 anos; C. tamoxifeno por 2 anos seguido de letrozol por 3 anos; D. letrozol por 2 anos seguido de tamoxifeno por 3 anos.
O objetivo primário foi Sobrevida8 Livre de Doença (SLD). Os objetivos secundários de eficácia foram tempo para ocorrência de Metástases9 à Distância (TMD); Sobrevida8 Livre de Doença à Distância (SLDD); Sobrevida8 Global (SG), Sobrevida8 Livre de Doença Sistêmica (SLDS); câncer4 de mama5 contralateral invasivo e o tempo para recorrência10 de câncer4 de mama5.
Resultados de eficácia com seguimento mediano de 26 meses e 60 meses
Os dados da tabela 1 refletem o resultado da Análise Primária Principal baseado em dados dos braços da monoterapia (braços A e B) e em dados dos braços de cruzamento (C e D) em uma duração mediana de tratamento de 24 meses e uma mediana de seguimento de 26 meses e a uma duração mediana do tratamento de 32 meses e um seguimento mediana de 60 meses.
As taxas de SLD de 5 anos foram 84% para letrozol e 81,4% para o tamoxifeno.
Tabela 1 – Análise do núcleo principal: Sobrevida8 Livre de Doença e Sobrevida8 Global com seguimento mediano de 26 meses e seguimento mediano de 60 meses (população ITT)
|
Análise do núcleo primário |
Acompanhamento mediano de 60 meses |
||||
|
letrozol |
tamoxifeno |
TR1 |
letrozol |
tamoxifeno |
TR1 |
Sobrevida8 livre de doença2 – eventos |
351 |
428 |
0,81 |
0,81 |
664 |
0,86 |
Sobrevida8 global3 |
166 |
192 |
0,86 |
330 |
374 |
0,87 |
TR = Taxa de Risco; IC = Intervalo de Confiança
1 Teste de “log rank”, estratificado por opção de randomização e uso de quimioterapia11 (sim/não)
2 Eventos SLD: recorrência10 locorregional, metástase12 à distância, câncer4 de mama5 invasivo contralateral, segundo tumor13 primário (não de mama5), morte por qualquer causa sem um evento de câncer4 prévio
3 Número de óbitos
Resultados no seguimento mediano de 96 meses (somente braços de monoterapia)
A Análise de Braços de Monoterapia a longo prazo atualizada sobre a eficácia da monoterapia com letrozol em comparação com a monoterapia com tamoxifeno (duração mediana de tratamento adjuvante: 5 anos), é apresentado na Tabela 2.
Tabela 2 - Análise de braços de monoterapia: Sobrevida8 Livre de Doença e Sobrevida8 Global no acompanhamento mediano de 96 meses (população ITT)
|
letrozol |
tamoxifeno |
Taxa de Risco1 |
Valor P |
Eventos de sobrevida8 livre de doença2 |
626 |
698 |
0,87 (0,78; 0,97) |
0,01 |
Tempo de metástase12 à distância |
301 |
342 |
0,86 (0,74; 1,01) |
0,06 |
Sobrevida8 global3 |
393 |
436 |
0,89 (0,77; 1,02) |
0,08 |
Análise censurada de SLD4 |
626 |
649 |
0,83 (0,74; 0,92) |
|
Análise censurada de SG4 |
393 |
419 |
0,81 (0,70; 0,93) |
|
1 Teste de “log rank”, estratificado por opção de randomização e uso de quimioterapia11 (sim/não)
2 Eventos SLD: recorrência10 locorregional, metástase12 à distância, câncer4 de mama5 invasivo contralateral, segundo tumor13 primário (não de mama5), morte por qualquer causa sem um evento de câncer4 prévio
3 Número de óbitos
4 Observações no braço censurado de tamoxifeno na data de mudança seletiva para o letrozol após a abertura do mascaramento do braço de tamoxifeno
Análises dos Tratamentos Sequenciais
A Análise de Tratamentos Sequenciais aborda segunda questão primária do BIG 1-98, ou seja, se a sequenciação do tamoxifeno e letrozol seria superior à monoterapia. Não houve diferenças significativas no SLD, SG, SLDS, ou SLDD da troca com relação à monoterapia (Tabela 3).
Tabela 3 - Análises de Tratamentos Sequenciais de Sobrevida8 Livre da Doença com letrozol como agente endócrino14 inicial (troca da população)
|
N |
Número de eventos1 |
Taxa de risco2 |
(97.5% intervalo de confiança) |
Modelo Cox |
[letrozol →] tamoxifeno |
1.460 |
254 |
254 |
(0,84; 1,26) |
0,72 |
letrozol | 1.463 | 249 |
1 Definição de protocolo, incluindo segundo tumor13 primário (não de mama5), após troca/ além de 2 anos
2 Ajustado pelo uso de quimioterapia11.
Não ocorreram diferenças significativas nos SLD, SG, SLDS ou SLDD em nenhuma das Análises de Tratamentos Sequenciais a partir de comparações de pares de randomização. (Tabela 4).
Tabela 4 - Análises de Tratamentos Sequenciais a partir da randomização de sobrevida8 livre da doença (população ITT)
|
letrozol → tamoxifeno |
letrozol |
Número de pacientes |
1.540 |
1.546 |
Número de pacientes com eventos SLD (definição de protocolo) |
330 |
319 |
Taxa de risco1 (99% IC) | 1,04 (0,85; 1,27) | |
|
letrozol → tamoxifeno |
tamoxifeno2 |
Número de pacientes | 1.540 | 1.548 |
Número de pacientes com eventos SLD (definição de protocolo) | 330 | 353 |
Taxa de risco1 (99% IC) | 0,92 (0,75; 1,12) |
1 Ajustado pelo uso de quimioterapia11 (sim/não)
2 626 (40%) dos pacientes mudaram seletivamente para letrozol após o braço não-cego de tamoxifeno em 2005.
As tabelas 5 e 6 a seguir fornecem informações sobre diferenças significativas na monoterapia com letrozol versus tamoxifeno e na terapia de tratamento sequencial letrozol-tamoxifeno:
Tabela 5 - Monoterapia adjuvante de letrozol versus monoterapia de tamoxifeno – reações adversas com diferenças significativas
|
letrozol |
tamoxifeno |
||
|
Durante o tratamento (mediana 5 anos) |
Qualquer momento após randomização (mediana 96 meses) |
Durante o tratamento (mediana 5 anos) |
Qualquer momento após randomização (mediana 96 meses) |
Fratura15 óssea |
10,2% |
14,7% |
7,2% |
11,4% |
Osteoporose16 |
5,1% |
5,1% |
2,7% |
2,7% |
Eventos tromboembólicos |
2,1% |
3,2% |
3,6% |
4,6% |
Infarto do miocárdio17 |
1,0% |
1,7% |
0,5% |
1,1% |
Hiperplasia18 endomentrial / câncer4 endometrial |
0,2% |
0,4% |
2,3% |
2,9% |
Nota: duração mediana do tratamento de 60 meses. Período reportado inclui período de tratamento mais 30 dias após fim do tratamento. ”Qualquer momento após randomização” inclui o período de acompanhamento após a conclusão ou interrupção do tratamento em estudo |
Tabela 6 - Tratamento sequencial versus monoterapia com letrozol – reações adversas com diferenças significativas Monoterapia
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Monoterapia com letrozol |
letrozol → tamoxifeno |
tamoxifeno → letrozol |
|
N=1535 |
N=1527 |
N=1541 |
Fraturas ósseas |
10,0% |
7,7%* |
9,7% |
Distúrbios endometriais proliferativos |
0,7% |
3,4%** |
1,7%** |
Hipercolesterolemia19 |
52,5% |
44,2%* |
40,8%* |
Ondas de calor |
37,60% |
41,7%** |
43,9%** |
Sangramento Vaginal |
6,3% |
9,6%** |
9,6%** |
* Significativamente menor do que com a monoterapia com letrozol |
Estudo CFEM345D2407
Estudo D2407 foi um estudo aberto, randomizado20, multicêntrico, de segurança pós autorização desenhado para comparar os efeitos do tratamento adjuvante com letrozol e tamoxifeno sobre a Densidade Mineral Óssea (DMO) e perfil lipídico21 sérico. Em total, 263 pacientes foram atribuídos ao letrozol durante 5 anos(133 mulheres em pós menopausa3) ou ao tamoxifeno por 2 anos seguidos por letrozol, durante 3 anos (130 pacientes). Todas as avaliações de DMO e lipídios séricos foram conduzidas sob tratamento cego em laboratórios centrais especializados. A análise primária de DMO e lipídios séricos ocorreu em 2 anos.
Houve uma diferença estatisticamente significativa entre os tratamentos em 2 anos no desfecho primário. ADMO de coluna lombar (L2-L4) apresentou uma redução mediana de 4,1% no braço letrozol em comparação com o braço tamoxifeno que apresentou um aumento mediano de 0,3%. Os resultados para a DMO total do quadril foram similares àqueles para a coluna lombar, mas menos pronunciados. Nenhuma paciente com a DMO normal no início do estudo tornou-se osteoporótica durante 5 anos de tratamento. Apenas 1 paciente com osteopenia no exame de base (T escore de 1,9) desenvolveu osteoporose16 durante o período de tratamento (avaliação por revisão central). Apesar das diferenças de tratamento ao final de 5 anos terem sido atenuadas de tal modo que não houve diferença estatisticamente significativa entre os tratamentos nas alterações de DMO gerais clinicamente relevantes definidas no protocolo, permaneceram diferenças substanciais nos efeitos dos dois tratamentos na DMO e eventos no esqueleto22. Em pacientes com um T-escore normal no exame de base, significativamente mais pacientes no braço de letrozol do que no braço de tratamento sequencial tiveram reduções de pelo menos 6% na DMO da coluna lombar dentro de um ano ou reduções cumulativas de pelo menos 8% ao longo de todo o período de tratamento. Embora não tenha ocorrido diferença significativa global entre os braços de tratamento em fraturas clínicas, três quartos das fraturas no braço de tratamento sequencial ocorreram após a mudança para o letrozol. No entanto, ambas as fraturas clínicas e fraturas iminentes tendem a ocorrer em pacientes cujo estado esquelético estava comprometido, por exemplo, pacientes com baixo T-escore no exame de base da DMO, e os pacientes com histórico de fraturas.
Os níveis de colesterol23 total (em jejum) diminuíram uma mediana de 16% no braço tamoxifeno aos 6 meses, e permaneceram assim durante a terapia com tamoxifeno. No braço de letrozol, os níveis de colesterol23 total foram relativamente estáveis ao longo do tratamento. Os níveis de colesterol23 LDL24 diminuíram no braço de tamoxifeno, mas permaneceram estáveis no braço de letrozol. Consequentemente, houve diferença estatisticamente significativa a favor do tamoxifeno no colesterol23 total, colesterol23 LDL24 e HDL25: a taxa de LDL24 durante os primeiros 2 anos de estudo. Não houve diferença significativa entre os tratamentos em triglicerídeos.
Estudo FACE26 (CFEM345D2411)
CFEM345D2411, Avaliação Clínica de letrozol vs anastrozol (FACE26), foi um estudo fase IIIb aberto, randomizado20, multicêntrico de letrozol comparado com anastrozol no tratamento adjuvante de mulheres na pós-menopausa3 com câncer4 de mama5 receptor de hormônio7 positivo e com linfonodos27 positivos. A randomização foi estratificada pelo estado dos linfonodos27 e estado de HER-2. O conjunto ITT consistiu de 4.136 pacientes no total (2.061 que receberam letrozol e 2.075 que receberam anastrozol). O conjunto de segurança consistiu de 4.111 pacientes (2.049 que receberam letrozol e 2.062 que receberam anastrozol.
A exposição mediana ao tratamento do estudo foi de 60 meses (5 anos como planejado). O seguimento mediano foi de aproximadamente 65 meses. A descontinuação do tratamento antes dos 5 anos ocorreu em 36,1% dos pacientes no braço letrozol e 38,1% no braço anastrozol.
O objetivo primário foi comparar a taxa de Sobrevida8 Livre de Doença (SLD); o estudo foi uma emenda de um estudo baseado em evento para um estudo baseado em tempo devido à baixa taxa de eventos SLD e, portanto, o poder estatístico para detectar pequenas diferenças no SLD entre os braços de tratamento foi baixo. Os parâmetros de eficácia secundários foram SG, tempo para desenvolvimento de metástase12 a distância, tempo para desenvolvimento de câncer4 de mama5 contralateral e SLD à distância. Não foram observados diferenças significativas em qualquer parâmetro de eficácia. Houve uma estimativa de 7% de redução do risco de recorrência10 a favor de letrozol (HR 0,93; 95% CI 0,80, 1,07, PI=0,31). SG não difere significativamente. No braço de letrozol, ocorreram 11,4% de mortes, comparado com 11,7% no braço de anastrozol.
Tratamento adjuvante estendido
Estudo MA-17 (CFEM345MA17)
Em um estudo multicêntrico, duplo-cego, randomizado20, placebo28 controlado (MA-17), mais de 5100 mulheres na pós menopausa3 com câncer4 de mama5 receptor positivo ou primário desconhecido que tinham completado o tratamento adjuvante com tamoxifeno (4,5 a 6 anos), foram randomizadas para letrozol ou placebo28 por 5 anos.
O desfecho primário foi sobrevida8 livre de doença, definido como o intervalo entre a randomização e a primeira ocorrência de loco-regional recorrente, metástases9 à distância, ou câncer4 de mama5 contralateral. A primeira análise interina planejada com um acompanhamento médio de cerca de 28 meses (com 25% das pacientes sendo acompanhadas por até 38 meses) demonstrou que letrozol reduziu significativamente o risco de recorrência10 do câncer4 de mama5 em 42% comparado com placebo28 (taxa de risco 0,58; 95% IC 0,45; 0,76; P = 0,00003). O benefício em favor do letrozol foi observado independentemente do estado nodal. Não houve diferença significativa na sobrevida8 global: (letrozol 51 óbitos; placebo28 62; TR 0,82; 95% IC 0,56; 1,19).
Consequentemente, após primeira análise interina o estudo foi desocultado e continuou em uma forma de modo aberto; os pacientes do braço placebo28 foram autorizados a mudar para o letrozol para até 5 anos. Os pacientes que optaram por não mudar, foram seguidos apenas por observação. Mais de 60% dos pacientes elegíveis (livre de doença na desocultação) optou por mudar para letrozol. A análise final incluiu 1.551 mulheres que mudaram de placebo28 para letrozol em uma mediana de 31 meses (faixa de 12 a 106 meses) após a conclusão da terapia adjuvante de tamoxifeno.
Duração mediana de letrozol após a troca foi de 40 meses.
A análise final realizada em um acompanhamento médio de 62 meses confirmou uma significativa redução do risco de recorrência10 do câncer4 de mama5 com o letrozol.
Tabela 7 - Sobrevida8 Livre da Doença e Sobrevida8 Global (População ITT modificada)
|
Acompanhamento médio 28 meses |
Acompanhamento médio 62 meses |
||||
letrozol N = 2582 |
Placebo28 N = 2586 |
TR (95% IC)2 Valor P |
letrozol N = 2582 |
Placebo28 N = 2586 |
TR (95% IC)2 Valor P |
|
Sobrevida8 livre da doença3 |
||||||
Eventos |
92 (3,6%)
|
155 (6,0%)
|
0,58 (0,45; 0,76) 0,00003 |
209 (8,1%)
|
286 (11,1%)
|
0,75 (0,63; 0,89)
|
Taxa SLD 4-anos |
94,4% |
89,8% |
94,4% |
91,4% |
||
Sobrevida8 livre da doença3, incluindo óbitos por qualquer causa |
||||||
Eventos |
122 (4,7%)
|
193 (7,5%)
|
0,62 (0,49; 0,78)
|
344 (133,3%)
|
402 (15,5%)
|
0,89 (0,77; 1,03)
|
Taxa DFS 5-anos |
90,5% |
80,8% |
88,8% |
86,7% |
||
Metástases9 à distância |
||||||
Eventos |
57 (2,2%) |
93 (3,6%) |
0,61 (0,44; 0,84) |
142 (5,5%) |
169 (6,5%) |
0,88 (0,70; 1,10) |
Sobrevida8 global |
||||||
Óbitos |
51 (2,0%) |
62 (2,4%) |
0,82 (0,56; 1,19) |
236 (9,1%) |
232 (9,0%) |
1.13 (0,95; 1,36) |
Óbitos4 |
-- |
-- |
-- |
2365 (9,1%) |
1706 (6,6%) |
0,78 (0,64; 0,96) |
TR= taxa de risco; IC = intervalo de confiança
1 Quando o estudo foi não-cego em 2003, 1551 pacientes no braço randomizado20 de placebo28 (60% dos elegíveis para alternar – por exemplo, quem era livre da doença) mudaram para letrozol em uma mediana de 31 meses após a randomização. A análise apresentada aqui ignora o cruzamento seletivo.
2 Estratificado pelo estado receptor, estado nodal e quimioterapia11 prévia adjuvante.
3 Definição de protocolo de eventos de sobrevidas livre da doença: recorrência10 loco-regional, metástase12 à distância ou câncer4 de mama5 contralateral
4 Análise exploratória, acompanhamento censurando o período na data de mudança (se ocorrida) no braço do placebo28.
5 Acompanhamento médio de 62 meses.
6 Acompanhamento médio até a mudança (se ocorrida) de 37 meses.
No subestudo ósseo MA-17 no qual foram administrados cálcio e vitamina29 D concomitantemente, os maiores decréscimos na DMO em comparação à linha de base ocorreram com letrozol comparado com o placebo28. A única diferença estatisticamente significante ocorreu em 2 anos e estava na DMO total do quadril (redução mediana de letrozol de 3,8% vs redução mediana do placebo28 de 2,0%).
No subestudo lipídio MA-17 não ocorreram diferenças significativas entre letrozol e placebo28 no colesterol23 total ou em qualquer fração lipídica.
Na atualização do subestudo da qualidade de vida não houve diferenças significativas entre os tratamentos no escore resumido do componente físico ou no escore resumido do componente mental, ou em qualquer escore do domínio na escala SF-36. Na escala MENQOL, significativamente mais mulheres ficaram mais incomodadas (geralmente no primeiro ano de tratamento) no braço letrozol do que no braço placebo28 por esses sintomas30 decorrentes da privação de estrogênio - ondas de calor e secura vaginal. O sintoma31 que incomodou mais pacientes em ambos os braços de tratamento foram dores musculares, com uma diferença estatisticamente significante em favor do placebo28.
Estudo MA-17R (CFEM345MA17E1)
CFEM345MA17E1 (MA-17R) foi um estudo duplo cego32, randomizado20, conduzido e patrocinado pelo Grupo de Ensaios Clínicos33 (CTG) do Instituto Nacional de Câncer4 do Canadá (NCIC) nos Estados Unidos e Canadá, comparando letrozol com placebo28 em mulheres com câncer4 de mama5 precoce, completando 5 anos de terapia adjuvante com inibidor aromatase (IA) como terapia inicial ou após tamoxifeno (incluindo mulheres que tenha participado do estudo MA-17).
A randomização foi estratificada de acordo com o estado dos linfonodos27, antes de receber a quimioterapia11 adjuvante, o intervalo entre a última dose de terapia IA e randomização e a duração da terapia anterior com tamoxifeno. No total, 1.918 mulheres em pós-menopausa3 foram incluídas (959 mulheres em cada braço de tratamento).
A idade mediana das pacientes no momento da inclusão foi de 65 anos. O primeiro diagnóstico34 de câncer4 ocorreu em uma mediana de 10,6 anos antes da inclusão. Tamoxifeno foi recebido por uma mediana de 5 anos antes da inclusão no estudo e a terapia anterior com IA foi recebida por uma duração mediana de 5 anos. A duração mediana do tratamento do estudo foi 5 anos e a mediana de seguimento foi de 6,3 anos. O objetivo primário de eficácia foi a Sobrevida8 Livre de Doença (SLD), ou seja, câncer4 de mama5 recorrente ou câncer4 de mama5 contralateral, mas não incluindo óbitos.
Sobre uma mediana de seguimento de 6,3 anos, 67 eventos SLD ocorreram no braço de letrozol, 98 no braço placebo28 (HR 0,66; 95% CI 0,48, 0,91, P=0,01). O risco de câncer4 de mama5 contralateral foi reduzido significativamente com letrozol comparado com placebo28 (HR 0,42; 95% CI 0,22, 0,81; P=0,007). A sobrevida8 global não foi significativamente diferente (HR 0,97; 95% CI 0,73. 1,28; P=0,83).
Tratamento Neoadjuvante
Estudo CFEM345E P024
Um estudo duplo-cego32 (P024) foi realizado em 337 pacientes com câncer4 de mama5 na pós-menopausa3 aleatoriamente alocadas para letrozol 2,5mg por 4 meses ou tamoxifeno por 4 meses. No início do estudo (baseline) todas as pacientes tinham tumores estágio T2-T4c, N0-2, M0, ER e/ou PgR positivo e nenhuma das pacientes foram elegíveis para a cirurgia conservadora da mama5. Com base na avaliação clínica houve 55% respostas objetivas no braço letrozol versus 36% para o braço tamoxifeno (P <0,001). Este achado foi consistentemente confirmado por ultrassom (letrozol 35% vs tamoxifeno 25%, P = 0,04) e mamografia35 (letrozol 34% vs tamoxifeno 16%, P <0,001). No total, 45% das pacientes no grupo letrozol versus 35% das pacientes no grupo tamoxifeno (P = 0,02) foram submetidas a terapia conservadora da mama5. Durante o período de tratamento pré-operatório de 4 meses, 12% das pacientes tratadas com letrozol e 17% das pacientes tratadas com tamoxifeno tiveram a progressão da doença em avaliação clínica.
Tratamento de primeira linha
Estudo CFEM345C P025
Um estudo duplo-cego32 controlado foi realizado comparando letrozol 2,5mg ao tamoxifeno 20mg como tratamento de primeira linha em mulheres pós-menopausa3 com câncer4 de mama5 avançado. Em 907 mulheres, o letrozol foi superior ao tamoxifeno no tempo para progressão (desfecho primário), e em resposta objetiva global, tempo para falha do tratamento e benefício clínico.
Os resultados estão resumidos na Tabela 8:
Tabela 8 - Resultados do acompanhamento médio de 32 meses
Variável |
Estatística |
letrozol |
tamoxifeno |
tempo para progressão |
Mediana |
9,4 meses |
6,0 meses |
Taxa de Resposta Objetiva (TRO) |
CR + PR |
145 (32%) |
95 (21%) |
O tempo de progressão foi significativamente maior, e a taxa de resposta significativamente mais elevada para o letrozol independentemente se a terapia antiestrogênio adjuvante foi dada ou não. O tempo de progressão foi significativamente maior para o letrozol independentemente do local dominante da doença. O tempo mediano de progressão foi de 12,1 meses para letrozol e 6,4 meses para o tamoxifeno em pacientes com doença somente do tecido36 mole e mediano de 8,3 meses para letrozol e 4,6 meses para tamoxifeno em pacientes com metástases9 viscerais.
O desenho do estudo permitiu às pacientes passarem após progressão para a outra terapia ou descontinuar a partir do estudo. Aproximadamente 50% das pacientes passaram para o braço de tratamento oposto e o cruzamento do estudo estava praticamente concluído em 36 meses. O tempo mediano de cruzamento do estudo foi de 17 meses (letrozol para tamoxifeno) e 13 meses (tamoxifeno para letrozol).
O tratamento com letrozol no tratamento de primeira linha de câncer4 de mama5 avançado resultou em uma mediana de sobrevida8 global de 34 meses, em comparação com 30 meses para o tamoxifeno (teste logrank P = 0,53, não significativo). A ausência de uma vantagem para letrozol na Sobrevida8 Global poderia ser explicada pelo desenho cruzado do estudo.
Tratamento de segunda linha
Dois ensaios clínicos33 bem controlados foram realizados comparando duas doses letrozol (0,5mg e 2,5mg) para acetato de megestrol e para aminoglutetimida, respectivamente, em mulheres na pós-menopausa3 com câncer4 da mama5 avançado, previamente tratadas com antiestrogênios.
Estudo AR/BC2
Diferenças estatisticamente significativas foram observadas em favor do letrozol 2,5mg, em comparação ao acetato de megestrol na taxa de resposta tumoral objetiva global (24% vs 16%, P = 0,04), e em tempo para falha do tratamento (P = 0,04). Sobrevida8 global e o tempo de progressão não foram significativamente diferentes entre os dois braços (P = 0,2 e P= 0,07, respectivamente).
Estudo AR/BC3
O letrozol 2,5mg foi estatisticamente superior à aminoglutetimida 250mg, duas vezes ao dia, para o tempo de progressão (P = 0,008), tempo para falha do tratamento (P = 0,003) e sobrevida8 global (P = 0,002). Neste estudo, a taxa de resposta não teve diferença significativa entre letrozol 2,5mg e aminoglutetimida (P=0,06).
Estudo FEM-INT-01
O estudo FEM-INT-01 foi um grande estudo fase IIIb/IV, randomizado20, mulcêntrico, aberto de letrozol 2,5mg uma vez ao dia versus anastrozol 1mg por dia. A mediana TPP (tempo para progressão), o desfecho primário do estudo, não foi significativamente diferente nos dois grupos de tratamento (aproximadamente 6 meses). O letrozol foi significativamente mais eficaz do que anastrozol na taxa de resposta objetiva (19% vs 12%, P=0,013).
Câncer4 de mama5 masculino
Utilização de letrozol em homens com câncer4 da mama5 não foi estudado.
Referências bibliográficas
- A Phase III study to evaluate letrozole as adjuvant endocrine therapy for postmenopausal women with receptor positive (ER and/or PgR) tumors. Clinical Study Report, Study No.CFEM345D019 (BIG1-98). Novartis Pharma AG. Basel, Switzerland. 04 Jun 05. [61] (dados em arquivo).
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- Expert Statement - Study MA-17. A Phase III randomized, double-blind study of letrozole versus placebo28 in women with primary breast cancer4 completing five or more years of adjuvant tamoxifen. Clinical Study Report No CFEM345G MA17. Novartis Pharma AG. Basel, Switzerland. 24 Jul 09. [75] (dados em arquivo).
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- Double blind, double dummy, randomized, multicenter, 2-arm, Phase III trial comparing letrozole 2.5 mg versus tamoxifen 20mg as first-line therapy in postmenopausal women with advanced breast cancer4. Clinical Study Report, Study No. 2026701025. Novartis Pharma AG, Basel, Switzerland. 05 Jul 00. [52]
- Femara (letrozole). First-line therapy of advanced breast cancer4. Expert Report on the supplementary clinical documentation arising from a subsequent analysis of the safety and efficacy data of the first line study including survival data. Novartis Pharma AG. Basel, Switzerland. 25 Feb 02. [55] (dados em arquivo).
- Double-blind, randomized, multicenter, comparative, between patient Phase II trial comparing daily doses of 0.5mg of CGS 20267 versus 2.5mg CGS 20267 versus 160mg megestrol acetate as second-line endocrine therapy in postmenopausal patients with advanced breast cancer4. Trial Protocol No. AR/BC2. Ciba-Geigy Ltd. Basle, Switzerland. 23 Feb 96. [3] (dados em arquivo).
- Double-blind, randomized, multicenter, comparative, between patient Phase II trial comparing daily doses of 0.5mg of CGS 20267 versus 2.5mg CGS 20267 versus 160mg megestrol acetate as second-line endocrine therapy in postmenopausal patients with advanced breast cancer4. Trial Protocol No. AR/BC2. Extension. Ciba-Geigy Ltd. Basle, Switzerland. 01 Apr 96. [4] (dados em arquivo).
- CGS 20267 (non-steroidal oral aromatase inhibitor): open, randomized, multicenter, Phase Iib/III trial comparing once daily doses of 0.5mg and 2.5mg CGS 20267 with twice daily 250mg aminoglutethimide plus daily 30 mg hydrocortisone or 37.5mg cortisone acetate as second-line endocrine therapy in postmenopausal patients with advanced breast cancer4. Clinical Trial Report - AR/BC3. Ciba-Geigy Ltd., Basle, Switzerland. 11 Dec 96. [47] (dados em arquivo).
- CGS 20267 (non-steroidal oral aromatase inhibitor): open, randomized, multicenter, Phase Iib/III trial comparing once daily doses of 0.5 mg and 2.5 mg CGS 20267 with twice daily 250 mg aminoglutethimide plus daily 30 mg hydrocortisone or 37.5 mg cortisone acetate as second-line endocrine therapy in postmenopausal patients with advanced breast cancer4. Clinical Trial Report - AR/BC3 - Primary Analysis of Survival. Novartis Pharma AG, Basel, Switzerland. 24 Feb 97. [48] (dados em arquivo).
- CGS 20267 (non-steroidal oral aromatase inhibitor): open, randomized, multicenter, Phase Iib/III trial comparing once daily doses of 0.5mg and 2.5mg CGS 20267 with twice daily 250mg aminoglutethimide plus daily 30mg hydrocortisone or 37.5mg cortisone acetate as second-line endocrine therapy in postmenopausal patients with advanced breast cancer4. Clinical Trial Report AR/BC3 Supplement - Extension Trial. Novartis Pharma AG, Basel, Switzerland. 10 Oct 97. [49] (dados em arquivo).
- Preoperative hormone therapy for postmenopausal women with ER and/or PgR positive breast cancer4: A double blind randomized parallel group phase Iib/III trial, comparing the efficacy of 4 months preoperative letrozole (2.5mg daily) with pre-operative tamoxifen (20mg daily). Clinical Study Report, Study 2026705024. Novartis Pharma AG, Basel, Switzerland. 23 Jun 00. [53] (dados em arquivo).
- 2.5 Clinical Overview - Rationale for changes to Core Data Sheet (CDS) / Clinical studies. 06 Dez 16. [87] (dados em arquivo).
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Grupo farmacoterapêutico: inibidor não-esteroidal da aromatase (inibidor da biossíntese de estrógenos); agente antineoplásico (código ATC: L02B G04).
Mecanismo de ação
A eliminação do efeito estimulante mediado pelo estrógeno37 é um pré-requisito para uma resposta do tumor13, nos casos em que o crescimento do tecido36 tumoral depende da presença de estrógenos. Em mulheres na pós-menopausa3, os estrógenos são derivados principalmente da ação da enzima38 aromatase que converte andrógenos39 adrenais, sobretudo a androstenediona40 e a testosterona, à estrona (E1) e estradiol (E2). A supressão da biossíntese de estrógenos nos tecidos periféricos e no próprio tecido36 neoplásico41 pode, portanto, ser conseguida pela inibição específica da enzima38 aromatase.
O letrozol é um inibidor não-esteroidal da aromatase. Ele inibe a enzima38 aromatase por se ligar competitivamente à porção heme da subunidade do citocromo P450 da enzima38, resultando em uma redução da biossíntese de estrógenos em todos os tecidos.
Em pacientes na pós-menopausa3 com câncer4 de mama5 avançado, doses diárias de 0,1 a 5mg suprimiram a concentração plasmática de estradiol, estrona e sulfato de estrona em 75 a 95% em relação aos valores basais, em todas as pacientes tratadas. Com doses de 0,5mg e superiores, muitos valores de estrona e sulfato de estrona estão abaixo do limite de detecção nas análises, indicando que uma supressão maior do estrógeno37 é alcançada com essas doses. A supressão do estrógeno37 foi mantida durante o tratamento em todas essas pacientes.
O letrozol é um inibidor altamente específico da atividade da aromatase. Não tem sido observada disfunção da esteroidogênese adrenal. Em pacientes na pós-menopausa3 tratadas com doses diárias de letrozol de 0,1 a 5mg, não foi observada qualquer alteração clinicamente significativa nas concentrações plasmáticas de cortisol, aldosterona, 11- desoxicortisol, 17-hidroxiprogesterona e ACTH ou na atividade da renina plasmática. O teste de estimulação de ACTH realizado após 6 e 12 semanas de tratamento com doses diárias de 0,1mg, 0,25mg, 0,5mg, 1mg, 2,5mg e 5mg não indicou qualquer atenuação na produção de aldosterona ou de cortisol. Portanto, a suplementação42 de glicocorticoides e mineralocorticoides não é necessária.
Não foi observada qualquer alteração nas concentrações plasmáticas de androgênios (androstenediona40 e testosterona) em mulheres sadias na pós-menopausa3 após a administração de doses únicas de 0,1mg, 0,5 mg e 2,5mg de letrozol ou nas concentrações plasmáticas de androstenediona40 entre pacientes na pós-
menopausa3 tratadas com doses diárias de 0,1mg a 5mg, indicando que o bloqueio da biossíntese de estrógenos não leva ao acúmulo de precursores androgênicos43. Os níveis plasmáticos de LH e FSH das pacientes não são afetados pelo letrozol nem a função tireoidiana, como avaliado pela captação de TSH, T4 e T3.
Farmacodinâmica
Em mulheres sadias na pós-menopausa3, doses únicas de 0,1mg, 0,5mg e 2,5mg de letrozol suprimem a estrona e o estradiol sérico em 75 a 78% e em 78%, respectivamente, em relação aos valores basais. A supressão máxima é atingida em 48 a 78 horas.
Em pacientes na pós-menopausa3 com câncer4 de mama5 avançado, doses diárias de 0,1 a 5mg suprimiram a concentração plasmática de estradiol, estrona e sulfato de estrona em 75 a 95% em relação aos valores basais, em todas as pacientes tratadas. Com doses de 0,5mg e superiores, muitos valores de estrona e sulfato de estrona estão abaixo do limite de detecção nas análises, indicando que uma supressão maior do estrógeno37 é alcançada com essas doses. A supressão do estrógeno37 foi mantida durante o tratamento em todas essas pacientes.
O letrozol é um inibidor altamente específico da atividade da aromatase. Não tem sido observada disfunção da esteroidogênese adrenal. Em pacientes na pós-menopausa3 tratadas com doses diárias de letrozol de 0,1 a 5mg, não foi observada qualquer alteração clinicamente significativa nas concentrações plasmáticas de cortisol, aldosterona, 11- desoxicortisol, 17-hidroxiprogesterona e ACTH ou na atividade da renina plasmática. O teste de estimulação de ACTH realizado após 6 e 12 semanas de tratamento com doses diárias de 0,1mg, 0,25mg, 0,5mg, 1mg, 2,5mg e 5mg não indicou qualquer atenuação na produção de aldosterona ou de cortisol. Portanto, a suplementação42 de glicocorticoides e mineralocorticoides não é necessária.
Não foi observada qualquer alteração nas concentrações plasmáticas de androgênios (androstenediona40 e testosterona) em mulheres sadias na pós-menopausa3 após a administração de doses únicas de 0,1mg, 0,5 mg e 2,5mg de letrozol ou nas concentrações plasmáticas de androstenediona40 entre pacientes na pós- menopausa3 tratadas com doses diárias de 0,1mg a 5mg, indicando que o bloqueio da biossíntese de estrógenos não leva ao acúmulo de precursores androgênicos43. Osníveis plasmáticos de LH e FSH das pacientes não são afetados pelo letrozol nem a função tireoidiana, como avaliado pela captação de TSH, T4 e T3.
Farmacocinética
Absorção
O letrozol é rápido e completamente absorvido no trato gastrintestinal (biodisponibilidade absoluta média: 99,9%). A alimentação diminui levemente a taxa de absorção (mediana tmáx: 1 hora em jejum versus 2 horas após alimentação; e média Cmáx: 129± 20,3nmol/L em jejum versus 98,7±18,6nmol/L após a alimentação), mas a extensão de absorção (ASC) não é alterada. O efeito de pouca importância sobre a taxa de absorção não é considerado clinicamente relevante e, portanto, o letrozol pode ser administrado sem se considerar o horário das refeições.
Distribuição
A taxa de ligação do letrozol às proteínas44 plasmáticas é de aproximadamente 60%, principalmente à albumina45 (55%). A concentração de letrozol nos eritrócitos46 é algo em torno de 80% da concentração plasmática. Após a administração de 2,5mg de letrozol marcado com 14C, aproximadamente 82% da radioatividade no plasma47 corresponderam ao composto inalterado. Portanto, a exposição sistêmica aos metabólitos48 é baixa. O letrozol é rápido e extensivamente distribuído aos tecidos. Seu volume aparente de distribuição no estado de equilíbrio é em torno de 1,87± 0,47L/kg.
Biotransformação/metabolismo49
O clearance (depuração) metabólico para um metabólito50 farmacologicamente inativo, o carbinol, é a principal via de eliminação do letrozol (CLm = 2,1L/h), mas é relativamente lento quando comparado ao fluxo sanguíneo hepático (em torno de 90L/h). Descobriu-se que as isoenzimas 3A4 e 2A6 do citocromo P450 são capazes de converter o letrozol a este metabólito50.
A formação de metabólitos48 de pouca importância não identificados e a excreção renal51 e fecal direta desempenham um papel de pouca importância na eliminação total do letrozol. Em um período de 2 semanas, após a administração de 2,5mg de letrozol marcado com 14C em voluntárias sadias na pós- menopausa3, 88,2±7,6% da radioatividade foi recuperada na urina52 e 3,8±0,9% nas fezes. No mínimo, 75% da radioatividade recuperada na urina52 em até 216 horas (84,7±7,8% da dose) foi atribuída ao glucuronídeo do metabólito50 carbinol, em torno de 9% a 2 metabólitos48 não identificados e 6% ao letrozol inalterado.
Eliminação
A meia-vida de eliminação terminal aparente no plasma47 é em torno de 2 a 4 dias. Após a administração diária de 2,5mg, os níveis de steady-state (estado de equilíbrio) são atingidos em 2 a 6 semanas. As concentrações plasmáticas no steady-state (estado de equilíbrio) são aproximadamente 7 vezes maiores que as concentrações medidas após a administração de dose única de 2,5mg, e são 1,5 a 2 vezes maiores que os valores de steady-state (estado de equilíbrio) previstos, a partir das concentrações medidas após dose única, indicando uma leve não linearidade na farmacocinética do letrozol em administrações diárias de 2,5mg. Uma vez que os níveis de steady-state (estado de equilíbrio) são mantidos ao longo do tempo, pode-se concluir que não ocorre acúmulo contínuo de letrozol.
Linearidade/não-linearidade
A farmacocinética do letrozol foi proporcional a dose após doses orais únicas de até 10mg (variação de dose: 0,01 a 30mg) e após doses diárias de até 1,0mg (variação de dose: 0,1 a 5mg). Após uma dose oral única de 30 mg ocorreu um ligeiro aumento mais proporcional no valor ASC. Com doses diárias de 2,5 e 5mg os valores da ASC aumentaram cerca de 3,8 e 12 vezes ao invés de 2,5 e 5 vezes, respectivamente, quando comparado com a dose de 1,0mg/dia. A dose recomendada de 2,5mg/dia pode, assim, ser uma dose limite, onde um início de um excesso de proporcionalidade torna-se aparente, enquanto que a 5 mg/dia, o excesso de proporcionalidade é mais pronunciado. É provável que a dose de excesso de proporcionalidade seja o resultado de uma saturação dos processos de eliminação metabólica. Níveis estáveis foram alcançados após 1 a 2 meses, em todos os regimes de dosagem testados (0,1-5,0mg por dia).
Populações especiais
Idosos: A idade não tem efeito na farmacocinética do letrozol.
Insuficiência Renal53: Em um estudo que envolveu 16 voluntárias na pós-menopausa3 com graus variados de função renal51 [clearance (depuração) de creatinina54 em 24 horas de 9 a 116mL/min], não se detectou qualquer efeito sobre a exposição sistêmica farmacocinética do letrozol após uma dose única de 2,5mg. Em adição ao estudo, avaliando a influência da insuficiência renal53 no letrozol, foi realizada uma análise de covariância sobre os dados de dois estudos principais (Estudo AR/BC2 e Estudo AR/BC3). O clearance (depuração) de creatinina54 (CLcr) calculado [intervalo Estudo AR/BC2: 19 a 187mL/min; intervalo Estudo AR/BC3: 10 a 180mL/min] não mostrou associação estatisticamente significativa entre os níveis mínimos de letrozol plasmático no estado de equilíbrio (Cmin). Além disso, os dados do Estudo AR/BC2 e Estudo AR/BC3 na segunda linha do câncer4 de mama5 metastático não mostraram nenhuma evidência de reação adversa de letrozol no CLcr ou um prejuízo da função renal51.
Portanto, nenhum ajuste de dose é necessário para pacientes55 com insuficiência renal53 (CLcr ≥ 10mL/min). Há pouca informação disponível em pacientes com insuficiência56 grave da função renal51 (CLcr <10mL / min).
Insuficiência Hepática57: Em um estudo similar que envolveu indivíduos com graus variados de função hepática58, a média dos valores da ASC das voluntárias com insuficiência hepática57 moderada (escore Child-Pugh B) foi 37% maior do que a de pacientes normais, mas ainda dentro da faixa observada em indivíduos sem a função prejudicada. Em um estudo comparando a farmacocinética do letrozol após uma única dose oral em oito pacientes com cirrose59 hepática58 e insuficiência hepática57 grave (escore Child-Pugh C) com aquelas administradas em voluntárias sadias (n = 8), observou-se ASC e t1/2 aumentados para 95 e 187%, respectivamente. Portanto, espera-se que pacientes com câncer4 de mama5 e insuficiência hepática57 grave estejam mais expostos a níveis elevados de letrozol que pacientes sem disfunção hepática58 grave.
Entretanto, uma vez que para pacientes55 tratados com 5 ou 10mg/dia nenhum aumento na toxicidade60 foi observado, uma redução da dose em pacientes com insuficiência hepática57 grave parece não ser justificada, contudo tais pacientes devem ser mantidos sob cuidadosa supervisão. Além disso, em dois estudos bem controlados envolvendo 359 pacientes com câncer4 de mama5 avançado, não se observou qualquer efeito de insuficiência renal53 [clearance (depuração) de creatinina54 calculado: 20 - 50mL/min] ou disfunção hepática58 foi encontrada com tal concentração de letrozol.
Dados de segurança pré-clínicos
Em uma variedade de estudos de segurança pré-clínicos conduzidos em animais de espécies-padrão, não houve evidência de toxicidade60 sistêmica ou no órgão-alvo.
O letrozol demonstrou um baixo grau de toxicidade60 aguda em roedores expostos a até 2000mg/kg. Em cães, o letrozol causou sinais61 de toxicidade60 moderada com 100mg/kg.
Em estudos de toxicidade60 de dose repetida em ratos e cães por até 12 meses, os principais achados podem ser atribuídos à ação farmacológica do composto. Em ambas as espécies, o nível sem reação adversa foi de 0,3mg/kg.
A administração oral de letrozol em ratas, resultou em reduções no acasalamento e índices de gravidez62 e aumento da perda pré-implantação.
Em um estudo com ratos jovens, os efeitos farmacológicos de letrozol resultaram em achados esqueléticos, neuroendrócrinos e reprodutivos. Crescimento ósseo e maturação foram diminuídos na dose mais baixa (0,003mg/kg/dia) em machos e aumentados na dose mais baixa (0,003mg/kg) em fêmeas. A Densidade Mineral Óssea (DMO) também diminuiu nesta dose em fêmeas.
Ambas as investigações, in vivo e in vitro, sobre o potencial mutagênico do letrozol não revelaram qualquer indicação de genotoxicidade.
Em um estudo de carcinogenicidade em ratos de 104 semanas, não se observaram tumores relacionados ao tratamento em ratos machos. Em ratas fêmeas, observou-se uma redução na incidência63 de tumores mamários benignos e malignos, com todas as doses de letrozol.
Em um estudo de carcinogenicidade em camundongos de 104 semanas, tumores não relacionados com o tratamento foram observados em camundongos machos. Em camundongos fêmeas, em geral, um aumento relacionado com a dose na incidência63 de tumores ovarianos benignos de células64 da teca granulosa foi observado em todas as doses testadas do letrozol. Estes tumores foram considerados estar relacionados com a inibição farmacológica da síntese de estrogênio e pode ser devido a um aumento de LH resultante da diminuição de estrogênio circulante.
A administração oral de letrozol em ratas prenhas Sprague-Dawley resultou em um leve aumento na incidência63 de malformação65 fetal (cabeça66 redonda e fusão dos centros vertebrais) entre os animais tratados. Malformações67 semelhantes não foram observadas em coelhos brancos da Nova Zelândia. Entretanto, não foi possível mostrar se isto foi uma consequência indireta das propriedades farmacológicas (inibição da biossíntese de estrógeno37), ou um efeito direto do letrozol por si só (vide “Contraindicações” e “Gravidez, lactação68 e potencial reprodutivo (homens e mulheres)”).
Observações pré-clínicas foram restritas àquelas associadas à ação farmacológica reconhecida, que é a única referência de segurança para uso humano derivada dos estudos em animais.
CONTRAINDICAÇÕES
Conhecida hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer excipiente.
Estado endócrino14 pré-menopausa3; gravidez62, lactação68 (vide “Gravidez, lactação68 e potencial reprodutivo (homens e mulheres)” e “Dados de segurança pré-clínicos”).
Este medicamento pertence a categoria D de risco de gravidez62.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez62.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Insuficiência renal53
O letrozol não foi investigado em pacientes com clearance (depuração) de creatinina54 < 10mL/min. Deve-se considerar cuidadosamente o potencial de risco/benefício para tais pacientes antes da administração de letrozol.
Insuficiência hepática57
Em pacientes com insuficiência hepática57 grave (escore Child-Pugh C), a exposição sistêmica e a meia- vida terminal foram aproximadamente o dobro comparadas a voluntários sadios. Tais pacientes devem portanto, ser mantidos sob cuidadosa supervisão (vide “Farmacocinética”).
Efeitos ósseos
Osteoporose16 e/ou fraturas ósseas foram reportadas com uso de letrozol. Portanto, é recomendado um monitoramento global da saúde2 óssea durante o tratamento (vide “Reações adversas” e “Farmacodinâmica”).
Estado de menopausa3
Em pacientes cujo estado de menopausa3 não é claro, os níveis de Hormônio7 Luteinizante (LH), Hormônio7 Folículo69 Estimulante (FSH) e/ou estradiol devem ser medidos antes de se iniciar o tratamento com letrozol. Somente mulheres no estado endócrino14 pós-menopausa3 confirmado devem receber letrozol.
Fertilidade
A ação farmacológica do letrozol é reduzir a produção de estrógeno37 através da inibição da aromatase. Em mulheres na pré-menopausa3, a inibição da síntese de estrógeno37 leva ao aumento do feedback (realimentação) nos níveis de gonadotropina (LH, FSH). Os níveis de FSH aumentados, por sua vez, estimulam o crescimento folicular, e podem induzir a ovulação70.
Interações
A coadministração de letrozol com tamoxifeno, outros antiestrógenos ou terapias contendo estrógenos devem ser evitados uma vez que estas substâncias podem diminuir a ação farmacológica do letrozol. O mecanismo desta interação é desconhecido (vide “Interações medicamentosas”).
Efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas
Uma vez que cansaço e tontura71 têm sido observados com o uso de letrozol e sonolência tem sido reportada incomumente, é recomendada cautela na condução de veículos e/ou operação de máquinas.
Gravidez62 e Lactação68
Gravidez62
Resumo de risco: O letrozol é contraindicado em mulheres grávidas (vide “Contraindicações”). O letrozol pode causar dano fetal quando administrado em uma mulher grávida. A paciente deve ser informada do risco potencial ao feto72, caso letrozol seja utilizado durante a gravidez62 ou se a paciente engravidar durante a utilização deste medicamento.
Não existem estudos clínicos conduzidos em mulheres grávidas com letrozol. Entretanto, existem relatos pós comercialização de abortos espontâneos e anomalias congênitas73 em recém-nascidos de mães que tomaram letrozol (vide “Advertências e precauções”) durante a gestação. Estudos de toxicidade60 reprodutiva em ratos demonstraram embriotoxicidade e fetotoxicidade induzida por letrozol bem como teratogenicidade. O letrozol causou efeitos adversos na gestação, incluindo má formações congênitas73 em ratos e coelhos em doses muito menores do que a Dose Diária Máxima Recomendada para Humanos (DMRH) numa base de mg/m2. Os efeitos observados incluíram maior perda pós implantação da gravidez62 e reabsorção, menos fetos vivos e má formação fetal que afetam o sistema renal51 e esquelético.
Casos isolados de defeitos congênitos74 (fusão labial, genitália75 ambígua) foram relatados em bebês76 nascidos de mulheres expostas ao uso off label (tratamento de infertilidade77, indução de ovulação70) de letrozol durante a gestação.
Dados em animais: Nos estudos de desenvolvimento embrio fetal, ratas grávidas receberam doses orais de letrozol de até 0,03mg/kg/dia durante o período de organogênese. Estudos de reprodução78 em ratos mostraram embriotoxicidade e fetotoxicidade em doses de letrozol ≥ 0,003mg/kg/ durante a organogênese que é igual ou superior a 1/100 do DMRH (base mg/m2). Os efeitos embrio e fetotóxicos observados em doses I 0,003mg/kg incluíram mortalidade79 intrauterina, aumento de reabsorção, aumento de perda pós- implantação, diminuição do número de fetos vivos e anomalias fetais, incluindo encurtamento da papila renal80, dilatação do ureter81, edema82 e variações esqueléticas. Doses de letrozol de 0,03mg/kg, que é 1/10 do DMRH (base mg/m2), foram teratogênicas e causaram cabeça66 abobadada e fusão vertebral cervical/central em fetos.
No estudo de desenvolvimento embrio fetal em coelhas grávidas, a administração oral de letrozol foi associado a sinais61 de embriotoxicidade e fetotoxicidade em doses ≥ 0,006mg/kg/dia, como indicado pelo aumento de reabsorção, aumento de perda pós implantação e diminuição do número de fetos vivos. Não houve evidência de teratogenicidade.
Lactação68
Resumo de risco: O letrozol está contraindicado durante a lactação68 (vide “Contraindicações”).
Não se sabe se letrozol é excretado no leite humano. Não há dados sobre os efeitos de letrozol sobre a criança amamentada ou na produção de leite. Como muitas drogas são excretadas no leite humano e, devido ao potencial de reações adversas em lactentes83 de letrozol, a mulher que esteja amamentando deve ser informada sobre os riscos potenciais para a criança. Os benefícios de desenvolvimento e saúde2 do aleitamento devem ser considerados juntamente com a necessidade clínica da mãe para letrozol e quaisquer potenciais efeitos adversos de letrozol sobre a criança amamentada ou da condição materna subjacente.
Dados em animais: A exposição de ratos lactentes83 ao letrozol foi associado a um desempenho reprodutivo prejudicado da prole masculina com uma dose de letrozol tão baixa quanto 0,003mg/kg/dia. Não houveram efeitos sobre o desempenho reprodutivo da prole feminina.
Potencial reprodutivo (homens e mulheres)
Contracepção84
O médico precisa discutir com a paciente sobre a necessidade do uso de um método de contracepção84 adequado para mulheres que tenham potencial de engravidar, incluindo mulheres que estejam na perimenopausa ou aquelas que iniciaram recentemente a pós-menopausa3, até que este estado de pós- menopausa3 esteja totalmente estabelecido.
Mulheres com potencial reprodutivo devem ser aconselhadas de que os dados humanos e os estudos em animais demonstraram que letrozol é prejudicial ao feto72 em desenvolvimento. As mulheres sexualmente ativas de potencial reprodutivo devem utilizar contracepção84 eficaz (método que resultem em taxas de gravidez62 menores que 1%) ao utilizar letrozol durante o tratamento e por 20 dias (5x T½) após interromperem o tratamento com letrozol.
Infertilidade77
Estudos de fertilidade em ratos mostraram que letrozol tem efeitos adversos na fertilidade masculina e feminina em doses relevantes para o homem. A exposição de letrozol em ratos lactentes83 foi associado a um desempenho reprodutivo prejudicado da prole masculina com uma dose de letrozol tão baixa quanto 0,003mg/kg/dia. Não houveram efeitos sobre o desenvolvimento reprodutivo da prole feminina.
Num estudo de ratos jovens, a fertilidade diminuída em todas as doses (menor dose de 0,003g/kg/dia) foi acompanhada por hipertrofia85 da hipófise86, alterações testiculares que incluíram degeneração87 do epitélio88 tubular seminífero e atrofia89 do trato reprodutivo feminino. Com exceção do tamanho ósseo em fêmeas e alterações morfológicas nos testículos90, todos os efeitos foram pelo menos parcialmente reversíveis. Com base nos estudos em animais, letrozol pode prejudicar a fertilidade em machos de potencial reprodutivo.
Este medicamento pode causar doping
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
O letrozol é metabolizado principalmente no fígado91 e as enzimas do citocromo P450, CYP3A4 e CYP2A6 medeiam o clearance (depuração) metabólico do letrozol. Portanto, a eliminação sistêmica de letrozol pode ser influenciada por fármacos conhecidos por afetarem a CYP3A4 e CYP2A6. O metabolismo49 do letrozol parece ter uma afinidade baixa para a enzima38 CYP3A4, porque a enzima38 não pode ser saturada em concentrações de mais de 150 vezes superiores às observadas no plasma47 para letrozol no estado de equilíbrio em situação clínica típica.
Fármacos que podem aumentar as concentrações séricas de letrozol
Inibidores das atividades da CYP3A4 e CYP2A6 podem diminuir o metabolismo49 de letrozol e, assim, aumentar a concentração plásmatica de letrozol. A administração concomitante com medicamentos que inibem fortemente estas enzimas (inibidores fortes de CYP3A4: incluindo mas não limitado a cetoconazol, itraconazol, voriconazol, ritonavir, claritromicina e telitromicina; CYP2A6 (ex.: metoxisaleno) podem aumentar a exposição ao letrozol. Portanto, é recomendado precaução em pacientes para os quais os inibidores fortes de CYP3A4 e CYP2A6 são administrados.
Fármacos que podem diminuir as concentrações séricas de letrozol
Os indutores das atividades da CYP3A4 podem aumentar o metabolismo49 do letrozol e, assim, diminuir a concentração plasmática do letrozol. A administração concomitante de medicamentos que induzem a CYP3A4 (ex.: fenitoína, rifampicina, carbamazepina, fenobarbital e Erva de São João) pode reduzir a exposição ao letrozol. Portanto, é recomendado precaução em pacientes para os quais os indutores fortes de CYP3A4 são administrados. Nenhum medicamento indutor é conhecido para CYP2A6.
A coadministração de letrozol (2,5mg) e 20mg diárias de tamoxifeno resultou em uma redução nos níveis plasmáticos de letrozol em média de 38%. A experiência clínica na segunda-linha dos ensaios de câncer4 de mama5 indica que nem o efeito terapêutico do tratamento com letrozol e nem a ocorrência de reações adversas aumentam se letrozol for administrado imediatamente após o tamoxifeno. O mecanismo desta interação é desconhecido.
Fármacos que podem ter suas concentrações séricas sistêmicas alteradas pelo letrozol
In vitro, o letrozol inibe as isoenzimas do citocromo P450 CYP2A6 e, moderadamente, CYP2C19, mas a relevância clínica é desconhecida. Portanto, precaução é indicada quando da administração de letrozol concomitantemente com medicamentos cuja eliminação depende principalmente de CYP2C19 e cujo índice terapêutico é estreito (ex.: fenitoína, clopidogrel). Nenhum substrato com índice terapêutico estreito é conhecido para CYP2A6.
Estudos clínicos de interação com cimetidina (um conhecido inibidor não-específico de CYP2C19 e CYP34A e varfarina (substrato sensível para CYP2C9 com uma estreita janela terapêutica92 e comumente usado como comedicação em população-alvo do letrozol)) indicaram que a coadministração de letrozol com esses medicamentos não resultam em interações medicamentosas clinicamente significativas.
Uma revisão na base de dados de ensaios clínicos33 indicou nenhuma evidência de outras interações clinicamente relevantes com outros medicamentos comumente prescritos.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Conservar em temperatura ambiente (15–30°C). Prazo de validade: 36 meses.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas do produto
Ivevi® apresenta-se como comprimido revestido redondo, amarelo, biconvexo, liso em ambos os lados.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Modo de administração
O letrozol deve ser tomado por via oral, e pode ser tomado com ou sem alimentos porque os alimentos não têm efeito sobre a extensão da absorção.
Dose perdida
A dose perdida deve ser tomada assim que o paciente se lembrar. No entanto, se estiver quase na hora da dose seguinte, a dose perdida deve ser ignorada, e o paciente deve voltar ao seu esquema posológico regular. As doses não devem ser dobradas, pois com doses diárias acima da dose recomendada de 2,5mg, foi observado excesso de proporcionalidade da exposição sistêmica (vide “Propriedades farmacológicas”).
Posologia
População alvo geral
Adultos: A dose recomendada de letrozol é de 2,5mg uma vez ao dia. No tratamento adjuvante e adjuvante estendido, o tratamento com letrozol deve continuar por 5 anos ou até a recorrência10/recidiva93 da doença, ou o que ocorrer primeiro.
Em um grande estudo pivotal de letrozol versus tamoxifeno no tratamento adjuvante, nenhum benefício em eficácia e segurança foi obtido pela administração sequencial desses tratamentos comparados com letrozol administrado continuamente por 5 anos. Em pacientes com doença metastática94, o tratamento com letrozol deve continuar até que a progressão do tumor13 seja evidente. No cenário (pré-operatório) neoadjuvante, o tratamento com letrozol deve ser continuado durante 4 a 8 meses, a fim de estabelecer a redução ótima do tumor13. Se a resposta não for adequada, o tratamento com letrozol deve ser interrompido, a cirurgia marcada e/ou outras opções terapêuticas discutidas com o paciente.
População especial
Insuficiência hepática57: Nenhum ajuste de dose de letrozol é necessário para pacientes55 com insuficiência hepática57 leve a moderada (escore Child-Pugh A ou B). Dados insuficientes estão disponíveis para pacientes55 com insuficiência hepática57 grave, porém os pacientes com insuficiência hepática57 grave (escore Child-Pugh C) devem ser mantidos sob estreita supervisão (vide “Advertências e precauções” e “Farmacocinética”).
Insuficiência renal53: Nenhum ajuste de dose de letrozol é necessário para pacientes55 com insuficiência renal53 com clearance (depuração) de creatinina54 (CLcr)≥10mL/min. Dados insuficientes estão disponíveis nos casos de insuficiência renal53 com CLcr<10mL/min (vide “Advertências e precauções e “Farmacocinética”).
Pacientes pediátricos: O letrozol não é recomendado para uso em crianças e adolescentes. A segurança e eficácia de letrozol em crianças e adolescentes com idade até 17 anos não foram estabelecidas. Dados limitados estão disponíveis e nenhuma recomendação sobre posologia pode ser feita.
Pacientes geriátricos (65 anos ou mais): Nenhum ajuste de dose é necessário para pacientes55 idosos.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
REAÇÕES ADVERSAS
Resumo do perfil de segurança
O letrozol foi bem tolerado de forma geral em todos os estudos, tanto em primeira linha como em segunda linha no tratamento do câncer4 de mama5 avançado, bem como no tratamento adjuvante de câncer4 de mama5 inicial e no tratamento adjuvante estendido em mulheres que receberam terapia adjuvante prévia padrão com tamoxifeno. Aproximadamente um terço das pacientes tratadas com letrozol nos cenários metastático e neoadjuvante, aproximadamente 81% das pacientes no cenário adjuvante (tanto para os braços de letrozol e tamoxifeno), 87-88% dos pacientes nos braços de tratamento sequenciais, com uma duração mediana de tratamento de 60 meses, e aproximadamente 80% das pacientes no cenário adjuvante estendido (tanto para os braços de letrozol e placebo28, numa duração mediana de tratamento de 60 meses) apresentaram reações adversas. Geralmente, as reações adversas observadas são de natureza leve a moderada, sendo que muitas estão associadas à privação de estrógeno37.
Os relatos de reações adversas mais frequentes nos estudos clínicos foram: ondas de calor, artralgia95, náuseas96 e fadiga97.
Muitas das reações adversas podem ser atribuídas às consequências farmacológicas normais da privação de estrógeno37 (por ex. ondas de calor, alopécia98 e sangramento vaginal). As seguintes reações adversas ao medicamento, listadas na tabela 9, foram reportadas a partir de estudos clínicos e de experiências pós- comercialização com letrozol.
Tabela 9. Resumo tabulado das reações adversas ao medicamento a partir dos estudos clínicos e de experiência pós comercialização com letrozol
As reações adversas estão dispostas por ordem de frequência, onde as mais frequentes aparecem primeiro, usando a seguinte convenção: muito comum (≥10%), comum (≥1%, < 10%), incomum (≥0,1%, < 1%), rara (≥0,01%, <0,1%), muito rara (< 0,01%), não conhecidas (não podem se estimadas a partir dos dados disponíveis).
Tabela 9 – Reações adversas ao medicamento
Infecções99 e infestações
- Incomum: infecção100 do trato urinário101
Neoplasmas102 benignos, malignos e não especificados (incluindo cistos e pólipos103)
- Incomum: dor tumoral1
Distúrbios nos sistemas sanguíneo e linfático104
- Incomum: leucopenia105
Distúrbios no sistema imunológico106
- Desconhecida: reação anafilática107
- Distúrbios metabólicos e nutricionais
- Muito comum: hipercolesterolemia19
- Comuns: diminuição do apetite, aumento do apetite
Distúrbios psiquiátricos
- Comum: depressão
- Incomuns: ansiedade (incluindo nervosismo), irritabilidade
Distúrbios no sistema nervoso108
- Comuns: dor de cabeça66, tontura71, vertigem109
- Incomuns: sonolência, insônia, alterações de memória, disestesia110 (incluindo parestesia111, hipoestesia112), disgeusia113, acidente cerebrovascular, síndrome114 do túnel do carpo
Distúrbios oculares
- Incomuns: catarata115, irritação ocular, visão116 embaçada
Distúrbios cardíacos
- Comum: palpitações117
- Incomuns:, taquicardia118, eventos isquêmicos cardíacos (incluindo nova angina119 ou agravamento de angina119, angina119 exigindo cirurgia, infarto do miocárdio17 e isquemia120 do miocárdio121)
Distúrbios vasculares122
- Muito comum: onda de calor
- Comum: hipertensão123
- Incomum: tromboflebite124 (incluindo tromboflebite124 venosa superficial e profunda)
- Raras: embolia125 pulmonar, trombose126 arterial, infarto127 cerebral
Distúrbios respiratórios, torácicos e mediastinais
- Incomuns: dispneia128, tosse
Distúrbios gastrintestinais
- Comuns: náusea129, vômito130, dispepsia131, constipação132, diarreia133, dor abdominal
- Incomuns: estomatite134, boca135 seca
Distúrbios hepatobiliares136
- Incomuns: aumento das enzimas hepáticas137, hiperbilirrubina, icterícia138
- Muito rara: hepatite139
Distúrbios na pele e tecido subcutâneo140
- Muito comum: hiperhidrose
- Comuns: alopecia98, pele141 seca, erupção142 cutânea143 (rash144) (incluindo rash144 eritematoso145, maculopapular146, psoriaseforme e vesicular)
- Incomuns: prurido147, urticária148
- Desconhecidas: angioedema149, Necrólise Epidérmica Tóxica150, eritema multiforme151
Distúrbios músculo-esquelético e dos tecidos conjuntivos
- Muito comum: artralgia95
- Comuns: mialgia152, dor óssea, osteoporose16, fraturas ósseas, artrite153, dores nas costas154
- Desconhecida: dedo em gatilho
Distúrbios urinários e renais
- Incomum: polaciúria
Distúrbios do sistema reprodutivo e mamas155
- Comum: hemorragia vaginal156
- Incomuns: descarga vaginal, ressecamento vulvovaginal e dor nas mamas155
Distúrbios gerais e condições no local de administração
- Muito comum: fadiga97 (incluindo astenia157, mal-estar)
- Comum: edema82 periférico, dor torácica
- Incomuns: edema82 geral, pirexia158, ressecamento da mucosa159, sede
Laboratorial
- Comum: aumento de peso
- Incomum: diminuição de peso
Lesões160, envenenamento e complicações de procedimento
- Comum2: queda3
1 Reações adversas reportadas somente em presença de metástases9
2 Frequência determinada com base em dados do estudo FACE26
3 Em alguns casos, queda pode ser reportado como uma consequência de outros eventos adversos tais como tontura71 e vertigem109.
Descrição das reações adversas ao medicamento selecionadas
Reações adversas cardíacas
No tratamento adjuvante, em adição aos dados apresentados na tabela 5, os seguintes eventos adversos foram relatados para letrozol e tamoxifeno, respectivamente (duração mediana do tratamento de 5 anos): angina119 requerendo cirurgia (1,0% versus 1,0%); insuficiência cardíaca161 (1,1% versus 0,6%), hipertensão123 (5,6% versus 5,7%), Acidente Vascular Cerebral162 (AVC)/Ataque Isquêmico163 Transitório (AIT) (2,1% versus 1,9%).
No tratamento adjuvante estendido para letrozol (duração mediana do tratamento de 5 anos) e placebo28 (duração mediana de tratamento de 3 anos), respectivamente: angina119 requerendo cirurgia (0,8% versus 0,6%), nova angina119 ou agravamento da angina119 (1,4% versus 1,0 %); infarto do miocárdio17 (1,0% versus 0,7%); evento tromboembólico* (0,9% versus 0,3%); AVC/Ataque Isquêmico163 Transitório* (1,5% versus 0,8%) foram relatados.
Eventos marcados com * são estatisticamente significativamente diferentes nos dois braços de tratamento.
Reações adversas esqueléticas
Para dados esqueléticos de segurança no tratamento adjuvante, por favor, consulte a Tabela 5.
No tratamento adjuvante estendido, significativamente mais pacientes tratados com letrozol apresentaram fraturas ósseas ou osteoporose16 (10,4% fraturas ósseas e 12,2% osteoporose16) do que pacientes no braço placebo28 (5,8% e 6,4%, respectivamente). A duração mediana do tratamento foi 5 anos para letrozol, comparado com 3 anos para o placebo28.
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
SUPERDOSE
Casos isolados de superdose com letrozol foram relatados.
Não se conhece nenhum tratamento específico para superdose, o tratamento deve ser sintomático164 e de suporte.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
Reg. M.S. nº 1.7817.0888
Farm. Resp.: Luciana Lopes da Costa - CRF-GO nº 2.757
Registrado por:
Cosmed Indústria de Cosméticos e Medicamentos S.A.
Rua Bonnard (Green Valley I) nº 980, Bloco 12, Nível 3, Sala A - Alphaville Empresarial Barueri - SP - CEP 06465-134
C.N.P.J.: 61.082.426/0002-07
Fabricado por:
Intas Pharmaceuticals Ltd.
Plot nº 457, 458 - Matoda 382 210, Dist. Ahmedabad – Índia Mfg. Lic. No.: G/1339
Importado por:
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Av. Guido Caloi, 1985 - G.01 - Santo Amaro - São Paulo/SP
CNPJ: 64.171.697/0001-46
SAC 0800 97 99 900