

Amplictil (Comprimido) (Bula do profissional de saúde)
SANOFI-AVENTIS FARMACÊUTICA LTDA
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
AMPLICTIL®
cloridrato de clorpromazina
Comprimido 25 mg e 100 mg
APRESENTAÇÕES
Comprimidos revestidos 25 mg ou 100 mg
Embalagem com 20 comprimidos
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 2 ANOS
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido de AMPLICTIL 25 mg contém:
cloridrato de clorpromazina (equivalente a 25 mg de clorpromazina base) | 28 mg |
excipiente q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: amido de milho, sacarose, lactose1 monoidratada, dióxido de silício, estearato de magnésio, hipromelose, macrogol 20000, laca branca de óxido de titânio e corante amarelo crepúsculo FD&C n°6.
Cada comprimido revestido de AMPLICTIL 100 mg contém:
cloridrato de clorpromazina (equivalente a 100 mg de clorpromazina base) | 112 mg |
excipiente q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: amido de milho, sacarose, lactose1 monoidratada, dióxido de silício, estearato de magnésio, hipromelose, croscarmelose sódica, macrogol 20000, laca branca de óxido de titânio e corante amarelo crepúsculo FD&C n° 6.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSINAIS DE SAÚDE2
INDICAÇÕES
Este medicamento é destinado aos seguintes tratamentos:
- NEUROPSIQUIATRIA: quadros psiquiátricos agudos, ou então no controle de psicoses de longa evolução.
- CLÍNICA GERAL: manifestação de ansiedade e agitação, soluços incoercíveis, náuseas3 e vômitos4 e neurotoxicoses infantis; também pode ser associado aos barbitúricos no tratamento do tétano5.
- OBSTETRÍCIA: em analgesia obstétrica e no tratamento da eclampsia6.
AMPLICTIL também é indicado nos casos em que haja necessidade de uma ação neuroléptica, vagolítica, simpatolítica, sedativa ou antiemética.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Os usuários atuais de antipsicóticos atípicos e típicos (inclusive clorpromazina) apresentam um risco dose-depende semelhante de morte súbita cardíaca, de acordo com uma coorte7 retrospectiva de 93.300 adultos usuários de drogas antipsicóticas e 186.600 controles. O estudo incluiu pacientes com idade de 30 a 74 anos (média de 45,7 + / - 11,8 anos) com risco cardiovascular semelhante, na linha de base, e que tiveram pelo menos uma prescrição completa e 1 visita ambulatorial em cada um dos 2 anos anteriores. A morte súbita cardíaca foi definida como ocorrendo na comunidade, sendo excluídas as mortes de pacientes internados no hospital, as mortes não súbitas, as mortes por causas extrínsecas, ou causas não relacionadas as taquiarritmias8 ventriculares. Uso atual foi definido como o intervalo entre o momento em que a receita estava prescrita e o fim da dose oferecida no dia. Baixas e altas doses foram definidas como comparáveis a menos de 100 miligramas (mg) de clorpromazina, e as doses comparáveis a clorpromazina 300 mg ou mais, respectivamente.
A taxa ajustada de morte cardíaca súbita (taxa da razão de incidência9) em usuários atuais de antipsicóticos atípicos em 79.589 pessoas-ano foi 2,26 (95% CI, 1,88-2,72, p < 0,001) que foi similar ao risco em usuários atuais de antipsicóticos típicos em 86.735 pessoas / ano, que foi 1,99 (95% CI, 1,68-2,34, p <0,001). O risco de morte cardíaca súbita aumentou significativamente com o aumento da dose dos grupos de medicamentos antipsicóticos típicos e atípicos. No grupo em uso dos antipsicóticos típicos, o aumento na taxa de incidência9 passou de 1,31 (95% CI, 0,97 a 1,77) no uso de baixas doses para 2,42 (95% CI, 1,91 a 3,06) no grupo em uso de altas doses. Para limitar os efeitos confundidores dos resultados dos estudos, uma análise secundária foi realizada em uma coorte7 de pacientes com um score de maior propensão, os quais resultaram em um risco similar de morte súbita como análise primária desta coorte7. (Ray et al, 2009). Em um editorial da revista “The New England Journal of Medicine” foi sugerido que as drogas antipsicóticas continuaram a ser utilizadas em pacientes sem clara evidência de benefício, mas em populações vulneráveis com perfil de risco cardíaco (por exemplo, pacientes idosos), este risco foi uma justificativa idade-dependente para a necessidade de administração. Tem sido também sugerido (embora não testado formalmente) que ECGs sejam realizados logo antes e após o início da terapia antipsicótica para rastrear a existência ou surgimento de prolongamentos do intervalo QT (Schneeweiss & Avorn, 2009).
A clorpromazina é um antipsicótico de baixa potência com uma incidência9 moderada de efeitos anticolinérgicos e extrapiramidais e com uma alta incidência9 de sedação10 e efeitos cardiovasculares (Young & Koda-Kimble, 1988). Esta droga é também utilizada para tratar náuseas3 e vômitos4 secundários à quimioterapia11 antineoplásica (Saab & Shamseddine, 1988).
Evidências clínicas demonstram que todos os agentes neurolépticos12 usualmente comercializados têm equivalência terapêutica13 ao serem utilizadas doses adequadas. (Appleton, 1980). Quando um regime flexível de dosagem é utilizado para titulação com o objetivo de escolher o agente com máximo efeito, todos os neurolépticos12 irão demonstrar equivalência, estatística, na população em estudo. Entretanto, em um indivíduo em particular, um agente (medicamento) pode ser efetivo enquanto que outra medicação pode não ser efetiva para este mesmo paciente. As diferenças farmacocinéticas e farmacodinâmicas, como também as possíveis múltiplas etiologias de esquizofrenia14 nos pacientes, podem ser a explicação para a variação de resposta individual. (Young & Koda-Kimble, 1988). O uso prévio de medicação neuroléptica, pode ser um importante fator influenciador da decisão na escolha da droga a ser empregada. A resposta subjetiva aos neurolépticos12 pode também ser utilizada na decisão de um agente específico. Uma redução nos sintomas15 ou resposta positiva logo em seguida da primeira dose do neuroléptico16 irá aumentar a adesão do paciente ao tratamento de modo melhor que se o paciente tivesse uma experiência ruim logo após a primeira dose. (May,1978). O último fator na decisão sobre qual neuroléptico16 utilizar, está relacionado ao seu perfil de efeito adverso. Quase todos os agentes neurolépticos12 possuem efeitos adversos semelhantes; entretanto, a incidência9 geral de uma categoria particular de efeitos adversos varia entre as diferentes medicações desta mesma classe terapêutica13.
A clorpromazina é efetiva no tratamento dos casos agudos e crônicos de esquizofrenia14. (Clark et al, 1971; Kolivakis et al, 1974). A clorpromazina não parece ter desvantagens além das apresentadas pelos outros agentes neurolépticos12, mas pode ser efetiva em alguns pacientes que são não-responsivos a alguns destes medicamentos.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Farmacodinâmica
AMPLICTIL tem como princípio ativo a clorpromazina, que possui uma ação estabilizadora no sistema nervoso central17 e periférico e uma ação depressora seletiva sobre o SNC18, permitindo assim, o controle dos mais variados tipos de excitação. É, portanto, de grande valor no tratamento das perturbações mentais e emocionais. AMPLICTIL tem propriedades neurolépticas, vagolíticas, simpatolíticas, sedativas e antieméticas.
Farmacocinética
Absorção
AMPLICTIL é rapidamente absorvido por via oral e a sua biodisponibilidade relativa em relação à via intramuscular é em média de 50%.
Distribuição
A clorpromazina apresenta boa difusão em todos os tecidos, ligando-se fortemente às proteínas19 plasmáticas (90%). Tem meia-vida plasmática curta (algumas horas), mas a eliminação é lenta e prolongada (4 semanas ou mais). Observam-se variações individuais importantes nas concentrações plasmáticas.
Metabolismo20
A clorpromazina sofre o efeito de primeira passagem no trato gastrintestinal e intensa metabolização hepática21, com formação de metabólitos22 tanto ativos quanto inativos, com reciclagem êntero-hepática21.
Excreção
A excreção é feita através da urina23 e fezes, onde aparece principalmente sob a forma de metabólitos22.
CONTRAINDICAÇÕES
Absolutas
- Glaucoma24 de ângulo fechado.
- Em pacientes com risco de retenção urinária25, ligado à problemas uretroprostáticos.
- Uso concomitante com levodopa (vide item “6. Interações medicamentosas”).
Outras contraindicações de AMPLICTIL são: comas barbitúricos e etílicos; sensibilidade às fenotiazinas; doença cardiovascular grave; depressão severa do sistema nervoso central17.
Relativas
Além disso, constituem-se em contraindicações relativas do AMPLICTIL o uso concomitante com álcool, lítio e sultoprida (vide item “6 . Interações Medicamentosas”).
A relação risco-benefício deverá ser avaliada nos seguintes casos: discrasias sanguíneas; câncer26 da mama27; distúrbios hepáticos; doença de Parkinson28; distúrbios convulsivos; úlcera péptica29.
AMPLICTIL deverá ser administrado com cautela em pacientes idosos e/ou debilitados.
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes idosos que tenham retenção urinária25 por problemas de próstata30 ou uretra31.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Acidente vascular cerebral32: em estudos clínicos randomizados versus placebo33 realizados em uma população de pacientes idosos com demência34 e tratados com certas drogas antipsicóticas atípicas, foi observado um aumento de três vezes no risco de eventos cerebrovasculares. O mecanismo pelo qual ocorre este aumento de risco, não é conhecido. O aumento do risco com outras drogas antipsicóticas ou com outra população de pacientes não pode ser excluído. AMPLICTIL deve ser usado com cautela em pacientes com fatores de risco de acidentes vasculares35 cerebrais.
Em caso de hipertermia deve-se suspender o tratamento, pois este sinal36 pode ser um dos elementos da Síndrome37 Maligna (palidez, hipertermia e distúrbios vegetativos) que tem sido descrita com o uso de neurolépticos12.
Assim como com outros neurolépticos12, foram relatados casos raros de prolongamento do intervalo QT com a clorpromazina.
Neurolépticos12 fenotiazínicos podem potencializar o prolongamento do intervalo QT, o que aumenta o risco de ataque de arritmias38 ventriculares graves do tipo “torsades de pointes”, que é potencialmente fatal (morte súbita). O prolongamento QT é exacerbado, em particular, na presença de bradicardia39, hipopotassemia40 e prolongamento QT congênito41 ou adquirido (exemplo: fármacos indutores). Se a situação clínica permitir, avaliações médicas e laboratoriais devem ser realizadas para descartar possíveis fatores de risco antes do início do tratamento com um agente neuroléptico16 e conforme necessidade durante o tratamento.
Nos primeiros dias de tratamento, principalmente em hipertensos e hipotensos, é necessário que os pacientes se deitem durante meia hora em posição horizontal, sem travesseiro, logo após a tomada do medicamento.
A vigilância clínica e, eventualmente eletroencefalográfica, deve ser reforçada em pacientes epilépticos, devido à possibilidade de diminuição do limiar epileptógeno.
Recomenda-se evitar o tratamento prolongado, quando se tratar de mulheres que possam vir a engravidar. É desaconselhável o consumo de bebidas alcoólicas durante o tratamento.
AMPLICTIL também deve ser utilizado com prudência em pacientes parkinsonianos que necessitem de um tratamento neuroléptico16, em geral devido à sua idade avançada (hipotensão42 e sedação10), casos de afecção43 cardiovascular (hipotensão42) ou de insuficiência renal44 e hepática21 (risco de superdosagem).
Casos de tromboembolismo45 venoso, incluindo casos de embolismo46 pulmonar, algumas vezes fatal, foram reportados com medicamentos antipsicóticos. Portanto, AMPLICTIL deve ser utilizado com cautela em pacientes com fatores de riscos para tromboembolismo45 (vide item “9. Reações Adversas”).
Hiperglicemia47 ou intolerância à glicose48 foram relatadas em pacientes tratados com AMPLICTIL. Os pacientes com diagnóstico49 estabelecido de diabetes mellitus50 ou com fatores de risco para desenvolvimento de diabetes51 que iniciaram o tratamento com AMPLICTIL devem realizar monitoramento glicêmico apropriado durante o tratamento (vide item “9.Reações Adversas”).
Em tratamentos prolongados, é recomendável controle oftalmológico e hematológico regular.
Gravidez52 e lactação53
Estudos em animais por via oral demonstraram toxicidade54 reprodutiva (fetotoxicidade embrionária relacionada com a dose: aumento das reabsorções e mortes fetais). Aumento da incidência9 de malformações55 foi observado em camundongos, mas apenas em doses indutoras de mortalidade56 materna. Existem dados inadequados em animais sobre a toxicidade54 reprodutiva com clorpromazina injetável.
Dados de estudos epidemiológicos disponíveis em crianças expostas no útero57 com AMPLICTIL não podem excluir o risco de malformações55 congênitas58 e distúrbios do neurodesenvolvimento.
Portanto, o uso de AMPLICTIL não é recomendado durante a gravidez52 e em mulheres com potencial para engravidar que não usam métodos contraceptivos, a menos que os benefícios superem os riscos potenciais.
Não existem dados sobre a retenção cerebral fetal dos tratamentos neurolépticos12 prescritos durante a gestação. Consequentemente, o risco teratogênico59, se existente, parece pequeno. Parece razoável tentar limitar a duração dos tratamentos durante a gestação. Se possível, seria desejável diminuir as doses no final da gestação.
Categoria de risco na gravidez52: C. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Os seguintes efeitos adversos foram relatados (em experiência pós-comercialização) em recém-nascidos que foram expostos a fenotiazínicos durante o terceiro trimestre de gravidez52:
- diversos graus de desordens respiratórias variando de taquipneia60 a angústia respiratória, bradicardia39 e hipotonia61, sendo estes mais comuns quando outros medicamentos do tipo psicotrópicos62 ou antimuscarínicos forem coadministrados;
- sinais63 relacionados a propriedades atropínicas dos fenotiazínicos tais como íleo64 meconial, retardo da eliminação do mecônio65, dificuldades iniciais de alimentação, distensão abdominal, taquicardia66;
- desordens neurológicas tais como síndrome37 extrapiramidal incluindo tremor e hipertonia67, sonolência, agitação. Recomenda-se que o médico realize o monitoramento e o tratamento adequado dos recém-nascidos de mães tratadas com AMPLICTIL.
O aleitamento é desaconselhável, uma vez que a clorpromazina passa para o leite materno.
Fertilidade
Nos seres humanos, devido à interação com os receptores de dopamina68, a clorpromazina pode causar hiperprolactinemia, que pode ser associada a um comprometimento da fertilidade nas mulheres.
Populações especiais
Pacientes idosos com demência34: pacientes idosos com psicose69 relacionada à demência34 tratados com medicamentos antipsicóticos estão sob risco de morte aumentado. A análise de 17 ensaios placebo33-controlados (duração modal de 10 semanas), majoritariamente em pacientes utilizando medicamentos antipsicóticos atípicos, revelou um risco de morte entre 1,6 a 1,7 vezes maior em pacientes tratados com o medicamento do que em pacientes tratados com placebo33.
Durante o curso de um típico ensaio controlado por 10 semanas, a taxa de morte em pacientes tratados com o medicamento foi de aproximadamente 4,5%, comparado com a taxa de aproximadamente 2,6% no grupo placebo33.
Embora os casos de morte em ensaios clínicos70 com antipsicóticos atípicos sejam variados, a maioria das mortes parece ter ocorrido naturalmente por problemas cardiovasculares (exemplo: insuficiência cardíaca71, morte súbita) ou infecciosa (exemplo: pneumonia72). Estudos observacionais sugerem que, similarmente aos medicamentos antipsicóticos atípicos, o tratamento com medicamentos antipsicóticos convencionais pode aumentar a mortalidade56.
Não está clara a dimensão dos achados de mortalidade56 aumentada em estudos observacionais quando o medicamento antipsicótico é comparado a algumas características dos pacientes.
Hepatotoxicidade73 severa, resultando em algumas mortes, foram relatadas com a utilização da clorpromazina. Os pacientes devem ser orientados a relatar imediatamente, sinais63 como astenia74, anorexia75, náusea76, vômitos4, dor abdominal ou icterícia77 a um médico. Investigações incluindo avaliação clínica e biológica da função hepática21 devem ser realizadas imediatamente.
Não se recomenda o uso de AMPLICTIL em crianças com menos de 2 anos de idade.
Atenção diabéticos: AMPLICTIL comprimido revestido contém açúcar78. AMPLICTIL 25 mg contém 25 mg de sacarose e AMPLICTIL 100 mg contém 95 mg de sacarose.
Alterações na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
ASSOCIAÇÕES CONTRAINDICADAS
– Medicamento-medicamento:
- levodopa: antagonismo recíproco da levodopa e dos neurolépticos12. Em caso de síndrome37 extrapiramidal induzida pelos neurolépticos12, não tratar o paciente com levodopa (os receptores dopaminérgicos são bloqueados pelos neurolépticos12), mas utilizar um anticolinérgico.
- Nos parkinsonianos tratados pela levodopa, em caso de necessidade de tratamento por neurolépticos12, não é lógico continuar a terapia com levodopa, pois isso pode agravar as alterações psicóticas e a droga não pode agir sobre os receptores bloqueados pelos neurolépticos12.
ASSOCIAÇÕES DESACONSELHADAS
– Medicamento-medicamento:
- lítio: síndrome37 confusional, hipertonia67, hiper-reflexia provavelmente por causa do aumento rápido da litemia.
- sultoprida: risco aumentado de alterações do ritmo ventricular por adição dos efeitos eletrofisiológicos.
– Medicamento-substância química:
- álcool: os efeitos sedativos dos neurolépticos12 são acentuados pelo álcool. A alteração da vigilância pode se tornar perigosa na condução de veículos e operação de máquinas. Evitar o uso de bebidas alcoólicas e de medicamentos contendo álcool em sua composição.
ASSOCIAÇÕES QUE NECESSITAM DE CUIDADOS
– Medicamento-medicamento:
- antidiabéticos: em doses elevadas (100 mg/dia de clorpromazina) pode ocorrer elevação da glicemia79 (diminuição da liberação de insulina80). Alertar o paciente e reforçar a autovigilância sanguínea e urinária. Eventualmente, adaptar a posologia do antidiabético durante o tratamento com neurolépticos12 e depois da sua interrupção.
- gastrintestinais de ação tópica: (óxidos e hidróxidos de magnésio, de alumínio e de cálcio): diminuição da absorção gastrintestinal dos neurolépticos12 fenotiazínicos. Administrar os medicamentos gastrintestinais e neurolépticos12 com intervalo de mais de 2 horas entre eles.
- inibidores do CYP1A2: a administração de clorpromazina com inibidores CYP1A2, classificados como fortes (tal como ciprofloxacina, enoxacina, fluvoxamina, clinafloxacina, idrocilamida, oltipraz, ácido pipemídico, rofecoxibe, etintidina, zafirlucaste...) ou moderados (como metoxalen, mexiletina, contraceptivos orais, fenilpropanolamina, tiabendazol, vemurafenibe, zileutona...) conduz a um aumento das concentrações plasmáticas de clorpromazina. Com isto os pacientes podem estar sujeitos a qualquer uma das reações adversas dose-dependentes relacionadas à clorpromazina.
- Fenotiazínicos como a clorpromazina são potentes inibidores da CYP2D6. Existe uma possível interação farmacocinética entre inibidores da CYP2D6, tais como fenotiazinas, e substratos da CYP2D6. A co-administração com amitriptilina, um substrato da CYP2D6, pode levar a um aumento nos níveis plasmáticos da amitriptilina. Os pacientes devem ser monitorados com relação a reações adversas dose-dependente associadas com amitriptilina.
ASSOCIAÇÕES A SEREM CONSIDERADAS
– Medicamento-medicamento:
- anti-hipertensivos: efeito hipotensor e aumento do risco de hipotensão42 ortostática (efeito aditivo).
- atropina e outras substâncias atropínicas: antidepressivos imipramínicos, anti-histamínicos H1 sedativos, antiparkinsonianos anticolinérgicos, antiespasmódicos atropínicos, disopiramida: adição dos efeitos indesejáveis atropínicos, como retenção urinária25, obstipação81 intestinal, secura da boca82.
- outros depressores do sistema nervoso central17: antidepressivos sedativos, derivados morfínicos (analgésicos83 e antitussígenos), anti-histamínicos H1 sedativos, barbitúricos, ansiolíticos, clonidina e compostos semelhantes, hipnóticos, metadona e talidomida: aumento da depressão central. A alteração da vigilância pode se tornar perigosa na condução de veículos e operação de máquinas.
- guanetidina: inibição do efeito anti-hipertensivo da guanetidina (inibição da penetração da droga no seu local de ação, a fibra simpática).
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
AMPLICTIL deve ser mantido em sua embalagem original, em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade.
Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação. Número do lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas
AMPLICTIL comprimidos 25 mg: comprimido revestido, redondo, biconvexo, de cor laranja.
AMPLICTIL comprimidos 100 mg: comprimido revestido, redondo, biconvexo, de cor laranja.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
O paciente deve tomar os comprimidos com líquido, por via oral.
Uso em adultos: AMPLICTIL tem uma grande margem de segurança, podendo a dose variar desde 25 a 1600 mg ao dia, dependendo da necessidade do paciente. Deve-se iniciar o tratamento com doses baixas, 25 a 100 mg, repetindo de 3 a 4 vezes ao dia, se necessário, até atingir uma dose útil para o controle da sintomatologia no final de alguns dias (dose máxima de 2 g/dia). A maioria dos pacientes responde à dose diária de 0,5 a 1 g. Em pacientes idosos ou debilitados, doses mais baixas são geralmente suficientes para o controle dos sintomas15.
Uso em crianças (acima de 2 anos): deve-se usar o mesmo esquema já citado de aumento gradativo de dose, sendo preconizada84 uma dose inicial de 1 mg/kg/dia, dividida em 2 ou 3 tomadas. O total da dose diária não deve exceder 40 mg, em crianças abaixo de 5 anos, ou 75 mg, em crianças mais velhas.
Não há estudos dos efeitos de AMPLICTIL administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via oral.
Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.
REAÇÕES ADVERSAS
Observadas as recomendações acima citadas, AMPLICTIL apresenta boa tolerabilidade. Como reações adversas, o paciente pode apresentar:
Reação muito comum (> 1/10)
- Distúrbios do metabolismo20 e nutrição85: ganho de peso, às vezes, importante.
- Distúrbios do sistema nervoso86: sedação10, sonolência, síndrome37 extrapiramidal, que melhora com a administração de antiparkinsonianos anticolinérgicos, efeitos atropínicos.
- Distúrbios vasculares35: hipotensão42 ortostática.
- Distúrbios musculares: discinesias tardias que podem ser observadas, assim como para todos os neurolépticos12, durante tratamentos prolongados (nestes casos os antiparkinsonianos não agem ou podem piorar o quadro).
Reação comum (>1/100 e ≤ 1/10)
- Distúrbios do coração87: prolongamento do intervalo QT.
- Distúrbios do sistema nervoso86: convulsões.
- Distúrbios endócrinos: hiperprolactinemia e amenorreia88
- Distúrbios do metabolismo20 e nutrição85: intolerância à glicose48 (vide item “5. Advertências e Precauções”).
Reações cujas frequências são desconhecidas
- Distúrbios do coração87: Houve relatos isolados de morte súbita, com possíveis causas de origem cardíaca (vide item “5. Advertências e Precauções”), assim como casos inexplicáveis de morte súbita, em pacientes recebendo neurolépticos12 fenotiazínicos.
- Distúrbios endócrinos: galactorreia89 e ginecomastia90.
- Distúrbios do metabolismo20 e nutrição85: Hiperglicemia47 (vide item “5. Advertências e Precauções”), hipertrigliceridemia, hiponatremia91 e secreção inapropriada do hormônio92 antidiurético.
- Distúrbios do sistema nervoso86: efeitos atropínicos (retenção urinária25).
- Distúrbios gastrointestinais: colite93 isquêmica, obstrução intestinal, necrose94 gastrointestinal, colite93 necrosante95 (algumas vezes fatal), perfuração intestinal (algumas vezes fatal).
- Distúrbios da pele96 e tecidos subcutâneos: fotodermias e pigmentação da pele96, angioedema97 e urticária98.
- Distúrbios oculares: crises oculógiras e depósito pigmentar no segmento anterior do olho99.
- Distúrbios hepato-biliares: foi observada icterícia77 por ocasião de tratamentos com clorpromazina, porém, a relação com o produto é questionável. Casos de lesões100 hepatocelulares, lesão101 hepática21 mista e colestática, às vezes resultando em morte foram relatadas em pacientes tratados com clorpromazina.
- Distúrbios do sistema imunológico102: lúpus103 eritematoso104 sistêmico105 foi relatado muito raramente em pacientes tratados com clorpromazina. Em alguns casos, anticorpos106 antinucleares positivos podem ser encontrados sem evidência de doença clínica.
- Distúrbios do sangue107 e do sistema linfático108: excepcionalmente leucopenia109 ou agranulocitose110, e por isso é recomendado o controle hematológico nos 3 ou 4 primeiros meses de tratamento.
- Distúrbios do sistema reprodutivo: impotência111, frigidez. Em pacientes tratados com clorpromazina foi relatado raramente priapismo112.
- Distúrbios vasculares35: Casos de tromboembolismo45 venoso, incluindo casos de embolismo46 pulmonar venoso, algumas vezes fatal, e casos de trombose venosa profunda113, foram reportados com medicamentos antipsicóticos (vide item “5. Advertências e Precauções”).
- Distúrbios musculares: discinesias precoces (torcicolo114 espasmódico, trismo e etc., que melhoram com a administração de antiparkinsoniano anticolinérgico).
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
Os principais sintomas15 de intoxicação aguda por AMPLICTIL são: depressão do SNC18, hipotensão42, sintomas15 extrapiramidais e convulsões. Recomenda-se nestes casos lavagem gástrica115 precoce, evitando-se a indução do vômito116; administração de antiparkinsonianos para os sintomas15 extrapiramidais e estimulantes respiratórios (anfetamina, cafeína com benzoato de sódio), caso haja depressão respiratória.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA
MS 1.1300.0297
Farm. Resp. Silvia Regina Brollo
CRF-SP nº 9.815
Registrado por:
Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda.
Av. Mj. Sylvio de M. Padilha, 5200 – São Paulo – SP
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Fabricado por:
Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda.
Rua Conde Domingos Papaiz, 413 – Suzano – SP
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SAC 0800 703 0014
