

Olanzapina (Comprimido 5 mg) (Bula do profissional de saúde)
CRISTÁLIA PRODUTOS QUÍMICOS FARMACÊUTICOS LTDA.
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
olanzapina
Comprimido 5 mg
Medicamento genérico, Lei nº 9.787, de 1999
APRESENTAÇÕES
Comprimido revestido
Embalagens contendo 30 comprimidos
EXCLUSIVAMENTE PARA USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido de olanzapina 5 mg contém:
olanzapina | 5 mg |
excipiente q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: lactose1 monoidratada, celulose microcristalina, hipromelose, crospovidona, estearato de magnésio, copovidona, macrogol, dióxido de titânio e polissorbato 80.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE2
INDICAÇÕES
A olanzapina é indicada para o tratamento agudo3 e de manutenção da esquizofrenia4 e outras psicoses em adultos, nas quais sintomas5 positivos (ex.: delírios, alucinações6, alterações de pensamento, hostilidade e desconfiança) e/ou sintomas5 negativos (ex.: afeto diminuído, isolamento emocional/social e pobreza de linguagem) são proeminentes. A olanzapina alivia também os sintomas5 afetivos secundários, comumente associados com esquizofrenia4 e transtornos relacionados. A olanzapina é eficaz na manutenção da melhora clínica durante o tratamento contínuo nos pacientes adultos que responderam ao tratamento inicial.
A olanzapina é indicada, em monoterapia ou em combinação com lítio ou valproato, para o tratamento de episódios de mania aguda ou mistos do transtorno bipolar em pacientes adultos, com ou sem sintomas5 psicóticos e, com ou sem ciclagem rápida. A olanzapina é indicada para prolongar o tempo de eutimia e reduzir as taxas de recorrência7 dos episódios de mania, mistos ou depressivos no transtorno bipolar.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Esquizofrenia4
A eficácia da olanzapina oral no tratamento da esquizofrenia4 foi estabelecida em 2 estudos controlados de curto prazo (6 semanas) de pacientes internados que preenchiam os critérios do DSM III-R (Manual Diagnóstico8 e Estatístico de Transtornos Mentais) para esquizofrenia4. Em um dos dois estudos, o medicamento comparador em um dos braços foi o haloperidol, mas no estudo não foram comparadas todas as doses clinicamente relevantes para ambos.
Vários instrumentos foram usados para avaliar os sinais9 e sintomas5 psiquiátricos nesses estudos, entre eles a Escala Breve de Avaliação Psiquiátrica (BPRS), um questionário com múltiplos itens de psicopatologia geral, usado tradicionalmente para avaliar os efeitos do tratamento na esquizofrenia4. O fator de psicose10 da BPRS (desorganização conceitual, comportamento alucinatório, desconfiança e alteração do conteúdo do pensamento) é considerado um instrumento particularmente útil para avaliar os pacientes esquizofrênicos. Uma segunda avaliação tradicional, a Impressão Clínica Global (CGI), reflete a impressão de um observador hábil, completamente familiarizado com manifestações de esquizofrenia4, sobre o estado clínico geral do paciente. Além disso, mais duas escalas foram empregadas: a Escala das Síndromes Positiva e Negativa (PANSS), na qual estão enquadrados os 18 itens da BPRS e a Escala para Avaliação dos Sintomas5 Negativos (SANS). Os resumos de estudos clínicos apresentados abaixo focam nos seguintes parâmetros: PANSS total e/ou BPRS total; fator de psicose10 na BPRS; subescala negativa da PANSS ou SANS e gravidade da CGI. Os resultados dos estudos são os seguintes:
- Em um estudo clínico, placebo11-controlado, de 6 semanas (N= 149) envolvendo duas doses fixas de 1 e 10 mg/dia de olanzapina, a olanzapina 10 mg/dia (mas não a dose de 1 mg/dia), foi superior ao placebo11 na PANSS total (também na BPRS total extraída), no fator de psicose10 da BPRS, na subescala negativa da PANSS e na gravidade da CGI.
- Em um estudo clínico, placebo11-controlado de 6 semanas (N= 253), envolvendo 3 intervalos de doses fixas (5,0 + 2,5 mg/dia; 10,0 + 2,5 mg/dia e 15,0 + 2,5 mg/dia), os grupos de dose mais alta de olanzapina (doses médias efetivas de 12 e 16 mg/dia, respectivamente) foram superiores ao placebo11 no resultado da BPRS total, fator de psicose10 da BPRS e no resultado de gravidade da CGI. O grupo de dose mais alta de olanzapina foi superior ao placebo11 na SANS. Não houve vantagem evidente para o grupo de dose alta sobre o grupo de dose média.
- Em um estudo de longo prazo com pacientes adultos ambulatoriais que reuniam predominantemente os critérios do DSM-IV para esquizofrenia4 e que permaneceram estáveis durante o tratamento aberto com a olanzapina por pelo menos 8 semanas, 326 pacientes foram randomizados para continuar com as doses de olanzapina (intervalo de 10 a 20 mg/dia) ou com placebo11. O período de acompanhamento para observar os pacientes quanto à recidiva12, definida como o aumento dos sintomas5 positivos na BPRS ou hospitalização, foi planejado para 12 meses. Contudo, ocorreu a interrupção antecipada do estudo devido a um excesso das recidivas13 com o placebo11, comparadas às recidivas13 com a olanzapina. A olanzapina foi superior ao placebo11 no período para recidiva12, o principal desfecho clínico avaliado neste estudo. Portanto, a olanzapina foi mais efetiva que o placebo11 na manutenção da eficácia em pacientes estabilizados por aproximadamente 8 semanas e seguidos por um período de observação de até 8 meses.
O exame dos grupos de população (raça e sexo) não revelou qualquer resposta diferencial com base nesses subgrupos.
Mania (mania pura ou mista)
Monoterapia: A eficácia da olanzapina oral no tratamento dos episódios maníacos agudos ou mistos foi estabelecida em dois estudos de curto prazo (um de 3 semanas e um de 4 semanas), placebo11-controlados em pacientes que reuniram os critérios para Transtorno Bipolar tipo I com episódios maníacos ou mistos. Estes estudos incluíram pacientes com ou sem sintomas5 psicóticos e com ou sem ciclagem rápida.
O instrumento primário usado para avaliar os sintomas5 maníacos foi a Escala de Mania Young(Y-MRS), uma escala de 11 itens preenchida pelo médico, tradicionalmente usada para avaliar o grau de sintomatologia maníaca (irritabilidade, comportamento agressivo/disruptivo, sono, elevação do humor, fala elevada, atividade aumentada, aumento da libido14, transtorno da fala/pensamento, conteúdo de pensamento, aparência e discernimento) em uma escala de 0 (sem características de mania) a 60 (pontuação máxima). O principal desfecho clínico destes estudos foi a redução da pontuação da Y-MRS ao longo dos estudos. Os resultados desses estudos são os seguintes:
- No estudo placebo11-controlado de 3 semanas (N= 67) que envolveu um intervalo de dose de olanzapina (5-20 mg/dia, iniciando com 10 mg/dia), a olanzapina foi superior ao placebo11 na redução da pontuação total da Y-MRS.
- Em um estudo placebo11-controlado de 4 semanas (N= 115) que envolveu um intervalo de dose de olanzapina (5-20 mg/dia, iniciando a 15 mg/dia), a olanzapina foi superior ao placebo11 na redução da pontuação total da Y-MRS.
- En outro estudo, 361 pacientes que preenchiam os critérios do DSM-IV para mania ou episódio misto de transtorno bipolar e que apresentaram resposta clínica à olanzapina de 5 a 20 mg/dia na fase inicial aberta do tratamento (duração média aproximada de duas semanas), foram randomizados para continuar o tratamento com olanzapina na mesma dose (N= 225) ou para realizar o tratamento com placebo11 (N= 136), com o objetivo de observar as taxas de recaída dos pacientes.
Na fase duplo-cego do estudo, aproximadamente 50% dos pacientes do grupo recebendo olanzapina interromperam o tratamento até o 59º dia e 50% dos pacientes tratados com placebo11 interromperam o tratamento até o 23º dia. As respostas durante a fase aberta foram definidas como uma diminuição da pontuação total da escala Y-MRS < 12 e da escala de Hamilton de Avaliação da Depressão (HAM-D 21) ≤ 8. As recaídas durante a fase duplo-cego foram definidas como um aumento da pontuação das escalas Y- MRS ou HAM-D 21 ≥ 15, ou a hospitalização em caso de mania ou depressão. Na fase randomizada, os pacientes que continuaram recebendo olanzapina apresentaram um significativo aumento no tempo do aparecimento de uma recaída.
Terapia em combinação com lítio e valproato: A eficácia do uso de olanzapina oral concomitantemente com lítio ou valproato no tratamento dos episódios maníacos agudos foi estabelecida em dois estudos controlados em pacientes que preenchiam os critérios do DSM-IV para Transtorno Bipolar tipo I com episódios maníacos ou mistos. Esses estudos incluíram pacientes com ou sem sintomas5 psicóticos e com ou sem curso de ciclagem rápida. Os resultados desses estudos são os seguintes:
- Em um estudo de combinação, placebo11-controlado de 6 semanas, 175 pacientes ambulatoriais sob tratamento com lítio ou valproato, inadequadamente controlados com relação aos sintomas5 maníacos ou mistos, foram randomizados para receber olanzapina ou placebo11, em combinação com sua terapia original. A olanzapina (em um intervalo de dose de 5-20 mg/dia, iniciando a 10 mg/dia) combinada com lítio ou valproato (em um intervalo terapêutico de 0,6 mEq/L a 1,2 mEq/L ou 50 mcg/mL a 125 mcg/mL, respectivamente) foi superior ao lítio ou valproato isolados na redução da pontuação total da Y-MRS.
- Em um segundo estudo de combinação, placebo11-controlado de 6 semanas, 169 pacientes ambulatoriais sob tratamento com lítio ou valproato, inadequadamente controlados com relação aos sintomas5 maníacos ou mistos (Y-MRS > 16), foram randomizados para receber olanzapina ou placebo11, em combinação com o seu tratamento original. A olanzapina (em intervalo de dose de 5-20 mg/dia, iniciando a 10 mg/dia) combinada com lítio ou valproato (em intervalo terapêutico de 6,0 mEq/L a 1,2 mEq/L ou 50 mcg/mL a 125 mcg/mL, respectivamente) foi superior ao lítio ou valproato isolados na redução da pontuação total da Y-MRS.
Prevenção de recorrência7 no transtorno bipolar
A eficácia e a segurança da olanzapina na prevenção da recorrência7 no transtorno bipolar foram investigadas em quatro estudos randomizados, duplo- cegos e controlados. Em cada estudo, a olanzapina foi administrada por via oral, na forma de comprimidos ou cápsulas, em dose de 5 a 20 mg/dia. As doses de lítio (300 a 1.800 mg/dia) e de valproato (500 a 2.500 mg/dia) foram ajustadas para manter níveis terapêuticos plasmáticos seguros.
O primeiro estudo procurou estabelecer a não inferioridade da olanzapina versus lítio em termos de incidência15 da recorrência7 sintomática16 para pacientes17 em remissão sintomática16 de mania e depressão.
Pela definição de recorrência7 (incluindo hospitalização), os pacientes tratados com olanzapina tiveram uma incidência15 estatisticamente inferior de recorrência7 bipolar (31,3% versus 42,5%; p = 0,02) e de recorrência7 de mania (13,8% versus 26,6%; p = 0,001), quando comparados aos pacientes tratados com lítio. Os pacientes tratados com olanzapina também demonstraram um período estatisticamente mais longo até a recorrência7 de transtorno bipolar ou mania do que os pacientes tratados com lítio. Além disso, a olanzapina foi tão eficaz quanto o lítio em prolongar o período de uma recorrência7 depressiva. A taxa de recorrência7 e o período até sua ocorrência foram estatisticamente mais favoráveis para os pacientes tratados com olanzapina do que para os pacientes tratados com lítio.
O segundo estudo, de 47 semanas, procurou estabelecer a superioridade da olanzapina versus placebo11 em termos do tempo até a recorrência7 sintomática16 para pacientes17 em remissão sintomática16 de mania e depressão. Esse estudo mostrou que o tempo até uma recorrência7 para mania ou depressão foi estatisticamente maior para a olanzapina do que para o placebo11 (174 dias para olanzapina e 22 dias para placebo11). Os pacientes tratados com olanzapina tiveram taxas estatisticamente menores de recorrência7 para mania (16,4%) quando comparada ao placebo11 (41,2%), e para depressão (34,7% para olanzapina versus 47,8% para o placebo11).
O terceiro estudo procurou estabelecer a superioridade da olanzapina mais um estabilizador do humor (lítio ou valproato) versus placebo11 mais um estabilizador do humor em termos do tempo até a recorrência7 sindrômica para pacientes17 em remissão sindrômica de mania e depressão. Para as análises usando a definição comum de recorrência7 sintomática16, a incidência15 de recorrência7 de mania isolada foi estatisticamente menor para o grupo de tratamento com olanzapina mais estabilizador do humor do que para o grupo de tratamento com placebo11 mais estabilizador do humor. Esses dados demonstram a utilidade da olanzapina não apenas como monoterapia, mas também em combinação com lítio ou valproato, para tratamento de prevenção da recorrência7 no transtorno bipolar.
O quarto estudo, duplo-cego, randomizado18, de 47 semanas, comparou a olanzapina ao divalproato. Nesse estudo, a olanzapina mostrou-se estatisticamente mais eficaz que o divalproato em reduzir a sintomatologia maníaca (p = 0,002). Além disso, o tempo até a remissão sintomática16 de mania foi significativamente menor para a olanzapina que para o divalproato (14 dias para a olanzapina e 62 dias para o divalproato; p = 0,047).
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Descrição: A olanzapina é uma droga antipsicótica atípica que pertence à classe das tienobenzodiazepinas. A designação química é 2-metil-4-(4- metil-1-piperazinil)-10H-tieno[2,3-b] [1,5]benzodiazepina.
A fórmula molecular da olanzapina é C17H20N4S e tem um peso molecular de 312,44. Apresenta-se como um sólido cristalino19 amarelo, que é praticamente insolúvel em água.
Propriedades Farmacológicas
Farmacodinâmica: A olanzapina é uma droga antipsicótica com perfil farmacológico amplo, através da ação em vários sistemas de receptores. Em estudos pré-clínicos, a olanzapina demonstrou afinidade pelos receptores de serotonina 5HT2A/C, 5HT3, 5HT6; dopamina20 D1, D2, D3, D4, D5; muscarínicos M1-5; α1-adrenérgico21 e histamina22 H1. Os estudos de comportamento em animais dos efeitos da olanzapina indicaram antagonismo aos receptores 5HT, dopaminérgicos e colinérgicos, consistente com o perfil de ligação a esses receptores. A olanzapina demonstrou maior afinidade in vitro ao receptor da serotonina 5HT2, bem como maior atividade in vivo, comparada à afinidade e atividade para o receptor da dopamina20 D2.
Os estudos eletrofisiológicos demonstraram que a olanzapina reduziu seletivamente a ativação dos neurônios23 dopaminérgicos mesolímbicos (A10), enquanto demonstrou pouco efeito sobre as vias estriatais (A9) envolvidas na função motora. A olanzapina reduziu uma resposta condicionada de aversão, que é um teste indicativo de atividade antipsicótica, em doses abaixo das que produzem catalepsia, que é um efeito indicativo de efeitos motores adversos. Ao contrário de outras drogas antipsicóticas, a olanzapina aumenta a resposta em um teste “ansiolítico”.
Em dois de dois estudos controlados com placebo11 e em dois de três estudos controlados comparativos, com mais de 2900 pacientes esquizofrênicos com sintomas5 positivos e negativos, a olanzapina foi associada a melhoras significativamente maiores tanto nos sintomas5 negativos como nos positivos.
Farmacocinética: A olanzapina é bem absorvida após administração oral, atingindo concentrações plasmáticas máximas em de 5 a 8 horas. A absorção não é afetada por alimentos. As concentrações plasmáticas de olanzapina foram lineares e proporcionais à dose em estudos clínicos nas doses de 1 a 20 mg.
A olanzapina é metabolizada no fígado24 pelas vias conjugativa e oxidativa. O maior metabólito25 circulante é o 10- N-glucuronida, que em teoria não ultrapassa a barreira hematoencefálica. As isoenzimas CYP1A2 e CYP2D6 do citocromo P450 contribuem para a formação dos metabólitos26 N- desmetil e 2-hidroximetil, ambos exibindo significativamente menor atividade farmacológica in vivo do que a olanzapina em estudos animais. A atividade farmacológica predominante é a da olanzapina original.
Embora o tabagismo, sexo e, em menor extensão, idade possam afetar o clearance e a meia-vida da olanzapina, a magnitude do impacto desses fatores isolados é pequena em comparação com a variabilidade geral entre indivíduos.
A ligação da olanzapina às proteínas27 plasmáticas foi cerca de 93% em uma faixa de concentração de 7 a 1.000 ng/mL. A olanzapina está ligada predominantemente à albumina28 e à α1-glicoproteína ácida.
Após administração oral a indivíduos sadios, a meia-vida média de eliminação da olanzapina foi de 33 horas (21 a 54 h para o 5º a 95º percentil) e o clearance plasmático médio foi de 26 L/h (12 a 47 L/h para o 5º a 95º percentil). A farmacocinética da olanzapina variou em função do tabagismo, da idade e do sexo, conforme tabela abaixo:
Características do paciente |
Meia-vida (horas) |
Clearance plasmático (L/h) |
Não fumante |
38,6 |
18,6 |
Fumante |
30,4 |
27,7 |
Mulheres |
36,7 |
18,9 |
Homens |
32,3 |
27,3 |
Idosos (65 anos ou mais) |
51,8 |
17,5 |
Não idosos |
33,8 |
18,2 |
Não houve diferença significante na meia-vida média de eliminação ou no clearance da olanzapina em pacientes com insuficiência renal29 grave, comparando-se aos pacientes com função renal30 normal. Aproximadamente 57% da olanzapina radioativamente marcada é excretada na urina31, principalmente como metabólitos26.
Indivíduos fumantes com disfunção hepática32 leve apresentaram diminuição do clearance comparado aos indivíduos não fumantes e sem disfunção hepática32.
Em um estudo com indivíduos caucasianos, japoneses e chineses, não houve diferenças entre os parâmetros farmacocinéticos da olanzapina entre as três populações. O estado da isoenzima CYP2D6 do citocromo P450 não afeta o metabolismo33 da olanzapina.
CONTRAINDICAÇÕES
A olanzapina é contraindicada em pacientes com hipersensibilidade conhecida a qualquer um dos componentes da formulação do medicamento.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Síndrome34 neuroléptica maligna (SNM): a SNM é um conjunto de sintomas5 complexos e potencialmente fatais, associada com medicamentos antipsicóticos, incluindo a olanzapina. As manifestações clínicas da SNM são: hiperpirexia, rigidez muscular, estado mental alterado e evidência de instabilidade autonômica (pulso ou pressão arterial35 irregular, taquicardia36, diaforese37 e arritmia38 cardíaca). Sinais9 adicionais podem incluir: elevação da creatinofosfoquinase, mioglobinúria (rabdomiólise39) e insuficiência renal29 aguda. As manifestações clínicas de SNM ou presença inexplicada de febre40 alta sem manifestações clínicas de SNM requerem a descontinuação de todas as drogas antipsicóticas, incluindo a olanzapina.
Discinesia tardia41: em estudos comparativos com haloperidol por mais de 6 semanas, a olanzapina foi associada a uma incidência15 menor, mas estatisticamente significativa, de discinesia proveniente do tratamento. Contudo, como o risco de discinesia tardia41 aumenta com a exposição a longo prazo às medicações antipsicóticas, deve-se considerar a redução da dose ou a interrupção da droga se sinais9 ou sintomas5 de discinesia tardia41 aparecerem. Esses sintomas5 podem piorar temporariamente ou aparecerem após a interrupção do tratamento.
Síndrome34 DRESS (Reação à droga com eosinofilia42 e sintomas5 sistêmicos43): a síndrome34 tem sido relatada com exposição à olanzapina, consistindo de uma combinação de três ou mais dos seguintes eventos: reação cutânea44 (por exemplo, rash45 cutâneo46 ou dermatite47 esfoliativa), eosinifilia, febre40, linfadenopatia e uma ou mais complicações sistêmicas, tais como hepatite48, nefrite49, pneumonite50, miocardite51 e pericardite52. Em caso de suspeita de DRESS, descontinuar o tratamento com a olanzapina.
Provas de função hepática32: ocasionalmente, têm sido observadas, especialmente na fase inicial do tratamento, elevações assintomáticas e transitórias das transaminases hepáticas53 TGP e TGO. Raros casos de hepatite48 foram relatados no período pós-comercialização, bem como casos muito raros de insuficiência hepática54 mista ou colestática.
Hiperglicemia55 e diabetes mellitus56: em pacientes com esquizofrenia4, ocorre aumento na prevalência57 de diabetes58. Assim como com outros antipsicóticos, alguns sintomas5 como hiperglicemia55, diabetes58, exacerbação de diabetes58 preexistente, cetoacidose e coma59 diabético foram relatados. Recomenda-se monitoramento clínico apropriado em todos os pacientes, particularmente em pacientes com diabetes58 e que apresentam fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes58 (vide Reações Adversas).
Alterações dos lipídios: em estudos clínicos placebo11-controlados, alterações indesejáveis dos lipídios foram observadas em pacientes tratados com olanzapina. Elevações significantes e, às vezes, muito altas (> 500 mg/dL60) dos níveis de triglicérides61 foram observadas com o uso da olanzapina. Aumentos médios moderados do colesterol62 total também foram observados com o uso da olanzapina. Portanto, recomenda-se monitoramento clínico adequado (vide Reações Adversas).
Morte cardíaca: em um estudo retrospectivo63 observacional, pacientes tratados com antipsicóticos atípicos (incluindo olanzapina) ou antipsicóticos típicos tiveram aumento semelhante, dose-relacionada, de morte súbita cardíaca presumida (MSC), comparado com os não usuários de antipsicóticos (aproximadamente duas vezes o risco do que para não usuários).
Em dados pós-comercialização relatados com olanzapina, o evento MSC foi muito raramente relatado.
Eventos adversos cerebrovasculares (EAC), incluindo acidente vascular cerebral64, em pacientes idosos com demência65: eventos adversos cerebrovasculares (exemplo: acidente vascular cerebral64 e ataque isquêmico66 transitório), incluindo morte, foram relatados em estudos com pacientes idosos com psicose10 associada à demência65. Em estudos placebo11-controlados, houve uma maior incidência15 de EAC em pacientes tratados com olanzapina comparados aos pacientes tratados com placebo11 (1,3% versus 0,4%, respectivamente). Todos os pacientes que apresentaram eventos cerebrovasculares tinham fatores de risco preexistentes conhecidos relacionados ao risco elevado de EAC (exemplo: histórico de EAC ou ataque isquêmico66 transitório, hipertensão67 e tabagismo) e apresentaram condições médicas concomitantes e/ou medicamentos concomitantes tendo associação temporal com os EAC.
A olanzapina não está aprovada para o tratamento de pacientes com psicose10 associada à demência65.
Convulsões: a olanzapina deve ser usada cuidadosamente em pacientes com histórico de convulsão68 ou que estão sujeitos a fatores que possam diminuir o limiar convulsivo. Convulsões foram raramente relatadas em tais pacientes, quando tratados com olanzapina.
Atividade anticolinérgica: a experiência durante os estudos clínicos mostrou baixa incidência15 de eventos anticolinérgicos. Contudo, como a experiência clínica com olanzapina em pacientes com doença concomitante é limitada, devem ser tomadas precauções quando for prescrita a pacientes com hipertrofia69 prostática, íleo paralítico70, glaucoma71 de ângulo estreito ou condições relacionadas clinicamente significativas.
Antagonismo dopaminérgico: a olanzapina exibe antagonismo à dopamina20 in vitro, e, em teoria, pode antagonizar os efeitos da levodopa e dos agonistas da dopamina20, assim como outras drogas antipsicóticas.
Atividade geral no sistema nervoso central72 (SNC73): devido aos efeitos primários da olanzapina serem no SNC73, deve-se tomar cuidado adicional quando for administrada em combinação com outras drogas que atuem centralmente, incluindo o álcool.
Efeitos cardiovasculares: as comparações entre os grupos olanzapina/placebo11, provenientes dos resultados agrupados de estudos clínicos placebo11- controlados, mostraram que não há diferenças estatisticamente significantes na proporção de pacientes recebendo olanzapina/placebo11 que apresentaram alterações potencialmente importantes nos parâmetros do eletrocardiograma74 (ECG), incluindo os intervalos QT, QTC (correção Fridericia) e PR. O uso de olanzapina foi associado a um aumento médio na frequência cardíaca (adulto: mais de 2,4 batimentos por minuto, comparado com nenhuma alteração entre os pacientes que utilizaram placebo11). Esta pequena tendência à taquicardia36 pode estar relacionada ao potencial da olanzapina em induzir alterações ortostáticas.
Hipotensão75 ortostática: a olanzapina pode induzir hipotensão75 ortostática associada a vertigem76, taquicardia36, bradicardia77 e em alguns pacientes, síncope78, especialmente durante o período inicial de titulação da dose, provavelmente refletindo suas propriedades de antagonista79 α-1 adrenérgico21. Os riscos de hipotensão75 ortostática e síncope78 podem ser minimizados ao se adotar uma terapia inicial com 5 mg de olanzapina administrada uma vez ao dia. Se ocorrer hipotensão75, uma titulação mais gradual para a dose-alvo deve ser considerada.
Uso em idosos e outros grupos de risco
Pacientes com acometimento hepático de diversas naturezas: devem ser tomadas precauções em pacientes com TGP e/ou TGO elevadas, com sinais9 e sintomas5 de insuficiência hepática54, com doenças pré-existentes associadas com reserva funcional hepática32 limitada e, em pacientes que estejam sendo tratados com medicamentos potencialmente hepatotóxicos. No caso de elevação da TGP e/ou TGO durante o tratamento, é necessário acompanhamento cuidadoso e deve-se considerar a redução da dose.
Pacientes com acometimento hematológico de diversas naturezas: como com outras drogas antipsicóticas, deve-se tomar cuidado quando usar olanzapina nos seguintes tipos de pacientes:
- aqueles que, por qualquer razão, tomam contagens baixas de leucócitos80 e/ou neutrófilos81;
- com história de depressão/toxicidade82 da medula óssea83 induzida por drogas;
- com depressão da medula óssea83 causada por doença concomitante, radioterapia84 ou quimioterapia85 e;
- com de hipereosinofilia86 ou com doença mieloproliferativa.
Uso geriátrico: dos 2.500 pacientes que participaram dos estudos clínicos com olanzapina pré-comercialização, 11% (263) tinham 65 anos ou mais. Em pacientes esquizofrênicos, não há indícios de diferença de tolerabilidade à olanzapina entre pacientes idosos e jovens. Os pacientes idosos com psicose10 relacionada à demência65, tratados com olanzapina têm um risco aumentado de morte quando comparado com o placebo11. Em um estudo clínico placebo11- controlado com pacientes com psicose10 relacionada à demência65, houve uma maior incidência15 de eventos adversos cerebrovasculares (ex.: acidente vascular cerebral64 e ataque isquêmico66 transitório) nos pacientes tratados com olanzapina comparado com os tratados com placebo11. A olanzapina não está aprovada para o tratamento de pacientes com psicose10 relacionada à demência65. Também, na presença de fatores que possam diminuir o clearance farmacocinético ou aumentar a resposta farmacodinâmica à olanzapina, deve-se levar em consideração uma dose inicial mais baixa para os pacientes idosos.
Segurança em pacientes idosos com psicose10 associada à demência65: em pacientes idosos, com psicose10 associada à demência65, não foi estabelecida a eficácia da olanzapina. Em estudos clínicos placebo11-controlados em pacientes idosos com psicose10 associada à demência65, a incidência15 de morte foi significativamente maior nos pacientes tratados com a olanzapina em comparação com os pacientes tratados com placebo11 (3,5% versus 1,5%, respectivamente). Os fatores de risco que podem predispor ao aumento da mortalidade87 nestes pacientes, quando tratados com olanzapina, incluem: faixa etária > 80 anos, sedação88, uso concomitante de benzodiazepínicos ou presença de condições respiratórias (ex.: pneumonia89, com ou sem aspiração).
Este medicamento contém LACTOSE1.
Carcinogênese, mutagênese, danos à fertilidade e toxicidade82 animal: baseando-se nos resultados de estudos em ratos e camundongos, conclui-se que a olanzapina não é carcinogênica. Achados significantes em estudos de oncogenicidade foram limitados aa um aumento na incidência15 de adenocarcinomas mamários em ratas e fêmeas de camundongo. Esse é um achado comum em roedores tratados com agentes que aumentam a secreção de prolactina90 e não tem significância direta para humanos.
A olanzapina não foi mutagênica em uma extensa bateria de testes padrão, que incluíram testes de mutação91 bacteriana e testes in vitro e in vivo em mamíferos.
Nos estudos em animais, a olanzapina não apresentou efeitos teratogênicos92. A sedação88 afetou o desempenho no acasalamento dos ratos machos. Os ciclos estrais foram afetados com doses de 1,1 mg/Kg (3 vezes a dose máxima humana) e os parâmetros de reprodução93 foram influenciados em ratos que receberam 3 mg/Kg (9 vezes a dose máxima humana). Na ninhada de ratos que receberam olanzapina, foram observados atrasos no desenvolvimento fetal e diminuições transitórias nos níveis de atividade da prole.
Em estudos animais com olanzapina, os principais achados hematológicos foram citopenias periféricas reversíveis em cães que receberam altas doses de olanzapina (24 a 30 vezes a dose diária máxima humana), diminuições dose- relacionadas nos linfócitos e neutrófilos81 em camundongos e linfopenia secundária a um estado nutricional comprometido em ratos. Poucos cães tratados com doses 24 a 30 vezes a dose diária máxima humana desenvolveram neutropenia94 reversível ou anemia hemolítica95 reversível entre 1 e 10 meses de tratamento. Efeitos nos parâmetros hematológicos em cada espécie envolveram células sanguíneas96 circulantes e nenhuma evidência de citotoxicidade da medula óssea83 foi encontrada em todas as espécies estudadas.
Gravidez97 e Lactação98
Gravidez97: Categoria C não há estudos adequados e bem controlados com olanzapina em mulheres grávidas. As pacientes devem ser avisadas para notificar seu médico se ficarem grávidas ou se pretenderem engravidar durante o tratamento com olanzapina. Dado que a experiência em humanos é limitada, a olanzapina deve deve ser usada na gravidez97 somente se os benefícios possíveis justificarem os riscos potenciais para o feto99.
Lactação98: em um estudo em mulheres saudáveis e lactantes100, a olanzapina foi excretada no leite materno. A média de exposição infantil (mg/Kg) no estado de equilíbrio foi estimada ser 1,8% da dose materna de olanzapina (mg/Kg). As pacientes devem ser aconselhadas a não amamentarem no caso de estar recebendo olanzapina.
Este medicamento não deve ser usado por mulheres grávidas ou amamentando sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir e utilizar máquinas
Devido ao fato de a olanzapina poder causar sonolência, os pacientes devem ser alertados quando operarem máquinas, incluindo veículos motorizados, enquanto estiverem em tratamento com olanzapina.
Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Potencial de interação de outras drogas sobre a olanzapina: o metabolismo33 da olanzapina pode ser afetado pelos inibidores ou indutores das isoenzimas do citocromo P450, especificamente a atividade do CYP1A2. O clearance da olanzapina foi aumentado pelo tabagismo e coadministração de carbamazepina.
Tabagismo e carbamazepina induzem a atividade do CYP1A2. Inibidores da atividade do CYP1A2 podem diminuir o clearance da olanzapina. A olanzapina não é um potente inibidor da atividade do CYP1A2. A farmacocinética da teofilina, uma droga principalmente metabolizada pelo CYP1A2, não é alterada pela olanzapina.
Também foram estudados os efeitos de drogas que provavelmente alterariam a absorção da olanzapina oral. Doses únicas de um antiácido101 contendo alumínio e magnésio ou cimetidina não afetaram a biodisponibilidade oral da olanzapina. Porém, a administração concomitante de carvão ativado reduziu a biodisponibilidade oral da olanzapina de 50 a 60%.
A fluoxetina (dose única de 60 mg ou 60 mg diárias por 8 dias) causa um aumento médio de 16% na concentração máxima de olanzapina e uma diminuição média de 16% no clearance de olanzapina. A magnitude do impacto deste fator é pequena em relação à variabilidade entre os indivíduos e, portanto, a alteração da dose não é rotineiramente recomendada.
A fluvoxamina, um inibidor do CYP1A2, diminui o clearance de olanzapina. Isto resulta num aumento médio na Cmáx da olanzapina, após a fluvoxamina, em 54% das mulheres não fumantes e em 77% de homens fumantes. O aumento médio na AUC102 da olanzapina é 52% e 108%, respectivamente. Doses menores de olanzapina devem ser consideradas em pacientes recebendo tratamento concomitante com fluvoxamina.
Potencial de interação da olanzapina sobre outras drogas: em estudos clínicos com doses únicas de olanzapina, não foi evidente a inibição do metabolismo33 de imipramina ou seu metabólito25 desipramina (CYP2D6, CYP3A, CYP1A2), varfarina (CYP2C19), teofilina (CYP1A2) ou diazepam (CYP3A4 e CYP2C19). A olanzapina também não mostrou interação quando coadministrada com lítio ou com biperideno.
Em estudos in vitro com microssomos hepáticos humanos, a olanzapina demonstrou pequeno potencial de inibir as isoenzimas do citocromo P450: CYP1A2, CYP2C9, CYP2C19, CYP2D6 e CYP3A.
Estudos in vitro usando microssomos hepáticos humanos mostraram que a olanzapina tem pequeno potencial de inibir a glucuronidação do valproato, que é sua maior via de metabolização. Além disso, o valproato mostrou ter pouco efeito no metabolismo33 da olanzapina in vitro. A administração diária e concomitante in vivo de 10 mg de olanzapina e valproato por 2 semanas não afetou a concentração de equilíbrio de valproato no plasma103. Portanto, a administração concomitante de olanzapina e valproato não requer ajuste na dose de valproato.
A absorção da olanzapina não é afetada por alimentos.
As concentrações de equilíbrio de olanzapina não têm efeito na farmacocinética do etanol. No entanto, podem ocorrer efeitos farmacológicos aditivos, tal como aumento de sedação88, quando o etanol é ingerido junto com a olanzapina.
O paciente deve ser aconselhado a informar seu médico caso esteja utilizando, planeja utilizar ou tenha parado de utilizar medicamento sob prescrição médica ou não, incluindo fitoterápicos, uma vez que existe potencial de interação.
Nenhum estudo clínico foi conduzido para avaliar possíveis interações entre olanzapina e testes laboratoriais e não laboratoriais. Não há conhecimento de interações entre olanzapina e testes laboratoriais e não laboratoriais.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de armazenamento
A olanzapina deve ser guardada à temperatura ambiente (15 a 30 ºC), em sua embalagem original, protegida da umidade.
O produto deve ser mantido dentro de sua embalagem até o momento do uso.
O prazo de validade do produto nestas condições de armazenamento é de 24 meses a partir da data de fabricação impressa na embalagem.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Aspectos físicos / Características organolépticas
A olanzapina: Comprimidos revestidos circulares, biconvexos, de cor branca a levemente amarelada. Na concentração de 5 mg apresenta 8,0 mm de diâmetro.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
A olanzapina deve ser administrada por via oral, independentemente das refeições.
Esquizofrenia4 e transtornos relacionados em adultos: A dose inicial recomendada de olanzapina é de 10 mg administrada uma vez ao dia, independentemente das refeições, já que a absorção não é afetada pelo alimento. A dose diária deve ser ajustada de acordo com a evolução clínica, dentro da faixa de 5 a 20 mg diários. O aumento de dose acima da dose diária de rotina de 10 mg só é recomendado após avaliação clínica apropriada.
Mania aguda associada ao transtorno bipolar em adultos: A dose inicial recomendada de Olanzapina é de 15 mg administrada uma vez ao dia em monoterapia, ou de 10 mg administrada uma vez ao dia em combinação com lítio ou valproato, independentemente das refeições, já que a absorção não é afetada pelo alimento. A dose diária deve ser ajustada de acordo com a evolução clínica, dentro da faixa de 5 a 20 mg diários. O aumento de dose acima da dose diária sugerida só é recomendado após avaliação clínica apropriada e geralmente deve ocorrer em intervalos não inferiores a 24 horas.
Prevenção de recorrência7 do transtorno bipolar em adultos: Pacientes que já estavam recebendo olanzapina para tratamento de mania aguda, devem inicialmente continuar o tratamento com mesma dose, para a manutenção do tratamento de transtorno bipolar. A dose inicial recomendada é de 10 mg/dia para os pacientes que já estão em remissão. A dose diária pode ser subsequentemente ajustada com base na condição clínica individual, dentro da variação de 5 a 20 mg/dia. A olanzapina pode ser administrada independentemente das refeições, já que a absorção não é afetada pelo alimento.
Populações especiais:
Dose para pacientes17 idosos: Uma dose inicial mais baixa (5 mg/dia) pode ser considerada para pacientes17 idosos ou quando fatores clínicos justificarem.
Dose para pacientes17 com disfunção hepática32 ou renal30: Uma dose inicial de 5 mg deve ser considerada para pacientes17 com disfunção hepática32 moderada ou renal30 grave. O aumento da dose deve ser feito com cautela.
Pode ser considerada uma dose inicial mais baixa em pacientes que exibem uma combinação de fatores (sexo feminino, idosos, não tabagista) que podem diminuir o metabolismo33 da olanzapina.
O uso de olanzapina oral em monoterapia não foi estudado em indivíduos menores de 13 anos de idade.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
REAÇÕES ADVERSAS
Peso
Em estudos clínicos, o ganho de peso médio foi maior em pacientes tratados com olanzapina que com placebo11. Foi observado um ganho de peso clinicamente significativo em todas as categorias de Índice de Massa Corporal104 (IMC105) basal.
Em estudos de longo prazo (no mínimo 48 semanas) com olanzapina, tanto a magnitude de ganho de peso quanto a proporção de pacientes tratados que apresentaram ganho de peso clinicamente significativo foram maiores do que em estudos de curta duração. A porcentagem de pacientes que ganharam ≥ 25% do peso corporal basal em exposição por longo período foi muito comum (10%).
Glicemia106
Nos estudos clínicos (de até 52 semanas), a olanzapina foi associada a uma alteração média maior na glicemia106 em relação ao placebo11.
A diferença nas alterações médias entre os grupos olanzapina e placebo11 foi maior em pacientes com evidências de desregulação da glicemia106 na avaliação inicial basal (incluindo aqueles pacientes diagnosticados com diabetes mellitus56 ou com quadro sugestivo de hiperglicemia55), e estes pacientes tiveram um aumento maior na HbA1c107 comparados ao placebo11.
A proporção de pacientes que apresentaram alteração no nível da glicemia106 basal de normal ou limítrofe para elevado aumentou ao longo do tempo. Em uma análise dos pacientes que completaram 9-12 meses da terapia com olanzapina, a taxa de aumento da glicose sanguínea108 média reduziu depois de aproximadamente 6 meses.
Lipidemia
Nos estudos clínicos de até 12 semanas de duração em adultos, os pacientes tratados com olanzapina tiveram um aumento médio nos níveis de colesterol62 total, colesterol62 LDL109 e triglicérides61 de jejum, comparado aos pacientes tratados com placebo11.
Os aumentos médios dos valores da lipidemia de jejum (colesterol62 total, colesterol62 LDL109 e triglicérides61) foram maiores em pacientes sem evidência de desregulação lipídica na avaliação inicial basal.
Com relação ao colesterol62 HDL110 de jejum, não foi observada diferença estatisticamente significativa entre pacientes tratados com olanzapina e pacientes tratados com placebo11.
A proporção de pacientes com alterações no colesterol62 total, colesterol62 LDL109 ou triglicérides61, de normal ou limítrofe para elevado, ou alterações no colesterol62 HDL110, de normal ou limítrofe para baixo, foi maior nos estudos de longa duração (de no mínimo 48 semanas) quando comparado aos estudos de curta duração. Em uma análise dos pacientes que completaram 12 semanas de terapia, o colesterol62 total médio fora do jejum não aumentou mais depois de aproximadamente 4-6 meses.
Prolactina90
Em um estudo clínico controlado (mais de 12 semanas), elevações na prolactina90 foram observadas em 30% dos pacientes tratados com olanzapina quando comparado a 10,5% dos pacientes tratados com placebo11. Na maioria desses pacientes, a elevação foi leve.
Em pacientes com esquizofrenia4, eventos adversos relacionados à menstruação111, potencialmente associados com ao aumento1 de prolactina90 foram comuns (< 10% a ≥ 1%), enquanto que os eventos adversos relacionados à função sexual e à mama112 foram incomuns (< 1% a ≥ 0,1%). Durante o tratamento de pacientes com outras doenças mentais2, eventos adversos relacionados à função sexual, potencialmente associados com elevações de prolactina90, foram comuns (< 10% a ≥ 1%) enquanto que os eventos adversos relacionados à menstruação111 e à mama112 foram incomuns (< 1% a ≥ 0,1%).
1 Análises dos tratamentos dos eventos adversos emergentes de mais de 52 semanas de tratamento.
2 Depressão Bipolar, Depressão Psicótica, Transtorno de Personalidade Borderline e Mania Bipolar
Transaminases hepáticas53
Elevações transitórias e assintomáticas das transaminases hepáticas53 TGP e TGO foram observadas ocasionalmente.
Eosinofilia42
Eosinofilia42 assintomática foi ocasionalmente observada.
Populações especiais:
Pacientes idosos com psicose10 associada à demência65: Nos estudos clínicos com pacientes idosos com psicose10 associada à demência65, os efeitos indesejáveis muito comuns (≥ 10%) relacionados ao uso da olanzapina foram marcha anormal e queda. Os efeitos indesejáveis comuns (< 10% e ≥ 1%) associados ao uso da olanzapina foram incontinência urinária113 e pneumonia89.
Pacientes com psicose10 induzida por droga (agonista114 da dopamina20) associada com doença de Parkinson115: Nos estudos clínicos envolvendo pacientes com psicose10 induzida por droga (agonista114 da dopamina20) associada com doença de Parkinson115, a piora dos sintomas5 parkinsonianos (o termo COSTART é síndrome34 extrapiramidal) foi relatada muito comumente e com maior frequência que com o placebo11. Alucinações6 também foram muito comumente relatadas e com maior frequência que com o placebo11. Nesses estudos, foi necessário que os pacientes estivessem estáveis à dose eficaz mais baixa de medicamentos anti-parkinsonianos (agonista114 da dopamina20) antes do início do estudo e permanecessem com as mesmas doses e medicações anti-parkinsonianas ao longo do estudo. A olanzapina foi iniciada na dose de 2,5 mg/dia e titulada até uma dose máxima de 15 mg/dia, baseada no julgamento do investigador.
As informações a seguir resumem as reações adversas relevantes, com suas respectivas frequências, identificadas durante os estudos clínicos e/ou durante a experiência obtida após a comercialização das formas farmacêuticas de uso oral e intramuscular de olanzapina.
Reação muito comum (> 10%): ganho de peso1,9,10, ganho de peso ≥ 7% do peso corporal basal1, 11, hipotensão75 ortostática1, sonolência2 e aumento da prolactina901,9,10.
Colesterol62 total de jejum1,11: limítrofe a elevado (≥ 200 mg/dL60 e < 240 mg/dL60 a ≥ 240 mg/dL60).
Triglicérides61 de jejum1,10: limítrofe a elevado (≥ 150 mg/dL60 e < 200 mg/dL60 a ≥ 200 mg/dL60).
Glicose116 de jejum1: limítrofe à elevada (≥ 100 mg/dL60 e < 126 mg/dL60 a ≥ 126 mg/dL60).
Reação comum (> 1% e ≤ 10%): astenia1172, pirexia1182, ganho de peso ≥ 15% do peso corporal basal1,12, fadiga1192,9, constipação1202, boca121 seca2, aumento do apetite2, edema122 periférico2, artralgia1232, acatisia1242, tontura1252,9, aumento da TGO1, aumento da TGP1, aumento da fosfatase alcalina1261, glicosúria1271, aumento da γ-glutamiltransferase (U/L)1, aumento do ácido úrico (µmol/L)1, leucopenia1281 (incluindo neutropenia94) e eosinofilia421.
- Colesterol62 total de jejum1,11: normal a elevado (< 200 mg/dL60 a ≥ 240 mg/dL60).
- Triglicérides61 de jejum1,10: normal a elevado (< 150 mg/dL60 a ≥ 200 mg/dL60).
- Glicose116 de jejum1: normal à elevada (< 100 mg/dL60 a ≥ 126 mg/dL60).
Reação incomum (> 0,1% e ≤ 1%): reação de fotossensibilidade2, bradicardia772, distensão abdominal2, amnesia1292, síndrome34 das pernas inquietas13, epistaxe1302 e gagueira3,14.
Reação rara (> 0,01% e ≤ 0,1%): hepatite483, hiperglicemia553, convulsão683 e erupção131 cutânea443.
Reação muito rara (≤ 0,01%): reação alérgica1323,6, reação de descontinuação do medicamento3,7, tromboembolismo133 venoso3 (incluindo embolismo134 pulmonar e trombose venosa profunda135), pancreatite1363, trombocitopenia1373, icterícia1383, coma59 diabético3, cetoacidose diabética1393,4, hipercolesterolemia1403,8, hipertrigliceridemia3,5,8, rabdomiólise393, alopecia1413, reação à droga com eosinofilia42 e sintomas5 sistêmicos43 (DRESS)3, priapismo1423, incontinência urinária1133, retenção urinária1433 e aumento dos níveis de creatinofosfoquinase sanguínea3.
1 Conforme avaliado pelos valores mensurados dentro da base de dados dos estudos clínicos.
2 Evento adverso identificado na base de dados dos estudos clínicos.
3 Evento adverso identificado a partir de relatos espontâneos pós-comercialização.
4 O termo COSTART é acidose144 diabética.
5 O termo COSTART é hiperlipidemia145.
6 Por exemplo.: reação anafilactoide146, angioedema147, prurido148 ou urticária149.
7 Por exemplo.: diaforese37, náusea150 ou vômito151.
8 Níveis esporádicos de colesterol62 ≥ 240 mg/dL60 e níveis esporádicos de triglicérides61 ≥ 1.000 mg/dL60 foram muito raramente relatados.
9 Diferenças estatisticamente significantes entre os 3 grupos de dose foram observadas em um único estudo de 8 semanas, randomizado18, duplo-cego, de dose-fixa, comparando as doses de 10, 20 e 40 mg/dia de olanzapina oral em pacientes com esquizofrenia4 e transtorno esquizoafetivo.
10 Diferença estatisticamente significativa entre grupos de dose foram observadas nas 24 semanas de dose fixada comparando 150 mg/2 semanas, 405 mg/4 semanas e 300 mg/2 semanas de embonato de olanzapina em pacientes com esquizofrenia4. Para triglicerídeos, esta diferença de doses comparada foi observada para níveis normais de colesterol62 que aumentaram para alto nível (< 150 mg/dL60 a ≥ 200 mg/dL60).
11 Duração média de exposição de 8 semanas.
12 Duração média de exposição de 12 semanas.
13 Evento adverso identificado a partir de relatos espontâneos pós-comercialização com a frequência determinada usando a base de dados dos estudos clínicos de olanzapina.
14 Gagueira foi estudada apenas em formulações oral e injeção152 de longa ação.
Eventos adversos observados em pacientes com mania recebendo terapia combinada153 com lítio ou valproato:
- Reação muito comum (≥ 10%): ganho de peso, boca121 seca, aumento de apetite e tremores.
- Reação comum (≥ 1/100 e <1/10): distúrbio da fala.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou à Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
Sinais9 e Sintomas5: Os sintomas5 mais comumente relatados (> 10% de incidência15) em caso de superdosagem com olanzapina incluem: taquicardia36, agitação/agressividade, disartria154, vários sintomas5 extrapiramidais e redução do nível de consciência, variando de sedação88 ao coma59.
Outras consequências significativas do ponto de vista médico incluem delirium155, convulsão68, possível síndrome34 neuroléptica maligna, depressão respiratória, aspiração, hipertensão67 ou hipotensão75, arritmias156 cardíacas (< 2% dos casos de superdosagem) e parada cardiorrespiratória. Casos fatais foram descritos com superdosagens agudas tão baixas quanto 450 mg de olanzapina por via oral, porém também foram relatados casos de sobrevida157 após uma superdosem aguda de aproximadamente 2 g de olanzapina por via oral.
Tratamento: Não existe antídoto158 específico para olanzapina. A indução de êmese159 não é recomendada. Alguns procedimentos padrões podem ser usados no caso de superdosagem, como lavagem gástrica160 e administração de carvão ativado. A administração concomitante de carvão ativado mostrou reduzir a biodisponibilidade oral da olanzapina de 50 a 60%.
O tratamento sintomático161 e a monitoração das funções orgânicas vitais devem ser instituídos de acordo com o quadro clínico, incluindo o tratamento da hipotensão75 e do colapso162 circulatório e o suporte da função respiratória. Não usar adrenalina163, dopamina20 ou outros agentes simpatomiméticos com atividade beta-agonista114, pois a estimulação beta pode piorar a hipotensão75.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA
Reg. MS Nº 1.0298.0391
Farmacêutico Responsável: Dr. José Carlos Módolo - CRF-SP nº10.446
CRISTÁLIA – Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda.
Rod. Itapira-Lindóia, km 14 - Itapira -SP
CNPJ: 44.734.671/0001-51
Indústria Brasileira
SAC 0800 701 1918
