

Oxalato de Escitalopram (Comprimidos 10 mg ou 20 mg) (Bula do profissional de saúde)
CELLERA FARMACÊUTICA S.A.
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
oxalato de escitalopram
Comprimido 10 mg ou 20 mg
Medicamento genérico Lei n° 9.787, de 1999.
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Comprimidos revestidos
Embalagens com 30 comprimidos
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido de 10 mg contém:
escitalopram (na forma de oxalato de escitalopram) | 10 mg |
excipientes q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: celulose microcristalina, croscarmelose sódica, dióxido de silício, talco, estearato de magnésio, hipromelose, macrogol, polidextrose, triglicerídeo de cadeia média, copovidona, dióxido de titânio e óxido de ferro vermelho.
Cada comprimido de 20 mg contém:
escitalopram (na forma de oxalato de escitalopram) | 20 mg |
excipientes q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: celulose microcristalina, croscarmelose sódica, dióxido de silício, talco, estearato de magnésio, hipromelose, macrogol, polidextrose, triglicerídeo de cadeia média, copovidona e dióxido de titânio.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE1
INDICAÇÕES
O oxalato de escitalopram é indicado para:
- Tratamento e prevenção da recaída ou recorrência2 da depressão;
- Tratamento do transtorno do pânico, com ou sem agorafobia3;
- Tratamento do transtorno de ansiedade generalizada (TAG);
- Tratamento do transtorno de ansiedade social (fobia4 social);
- Tratamento do transtorno obsessivo compulsivo (TOC).
RESULTADOS DE EFICÁCIA
ESTUDOS EM ANIMAIS
Nenhum protocolo convencional de estudos pré-clínicos foi conduzido com o escitalopram, já que estudos de similaridade quanto à toxicologia e toxicidade5 cinética6, conduzidos em ratos com o escitalopram e o citalopram, demonstraram um perfil similar. Portanto, todas as informações do citalopram podem ser extrapoladas para o escitalopram.
Em estudos toxicológicos comparativos em ratos, o escitalopram e o citalopram causaram toxicidade5 cardíaca, inclusive falência cardíaca, após algumas semanas de tratamento, com doses que causavam toxicidade5 generalizada.
A cardiotoxicidade parece estar mais relacionada aos picos de concentrações plasmáticas do que à exposição sistêmica AUC (área sobre a curva). Os picos de concentrações plasmáticas nos quais ainda não se observavam efeitos, eram aproximadamente 8 vezes maiores do que os clinicamente observados enquanto a AUC, para o escitalopram, estava apenas 3 a 4 vezes maior que a observada durante o uso clínico. Na avaliação do citalopram (mistura racêmica7), os valores da AUC para o S-enantiômero (escitalopram) foram 6 a 7 vezes maiores que os valores clinicamente observados. Estes achados estão provavelmente relacionados a uma influência exagerada sobre as aminas biogênicas, isto é, são secundários aos efeitos farmacológicos primários, resultando em repercussões hemodinâmicas (redução do fluxo coronário) e isquemia8. No entanto, o mecanismo exato de cardiotoxicidade em ratos não é claro. A experiência clínica com o citalopram, e os dados disponíveis para o escitalopram, não indicam que estes achados tenham correlação clínica.
Foi observado um aumento dos fosfolipídios em alguns tecidos, como os pulmões9, testículos10 e fígado11, após o tratamento por períodos mais prolongados com escitalopram e citalopram em ratos. O efeito é reversível após o término do tratamento. Achados no epidídimo12 e no fígado11 foram observados com exposições semelhantes às do homem. O acúmulo de fosfolipídios (fosfolipidose) em animais tem sido observado e relacionado a muitos medicamentos anfifílicos catiônicos. Não se sabe se este fato possui algum significado clínico relevante para o homem.
No estudo de toxicidade5 do desenvolvimento em ratos, efeitos embriotóxicos (redução do peso fetal e retardo de ossificação reversível) foram observados após exposições AUC excessivas às encontradas no uso clínico, porém não foi observado um aumento na frequência de malformações13. Estudos peri e pós-natal apresentaram uma diminuição da sobrevivência14 durante o período de lactação15, em exposições AUC excessivas às exposições observadas clinicamente.
Dados de estudos em animais demonstraram que o citalopram, em níveis de exposição bem acima da exposição humana, induz uma redução nos índices de fertilidade e de gravidez16, redução do número de implantações e de anormalidades do esperma17. Não há dados animais relativos a esse aspecto disponíveis para o escitalopram.
ESTUDOS EM HUMANOS
Episódios depressivos
Em um estudo de dose fixa, placebo18-controlado, duplo-cego, de 8 semanas de duração, o escitalopram apresentou taxas de resposta e de remissão significativamente maiores que o placebo18 (55,3% contra 41,8%; p=0,01 e 47,3% contra 34,9%, respectivamente)1.
Em outro estudo de dose fixa, duplo-cego, placebo18 controlado, de 8 semanas, pacientes foram tratados com escitalopram 10 mg/dia (n=118), escitalopram 20 mg/dia (n=123), citalopram 40 mg/dia (n=125) ou placebo18 (n=119) 2. As doses de 10 e 20 mg de escitalopram foram significativamente melhores do que o placebo18 na redução da pontuação na Escala de Depressão de Montgomery Asberg (MADRS) a partir da segunda semana (p < 0,05 nas semanas 2 e 4; p < 0,01 nas semanas 6 e 8).2
Um resultado semelhante foi obtido usando a Escala de Avaliação da Depressão de Hamilton (HAM) e nas medidas de melhora e gravidade na Impressão Clínica Global (CGI). Na Impressão Clínica de Melhora (CGI-I), uma superioridade significativa do escitalopram sobre o placebo18 já foi vista a partir da primeira semana para a dose de 10 mg/dia e a partir da segunda semana para a dose de 20 mg/dia.2 Na escala de Hamilton – 24 itens (HAM-D), o escitalopram na dose de 20 mg/dia foi significativamente superior ao citalopram na dose de 40 mg/dia ao final do estudo. Estes resultados sugerem que o escitalopram está associado a uma melhora precoce dos sintomas19 depressivos.2 A taxa de remissão foi significativamente maior para o escitalopram 10 mg/dia (40%) e 20 mg/dia (41%), do que para o placebo18 (24%).2 A taxa geral de abandono no estudo foi de 24%, sem diferenças significativas entre os grupos que receberam escitalopram 10 mg/dia (20%), escitalopram 20 mg/dia (25%), citalopram 40 mg/dia (25%) ou placebo18 (25%).2
Na análise unificada de eficácia, o escitalopram produziu efeitos rápidos e duradouros num subgrupo de pacientes com transtorno depressivo maior (pontuação inicial na MADRS ≥ a 30). O escitalopram proporcionou uma redução estatisticamente significativa dos sintomas19 já a partir da primeira semana de tratamento comparado ao placebo18 (análise LOCF), e mostrou-se significativamente superior ao placebo18 ao longo de todo o estudo, exceto na segunda semana, onde apresentou, no entanto, superioridade numérica (p=0,07).3 Em um estudo de extensão de 36 semanas, multicêntrico, duplo-cego, com doses flexíveis do escitalopram 10–20 mg/d (n=181) e placebo18 (n=93), realizado com pacientes respondedores (MADRS ≤ 12) que realizaram estudo prévio de 8 semanas, duplo-cego, o tempo para recaída foi significativamente maior para o grupo escitalopram (p=0,13) e o número total de pacientes que recaíram foi significativamente menor para o grupo escitalopram (26% contra 40% do placebo18; p=0,01). Neste estudo, o escitalopram se mostrou eficaz na prevenção de recaídas e proporcionou melhora continuada no tratamento de manutenção da depressão.4
- Wade A et al. Escitalopram 10 mg-day is Effective and Well Tolerated in a Placebo18-Controlled Study in Depression in Primary Care. Int Clin Psychopharmacol 2002, 17:95-102.
- Burke WJ et al. Fixed-Dose Trial of the Single Isomer SSRI Escitalopram in Depressed Outpatients. J Clin Psychiatry 2002; 63(4):331-336.
- Gorman JM et al. Efficacy Comparison of Escitalopram and Citalopram in the Treatment of Major Depressive Disorder: Pooled Analysis of Placebo18-Controlled Trials. CNS Spectrums 2002; 7:40-44.
- Rapaport MH et al. Escitalopram Continuation Treatment Prevents Relapse of Depressive Episodes. J Clin Psychiatry, 2004. 65(1):44-49.
Transtorno de pânico com ou sem agorafobia3
Um total de 366 pacientes foi randomizado20 (placebo18 n=114, citalopram n=112 e escitalopram n=125) em um estudo duplo-cego21 de 10 semanas1. No grupo tratado com escitalopram, a diminuição na frequência de ataques de pânico na semana 10, em comparação ao início (aferida pela Escala Modificada de Pânico e Ansiedade Antecipatória de Sheehan), foi significativamente superior ao placebo18 (p=0,04), bem como a diminuição do percentual de horas diárias de ansiedade antecipatória1. Escitalopram e citalopram reduziram significativamente a gravidade e os sintomas19 de transtorno de pânico em comparação ao placebo18 ao final do estudo (p ≥ 0,05). O índice de descontinuação por efeitos adversos foi de 6,3% para o escitalopram, 8,4% para o citalopram e 7,6% para o placebo18.
- Stahl S, Gergel I, Li D. Escitalopram in the Treatment of Panic Disorder. – A Randomized, Double-Blind, Placebo18-Controlled Trial; J Clin Psychiatry. 2003, 64(11):1322-1327.
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)
Em um estudo de 8 semanas, multicêntrico, com doses flexíveis, placebo18 controlado, comparou-se o escitalopram 10 a 20 mg/dia (n=158) ao placebo18 (n=157) em pacientes ambulatoriais entre 18 e 80 anos de idade, que preenchiam os critérios do DSM-IV para TAG e apresentavam pontuação maior ou igual a 18 na escala de Avaliação de Hamilton para Ansiedade (HAM-A)1. O grupo tratado com o escitalopram demonstrou uma melhora significativamente maior, quando comparado ao placebo18, na pontuação total da HAM- A e também na pontuação da subescala de ansiedade psíquica da HAM-A desde a 1ª semana até o final do estudo. Ao final do estudo, as variações na pontuação total da HAM-A foram de - 11,3 para o escitalopram e -7,4 para o placebo18 (LOCF; p < 0,001). O índice de resposta para os que completaram o estudo, na semana 8, foi de 68% para o escitalopram e de 41% para o placebo18 (p < 0,01) e de 58% (escitalopram) e 38% (placebo18) na avaliação LOCF (p <0,01).
O tratamento com o escitalopram foi bem tolerado, com índice de descontinuação por efeitos adversos sem diferença estatística em comparação ao do placebo18 (8,9% contra 5,1%, respectivamente, p=0,27). O escitalopram foi efetivo, seguro e bem tolerado no tratamento de pacientes com TAG.
- Davidson JRT, Bose A, Korotzer A, Zheng H. Escitalopram in the treatment of generalized anxiety disorder: double-blind, placebo18 controlled, flexible-dose study. Depression and Anxiety 2004, 19:234–240.
Transtorno de ansiedade social (fobia4 social)
Em um estudo de estabelecimento de dose, tanto em 12 semanas (curto prazo) como em 24 semanas (longo prazo), o escitalopram mostrou-se eficaz e bem tolerado nas doses de 5, 10 e 20 mg/dia para o tratamento do transtorno de ansiedade social1. Em outro estudo, duplo-cego, pacientes com transtorno de ansiedade social foram randomizados para receber placebo18 (n=177) ou escitalopram na dose de 10 a 20 mg/dia (n=181), por 12 semanas. A medida primária de eficácia foi a mudança média desde o início na pontuação total da escala de Liebowitz para Ansiedade Social (LSAS). O estudo mostrou uma superioridade estatística para o tratamento com o escitalopram em comparação ao placebo18 na pontuação total da LSAS (p=0,005). O número de respondedores ao tratamento no grupo escitalopram foi significativamente maior do que no grupo placebo18 (54% contra 39%; p < 0,01). A relevância clínica destes achados foi corroborada pela redução significativa nos componentes relacionados ao trabalho e às questões sociais na escala de Sheehan de Desadaptação e pela boa tolerabilidade ao tratamento com o escitalopram2. Escitalopram foi eficaz e bem tolerado no tratamento do transtorno de ansiedade social.1,2
- Lader M, Stender K, Bürger V, Nil R. Efficacy and Tolerability of Escitalopram in 12 and 24-Week Treatment of Social Anxiety Disorder: Randomized, Double-Blind, Placebo18-Controlled, Fixed-Dose Study. Depression and Anxiety 2004, 19:241-248.
- Kasper S, Stain D, Loft H, Nil R. Escitalopram in the treatment of social anxiety disorder. Randomised, placebo18 controlled flexible dosage study. British Journal of Psychiatry 2005, 186: 222-226.
Transtorno obsessivo compulsivo (TOC)
Em curto-prazo1 (12 semanas), evidenciou-se a separação do escitalopram (20 mg/dia) do placebo18 na pontuação total e nas subescalas para obsessões e rituais da escala de Yale-Bocks (Y-BOCS) e também na pontuação total da NIMH-OCS. Pela análise de casos observados (LOCF), tanto o escitalopram 10 mg/dia (p=0,005) como 20 mg/dia (p<0,001) foram efetivos.
A manutenção da resposta a longo-prazo foi demonstrada em um estudo1 placebo18 controlado de 24 semanas de busca de dose eficaz e em um estudo placebo18 controlado de prevenção de recaídas2 de 24 semanas de duração, que teve uma fase aberta, prévia a de 24 semanas, de 16 semanas de duração.
A longo-prazo, ambos os grupos com 10 mg/dia (p<0,05) e 20 mg/dia (p<0,01) do escitalopram foram significativamente mais efetivos que o placebo18, conforme mensurado pela medida primária de eficácia, a pontuação total na Y-BOCS, bem como pelas medidas secundárias, as subescalas de obsessões e rituais da YBOCS e a NIMH-OCS (10 mg/dia (p<0,01) e 20 mg/dia (p<0,001) do escitalopram).
A manutenção da eficácia e a prevenção das recaídas foram demonstradas para as doses de 10 e 20 mg/dia do escitalopram em pacientes que responderam ao escitalopram em uma primeira fase de tratamento aberto de 16 semanas e que depois entraram em uma fase de 24 semanas de prevenção de recaídas (duplo-cego, placebo18-controlado, randomizado20). No estudo de prevenção de recaídas, os grupos em uso do escitalopram 10 mg/dia (p=0,014) e 20 mg/dia (p<0,001) apresentaram, significativamente, menos recaídas. Um efeito benéfico significativo na qualidade de vida dos pacientes com TOC foi observado (aferido pela SF-36 e SDS) nos estudos com o escitalopram nesta população.
- Stein DJ, Andersen EW, Tonnoir B, Fineberg N. Escitalopram in obsessive compulsive disorder: a randomized, placebo18-controlled, paroxetine-referenced, fixed-dose, 24-week study. Curr Med Res Opin. 2007, 23(4):701-11.
- Fineberg NA, Tonnoir B, Lemming O, Stein DJ. Escitalopram prevents relapse of obsessive-compulsive disorder. Eur Neuropsychopharmacol. 2007; 17(6-7):430-9.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Farmacodinâmica
Mecanismo de ação: O escitalopram é um inibidor seletivo da recaptação de serotonina (5-HT) de afinidade alta pelo sítio de ligação primário do transportador de serotonina. Ele também se liga a um sítio alostérico no transportador de serotonina, com uma afinidade de ligação 1000 vezes menor. A modulação alostérica do transportador de serotonina potencializa a ligação do escitalopram ao sítio primário, o que resulta em uma inibição da recaptação de serotonina mais eficaz.
O escitalopram é isento de afinidade, ou esta é muito baixa, por diversos receptores, o que inclui 5-HT1A, 5- HT2, dopaminérgicos D1 e D2, α1, α2-, β-adrenoreceptores, histaminérgico H1, muscarínicos, colinérgicos, benzodiazepínicos e opioides.
A inibição da recaptação de 5-HT é o único mecanismo de ação que explica os efeitos farmacológicos e clínicos do escitalopram.
O escitalopram é o enantiômero S do racemato (citalopram), ao qual é atribuída a atividade terapêutica22. Estudos farmacológicos demonstraram que o R-citalopram não é somente inerte, pois interfere negativamente na potencialização da recaptação de serotonina e, por conseguinte, nas propriedades farmacológicas do enantiômero S.
Efeitos farmacodinâmicos: Em um estudo duplo-cego21, placebo18 controlado, de ECG em voluntários sadios, a alteração em relação ao início do QTc (correção Fridericia) foi de 4,3 ms (90%Cl 2,2-6,4) com uma dose de 10 mg/dia e 10,7 ms (90%Cl 8,6- 12,8) com uma dose de 30 mg/dia (ver CONTRAINDICAÇÕES, ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES, INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS, REAÇÕES ADVERSAS E SUPERDOSE).
Farmacocinética
Absorção: A absorção é quase completa e independe da ingestão de alimentos (Tmáx médio de 4 horas após dosagem múltipla). Tal como acontece com citalopram racêmico23, a biodisponibilidade absoluta do escitalopram é esperada para ser aproximadamente 80%.
Distribuição: O volume de distribuição aparente (Vd,β/F) é de cerca de 12 a 26 L/Kg, após administração oral. A ligação às proteínas24 plasmáticas é menor que 80% para o escitalopram e seus principais metabólitos25.
Biotransformação: O escitalopram é metabolizado no fígado11 em derivados desmetilados e didesmetilados. Ambos são farmacologicamente ativos. Alternativamente, o nitrogênio pode ser oxidado formando o metabólito26 N-óxido. Tanto o composto original como os metabólitos25 são parcialmente excretados como glicuronídeos. Após administração de múltiplas doses, as concentrações médias dos metabólitos25 desmetilados e didesmetilados geralmente são 28–31% e < 5% da concentração do escitalopram, respectivamente. A biotransformação do escitalopram no metabólito26 desmetilado é mediada pelo CYP2C19. É possível alguma contribuição das enzimas CYP3A4 e CYP2D6.
Eliminação: A meia-vida de eliminação (T1/2β) após doses múltiplas é de cerca de 30 horas, e o clearance plasmático oral (Cloral) é de aproximadamente 0,6 L/min. Os principais metabólitos25 têm uma meia-vida consideravelmente mais longa.
Assume-se que o escitalopram e seus principais metabólitos25 são eliminados tanto pela via hepática27 como pela renal28, sendo a maior parte da dose excretada como metabólitos25 na urina29.
Linearidade: A farmacocinética é linear. Os níveis plasmáticos no estado de equilíbrio são alcançados em aproximadamente 1 (uma) semana. As concentrações médias em equilíbrio de 50 nmol/L (variação de 20 a 125 nmol/L) são alcançadas com uma dose diária de 10 mg.
Populações especiais
Pacientes idosos (> 65 anos): O escitalopram aparentemente é eliminado mais lentamente em pacientes idosos, se comparados com pacientes mais jovens. Foi observado um aumento de 50% na exposição sistêmica (AUC) em idosos comparados a pacientes mais jovens (ver POSOLOGIA E MODO DE USAR).
Função hepática27 reduzida: O escitalopram é eliminado mais lentamente em pacientes com a função hepática27 reduzida. Em pacientes com alterações da função hepática27 leve e moderada, (classificação de Child-Pugh A e B) a meia-vida do escitalopram foi aproximadamente duas vezes mais longa e as concentrações em equilíbrio foram em média 60% maiores quando comparados a pacientes com função hepática27 normal (ver POSOLOGIA E MODO DE USAR).
Função renal28 reduzida: Observou-se um aumento da meia-vida e aumentos menores na exposição (AUC) em pacientes com função renal28 reduzida (clearance de creatinina30 entre 10-53 mL/min). As concentrações plasmáticas dos metabólitos25 não foram estudadas, porém podem ser elevadas (ver POSOLOGIA E MODO DE USAR).
Polimorfismo
Foi observado que pacientes com problemas na metabolização pela isoenzima CYP2C19 apresentam uma concentração plasmática de escitalopram duas vezes maior quando comparados com pacientes sem problemas. Nenhuma mudança significativa na exposição foi observada em pacientes com problemas na metabolização pela isoenzima CYP2D6 (ver POSOLOGIA E MODO DE USAR).
CONTRAINDICAÇÕES
O oxalato de escitalopram é contraindicado em pacientes que apresentam hipersensibilidade ao escitalopram ou a qualquer um de seus componentes (ver COMPOSIÇÃO).
O tratamento concomitante com IMAO31 (inibidores da monoaminoxidase32) não-seletivos irreversíveis é contraindicado devido ao risco de síndrome serotoninérgica33 com agitação, tremor, hipertermia, etc. (ver INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS).
A combinação de escitalopram com IMAO31-A (ex.: moclobemida) reversíveis ou linezolida (IMAO31 não-seletivo reversível) é contraindicada devido ao risco de síndrome serotoninérgica33. (ver INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS).
O oxalato de escitalopram é contraindicado em pacientes diagnosticados com prolongamento do intervalo QT ou síndrome34 congênita35 do DT longo.
O oxalato de escitalopram é contraindicado em uso concomitante com medicamentos que causam prolongamento do intervalo QT. (ver INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS).
FERTILIDADE, GRAVIDEZ16 E LACTAÇÃO15
Gravidez16
Categoria de risco B – Não há estudos adequados em mulheres. Em experiência em animais não foram encontrados riscos, mas foram encontrados efeitos colaterais36 que não foram confirmados nas mulheres, especialmente durante o último trimestre de gravidez16. Os dados clínicos da utilização de oxalato de escitalopram durante a gravidez16 são limitados.
Estudos em animais mostraram toxicidade5 reprodutiva (ver ESTUDOS EM ANIMAIS).
Não usar oxalato de escitalopram durante a gravidez16, a menos que a necessidade seja clara e seja avaliado cuidadosamente o risco-benefício do uso deste medicamento.
Recém-nascidos devem ser observados se o uso maternal do escitalopram continuou até estágios mais avançados da gravidez16, particularmente no terceiro trimestre. Se o escitalopram é usado até ou próximo ao dia do nascimento, efeitos de descontinuação no recém-nascido são possíveis.
Se o oxalato de escitalopram for usado durante a gravidez16, não interromper abruptamente. A descontinuação deverá ser gradual.
As seguintes reações foram observadas nos recém-nascidos, após o uso de ISRS/ISRN nos últimos meses de gravidez16: dificuldade respiratória, cianose37, apneia38, convulsões, instabilidade térmica, dificuldade de alimentação, vômitos39, hipoglicemia40, hipertonia41, hipotonia42, hiper-reflexia, tremor, agitação, irritabilidade, letargia43, choro constante, sonolência e dificuldade para dormir. Esses efeitos também podem ser indicativos de síndrome serotoninérgica33 ou retirada abrupta do medicamento durante a gravidez16. Na maioria dos casos, tais complicações começam imediatamente ou brevemente (< 24 horas) após o parto.
Dados epidemiológicos sugerem que o uso de ISRS durante a gravidez16, especialmente no final da gravidez16, pode aumentar o risco de hipertensão44 pulmonar persistente do recém-nascido (HPPN). O risco observado foi aproximadamente de 5 casos a cada 1000 gestantes. Na população em geral 1 a 2 casos de HPPN ocorrem em cada 1000 gestantes.
Lactação15
O escitalopram é excretado no leite materno. Mulheres em fase de amamentação45 não devem ser tratadas com escitalopram. Em situações onde não for possível retirar o medicamento devido à gravidade do quadro clínico materno, substituir o aleitamento materno46 pelos leites industrializados específicos para recém-nascidos.
Fertilidade
Estudos em animais mostraram que o citalopram pode afetar a qualidade do esperma17 (ver ESTUDOS EM ANIMAIS). Relatos de casos em humanos com alguns ISRSs mostraram que o efeito na qualidade do esperma17 é reversível. Até o momento não foi observado impacto na fertilidade humana.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
As seguintes advertências e precauções aplicam-se à classe terapêutica22 dos ISRSs (Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina).
Ansiedade paradoxal47
Alguns pacientes com transtorno do pânico podem apresentar sintomas19 de ansiedade intensificados no início do tratamento com antidepressivos. Esta reação paradoxal47 geralmente desaparece dentro de 02 semanas durante o tratamento contínuo. Recomenda-se uma dose inicial baixa para reduzir a probabilidade de um efeito ansiogênico paradoxal47 (ver POSOLOGIA E MODO DE USAR).
Convulsões
Os ISRSs podem diminuir o limiar convulsivo. Aconselha-se precaução quando administrada com outros medicamentos capazes de diminuir o limiar convulsivo (antidepressivos, por exemplo (tricíclicos, ISRS), neurolépticos48 (fenotiazinas, tioxantenos butirofenonas), mefloquina, bupropiona e tramadol).
Descontinuar o escitalopram em paciente que apresente convulsões pela primeira vez ou se há um aumento na frequência das convulsões (em pacientes com diagnóstico49 prévio de epilepsia50). Evitar o uso dos ISRSs em pacientes com epilepsia50 instável e monitorar os pacientes com epilepsia50 controlada, sob orientação médica.
Mania
Utilizar os ISRSs com orientação do médico em pacientes com um histórico de mania/hipomania. Descontinuar os ISRSs em qualquer paciente que entre em fase maníaca.
Diabetes51
Em pacientes diabéticos, o tratamento com ISRSs poderá alterar o controle glicêmico (hipoglicemia40 ou hiperglicemia52), possivelmente devido à melhora dos sintomas19 depressivos. Pode ser necessário um ajuste na dose de insulina53 e/ou hipoglicemiantes orais54 em uso.
Suicídio/pensamentos suicidas ou piora clínica
A depressão está associada com um aumento dos pensamentos suicidas, atos de autoflagelação e suicídio (eventos relacionados ao suicídio). Este risco persiste até que ocorra uma remissão significativa da doença. Como não há uma melhora expressiva nas primeiras semanas de tratamento, os pacientes devem ser cuidadosamente monitorados até que uma melhora significativa ocorra. É observado na prática clínica um aumento do risco de suicídio no início do tratamento, quando há uma pequena melhora parcial.
Outras doenças psiquiátricas para as quais o escitalopram é indicado também podem estar associadas a um aumento do risco de suicídio ou eventos a ele relacionados. Estas doenças podem ser co-mórbidas à depressão. As mesmas precauções indicadas nos casos de tratamento dos pacientes com depressão devem ser aplicadas quando são tratados pacientes com outros transtornos psiquiátricos. Os pacientes com histórias de tentativas de suicídio e/ou com ideação suicida, ambas prévias ao início do tratamento, são conhecidos por apresentar um risco maior para tentativas de suicídio e devem ser monitorados cuidadosamente durante o tratamento antidepressivo. Uma meta-análise de ensaios clínicos55 controlados com placebo18 de medicamentos antidepressivos em pacientes adultos com distúrbios psiquiátricos demonstrou um aumento do risco de comportamento suicida com antidepressivos comparado com o placebo18 em pacientes com menos de 25 anos de idade. Deverá ser realizada monitorização cuidadosa dos pacientes, em especial aqueles de alto risco. Eles deverão ter acompanhamento do tratamento, especialmente no início e após alterações de dose.
Os doentes (e familiares dos doentes) devem ser alertados sobre a necessidade de monitorar qualquer piora clínica, comportamento suicida ou pensamentos e mudanças incomuns no comportamento e buscar ajuda médica imediatamente se estes sintomas19 aparecerem.
Acatisia56 / agitação psicomotora57
O uso de ISRS e IRSN tem sido associado ao desenvolvimento de acatisia56, caracterizada por uma inquietude desagradável ou desconfortável e necessidade de se movimentar associada à incapacidade de ficar sentado ou em pé, parado. Quando ocorre é mais comum nas primeiras semanas de tratamento. Os pacientes que desenvolverem estes sintomas19 podem piorar dos mesmos com o aumento da dose.
Hiponatremia58
Hiponatremia58, provavelmente relacionada à secreção inapropriada de hormônio59 antidiurético (SIADH), foi relatada como efeito adverso raro com o uso de ISRS. Geralmente se resolve com a descontinuação do tratamento. Deve-se ter cautela com pacientes de risco, como idosos, cirróticos ou em uso concomitante de medicamentos que sabidamente podem causar hiponatremia58.
Hemorragia60
Há relatos de sangramentos cutâneos anormais, tais como equimoses61 e púrpura62, com o uso dos ISRSs. Recomenda-se seguir a orientação do médico no caso de pacientes em tratamento com ISRSs concomitantemente com medicamentos conhecidos por afetar a função de plaquetas63 (ex.: antipsicóticos atípicos e fenotiazinas, a maioria dos antidepressivos tricíclicos, aspirina e medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), ticlopidina e dipiridamol e em pacientes com conhecida tendência a sangramentos).
O uso concomitante com drogas anti-inflamatórias não esteroidais (AINEs) pode aumentar a tendência a sangramentos (ver REAÇÕES ADVERSAS).
Eletroconvulsoterapia (ECT)
A experiência clínica no uso combinado de ISRSs e ECT é limitada, portanto recomenda-se cautela.
Síndrome serotoninérgica33
Recomenda-se precaução se o escitalopram for usado concomitantemente com medicamentos com efeitos serotoninérgicos, tais como o sumatriptano ou outros triptanos, como tramadol e triptofano. Em casos raros, a síndrome serotoninérgica33 tem sido relatada em pacientes em uso de ISRSs concomitantemente com medicamentos serotoninérgicos. Uma combinação de sintomas19, como agitação, tremor, mioclonia64 e hipertermia pode indicar o desenvolvimento dessa condição. Se isso ocorrer, o tratamento com ISRS e os medicamentos serotoninérgicos deve ser interrompido imediatamente e iniciado tratamento sintomático65.
Em combinação com selegilina (inibidor irreversível da MAO66-B), cuidado é requerido devido ao risco de síndrome serotoninérgica33.
Erva de são joão
A utilização concomitante de ISRSs e produtos fitoterápicos contendo Erva de São João (Hypericum perforatum) pode resultar no aumento da incidência67 de reações adversas (ver INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS).
Sintomas19 de descontinuação
Sintomas19 de descontinuação quando o tratamento é interrompido são comuns, especialmente se a descontinuação for abrupta (ver REAÇÕES ADVERSAS). Em estudos clínicos, os eventos adversos durante a descontinuação do tratamento ocorreram em aproximadamente 25% dos pacientes tratados com escitalopram e 15% dos pacientes que tomaram placebo18.
O risco de sintomas19 de descontinuação depende de vários fatores incluindo duração do tratamento, dose de terapia e a taxa de redução da dose. Tonturas68, distúrbios sensoriais (incluindo parestesia69 e sensações de choque70 elétrico), distúrbios do sono (incluindo insônia e sonhos vívidos), agitação ou ansiedade, náusea71 e/ou vômitos39, tremor, confusão, sudorese72, cefaleia73, diarreia74, palpitações75, instabilidade emocional, irritabilidade e distúrbios visuais, são as reações mais comumente relatadas. Geralmente, estes sintomas19 são leves a moderados, entretanto, em alguns pacientes podem ser de intensidade grave. Eles geralmente ocorrem nos primeiros dias de descontinuação do tratamento, mas já houve relatos muito raros de sintomas19 em pacientes que inadvertidamente esqueceram uma dose. Geralmente, esses sintomas19 são autolimitados e normalmente desaparecem em 2 semanas, embora em alguns pacientes possam ser prolongados (2-3 meses ou mais). Sendo assim, recomenda-se que a dose do escitalopram seja reduzida gradualmente quando o tratamento for descontinuado durante um período de várias semanas ou meses, de acordo com a necessidade do paciente (ver POSOLOGIA E MODO DE USAR).
Doença coronariana76
Devido à limitada experiência clínica, recomenda-se cautela em pacientes com doença coronariana76.
Prolongamento do intervalo QT
O escitalopram mostrou causar um aumento do prolongamento do intervalo QT dose-dependente. Casos de prolongamento do intervalo QT e arritmia77 ventricular, incluindo Torsades de Pointes foram relatados durante o período de pós-comercialização do produto, predominantemente em pacientes do sexo feminino, com hipocalemia78, ou com prolongamento QT ou com outras doenças cardíacas pré-existentes (ver CONTRAINDICAÇÕES, INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS, REAÇÕES ADVERSAS, SUPERDOSE E PROPRIEDADES FARMACODINÂMICAS).
Recomenda-se precaução nos pacientes que apresentam bradicardia79 significativa, ou que sofreram infarto80 agudo81 do miocárdio82 recentemente ou com insuficiência cardíaca83 descompensada.
Distúrbios eletrolíticos como hipocalemia78 e hipomagnesemia aumentam o risco de arritmias84 malignas e devem ser tratados antes do início do tratamento com o escitalopram.
Uma revisão do ECG deve ser considerada antes do início do tratamento com o escitalopram nos pacientes que apresentam doença cardíaca estável.
Se ocorrerem sinais85 de arritmia77 cardíaca durante o tratamento com escitalopram o tratamento deve ser descontinuado e deve ser realizado um ECG.
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco
Para o uso em idosos, crianças e outros grupos de risco ver POSOLOGIA E MODO DE USAR.
Glaucoma86 de ângulo fechado
Os ISRSs, inclusive o escitalopram, podem ter um efeito no tamanho da pupila resultando em midríase87. Esse efeito midriático tem o potencial de reduzir o ângulo ocular, resultando num aumento da pressão intraocular88 e em glaucoma86 de ângulo fechado, especialmente em pacientes pré-dispostos. O escitalopram deve, portanto ser utilizado com precaução em pacientes com glaucoma86 de ângulo fechado ou histórico de glaucoma86.
Efeitos na habilidade de dirigir e usar máquinas
O escitalopram não afeta a função intelectual nem o desempenho psicomotor89. No entanto, conforme ocorrem com outras drogas psicotrópicas, os pacientes devem ser alertados quanto ao risco de uma interferência na sua capacidade de dirigir automóveis e de operar máquinas.
DURANTE O TRATAMENTO, NÃO DIRIJA VEÍCULOS OU OPERE MÁQUINAS, ATÉ SABER SE O OXALATO DE ESCITALOPRAM AFETA VOCÊ. SUA HABILIDADE E ATENÇÃO PODEM ESTAR PREJUDICADAS
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
INTERAÇÕES FARMACODINÂMICAS
Combinações contraindicadas:
Inibidores Não-Seletivos Irreversíveis da MAO66 (Monoaminoxidase): Foram registrados casos de reações graves em pacientes em uso de um ISRS combinado a um inibidor da monoaminoxidase (IMAO31) não-seletivo irreversível, e em pacientes que descontinuaram recentemente o tratamento com ISRSs e iniciaram o tratamento com IMAO31 (ver CONTRAINDICAÇÕES). Em alguns casos os pacientes desenvolveram a síndrome serotoninérgica33 (ver REAÇÕES ADVERSAS).
O escitalopram é contraindicado em combinação com IMAOs irreversíveis não-seletivos. Iniciar o uso do escitalopram 14 dias após a suspensão do tratamento com um IMAO31 irreversível. Iniciar o tratamento com um IMAO31 irreversível não-seletivo no mínimo 7 dias após a suspensão do tratamento com escitalopram.
Pimozida: A coadministração de uma dose única de 2mg de pimozida a indivíduos tratados com citalopram racêmico23 (40 mg/dia por 11 dias) causou aumento no AUC e Cmáx da pimozida, embora não consistentemente ao longo do estudo. A coadministração de pimozida e citalopram resultou num aumento significativo do intervalo QTc de aproximadamente 10 ms. Devido à interação observada com uma dose baixa de pimozida, a administração concomitante de escitalopram e pimozida é contraindicada.
Inibidor Seletivo Reversível da MAO66-A (Moclobemida): Devido ao risco de síndrome serotoninérgica33, a combinação de escitalopram com inibidores da MAO66-A, como a moclobemida, é contraindicada (ver CONTRAINDICAÇÕES). Se a combinação for considerada necessária, deve ser iniciado com a dose mínima recomendada e a monitoração clínica deve ser reforçada.
Inibidor Não-Seletivo Reversível da MAO66 (Linezolida): O antibiótico linezolida é um inibidor não-seletivo reversível da MAO66 e não deve ser administrado em pacientes em tratamento com o escitalopram. Se a combinação for considerada necessária, deve ser iniciado com a dose mínima recomendada e sob monitoração clínica (ver CONTRAINDICAÇÕES).
Inibidor Seletivo Irreversível da MAO66-B (Selegilina): Em combinação com selegilina (inibidor irreversível da MAO66-B), recomenda-se cautela devido ao risco de síndrome serotoninérgica33. Doses de selegilina até 10 mg diárias foram coadministradas com segurança associadas ao escitalopram.
Prolongamento do Intervalo QT: Não foram realizados estudos farmacodinâmicos e farmacocinéticos entre o escitalopram e outros medicamentos que prolongam o intervalo QT. Entretanto, não se pode descartar um efeito aditivo entre esses medicamentos e o citalopram. Desta forma, a coadministração de citalopram e medicamentos que prolongam o intervalo QT, como antiarrítmicos Classes IA e III, antipsicóticos (ex.: derivados da fenotiazina, pimozida e haloperidol), antidepressivos tricíclicos, alguns agentes antimicrobianos (ex.: esparfloxacino, moxifloxacina, eritromicina injetável, pentamidina e antimaláricos90 particularmente halofantrina), alguns anti- histamínicos (astemizol e mizolastina) entre outros, é contraindicada.
Combinações que exigem precaução quando utilizadas:
Drogas de Ação Serotoninérgica: A administração concomitante com outras drogas de ação serotoninérgica (ex.: tramadol, sumatriptano) pode levar ao aparecimento da síndrome serotoninérgica33.
Medicamentos que diminuem o Limiar Convulsivo: ISRSs podem diminuir o limiar convulsivo. Recomenda-se cautela no uso concomitante do escitalopram e outros medicamentos capazes de diminuir o limiar convulsivo (ex.: antidepressivos (tricíclicos), neurolépticos48 (fenotiazinas, tioxantenos e butirofenonas), mefloquina, bupropiona e tramadol).
Lítio, Triptofano: Houve relatos de aumento de reações quando foram administrados ISRSs concomitantemente com lítio ou triptofano, sendo assim, o uso concomitante de ISRSs com essas drogas deve ser realizado sob orientação médica.
Erva de São João: O uso concomitante de ISRS e produtos fitoterápicos que contenham a Erva de São João (Hypericum perforatum) pode resultar num aumento da incidência67 de reações adversas (ver ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES).
Hemorragia60: Alterações nos efeitos anticoagulantes91 podem ocorrer quando o escitalopram é combinado com anticoagulantes91 orais. Pacientes em uso de anticoagulantes91 orais devem ter a coagulação92 monitorada cuidadosamente quando o tratamento com o escitalopram for iniciado ou interrompido (ver ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES). O uso concomitante de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINE) pode aumentar tendências hemorrágicas93 (ver ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES).
Álcool: Nenhuma interação farmacodinâmica ou farmacocinética é esperada entre o escitalopram e o álcool. Entretanto, assim como os outros medicamentos que agem no Sistema Nervoso Central94, a combinação com álcool não é recomendada.
Medicamentos indutores de hipocalemia78/ hipomagnesemia: Recomenda-se precaução no uso concomitante com medicamentos indutores de hipocalemia78/ hipomagnesemia, uma vez que estas condições aumentam o risco de arritmias84 malignas (ver ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES).
INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS
Efeito de outros medicamentos na farmacocinética do escitalopram
O metabolismo95 do escitalopram é mediado principalmente pela enzima96 CYP2C19. As enzimas CYP3A4 e a CYP2D6 também contribuem, embora em menor escala. A metabolização do principal metabólito26 do escitalopram, o S-desmetilescitalopram (S-DCT) parece ser parcialmente catalisada pela enzima96 CYP2D6. A administração concomitante do escitalopram com o omeprazol 30 mg diárias (inibidor da CYP2C19) resulta em um aumento das concentrações plasmáticas de escitalopram de aproximadamente 50%.
A administração concomitante de escitalopram com a cimetidina 400 mg 2 vezes ao dia (inibidor de enzimas de potência moderada) resultou em um aumento das concentrações plasmáticas de escitalopram de aproximadamente 70%. Recomenda-se precaução na administração concomitante de escitalopram e cimetidina. Pode ser necessário um ajuste da dose.
É necessário cautela na administração concomitante de escitalopram com inibidores da CYP2C19 (ex.: omeprazol, azomeprazol, fluvoxamina, lansoprazol, ticlopidina) ou cimetidina. Poderá ser necessária a redução da dose do escitalopram baseada na monitoração dos efeitos colaterais36 durante o tratamento concomitante.
Efeito do escitalopram na farmacocinética de outros medicamentos
O escitalopram é um inibidor moderado da enzima96 CYP2D6. Quando coadministrado com medicamentos cuja metabolização seja catalisada por esta enzima96, e cujo índice terapêutico é estreito, por exemplo, flecainida, propafenona e metoprolol (quando usados para tratamento de insuficiência cardíaca83) ou alguns medicamentos que agem no sistema nervoso central94 e que são metabolizados principalmente pela CYP2D6, por exemplo antidepressivos como a desipramina, clomipramina e nortriptilina ou antipsicóticos como a risperidona, tioridazina e o haloperidol. Pode ser necessário o ajuste da dose. A administração concomitante com a desipramina ou metoprolol (substratos da CYP2D6) resultou em um aumento dobrado dos níveis plasmáticos destes medicamentos. Estudos in vitro demonstraram que o escitalopram poderá também causar uma leve inibição da CYP2C19. Recomenda-se cautela no uso concomitante de medicamentos que são metabolizados pela CYP2D6.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Conservar o medicamento em temperatura ambiente (entre 15–30°C). Proteger a embalagem da luz e umidade.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas do produto
- Oxalato de escitalopram 10 mg: comprimido revestido oblongo, sem vinco, de cor rosa. O oxalato de escitalopram não tem cheiro ou gosto.
- Oxalato de escitalopram 20 mg: comprimido revestido oblongo, sem vinco, de cor branca. O oxalato de escitalopram não tem cheiro ou gosto.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
INSTRUÇÕES DE USO
Os comprimidos do oxalato de escitalopram são administrados por via oral, uma única vez ao dia. Os comprimidos do oxalato de escitalopram podem ser tomados em qualquer momento do dia, com ou sem alimentos. Engolir os comprimidos com água, sem mastigá-los.
POSOLOGIA
A segurança de doses acima de 20 mg não foi demonstrada.
Tratamento da depressão e prevenção de recaídas: A dose usual é de 10 mg/dia. Dependendo da resposta individual, a dose pode ser aumentada até um máximo de 20 mg diários. Usualmente 2-4 semanas são necessárias para obter uma resposta antidepressiva. Após remissão dos sintomas19, tratamento por pelo menos 6 meses é requerido para consolidação da resposta.
Tratamento do transtorno do pânico com ou sem agorafobia3: Recomenda-se uma dose inicial de 5 mg na primeira semana de tratamento, antes de se aumentar a dose para 10 mg por dia, para evitar a ansiedade paradoxal47 que pode ocorrer nesses casos. Aumentar a dose até um máximo de 20 mg por dia, dependendo da resposta individual do paciente. A eficácia máxima é atingida após aproximadamente 03 meses. O tratamento é de longa duração.
Tratamento do transtorno de ansiedade social (fobia4 social): A dose usual é de 10 mg/dia. Para o alívio dos sintomas19 são necessárias de 02 a 04 semanas de tratamento, geralmente. Dependendo da resposta individual, pode ser reduzida para 5 mg ou aumentada até um máximo de 20 mg/dia.
O Transtorno de Ansiedade Social é uma doença crônica, e recomenda-se o tratamento por um período de 03 meses para a consolidação da resposta. O tratamento de longo prazo foi avaliado por 06 meses e pode ser considerado para a prevenção de recaídas; os benefícios do tratamento devem ser reavaliados regularmente.
O Transtorno de Ansiedade Social é uma terminologia bem definida de diagnóstico49 de uma doença específica, e não deve ser confundido com timidez excessiva. A farmacoterapia somente é indicada se a doença interferir significativamente nas atividades sociais e profissionais.
Não há dados comparativos entre a farmacoterapia e a terapia cognitiva97 comportamental. A farmacoterapia é parte da estratégia terapêutica22 global.
Tratamento do transtorno de ansiedade generalizada (TAG): A dose inicial usual é de 10 mg/dia. Dependendo da resposta individual do paciente, a dose pode ser aumentada para um máximo de 20 mg/dia.
O tratamento de respondedores por um período de 06 meses em pacientes utilizando 20 mg diários pode ser utilizado para a prevenção de recaídas e deverá ser considerado como uma opção para alguns pacientes; os benefícios do tratamento com o oxalato de escitalopram devem ser reavaliados periodicamente.
Tratamento do transtorno obsessivo compulsivo (TOC): A dose usual é de 10 mg/dia. Dependendo da resposta individual, decrescer a dose para 5 mg/dia ou aumentar até um máximo de 20 mg/dia.
O TOC é uma doença crônica e os pacientes devem ser tratados por um período mínimo que assegure a ausência de sintomas19. A duração do tratamento deverá ser avaliada individualmente e poderá ser de diversos meses ou mais. Os benefícios do tratamento e a dose devem ser reavaliados regularmente.
Populações especiais
Pacientes idosos (> 65 anos de idade): Considerar a dosagem inicial de 5mg uma vez ao dia. Dependendo da resposta individual do paciente a dose pode ser aumentada até 10 mg diariamente. (ver FARMACOCINÉTICA).
A eficácia de oxalato de escitalopram no tratamento do Transtorno de Ansiedade Social não foi estudada em pacientes idosos.
Crianças e adolescentes (< 18 anos): O oxalato de escitalopram não deve ser usado no tratamento de crianças e adolescentes com menos de 18 anos (ver FARMACOCINÉTICA).
Este medicamento não é recomendado em crianças função renal28 reduzida
Não é necessário ajuste da dose em pacientes com disfunção renal28 leve ou moderada. Recomenda-se cautela em pacientes com a função renal28 gravemente reduzida (clearance de creatinina30 < 30 mL/min.) (ver FARMACOCINÉTICA).
Função hepática27 reduzida: Recomenda-se uma dose inicial de 5 mg/dia durante as 02 primeiras semanas do tratamento em pacientes com comprometimento hepático leve ou moderado. Dependendo da resposta individual de cada paciente, aumentar para 10 mg/dia. Recomenda-se cautela e cuidados extras na titulação da dose em pacientes com comprometimento hepático severo (ver FARMACOCINÉTICA).
Pacientes com problemas na metabolização pela CYP2C19: Para os pacientes com problemas conhecidos de metabolização pela enzima96 CYP2C19, recomenda-se uma dose inicial de 5 mg/dia durante as primeiras 02 semanas de tratamento. Dependendo da resposta individual de cada paciente, aumentar a dose para 10 mg/dia (ver FARMACOCINÉTICA).
Duração do tratamento
A duração do tratamento varia de indivíduo para indivíduo, mas geralmente tem duração mínima de aproximadamente 06 meses. Pode ser necessário um tratamento mais prolongado. A doença latente pode persistir por um longo período de tempo. Se o tratamento for interrompido precocemente os sintomas19 podem voltar.
Sintomas19 de descontinuação
A interrupção abrupta do tratamento deve ser evitada. Ao interromper o tratamento com o oxalato de escitalopram, reduzir gradualmente a dose durante um período de 01 a 02 semanas, para evitar possíveis sintomas19 de descontinuação (ver ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES e REAÇÕES ADVERSAS). Se reações intoleráveis ocorrerem após a redução da dose ou interrupção do tratamento, o retorno da dose anteriormente prescrita pode ser considerado. Em seguida, o médico pode continuar reduzindo a dose, porém mais gradualmente.
Esquecimento da dose
A meia-vida do oxalato de escitalopram é de aproximadamente 30 horas, fato que, associado à obtenção da concentração de estado de equilíbrio após o período de 05 meias-vidas, permite que o esquecimento da ingestão da dose diária possa ser contornado com a simples supressão daquela dose, retomando no dia seguinte a prescrição usual.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Reações adversas
As reações adversas são mais frequentes durante a primeira ou segunda semana de tratamento e, geralmente, diminuem de intensidade e frequência com a continuação do tratamento.
As reações adversas sabidamente relacionadas aos ISRS e que foram reportadas para o escitalopram, tanto nos estudos clínicos placebo18-controlados quanto nos relatos de eventos espontâneos após a comercialização do medicamento, estão listadas a seguir, por classes de sistemas orgânicos e frequência.
As frequências foram retiradas dos estudos clínicos; não são corrigidas pelo placebo18. As frequências foram definidas como:
Categoria |
Frequência |
Muito comum |
≥ 10% |
Comum |
≥ 1% e < 10% |
Incomum |
≥ 0,1% e < 1% |
Raro |
≥ 0,01% e < 0,1% |
Muito raro |
< 0,01% |
Desconhecida |
Não pode ser estimada pelos dados disponíveis |
Classe de Sistema de Órgãos |
Muito Comum |
Comum |
Incomum |
Raro |
Desconhecido |
Distúrbios sanguíneos e linfáticos |
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Trombocitopenia98 |
Distúrbios do sistema imunológico99 |
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Reação Anafilática100 |
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Distúrbios endócrinos |
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Secreção inadequada do hormônio59 antidiurético |
Distúrbios do metabolismo95 e nutrição101 |
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Diminuição do apetite, aumento do apetite, aumento do peso |
Perda de peso |
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Hiponatremia58, anorexia1021 |
Distúrbios psiquiátricos |
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Ansiedade, inquietude, sonhos anormais, diminuição da libido103, anorgasmia104 feminina |
Bruxismo, agitação, irritabilidade, ataques de pânico, estado confusional |
Agressividade despersonalização, alucinações105 |
Mania, ideação suicida., comportamento suicida2 |
Distúrbio do sistema nervoso106 |
Cefaleia73 |
Insônia, sonolência, tonturas68, parestesias107, tremores |
Alterações do paladar108 e no sono, síncope109 |
Síndrome serotoninérgica33 |
Discinesia, desordens do movimento, convulsões, agitação psicomotora57 / acatisia561 |
Distúrbios da visão110 |
|
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Midríase87, distúrbios visuais |
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Distúrbios de audição |
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Tinnitus111 |
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Distúrbios cardíacos |
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Taquicardia112 |
Bradicardia79 |
Intervalo QT prolongado no ECG, arritmia77 ventricular incluindo Torsade de Pointes |
Distúrbios vasculares113 |
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Hipotensão114 ortostática |
Distúrbios respiratórios, torácicos e do mediastino115 |
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Sinusite116, bocejo |
Epistaxe117 |
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Distúrbios gastrintestinais |
Náusea71 |
Diarreia74, constipação118, vômitos39, boca119 seca |
Hemorragia60 gastrointestinal (inclui hemorragia60 retal) |
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Distúrbios hepatobiliares120 |
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Hepatite121, alterações nos testes de função hepática27 |
Distúrbios da pele122 e do tecido subcutâneo123 |
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Aumento da sudorese72 |
Urticária124, alopecia125, eritema126 (rash127), prurido128 |
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Equimoses61, angioedemas |
Distúrbios dos tecidos musculoesqueléticos e conectivos |
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Artralgias129, mialgias130 |
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Distúrbios renais e urinários |
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Retenção urinária131 |
Distúrbios do Sistema reprodutor e mama132 |
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Homens: distúrbios da ejaculação133 e impotência134 |
Mulheres: metrorragia135, menorragia136 |
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Galactorreia137 |
Distúrbios gerais e problemas no local da administração |
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Fadiga139, pirexia140 |
Edema141 |
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1 Estes eventos têm sido relatados para a classe terapêutica22 dos ISRSs.
2 Os casos de ideação suicida e comportamentos suicidas foram relatados durante a terapia com escitalopram ou logo após a descontinuação do tratamento.
Prolongamento do Intervalo QT
Casos de prolongamento do intervalo QT e arritmia77 ventricular, o que inclui Torsades de Pointes, foram relatados durante o período de comercialização, predominantemente em pacientes do sexo feminino, com hipocalemia78 ou com prolongamento do intervalo QT pré-existente causado por outras doenças cardíacas (ver CONTRAINDICAÇÕES, ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES, INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS, REAÇÕES ADVERSAS, SUPERDOSE e PROPRIEDADES FARMACODINÂMICAS).
Efeitos de Classe
Estudos epidemiológicos, conduzidos principalmente em pacientes com 50 anos de idade e mais velhos, mostra um aumento do risco de fraturas ósseas em doentes tratados com ISRS e ADT (antidepressivos tricícicos). O mecanismo que leva a este risco é desconhecido.
Sintomas19 de descontinuação observados na interrupção do tratamento
É comum que a descontinuação dos ISRS/IRSN (particularmente quando abrupta) cause sintomas19 de descontinuação. Tonturas68, alterações sensoriais (inclui parestesias107 e sensação de choques elétricos), alterações do sono (inclui insônia e sonhos vívidos), agitação ou ansiedade, náusea71 e/ou vômitos39, tremores, confusão, sudorese72 profusa, cefaleia73, diarreia74, palpitações75, instabilidade emocional, irritabilidade e alterações visuais são as reações mais comumente relatadas. Geralmente, esses eventos são de intensidade leve a moderada e autolimitados, porém em alguns pacientes podem ser graves e/ou prolongados. Quando o tratamento com o escitalopram não for mais necessário, recomenda-se fazer uma descontinuação gradual, com diminuição progressiva da dose (ver POSOLOGIA E MODO DE USAR).
Notificação de suspeita de evento adverso
A notificação de suspeita de eventos adversos de medicamentos após a sua aprovação é importante. Ela permite o monitoramento contínuo do balanço benefício/ risco do medicamento. Os profissionais de saúde1 devem relatar qualquer suspeita de evento adverso via Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária, conforme descrito abaixo:
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou à Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
Toxicidade5
Os dados clínicos sobre superdose com escitalopram são limitados e muitos casos envolvem overdoses concomitantes a outras drogas. Em sua maioria, casos leves ou casos sem sintomas19 têm sido relatados. Os casos fatais de overdose com escitalopram foram raramente relatados com escitalopram sozinho, a maioria dos casos envolveram overdose de medicamentos concomitantes. Doses entre 400 e 800 mg de escitalopram já foram ingeridas sem qualquer sintoma142 grave.
Sintomas19
Os sintomas19 vistos em overdose de escitalopram incluem sintomas19 relacionados principalmente ao sistema nervoso central94 (variando de tontura143, tremor e agitação de raros casos de síndrome serotoninérgica33, convulsão144 e coma145), o sistema gastrointestinal (náuseas146 / vômitos39) e o sistema cardiovascular147 (taquicardia112, hipotensão114, prolongamento do intervalo QT e arritmia77) e equilíbrio das condições eletrolíticas (hipocalemia78, hiponatremia58).
Conduta em caso de superdose
Não existe um antídoto148 específico. Estabelecer e manter a viabilidade das vias aéreas, assegurando uma adequada oxigenação e ventilação149. Realizar uma lavagem gástrica150 após a ingestão oral, assim que possível. Recomenda-se a monitorar os sinais85 cardíacos e vitais, em conjunto com medidas de suporte sintomático65 gerais.
É recomendável o monitoramento do ECG em casos de superdose, em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva151/ bradiarritmias, em pacientes que utilizam concomitantemente medicamentos que prolongam o intervalo QT ou com alteração de metabolismo95 (ex. insuficiência hepática152).
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
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Reg. MS nº 1.0440.0204
Farm. Resp.: Dr. Rodrigo Ferraz Pinheiro CRF-SP nº 84.515
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Cellera Farmacêutica S/A
Alameda Capovilla, 129 - Indaiatuba - SP
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Indústria Brasileira
Fabricado por:
Eurofarma Laboratórios S.A.
Rod. Pres. Castello Branco, Km 35,6 – Itapevi - SP
SAC 0800 17 7003
