

Cloridrato de Amiodarona (Injetável 50 mg/mL) (Bula do profissional de saúde)
SANVAL COMÉRCIO E INDÚSTRIA LTDA
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
cloridrato de amiodarona
Solução injetável 50 mg/mL
Medicamento genérico Lei 9.787, de 1999
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Solução injetável
Caixa contendo 100 ampolas de 3 mL
USO ADULTO
USO INTRAVENOSO (I.V.)
COMPOSIÇÃO:
Cada mL da solução injetável contém:
cloridrato de amiodarona | 50 mg |
veículo q.s.p. | 1 mL |
Excipientes: álcool benzílico, polissorbato 80, água para injetáveis.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE1
INDICAÇÕES
O cloridrato de amiodarona é indicado para os seguintes casos:
- distúrbios graves do ritmo cardíaco, inclusive aqueles resistentes a outras terapêuticas;
- taquicardia2 ventricular sintomática3;
- taquicardia2 supraventricular sintomática3;
- alterações do ritmo associadas à síndrome4 de Wolff-Parkinson-White.
Devido às propriedades farmacológicas da amiodarona, cloridrato de amiodarona solução injetável está particularmente indicado quando esses distúrbios do ritmo forem capazes de agravar uma patologia5 clínica subjacente (insuficiência6 coronariana, insuficiência cardíaca7).
RESULTADOS DE EFICÁCIA
A amiodarona tem sido utilizada para suprimir um grande número de arritmias8 supraventricular e ventricular no útero9, em adultos e crianças incluindo AV nodal, taquicardia2 juncional, flutter e fibrilação atrial, taquicardia2 ventricular e fibrilação ventricular associada com doença arterial coronária e cardiomiopatia hipertrófica.
Em geral a eficácia da amiodarona é igual ou superior aos outros agentes antiarrítmicos e pode ter alcance em 60% a 80% da maioria das taquiarritmias10 supraventriculares (incluindo aquelas associadas com a síndrome4 de Wolff-Parkinson-White) e 40% a 60% para taquiarritmias10 ventriculares.
Além disso, considerando o uso da amiodarona em ressuscitação cardiopulmonar, segue abaixo os resultados de eficácia: A segurança e a eficácia da amiodarona I.V. em pacientes que tiveram parada cardíaca resistente a desfibrilação ventricular fora do hospital foram avaliadas em 2 estudos duplo-cegos: o estudo ARREST (uma comparação de amiodarona ao placebo11) e o estudo ALIVE (uma comparação de amiodarona à lidocaína). O principal desfecho primário de ambos os estudos foi a admissão dos sobreviventes no hospital.
No estudo ARREST, 504 pacientes com parada cardíaca fora do hospital, resultante de fibrilação ventricular ou taquicardia2 ventricular sem pulso, resistente a 3 ou mais choques para desfibrilação e epinefrina, foram randomizados para receber 300 mg de amiodarona diluída em 20mL de solução de glicose12 5% rapidamente injetada na veia periférica (246 pacientes) ou para receber placebo11 (258 pacientes). Dos 197 pacientes (39%) que sobreviveram para serem admitidos no hospital, a amiodarona aumentou significativamente as chances de ressuscitação e internação hospitalar: 44% no grupo recebendo amiodarona contra 34% no grupo recebendo placebo11, respectivamente (p = 0,03). Após ajuste de outros prognósticos de resultado independentes, a proporção de admissão de sobreviventes ao hospital no grupo da amiodarona quando comparada ao grupo do placebo11 foi 1,6 (intervalo de confiança 95%, 1,1 a 2,4; p = 0,02).
Um número maior de pacientes no grupo recebendo amiodarona do que no grupo recebendo placebo11 apresentou hipotensão13 (59% contra 25%, p = 0,04) ou bradicardia14 (41% contra 25%, p = 0,004).
No estudo ALIVE, 347 pacientes com fibrilação ventricular resistentes a 3 tentativas de desfibrilação por choque15, epinefrina e um posterior choque15 para desfibrilação ou com recorrência16 de fibrilação ventricular após desfibrilação inicialmente bem sucedida foram randomizados para receber amiodarona (5mg/kg de peso corpóreo estimado, diluídos em 30mL de solução de glicose12 a 5%) e lidocaína semelhante ao placebo11 ou lidocaína (1,5mg/kg na concentração de 10mg/mL) e amiodarona semelhante ao placebo11 contendo o mesmo diluente (polissorbato 80). Dos 347 pacientes incluídos no estudo, a amiodarona aumentou significativamente as chances de ressuscitação para a admissão hospitalar: 22,8% no grupo recebendo amiodarona (41 pacientes dos 180) e 12% no grupo recebendo lidocaína (20 pacientes de 167) [p = 0,009]. Após ajuste de outros fatores que podem influenciar a probabilidade de sobrevivência17, a proporção de sobreviventes para admissão hospitalar no grupo recebendo amiodarona quando comparada ao grupo recebendo lidocaína foi 2,49 (intervalo de confiança 95%, 1,28 a 4,85; p = 0,007). Não houve diferenças entre os grupos de tratamento na proporção de pacientes que precisaram de tratamento para bradicardia14 com atropina ou tratamento pressor com dopamina18 ou nas proporções dos pacientes recebendo lidocaína de maneira aberta no estudo.
A proporção de pacientes nos quais ocorreu assistolia após choque15 para desfibrilação, após administração da droga inicial do estudo, foi significativamente maior no grupo recebendo lidocaína (28,9%) do que no grupo recebendo amiodarona (18,4%), p = 0,04.
REFERÊNCIAS
Chaitman BR. Exercise stress testing. In: Braunwald E, editor. Heart disease: a textbook of cardiovascular medicine. 5th ed. Philadelphia: WB Saunders; 1997. p.153 - 176.
Estudo ARREST: Kudenchuk PJ, Cobb LA, Copass MK, Cummins RO, Doherty AM, Fahrenbruch CE, et al. Amiodarone for resuscitation after out-of-hospital cardiac arrest due to shock-refractory ventricular fibrillation or tachycardia. N Engl J Med 1999;341:871 - 8.
Estudo ALIVE: Dorian P, Cass D, Schwartz B, Cooper R, Gelaznikas R, Barr A. Amiodarone as compared with lidocaine for shock- resistant ventricular fibrillation. N Engl J Med. 2002 Mar 21;346(12):884 - 90.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Propriedades farmacodinâmicas
A amiodarona é um agente antiarrítmico19 com as seguintes propriedades:
Propriedade antiarrítmica
- prolongamento da fase 3 do potencial de ação da fibra cardíaca devido principalmente a redução da corrente de potássio (classe III de Vaughan Williams); este prolongamento não está relacionado com a frequência cardíaca;
- diminuição do automatismo sinusal levando a bradicardia14 que não responde à administração de atropina;
- inibição adrenérgica alfa e beta não competitiva;
- retardo da condução sino-atrial, atrial e nodal, mais nítido quando a frequência cardíaca é mais rápida;
- nenhuma alteração na condução intra-ventricular;
- aumento dos períodos refratários20 e diminuição da excitabilidade miocárdica em nível atrial, nodal e ventricular;
- diminuição da condução e aumento dos períodos refratários20 nas vias acessórias atrio-ventriculares.
- Propriedade anti-isquêmica
- diminuição do consumo de oxigênio por diminuição moderada da resistência periférica21 e redução da frequência cardíaca;
- propriedades antagonistas não competitivas alfa e beta-adrenérgicas;
- aumento do débito coronário por efeito direto sobre a musculatura lisa das artérias22 miocárdicas;
- manutenção do débito cardíaco23 devido a diminuição da pressão aórtica e da resistência periférica21.
Propriedades farmacocinéticas
A amiodarona é metabolizada principalmente pelo CYP 3A4, e também pelo CYP 2C8.
A amiodarona e seu metabólito24, desetilamiodarona, apresentam in vitro um potencial de inibir os CYP 1A1, CYP 1A2, CYP 2C9, CYP 2C19, CYP 2D6, CYP 3A4, CYP 2A6, CYP 2B6 e 2C8. A amiodarona e a desetilamiodarona tem também um potencial para inibir alguns transportadores, tais como a glicoproteína- P e o transportador de cátions orgânicos - OCT2 (um estudo mostra um aumento de 1,1% na concentração de creatinina25, um substrato de OCT2). Dados in vivo descrevem interações da amiodarona sobre substratos de CYP 3A4, CYP 2C9, CYP 2D6 e P-gp.
Após injeção26, a concentração de amiodarona diminui rapidamente no sangue27, enquanto ocorre uma impregnação dos tecidos. A atividade atinge o máximo em cerca de 15 minutos e se esgota em 4 horas. Caso não haja nova administração, o fármaco28 é eliminado progressivamente. A amiodarona se acumula nos tecidos caso haja nova injeção26 ou administração oral.
A meia-vida da amiodarona é longa, incluindo variabilidade interpaciente considerável (20 a 100 dias). Durante os primeiros dias de tratamento com cloridrato de amiodarona o produto se acumula em quase todos os tecidos, particularmente no tecido adiposo29. A eliminação ocorre após alguns dias e a concentração plasmática no estado de equilíbrio é atingida entre o período de um a alguns meses dependendo de cada paciente.
Essas características justificam o emprego de doses de ataque, que visam criar rapidamente a impregnação tissular30 necessária à atividade terapêutica31.
A iodina é parcialmente removida da molécula e é encontrada na urina32 como ioduro; isto corresponde a 6mg/24 horas quando uma dose de 200mg de amiodarona é administrada diariamente. A parte remanescente da molécula, portanto incluindo a maior parte de iodina, é eliminada nas fezes após excreção hepática33. A amiodarona é eliminada essencialmente por via biliar.
O clearance plasmático da amiodarona é baixo e a excreção renal34 insignificante o que permite o emprego de cloridrato de amiodarona nas posologias habituais nos pacientes com insuficiência renal35.
Após a interrupção do tratamento a eliminação continua durante muitos meses. A persistência de uma atividade residual durante 10 dias a um mês deve ser levada em conta durante a condução do tratamento.
Dados de segurança pré-clínica
Em um estudo de carcinogenicidade de 2 anos em ratos, a amiodarona causou um aumento de tumores foliculares de tireoide36 (adenoma37 e/ou carcinoma38) em ambos os sexos com exposição clinicamente relevantes.
Como os sinais39 de mutagenicidade são negativos, é proposto um mecanismo epigênico em vez de genotóxico para este tipo de indução de tumor40. No camundongo, os carcinomas não foram observados, mas foi observada uma hiperplasia41 folicular da tiroide, dose-dependente.
Estes efeitos sobre a tiroide em ratos e camundongos são muito provavelmente devido a efeitos da amiodarona na síntese e/ou liberação de hormônios da glândula42 tiroide. A relevância destes achados é considerada baixa.
CONTRAINDICAÇÕES
O cloridrato de amiodarona é contraindicado nos seguintes casos:
- hipersensibilidade conhecida ao iodo, à amiodarona ou a quaisquer componentes da fórmula;
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes:
- com bradicardia14 sinusal, bloqueio sino-atrial e doença do nó sinusal43 (risco de parada sinusal), distúrbios severos de condução atrioventricular, a menos que o paciente esteja com um marcapasso44 implantado;
- com distúrbios de condução bi ou tri-fasciculares, a menos que o paciente tenha um marcapasso44 implantado ou esteja em uma unidade assistencial especial e amiodarona seja administrada com retaguarda de marcapasso44 de demanda;
- com hipotensão arterial45 severa, colapso46 circulatório;
- com hipotensão13, insuficiência respiratória47 severa, miocardiopatia48 ou insuficiência cardíaca7 (possível agravamento);
- que fazem uso de associação com medicamentos que possam induzir torsade de pointes (vide Interações Medicamentosas);
- com doença tireoidiana;
- gestação, exceto em circunstâncias excepcionais (vide Gravidez49);
- lactação50 (vide Lactação50).
Categoria de risco na gravidez49: D. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez49.
Todas estas contraindicações listadas não se aplicam quando a amiodarona é utilizada na sala de emergência51 em casos de fibrilação ventricular resistente a ressuscitação cardiopulmonar por choque15 (desfibrilador).
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Advertências
A injeção26 intravenosa é geralmente desaconselhada devido aos riscos hemodinâmicos (hipotensão13 severa, colapso46 circulatório). Sempre que possível, utilize o medicamento por infusão intravenosa.
A injeção26 intravenosa deve ser realizada somente em emergência51 quando falharem as alternativas terapêuticas, e somente em uma unidade de terapia intensiva52 sob monitoramento contínuo (ECG, pressão sanguínea).
A dosagem recomendada é de aproximadamente 5mg/kg de peso corpóreo. Exceto nos casos de fibrilação ventricular resistente à ressuscitação cardiopulmonar por choque15, a amiodarona deve ser administrada por um período mínimo de 3 minutos. A injeção26 intravenosa não deve ser repetida antes de 15 minutos após a primeira, mesmo que tenha sido somente uma ampola (possível colapso46 irreversível).
Não misturar outras preparações na mesma seringa53. Não injetar outras preparações na mesma linha de infusão.
Caso seja necessário continuar o tratamento com amiodarona, deve-se seguir com a administração por infusão intravenosa (vide Posologia e Modo de Usar).
Distúrbios cardíacos (vide Reações Adversas)
Foi reportado o aparecimento de novas arritmias8 ou a piora de arritmias8 tratadas, algumas vezes de forma fatal. É importante, porém difícil, diferenciar uma falta de efeito do medicamento de um efeito pró-arrítmico associado ou não a uma piora da condição cardíaca. Os efeitos pró-arrítmicos são mais raramente reportados com amiodarona do que com outros agentes antiarrítmicos, e geralmente ocorrem no contexto de fatores que prolongam o intervalo QT, tais como interações medicamentosas e/ou distúrbios eletrolíticos (vide Interações Medicamentosas e Reações Adversas). Apesar do prolongamento do intervalo QT, a amiodarona exibe baixa atividade torsadogênica.
Bradicardia14 severa (vide Interações Medicamentosas)
Casos de bradicardia14 severa, potencialmente com risco de vida e bloqueio cardíaco54 foram observados quando a amiodarona é administrada em combinação com sofosbuvir em combinação com outro antiviral de ação direta ao vírus55 da hepatite56 C, tais como daclatasvir, simeprevir, ou ledipasvir. Portanto, a coadministração destes agentes com amiodarona não é recomendada.
Se o uso concomitante com amiodarona não puder ser evitado, recomenda-se que os pacientes sejam cuidadosamente monitorados quando se iniciar o uso de sofosbuvir em combinação com outros antivirais de ação direta. Pacientes identificados com alto risco de bradiarritmia devem ser monitorados continuamente por pelo menos 48 horas em um ambiente clínico adequado, após o início do tratamento concomitante com sofosbuvir.
Devido à meia vida longa da amiodarona, um monitoramento apropriado também deve ser realizado em pacientes que descontinuaram a amiodarona dentro dos últimos meses e que iniciarão com sofosbuvir em combinação com outros antivirais de ação direta.
Os pacientes recebendo esses medicamentos para hepatite56 C com amiodarona, com ou sem outros medicamentos que diminuem a frequência cardíaca, devem ser advertidos sobre os sintomas57 de bradicardia14 e bloqueio cardíaco54 e, caso ocorra, devem ser orientados a procurar imediatamente um médico.
Distúrbios pulmonares
(vide Reações Adversas)
O aparecimento de dispneia58 ou tosse não produtiva pode estar relacionado à toxicidade59 pulmonar tal como pneumonite60 intersticial61. Casos muito raros de pneumonite60 intersticial61 têm sido relatados com o uso intravenoso de amiodarona. Deve-se realizar raio-X de tórax62, quando há suspeita de pneumonite60 em pacientes que desenvolveram dispneia58 de esforço, isolada ou associada com piora do estado geral (fadiga63, perda de peso, febre64). A terapia com amiodarona deve ser reavaliada visto que a pneumonite60 intersticial61 é geralmente reversível após a retirada precoce de amiodarona (sinais39 clínicos geralmente regridem dentro de 3 a 4 semanas, seguido por lenta melhora da função pulmonar e radiológica dentro de alguns meses), e deve ser considerado um tratamento com corticosteroides.
Foram observados casos muito raros de complicações respiratórias severas, às vezes fatais, geralmente no período imediato após uma cirurgia (síndrome4 de angústia respiratória do adulto); isto pode estar relacionado com altas concentrações de oxigênio (vide Interações Medicamentosas e Reações Adversas).
Distúrbios hepáticos
(vide Reações Adversas)
Um monitoramento cuidadoso dos testes de função hepática33 (transaminases) é recomendável assim que o uso da amiodarona for iniciado e regularmente durante o tratamento. Podem ocorrer distúrbios hepáticos agudos (incluindo insuficiência6 hepatocelular severa ou insuficiência hepática65, algumas vezes fatal) e crônicos, com o uso de amiodarona nas formas oral e intravenosa e nas primeiras 24 horas da administração por via I.V.. Portanto, a dose de amiodarona deve ser reduzida ou o tratamento descontinuado se o aumento de transaminases exceder três vezes o valor normal.
Os sinais39 clínicos e biológicos de insuficiência hepática65 crônica decorrente do uso oral de amiodarona podem ser mínimos (hepatomegalia66, aumento das transaminases em até 5 vezes os valores normais) e reversíveis após a suspensão do tratamento, contudo foram relatados casos fatais.
Distúrbios oculares
Se ocorrer diminuição da visão67 ou a mesma ficar embaçada, deve-se fazer prontamente um exame oftalmológico completo, incluindo fundoscopia. O aparecimento de neuropatia68 óptica e/ou neurite69 óptica que são distúrbios do nervo óptico requer a suspensão do tratamento com amiodarona, já que pode levar à cegueira.
Reações bolhosas severas
Reações cutâneas70 com risco de morte ou até mesmo fatais, Síndrome de Stevens-Johnson71 (SSJ) e necrólise epidérmica tóxica72 (NET) (vide Reações Adversas). Se sinais39 ou sintomas57 de SSJ, NET (ex.: rash73 cutâneo74 progressivo frequentemente com bolha75 ou lesão76 na mucosa77) aparecerem, o tratamento com amiodarona deve ser descontinuado imediatamente.
Interações medicamentosas
(vide item 6. Interações Medicamentosas): O uso concomitante de amiodarona não é recomendado com os seguintes fármacos: beta-bloqueadores, bloqueadores de canais de cálcio que diminuem a frequência cardíaca (verapamil, diltiazem), laxantes78 que podem causar hipocalemia79.
Precauções
A amiodarona injetável só deverá ser utilizada em meio hospitalar especializado sob monitoração contínua (ECG, pressão sanguínea).
Para evitar reações no local da injeção26, cloridrato de amiodarona injetável deve, sempre que possível, ser administrado através de uma via venosa central (vide Reações Adversas).
Deve-se ter cautela nos casos de hipotensão13, insuficiência respiratória47 severa, e insuficiência cardíaca7 severa ou descompensada.
Anestesia80
(vide Interações Medicamentosas e Reações Adversas)
Antes da cirurgia, o anestesista deve ser informado sobre o tratamento com amiodarona.
Gravidez49 e Lactação50
A amiodarona é contraindicada durante a gravidez49 em virtude de seus efeitos na glândula42 tireoide36 do feto81, a menos que os benefícios superem os riscos ao feto81. A amiodarona é excretada no leite materno em quantidades significativas e por isso, é contraindicada em lactantes82.
Populações especiais
Pacientes idosos: em pacientes idosos, a redução da frequência cardíaca pode ser mais pronunciada com o uso da amiodarona.
Pacientes pediátricos: a segurança e eficácia da amiodarona em pacientes pediátricos não foram estabelecidas, portanto a sua utilização não é recomendada.
A solução injetável de amiodarona contém álcool benzílico. Existem relatos de uma síndrome4 respiratória (“gasping syndrome” ) fatal em neonatos83 (crianças com menos de 1 mês de vida) após a administração de soluções que contêm este conservante. Os sintomas57 incluem desenvolvimento súbito de dificuldade respiratória, hipotensão13, bradicardia14 e colapso46 cardiovascular.
Efeitos na habilidade de dirigir e usar máquinas
De acordo com os dados de segurança da amiodarona, não existem evidências de que a amiodarona prejudique a habilidade de dirigir veículos ou operar máquinas.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Interações Farmacodinâmicas
Medicamentos que induzem torsade de pointes ou prolongamento do QT: As associações com medicamentos que podem induzir torsade de pointes são contraindicadas (vide Contraindicações)
- Medicamentos antiarrítmicos tais como: da Classe Ia, sotalol, bepridil;
- Medicamentos não antiarrítmicos tais como: vincamina, alguns agentes neurolépticos84, cisaprida, eritromicina I.V., pentamidina (quando administradas por via parenteral), uma vez que existe um aumento no risco de ocorrer torsade de pointes potencialmente letal.
- Medicamentos que causam prolongamento QT: A administração concomitante de amiodarona com medicamentos conhecidos por prolongar o intervalo QT deve estar baseada em uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios potenciais para cada paciente, pois o risco de torsade de pointes pode aumentar (vide Advertências) e os pacientes devem ser monitorados quanto ao prolongamento do intervalo QT.
- Fluoroquinolonas devem ser evitadas por pacientes recebendo amiodarona.
Medicamentos que reduzem a frequência cardíaca ou que causam distúrbios de automatismo ou condução: As associações com estes medicamentos não são recomendadas.
Betabloqueadores e bloqueadores do canal de cálcio que reduzem a frequência cardíaca (verapamil, diltiazem), uma vez que podem ocorrer distúrbios de automatismo (bradicardia14 excessiva) e de condução;
Medicamentos que podem induzir hipocalemia79: As associações com os seguintes medicamentos não são recomendadas.
- Laxativos85 estimulantes podem levar a hipocalemia79 e consequentemente, aumento do risco de torsade de pointes. Por isso, devem ser utilizados outros tipos de laxantes78; Deve-se ter cautela quando os seguintes medicamentos são utilizados em associação com cloridrato de amiodarona:
- Alguns diuréticos86 indutores de hipocalemia79, isolados ou combinados;
- Corticosteroides sistêmicos87 (gluco-, mineralo-), tetracosactida;
- Anfotericina B (IV);
Deve-se prevenir o início de hipocalemia79 (e corrigir a hipocalemia79); o intervalo QT deve ser monitorado e, em caso de torsade de pointes, não administrar antiarrítmicos (instituir marcapasso44 ventricular; pode ser administrado magnésio I.V.).
Anestesia80 geral (vide Precauções e Reações adversas): Foram relatadas complicações potencialmente severas em pacientes submetidos à anestesia80 geral: bradicardia14 (irresponsiva à atropina), hipotensão13, distúrbios da condução, redução do débito cardíaco23.
Foram observados casos muito raros de complicações respiratórias severas (síndrome4 de angústia respiratória aguda do adulto), às vezes fatais, geralmente no período pós-cirúrgico imediato. Isto pode estar relacionado com uma possível interação com altas concentrações de oxigênio.
Efeito de cloridrato de amiodarona sobre outros produtos
A amiodarona e/ou seu metabólito24, a desetilamiodarona, inibem os CYP1A1, CYP1A2, CYP3A4, CYP2C9, CYP2D6 e a glicoproteína P e podem aumentar a exposição de seus substratos.
Devido à longa meia-vida da amiodarona, as interações podem ser observadas por vários meses após a descontinuação da amiodarona.
Substratos P-gp
A amiodarona é um inibidor da P-gp. A administração concomitante com substratos da P-gp deverá resultar em aumento de suas exposições.
- Digitálicos: Pode ocorrer perturbação no automatismo (bradicardia14 excessiva) e na condução atrioventricular (ação sinérgica). Além disso, um aumento na concentração plasmática da digoxina é possível devido à redução do clearance de digoxina. Devem ser monitorados os níveis de digoxina plasmática e ECG. Os pacientes devem ser observados quanto aos sinais39 clínicos de toxicidade59 digitálica. Pode ser necessário ajuste posológico do digitálico.
- Dabigatrana: Deve-se ter cautela quando a amiodarona é administrada com dabigatrana devido ao risco de sangramento. Se necessário, ajustar a dose de dabigatrana de acordo com as informações de sua bula.
Substratos do CYP 2C9
A amiodarona aumenta as concentrações de substratos da CYP 2C9 tais como varfarina ou fenitoína através da inibição do citocromo P450 2C9.
- Varfarina: A combinação de varfarina com amiodarona pode exacerbar o efeito do anticoagulante88 oral, elevando o risco de sangramento. É necessário monitorar os níveis de protrombina89 (INR) regularmente e ajustar as doses orais do anticoagulante88 durante e após o tratamento com amiodarona.
- Fenitoína: A combinação de fenitoína com amiodarona pode resultar em superdose de fenitoína, resultando em sinais39 neurológicos. Deve ser empregada monitoração clínica e a dose de fenitoína deve ser reduzida logo que surgirem sinais39 de superdose. Devem ser determinados os níveis de fenitoína plasmática.
Substratos do CYP 2D6
- Flecainida: A amiodarona aumenta as concentrações plasmáticas da flecainida, pela inibição do citocromo CYP2D6. Portanto, a dose de flecainida deve ser ajustada.
Substratos do CYP P450 3A4
Quando tais substâncias são administradas concomitantemente com amiodarona, um inibidor do CYP3A4, pode ocorrer um aumento de suas concentrações no plasma90, o que poderá acarretar num possível aumento de sua toxicidade59.
- Ciclosporina: a combinação com amiodarona pode aumentar os níveis plasmáticos de ciclosporina. A dose deve ser ajustada.
- Fentanila: a combinação com amiodarona pode acentuar os efeitos farmacológicos da fentanila e aumentar o risco de toxicidade59.
- Estatinas: o risco de toxicidade59 muscular (ex.: rabdomiólise91) é aumentado pela administração concomitante de amiodarona e estatinas metabolizadas pelo CYP3A4, tais como sinvastatina, atorvastatina e lovastatina. Recomenda-se o uso de estatinas não metabolizadas pelo CYP3A4 quando administradas com amiodarona.
- Outros medicamentos metabolizados pelo CYP3A4: lidocaína, tacrolimus, sildenafila, midazolam, triazolam, diidroergotamina, ergotamina e colchicina.
Efeito de outros produtos sobre cloridrato de amiodarona
Os inibidores do CYP 3A4 e do CYP 2C8 podem ter um potencial para inibir o metabolismo92 da amiodarona e aumentar a sua exposição. Recomenda-se evitar inibidores do CYP 3A4 (por exemplo, suco de toranja e determinados medicamentos) durante o tratamento com amiodarona.
Outras interações medicamentosas com cloridrato de amiodarona (vide Advertências e Precauções)
A administração concomitante de amiodarona com sofosbuvir em combinação com outro antiviral de ação direta sobre o vírus55 da Hepatite56 C (como daclatasvir, simeprevir ou ledipasvir) não é recomendada, pois pode levar a bradicardia14 sintomática3 grave. O mecanismo para este efeito de bradicardia14 é desconhecido.
Se a coadministração não puder ser evitada, o monitoramento cardíaco é recomendado (vide Advertências e Precauções)
Alimentos
Evitar o consumo de suco de toranja.
Interferência em exames laboratoriais
Não há dados disponíveis até o momento sobre a interferência de cloridrato de amiodarona em exames laboratoriais.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
O cloridrato de amiodarona solução injetável deve ser conservado em temperatura ambiente (15 a 30°C). Proteger da luz.
Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação impressa na embalagem.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Características físicas e organolépticas do produto
Ampola de vidro âmbar contendo 3mL. Solução ligeiramente amarelada.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original. Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Devido às características farmacêuticas, não se deve utilizar concentrações inferiores a 600mg/L. Utilizar exclusivamente solução de glicose12 5% para diluição conservar a solução diluída em temperatura ambiente (15 a 30°C) ao abrigo da luz. A solução deve ser administrada dentro de 24 horas. Não misturar qualquer outro produto no líquido de infusão.
Incompatibilidades: na presença de amiodarona, equipamentos que contenham plasticizante (massa modelada acrescentada ao material plástico para obter as características necessárias) tais como DEHP (di-2-etilhexilftalato) podem liberar o plasticizante dentro da solução de infusão. Com objetivo de minimizar a exposição do paciente ao DEHP, a diluição final de amiodarona para infusão deve ser preferencialmente administrada através de sistemas que não contenham DEHP.
Infusão intravenosa
A dose de ataque usual é de 5mg/kg em 250mL de solução de glicose12 a 5%, administrados por um período de 20 minutos a 2 horas. Isto pode ser repetido de 2 a 3 vezes por um período de 24 horas. A velocidade de infusão deve ser ajustada à evolução clínica.
O efeito terapêutico aparece dentro dos primeiros minutos e então decresce progressivamente, por este motivo uma infusão contínua deve ser instituída.
Dose de manutenção: 10 a 20mg/kg/dia (geralmente 600 a 800mg/24 h, até 1200mg/24 h) em 250mL de solução de glicose12 a 5% durante alguns dias. O tratamento de manutenção por via oral deve ser iniciado no primeiro dia da infusão.
Administração em bolus93 I.V. (vide Advertências)
Dose de 5mg/kg, a duração da injeção26 jamais deverá ser inferior a 3 minutos. A preparação não deve ser misturada com outra preparação na mesma seringa53.
No caso específico de fibrilação ventricular resistente a ressuscitação cardiopulmonar por choque15, a primeira dose de amiodarona 300mg (ou 5mg/kg) diluída em 20mL de solução de glicose12 a 5% é administrada por injeção26 I.V. em bolus93. Uma dose adicional de 150mg (ou 2,5mg/kg) I.V. pode ser considerada se a fibrilação ventricular persistir.
Risco de uso por via de administração não recomendada: Não há estudos dos efeitos de cloridrato de amiodarona administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via intravenosa.
Conduta necessária caso haja esquecimento de administração: Caso o paciente esqueça de administrar uma dose, ele deverá administrá-la assim que possível. No entanto, se estiver próximo do horário da dose seguinte, esperar por este horário, respeitando sempre o intervalo determinado pela posologia. Nunca devem ser administradas duas doses ao mesmo tempo.
POSIÇÃO ADEQUADA PARA ABERTURA DA AMPOLA COM ANEL DE RUPTURA (VIBRAC)
- Deixar ampola na posição de aproximadamente 45° (minimizando o risco de que partículas caiam dentro da ampola).
- Com a ponta do dedo polegar fazer apoio no estrangulamento. Com o dedo indicador envolver a parte superior da ampola (balão), pressionando-a para trás.
REAÇÕES ADVERSAS
As seguintes definições de frequência são usadas: muito comum (≥ 10%), comum (≥ 1 e < 10%), incomum (≥ 0,1 e < 1%), raro (≥ 0,01 e < 0,1%) e muito raro (<0,01%) e frequência desconhecida (não pode ser estimada pelos dados disponíveis).
Reações Adversas |
Frequência |
Distúrbios sanguíneos e sistema linfático94 |
|
Neutropenia95, agranulocitose96 |
Desconhecida |
Distúrbios cardíacos |
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Bradicardia14 geralmente moderada |
Comum |
Aparecimento de piora da arritmia97, seguida, às vezes, por parada cardíaca (vide Advertências e Interações medicamentosas) |
Muito raro |
Bradicardia14 acentuada, parada sinusal que pode determinar a descontinuidade do tratamento com amiodarona, principalmente nos pacientes com disfunção do nódulo sinusal98 e em pacientes idosos |
Muito raro |
Torsade de pointes (vide Advertências e Interações medicamentosas) |
Desconhecida |
Distúrbios endócrinos (vide Advertências e Precauções) |
|
Hipertireoidismo99 |
Desconhecida |
Síndrome4 de secreção inapropriada do hormônio100 antidiurético (SIADH) |
Muito raro |
Distúrbios oftálmicos |
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Neuropatia68 ótica/neurite69, que pode progredir para a cegueira (vide Advertências e |
Desconhecida |
Distúrbios gastrintestinais |
|
Náusea101 |
Muito raro |
Pancreatite102/pancreatite102 aguda |
Desconhecida |
Distúrbios gerais e condições no local da administração |
|
Reações no local da aplicação, tais como: dor, eritema103, edema104, necrose105, extravasamento, infiltração, inflamação106, endurecimento, tromboflebite107, flebite108, celulite109, infecção110 e modificação na pigmentação. |
Comum |
Distúrbios hepato-biliares (vide Advertências e Precauções) |
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Aumento isolado das transaminases séricas, que são normalmente moderadas (1,5 a 3 vezes o valor normal) no início da terapia. Os níveis podem retornar ao normal com redução da dose ou mesmo espontaneamente. |
Muito raro |
Distúrbios hepáticos agudos com aumento das transaminases séricas e/ou icterícia111, incluindo insuficiência hepática65, às vezes fatal (vide Advertências) |
Muito raro |
Distúrbios do sistema imunológico112 |
|
Choque anafilático113 |
Muito raro |
Edema angioneurótico114 (Edema104 de Quincke) |
Desconhecida |
Distúrbios músculo-esquelético e de tecido conjuntivo115 |
|
Dor nas costas116 |
Desconhecida |
Distúrbios do sistema nervoso117 |
|
Hipertensão118 intracraniana benigna (pseudo tumor40 cerebral), cefaleia119 |
Muito raro |
Distúrbios psiquiátricos |
|
Estado confusional/delírio120, alucinação121 |
Desconhecida |
Distúrbios mamários e do sistema reprodutivo |
|
Diminuição da libido122 |
Desconhecida |
Distúrbios reapiratórios, torácicos e no mediastino123 |
|
Pneumonite60 intersticial61 ou fibrose124, às vezes fatal (vide Advertências), complicações respiratórias severas (síndrome4 de angústia |
Muito raro |
Broncoespasmo125 e/ou apneia126 em casos de deficiência respiratória severa e especialmente em |
Muito raro |
Distúrbios da pele127 e tecidos subcutâneos |
|
Transpiração128 |
Muito raro |
Eczema129, urticária130, reações cutâneas70 severas às vezes fatal incluindo necrólise epidérmica tóxica72/síndrome de Stevens-Johnson71, |
Desconhecida |
Distúrbios vasculares131 |
|
Queda da pressão sanguínea, geralmente moderada e transitória. Foram relatados casos de hipotensão13 severa ou colapso46 após |
Comum |
Rubor quente |
Muito raro |
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou à Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
Sintomas57
Não há dados disponíveis sobre superdose de amiodarona intravenosa. Após superdose oral de amiodarona, foram relatados alguns casos de bradicardia14 sinusal, bloqueio cardíaco54, taquicardia2 ventricular, torsade de pointes, insuficiência6 circulatória e disfunção hepática33.
Tratamento
O tratamento deve ser sintomático132. A amiodarona e seus metabólitos133 não são removidos por diálise134.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
USO RESTRITO A HOSPITAIS
Reg. M.S. nº 1.0714.0254
Farmacêutica Responsável: Dra. Claudia dos Reis Tassinari Amaral - CRF-SP nº 15.346
Fabricado por:
Hipolabor Farmacêutica Ltda. Rod.
BR 262, Km 12,3, Borges.
Sabará – MG – CEP: 34735-010
Indústria Brasileira
Registrado por:
Sanval Comércio e Indústria Ltda.
Rua Nicolau Alayon, 441 - Interlagos
São Paulo - SP. - CEP: 04802-000
C.N.P.J. 61.068.755/0001-12
Indústria Brasileira.
SAC 0800 176777
