

Espironolactona (Comprimido 25 mg) (Bula do profissional de saúde)
EUROFARMA LABORATÓRIOS S.A.
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
espironolactona
Comprimido 25 mg
Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999.
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÕES:
Comprimido
Embalagens com 30 comprimidos
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido contém:
espironolactona | 25 mg |
excipientes q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: sulfato de cálcio di-hidratado, amido, povidona e estearato de magnésio.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE1
INDICAÇÕES
A espironolactona é indicada para:
- hipertensão2 essencial;
- distúrbios edematosos, tais como: edema3 e ascite4 da insuficiência cardíaca congestiva5, cirrose6 hepática7 e síndrome nefrótica8;
- edema3 idiopático9;
- terapia auxiliar na hipertensão2 maligna;
- hipopotassemia10 quando outras medidas forem consideradas impróprias ou inadequadas;
- profilaxia da hipopotassemia10 e hipomagnesemia em pacientes tomando diuréticos11, ou quando outras medidas forem inadequadas ou impróprias;
- diagnóstico12 e tratamento do hiperaldosteronismo primário e tratamento pré-operatório de pacientes com hiperaldosteronismo primário.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Insuficiência cardíaca13 grave: o Estudo Randomizado14 de Avaliação de espironolactona (RALES1, na sigla em inglês) foi um estudo multinacional, duplo-cego, em pacientes com fração de ejeção ≤ 35%, história de insuficiência cardíaca13 classe IV da New York Heart Association (NYHA, na sigla em inglês) de 6 meses e insuficiência cardíaca13 de classe III-IV na época da randomização. Todos os pacientes deveriam estar tomando um diurético15 de alça, e se tolerado, um inibidor da ECA. Pacientes com creatinina16 > 2,5 mg/dL17 na linha de base ou um aumento recente de 25% ou com potássio sérico > 5,0 mEq/L na linha de base foram excluídos.
Os pacientes foram randomizados 1:1 para 25 mg de espironolactona por via oral, uma vez ao dia ou ao placebo18 correspondente. Consultas de seguimento e avaliações laboratoriais (incluindo potássio sérico e creatinina16) foram realizadas a cada quatro semanas durante as primeiras 12 semanas, a seguir a cada 3 meses durante o primeiro ano e depois a cada 6 meses. A dose poderia ser retida para hipercalemia19 grave ou se a cretinina no soro20 aumentasse para > 4,0 mg/dL17. Os pacientes que eram intolerantes ao regime de dose inicial tiveram a sua dose reduzida para um comprimido a cada dia, de uma a quatro semanas. Os pacientes tolerantes a um comprimido diário em 8 semanas poderiam ter sua dose aumentada para dois comprimidos diários a critério do investigador.
O RALES envolveu 1.663 pacientes em 195 centros em 15 países entre 24 de março de 1995 e 31 de dezembro de 1996. A população do estudo foi principalmente de brancos (87%, com 7% de negros, 2% de asiáticos e 4% de outros), do sexo masculino (73%) e idosos (idade média de 67 anos). A fração de ejeção média foi de 0,26. Setenta por cento eram de classe NYHA III e 29% da classe IV. A etiologia21 presumida de insuficiência cardíaca13 foi isquêmica em 55% e não-isquêmica em 45%. Havia histórico de infarto do miocárdio22 em 28%, de hipertensão2 em 24% e diabetes23 em 22%. A creatinina16 sérica basal mediana foi de 1,2 mg/dL17 e o clearance médio de creatina de base era de 57 mL/min. A dose diária média no final do estudo para os pacientes randomizados foi de 26 mg de espironolactona.
Medicações concomitantes incluíram um diurético15 de alça em 100% dos pacientes e um ACE de inibidor em 97%. Outros medicamentos usados em qualquer momento durante o estudo incluem digoxina (78%), anticoagulantes24 (58%), ácido acetilsalicílico (43%) e beta-bloqueadores (15%). O desfecho primário do estudo RALES foi o tempo até o evento fatal de todas as causas. O RALES foi concluído antecipadamente, após um acompanhamento médio de 24 meses, por causa do benefício sobre a mortalidade25 detectado em uma análise intermediária planejada. As curvas de sobrevida26 por grupo de tratamento são mostradas na Figura 1.
Figura 1. Sobrevida26 por grupo de tratamento no estudo RALES

A espironolactona reduziu o risco de morte em 30% comparado ao placebo18 (p < 0,001; intervalo de confiança de 95% entre 18% e 40%). A espironolactona reduziu o risco de morte cardíaca, a morte primariamente súbita e a morte por insuficiência cardíaca13 progressiva em 31% comparada ao placebo18 (p < 0,001; intervalo de confiança de 95%, entre 18% e 42%).
A espironolactona também reduziu o risco de hospitalização por causas cardíacas (definidas como piora da insuficiência cardíaca13, angina27, arritmias28 ventriculares ou infarto do miocárdio22) em 30% (p < 0,001, intervalo de confiança 95%, entre 18% e 41%). Alterações na classe NYHA foram mais favoráveis com a espironolactona: no grupo de espironolactona, a classe NYHA no final do estudo melhorou em 41% dos pacientes e piorou em 38% comparado com melhora em 33% e piora em 48% no grupo placebo18 (p < 0,001).
Os índices de risco de mortalidade25 para alguns subgrupos são mostrados na Figura 2. O efeito favorável da espironolactona na mortalidade25 se mostrou semelhante em ambos os sexos e em todos os grupos etários, exceto em pacientes abaixo de 55 anos; não havia não brancos em número suficiente no estudo RALES para obter qualquer conclusão sobre efeitos diferenciais por raça. O benefício da espironolactona se mostrou maior em pacientes com níveis de potássio sérico baixos na linha de base e menor em pacientes com frações de ejeção < 0,2. Estas análises de subgrupo devem ser interpretadas com cautela.
Figura 2. Índices de risco de mortalidade25 por todas as causas por subgrupos no RALES

Figura 2: o tamanho de cada caixa é proporcional ao tamanho da amostra e à frequência do evento. LVEF significa fração de ejeção ventricular esquerda, Cr Clearance significa clearance de creatinina16 e Ser Creatinine significa creatinina16 sérica e ACEI significa inibidor da enzima29 conversora de angiotensina.
A eficácia e tolerância de longo prazo de espironolactona na hipertensão2 essencial foram avaliadas em 20.812 pacientes em estudo prospectivo30 conduzido por Jeunemaitre e cols. Em pacientes tratados com espironolactona sozinha durante um período de acompanhamento médio de 23 meses, uma dose média de 96,5 mg reduziu a pressão sistólica31 e a pressão diastólica32 em respectivamente, 18 e 10 mm Hg abaixo dos níveis pré-tratamento. A redução da pressão arterial33 foi maior com doses de 75 a 100 mg (12,4% e 12,2%) do que com doses de 25 a 50 mg (5,3% e 6,5%, p < 0,001). O nível de creatinina16 plasmática aumentou modestamente (8,3 µmol/litro), assim como o nível de potássio plasmático (0,6 mmol/litro) (ambos p < 0,001); o nível de ácido úrico aumentou, mas não significativamente (10,5 µmol/litro). Os níveis de glicose34 em jejum e de colesterol35 total não mudaram, os níveis de triglicérides36 aumentaram ligeiramente (0,1 mmol/litro, p < 0,05). Estas alterações foram semelhantes em ambos os sexos e não foram influenciadas pela duração do acompanhamento. Os autores concluíram que a espironolactona administrada na prática diária, reduziu a pressão arterial33 sem induzir efeitos adversos metabólicos.
Nishizaka e cols3 avaliaram o benefício anti-hipertensivo de adição de baixas doses de espironolactona a regimes de múltiplos fármacos, que incluíram um diurético15 e um inibidor da enzima29 conversora de angiotensina (ECA) ou um bloqueador do receptor de angiotensina (BRA) em pacientes com hipertensão2 resistente com e sem aldosteronismo primário. A espironolactona em baixas doses foi associada com redução média adicional da pressão arterial33 de 21 ± 21/10 ± 14 mmHg após 6 semanas e 25 ± 20/12 ± 12 mmHg no acompanhamento de 6 meses. A redução da pressão arterial33 foi semelhante em pacientes com e sem aldosteronismo primário e foi aditiva ao uso de inibidores da ECA, BRAs e diuréticos11. Os autores concluíram que baixas doses de espironolactona proporcionam redução aditiva significativa da pressão arterial33 em pacientes afro-americanos e brancos com hipertensão2 resistente, com e sem aldosteronismo primário.
Saruta e cols4 avaliaram 40 pacientes pré-operatoriamente com aldosteronismo primário devido a adenoma37 examinando38 a gravidade da hipertensão2, história familiar de hipertensão2, idade dos pacientes, duração da hipertensão2, atividade da renina plasmática, concentração da aldosterona plasmática e eficácia de espironolactona (100 mg por dia por 10 dias) na pressão arterial33. Em 30 dos 40 pacientes, a pressão arterial33 foi reduzida abaixo de 160/95 mmHg dentro de um ano após adrenalectomia39 (respondedores). Em outros 10 pacientes, a pressão arterial33 não foi reduzida marcadamente e permaneceu acima de 160/95 mm Hg (não-respondedores).
Foi observada redução da pressão arterial33 média de mais de 15 mmHg após administração de espironolactona em 29 dos 30 respondedores. O único paciente apresentou redução de 11 mmHg da pressão arterial33 média. Por outro lado, nenhum dos não-respondedores mostrou redução da pressão arterial33 média de mais de 15 mmHg após a administração de espironolactona. A partir destes resultados, os autores concluíram que a resposta pré-operatória da pressão arterial33 à administração de 100 mg por dia de espironolactona por 10 dias, representa um indicador útil para o prognóstico40 pós-operatório de hipertensão2 em pacientes com aldosteronismo primário devido a adenoma37.
Referências
- Pitt B, Zannad F, Remme WJ, Cody R, Castaigne A, Perez A, Palensky J, Wittes J. The effect of spironolactone on morbidity and mortality in patients with severe heart failure RALES study. N Engl J Med. 1999;341(10):709-17.
- Jeunemaitre X, Chatellier G, Kreft-Jais C, Charru A, DeVries C, Plouin PF, Corvol P, Menard J. Efficacy and tolerance of spironolactone in essential hypertension. Am J Cardiol. 1987 Oct 1;60(10):820-5.
- Nishizaka MK, Zaman MA, Calhoun DA. Efficacy of low-dose spironolactone in subjects with resistant hypertension. Am J Hypertens. 2003;16(11 Pt 1):925-30.
- Saruta T, Suzuki H, Takita T, Saito I, Murai M, Tazaki H. Pre-operative evaluation of the prognosis of hypertension in primary aldosteronism owing to adenoma37. Acta Endocrinol (Copenh). 1987;116:229-234.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
PROPRIEDADES FARMACODINÂMICAS
Mecanismo de Ação
A espironolactona é um antagonista41 farmacológico específico da aldosterona, atuando principalmente no local de troca de íons42 sódio-potássio dependente de aldosterona, localizado no túbulo contornado distal43 do rim44. A espironolactona causa aumento das quantidades de sódio e água a serem excretados, enquanto o potássio é retido. A espironolactona atua como diurético15 e como anti-hipertensivo por este mecanismo. Ela pode ser administrada sozinha ou com outros agentes diuréticos11 que atuam mais proximamente no túbulo renal45.
Atividade antagonista41 da aldosterona
Por aumento dos níveis de mineralocorticoides, a aldosterona está presente no hiperaldosteronismo primário e secundário. Estados edematosos em que o aldosteronismo secundário é usualmente envolvido incluem a insuficiência cardíaca congestiva5, cirrose6 hepática7 e síndrome nefrótica8. Pela competição com a aldosterona pelos receptores, a espironolactona promove uma terapia eficaz no tratamento de edema3 e ascites nestas condições. A espironolactona atua contra o aldosteronismo secundário induzido pelo volume de depleção46 e associado com a perda de sódio causado pela terapia diurética.
A espironolactona é efetiva na diminuição da pressão sanguínea sistólica e diastólica em pacientes com hiperaldosteronismo primário. É também efetiva na maioria dos casos de hipertensão2 essencial, apesar do fato da secreção de aldosterona estar dentro dos limites normais no início da hipertensão2 essencial.
A espironolactona não demonstrou elevar as concentrações séricas de ácido úrico, precipitar crises de gota47, ou alterar o metabolismo48 dos carboidratos.
PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS
A espironolactona é rápida e extensamente metabolizada. Produtos contendo enxofre constituem os principais metabólitos49 e acredita-se serem os principais responsáveis, junto à espironolactona, pelos efeitos terapêuticos do medicamento. Os dados farmacocinéticos foram obtidos de 12 voluntários saudáveis que receberam 100 mg de espironolactona diariamente por 15 dias. No décimo quinto dia, a espironolactona apresentou resultados imediatamente na coleta de sangue50 após um café da manhã de baixa caloria51.
Fator de Acumulação: |
Pico Médio na Concentração Sérica |
Média (SD) Meia-vida Pós-Estado de Repouso |
|
7-α-(tiometil) espironolactona |
1,25 |
391 ng/mL às 3,2 horas |
13,8 horas (6,4) (terminal) |
6-β-hidroxi-7-α-(tiometil) espironolactona |
1,50 |
125 ng/mL às 5,1 horas |
15,0 horas (4,0) (terminal) |
canrenona |
1,41 |
181 ng/mL às 4,3 horas |
16,5 horas (6,3) (terminal) |
espironolactona |
1,30 |
80 ng/mL às 2,6 horas |
Aproximadamente 1,4 horas (0,5) (β meia-vida) |
A atividade farmacológica dos metabólitos49 da espironolactona no homem não é conhecida. Contudo, em ratos adrenalectomizados, as atividades antimineralocorticoides dos metabólitos49 canrenona (C), 7-α-(tiometil) espironolactona (TMS) e 6-β-hidroxi-7-α-(tiometil) espironolactona (HTMS), relativos à espironolactona, foram 1,10, 1,28 e 0,32 respectivamente. Relativo à espironolactona, sua afinidade de ligação ao receptor de aldosterona em lâmina de rim44 de rato foi 0,19, 0,86 e 0,06 respectivamente.
Em humanos, a potência do TMS e do 7-α-tioespironolactona na reversão dos efeitos do mineralocorticoide53 sintético, fludrocortisona, na composição eletrolítica urinária foram 0,33 e 0,26 respectivamente, relativo à espironolactona. Contudo, visto que as concentrações séricas deste esteroide não foram determinadas, sua incompleta absorção e/ou metabolismo48 de primeira passagem não poderia ser excluído como uma razão para sua reduzida atividade in vivo.
A espironolactona e seus metabólitos49 são mais de 90% ligados a proteínas54 plasmáticas. Os metabólitos49 são excretados primariamente na urina55 e secundariamente na bile56.
O efeito de alimentos na absorção da espironolactona foi avaliado em estudo de dose única em nove voluntários saudáveis que não fazem uso de medicação. O alimento aumentou a biodisponibilidade da espironolactona não metabolizada por aproximadamente 100%. A importância clínica deste achado não é conhecida.
DADOS DE SEGURANÇA PRÉ-CLÍNICOS
Carcinogênese, mutagênese e diminuição da fertilidade
A espironolactona administrada oralmente demonstrou ser um tumorígeno em estudos de administração na dieta realizados com ratos, com seus efeitos proliferativos manifestados nos órgãos endócrinos e no fígado57. Em estudo de 18 meses, utilizando doses de espironolactona de 50, 150 e 500 mg/kg/dia, houve aumento estatisticamente significativo em adenomas benignos de tireoide58 e testículos59, e em ratos machos, aumento relacionado à dose nas alterações proliferativas no fígado57 (incluindo hepatomegalia60 e nódulos hiperplásicos). Em um estudo de 24 meses, no qual a mesma espécie de ratos recebeu doses de 10, 30, 100 e 150 mg/kg/dia de espironolactona, a faixa de efeitos proliferativos incluíram aumento significativo de adenomas hepatocelulares e células61 de tumor62 intersticial63 testicular em machos, e aumento significativo de células61 de adenoma37 folicular na tireoide58 e carcinomas em ambos os sexos. Há aumento estatisticamente significativo também, porém, não relacionado à dose, em pólipos64 estroma65 endometrial uterino em fêmeas.
Foi observada incidência66 de leucemia67 mielocística relacionada à dose (acima de 20 mg/kg/dia), em ratos alimentados diariamente com doses de canrenoato de potássio (um componente quimicamente similar a espironolactona e cujo principal metabólito68, canrenona, é também um principal produto da espironolactona no homem), por um período de um ano. Em estudos de 2 anos em ratos, a administração oral de canrenoato de potássio foi associada com leucemia67 mielocística e hepática7, tireoide58 e tumores testiculares e mamários.
Nem espironolactona ou canrenoato de potássio produziram efeitos mutagênicos em testes utilizando bactérias ou leveduras. Na ausência de ativação metabólica, nem espironolactona ou canrenoato de potássio se mostraram mutagênicos em testes mamários in vitro. Na presença de ativação metabólica, foi relatado que a espironolactona apresenta resultados negativos em alguns testes mutagênicos mamários in vitro e inconclusivos (mas ligeiramente positivo) para mutagenicidade em outros testes mamários in vitro. Na presença de ativação metabólica, com canrenoato de potássio tem sido reportados resultados positivos para mutagenicidade em alguns testes mamários in vitro, inconclusivo em alguns e negativo em outros.
Em estudo de reprodução69 de três gerações no qual ratas fêmeas receberam doses diárias de 15 e 50 mg/kg/dia de espironolactona, não houve efeitos no acasalamento e fertilidade, mas houve um pequeno aumento na incidência66 de filhotes natimortos com doses de 50 mg/kg/dia. Quando injetado em ratas fêmeas (100 mg/kg/dia por 7 dias via intraperitoneal (i.p.)) de espironolactona, parece aumentar o comprimento do ciclo estral pelo prolongamento diestro durante o tratamento e induzindo constante diestro durante o período de observação pós-tratamento de duas semanas.
Estes efeitos foram associados ao retardo do desenvolvimento do folículo70 ovariano e uma redução dos níveis de estrógeno71 circulantes, que poderia ser esperado prejudicar o acasalamento, fertilidade e fecundidade. A espironolactona (100 mg/kg/dia), administrada via i.p. em camundongos fêmeas durante um período de duas semanas de coabitação com machos não tratados, diminuiu o número de concebimentos do acasalamento (este efeito mostrou ser causado pela inibição da ovulação72) e diminuição do número de embriões implantados e daqueles que se tornaram uma gravidez73 (este efeito mostrou ser causado por uma inibição da implantação), e dose de 200 mg/kg, também aumentou o período de latência74 para o acasalamento.
CONTRAINDICAÇÕES
A espironolactona é contraindicada a pacientes com:
- insuficiência renal75 aguda, diminuição significativa da função renal45, anúria76;
- doença de Addison;
- hipercalemia19;
- hipersensibilidade conhecida à espironolactona;
- uso concomitante de eplerenona.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
O uso concomitante de espironolactona e outros diuréticos11 poupadores de potássio, inibidores da ECA (enzima29 conversora de angiotensina), medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides, antagonistas da angiotensina II, bloqueadores da aldosterona, heparina, heparina de baixo peso molecular, ou outras drogas ou condições conhecidas que possam causar hiperpotassemia, suplementos de potássio, uma dieta rica em potássio ou substitutos do sal contendo potássio podem levar à hiperpotassemia grave.
É aconselhável realizar uma avaliação periódica dos eletrólitos77 séricos, tendo em vista a possibilidade de hiperpotassemia, hiponatremia78 e uma possível elevação transitória da ureia79 sérica, especialmente em pacientes idosos e/ou com distúrbios preexistentes da função renal45 ou hepática7.
Acidose metabólica80 hiperclorêmica reversível, usualmente em associação com hiperpotassemia, foi relatada em alguns pacientes com cirrose6 hepática7 descompensada, mesmo quando a função renal45 é normal.
Hiperpotassemia em pacientes com Insuficiência Cardíaca13 Grave
Hiperpotassemia pode ser fatal. É crítico monitorar e controlar os níveis séricos de potássio em pacientes com insuficiência cardíaca13 grave recebendo espironolactona. Evitar o uso de outros diuréticos11 poupadores de potássio. Evitar uso de suplementos orais de potássio em pacientes com o potássio sérico > 3,5 mEq/L. A recomendação de monitoramento de potássio e creatinina16 é uma semana após início ou aumento da dose de espironolactona, mensalmente após os três primeiros meses e a cada quatro meses, por um ano e após, a cada 6 meses. Descontinuar ou interromper o tratamento se potássio sérico > 5 mEq/L ou se a creatinina16 sérica > 4 mg/dL17.
Fertilidade, Gravidez73 e Lactação81
A espironolactona não apresentou efeitos teratogênicos82 em camundongos. Coelhos que receberam espironolactona apresentaram taxa de concepção83 reduzida, aumento da taxa de reabsorção e número menor de nascimentos vivos. Nenhum efeito embriotóxico foi observado em ratos aos quais houve administração de altas doses de espironolactona, no entanto, houve relato de hipoprolactinemia limitada e relacionada à dose, assim como diminuição dos pesos da próstata84 ventral e da vesícula seminal85 em machos e aumento da secreção de hormônio86 luteinizante e dos pesos ovariano e uterino em fêmeas. Feminização da genitália87 externa em fetos masculinos foi relatada em outro estudo em ratos.
Não há estudos em mulheres grávidas. A espironolactona deve ser usada durante a gravidez73 somente se o potencial benéfico justificar o risco potencial para o feto88.
A canrenona, um metabólito68 ativo e principal da espironolactona, aparece no leite materno. Devido a muitos fármacos serem excretados no leite materno e devido ao desconhecido potencial para eventos adversos sobre o lactante89, uma decisão deve ser tomada em relação à descontinuação do tratamento levando-se em conta a importância do fármaco90 para a mãe.
A espironolactona é um medicamento classificado na categoria C de risco de gravidez73. Portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Efeitos na habilidade de dirigir e usar máquinas
Sonolência e tontura91 ocorrem em alguns pacientes. É recomendada precaução ao dirigir ou operar máquinas até que a resposta inicial ao tratamento seja determinada.
Este medicamento pode causar doping.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
O uso concomitante de medicamentos conhecidos por causar hiperpotassemia com espironolactona pode resultar em hiperpotassemia grave.
A espironolactona pode ter um efeito aditivo quando administrada concomitantemente com outros diuréticos11 e anti-hipertensivos. A dose desses fármacos deverá ser reduzida quando espironolactona for incluída ao tratamento.
A espironolactona reduz a resposta vascular92 à norepinefrina. Devem ser tomados cuidados com a administração em pacientes submetidos à anestesia93 enquanto esses estiverem sendo tratados com espironolactona.
Foi demonstrado que espironolactona aumenta a meia-vida da digoxina.
Medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides, tais como ácido acetilsalicílico, indometacina e ácido mefenâmico podem atenuar a eficácia natriurética dos diuréticos11 devido à inibição da síntese intrarrenal de prostaglandinas94 e foi demonstrado que atenuam o efeito diurético15 da espironolactona.
A espironolactona aumenta o metabolismo48 da antipirina.
A espironolactona pode interferir na análise dos exames de concentração plasmática de digoxina.
Acidose metabólica80 hipercalêmica foi relatada em pacientes que receberam espironolactona concomitantemente a cloreto de amônio ou colestiramina.
Coadministração de espironolactona e carbenoxolona pode resultar em eficácia reduzida de qualquer uma dessas medicações.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Conservar em temperatura ambiente (entre 15–30°C). Proteger da umidade.
Caso a utilização do produto requeira a formação de suspensão, este medicamento deverá ser armazenado em ambiente refrigerado (2° a 8°C) por até, no máximo, 30 dias.
O prazo de validade deste medicamento é de 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem. Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Para sua segurança, mantenha o medicamento na embalagem original.
Características físicas e organolépticas do produto
Comprimido circular biconvexo, liso de cor branca a quase branca, sem vinco.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Adultos
A dose diária pode ser administrada em doses fracionadas ou em dose única.
Hipertensão2 Essencial: Dose usual de 50 mg/dia a 100 mg/dia, que nos casos resistentes ou graves pode ser gradualmente aumentada, em intervalos de duas semanas, até 200 mg/dia. O tratamento deve ser mantido por no mínimo duas semanas para garantir uma resposta adequada ao tratamento. A dose deverá ser ajustada conforme necessário.
Doenças Acompanhadas por Edema3: A dose diária pode ser administrada tanto em doses fracionadas como em dose única.
Insuficiência Cardíaca Congestiva5: É recomendado administrar uma dose inicial diária de 100 mg de espironolactona, administrada em dose única ou dividida, podendo variar entre 25 mg e 200 mg diariamente. A dose habitual de manutenção deve ser determinada para cada paciente.
Cirrose6 Hepática7: Se a relação sódio urinário/potássio urinário (Na+ / K+) for maior que 1 (um), a dose usual é de 100 mg/dia. Se essa relação for menor do que 1 (um), a dose recomendada é de 200 mg/dia a 400 mg/dia. A dose de manutenção deve ser determinada para cada paciente.
Síndrome Nefrótica8: A dose usual em adultos é de 100 mg/dia a 200 mg/dia. A espironolactona não demonstrou afetar o processo patológico básico, e seu uso é aconselhado somente se outra terapia for ineficaz.
Edema3 Idiopático9: A dose habitual é de 100 mg por dia.
Edema3 em Crianças: A dose diária inicial é de aproximadamente 3,3 mg/kg de peso administrada em dose fracionada. A dosagem deverá ser ajustada com base na resposta e tolerabilidade do paciente. Se necessário, pode ser preparada uma suspensão triturando os comprimidos de espironolactona da seguinte maneira:
- espironolactona 25 mg: desintegrar 1 comprimido em 2,5 mL de água filtrada ou potável ou em 2 gotas de glicerina adicionada de 2,5 mL de água filtrada ou potável, formando uma suspensão de 10 mg/mL. Esta suspensão pode ser administrada adicionada de líquido com sabor no momento da ingestão pelo paciente.
- espironolactona 50 mg: desintegrar 1 comprimido em 5 mL de água filtrada ou potável ou em 2 gotas de glicerina adicionada de 5 mL água filtrada ou potável, formando uma suspensão de 10 mg/mL. Esta suspensão pode ser administrada adicionada de líquido com sabor no momento da ingestão pelo paciente.
A dose (em mL) a ser administrada ao paciente deverá ser estabelecida de acordo com a indicação médica. Tal suspensão é estável por 30 dias quando mantida em local refrigerado (2°C a 8°C).
Hipopotassemia10/ hipomagnesemia
A dose de 25 mg/dia a 100 mg/dia é útil no tratamento da hipopotassemia10 e/ou hipomagnesemia induzida por diuréticos11, quando suplementos orais de potássio e/ou magnésio forem considerados inadequados.
Diagnóstico12 e Tratamento do Hiperaldosteronismo Primário
A espironolactona pode ser empregada como uma medida diagnóstica inicial para fornecer evidência presuntiva de hiperaldosteronismo primário enquanto o paciente estiver em dieta normal.
Teste a Longo Prazo: dose diária de 400 mg, por 3 ou 4 semanas. Correção da hipopotassemia10 e da hipertensão2 revela evidência presuntiva ou o diagnóstico12 de hiperaldosteronismo primário.
Teste a Curto Prazo: dose diária de 400 mg, por 4 dias. Se o potássio sérico elevar durante a administração de espironolactona, porém diminuir quando é descontinuado, o diagnóstico12 presuntivo de hiperaldosteronismo primário deve ser considerado.
Tratamento Pré-operatório de Curto Prazo de Hiperaldosteronismo Primário
Quando o diagnóstico12 de hiperaldosteronismo for bem estabelecido por testes mais definitivos, espironolactona pode ser administrada em doses diárias de 100 mg a 400 mg como preparação para a cirurgia. Para pacientes95 considerados inaptos para cirurgia, espironolactona pode ser empregada como terapia de manutenção em longo prazo, com o uso da menor dose efetiva individualizada para cada paciente.
Hipertensão2 Maligna
Somente como terapia auxiliar e quando houver excesso de secreção de aldosterona, hipopotassemia10 e alcalose96 metabólica. A dose inicial é de 100 mg/dia, aumentada quando necessário a intervalos de duas semanas para até 400 mg/dia. A terapia inicial pode incluir também a combinação de outros fármacos anti-hipertensivos à espironolactona. Não reduzir automaticamente a dose dos outros medicamentos como recomendado na hipertensão2 essencial.
Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.
Dose omitida: Caso o paciente se esqueça de tomar espironolactona no horário estabelecido, deve fazê-lo assim que lembrar. Entretanto, se já estiver perto do horário de administrar a próxima dose, deve desconsiderar a dose esquecida e utilizar a próxima. Neste caso, o paciente não deve tomar a dose duplicada para compensar doses esquecidas. O esquecimento de dose pode comprometer a eficácia do tratamento.
REAÇÕES ADVERSAS
As seguintes reações adversas foram relatadas em associação com o tratamento com espironolactona:
Reações adversas por categoria de frequência de Sistema de Classe de Órgãos e CIOMS listadas em ordem decrescente de gravidade médica ou importância clínica e dentro de cada Sistema de Classe de Órgãos e categoria de frequência.
Sistema de Classe de Órgãos |
MuitoComum ≥ 1/10 |
Comum ≥ 1/100 a < 1/10 |
Incomum ≥ 1/1.000 a < 1/100 |
Raro ≥ 1/10.000 a < 1/1.000 |
Muito Raro < 1/10.000 |
Frequência Desconhecida (não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis) |
Neoplasmas97 benignos, malignos e não específicos (incluindo cistos e pólipos64) |
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Neoplasma98 benigno de mama99 (masculino) |
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Distúrbios do sistema sanguíneo e linfático100 |
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Agranulocitose101, leucopenia102, trombocitopenia103 |
Distúrbios metabólicos e nutricionais |
Hiperpotassemia |
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Distúrbios eletrolíticos |
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Distúrbios psiquiátricos |
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Estado de confusão mental |
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Alteração na libido104 |
Distúrbios do sistema nervoso105 |
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Tontura91 |
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Distúrbios gastrintestinais |
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Náusea106 |
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Distúrbio gastrintestinal |
Distúrbios hepatobiliares107 |
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Função hepática7 anormal |
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Distúrbios da pele108 e tecidos subcutâneos |
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Prurido109, rash110 |
Urticária111 |
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Necrólise epidérmica tóxica112 (NET), síndrome de Stevens-Johnson113 (SSJ), erupção114 ao medicamento com eosinofilia115 e sintomas116 sistêmicos117 (DRESS), alopecia118, hipertricose119 |
Distúrbios musculoesquelético e tecidos conjuntivos |
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Espasmos120 musculares |
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Distúrbios renal45 e urinário |
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Insuficiência renal75 aguda |
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Distúrbios do sistema reprodutivo e mamário |
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Ginecomastia121, dor nas mamas122 (masculino)a |
Distúrbios menstruais, dor nas mamas122 (feminino)b |
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Distúrbios gerais e condição no local de administração |
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Mal-estar |
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Abreviações: CDS = Core Data Sheet; CIOMS = Conselho de Organizações Internacionais de Ciências Médicas; F = feminino; LLT = termo do nível mais baixo; M = masculino; TP = termo preferido; WHO-ART = Terminologia de Reações Adversas a Medicamentos da Organização Mundial da Saúde1.
a O termo dor mamária é mapeado a partir do CDS e a frequência é derivada do termo dor mamária (M) da WHO- ART, no entanto, a dor mamária no homem é o LLT.
b A dor mamária é o TP do CDS, e a frequência é derivada do termo dor mamária (F) da WHO-ART.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou à Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Superdose aguda poderá ser manifestada por náusea106, vômitos123, sonolência, confusão mental, erupção114 cutânea124 maculopapular125 ou eritematosa126 ou diarreia127. Podem ocorrer desequilíbrios eletrolíticos e desidratação128. Não existe nenhum antídoto129 específico. O uso de espironolactona deve ser descontinuado e a ingestão de potássio (incluindo fontes alimentares) restringida.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
M.S.: 1.0043.0952
Farm. Resp. Subst.: Dra. Ivanete A. Dias Assi – CRF-SP 41.116
Fabricado por:
EUROFARMA LABORATÓRIOS S.A.
Rod. Pres. Castello Branco, km 35,6 Itapevi – SP
Registrado por:
EUROFARMA LABORATÓRIOS S.A.
Av. Vereador José Diniz, 3.465 - São Paulo - SP
CNPJ: 61.190.096/0001-92
Indústria Brasileira
SAC 0800 704 3876
