

Noradrem (Bula do profissional de saúde)
HIPOLABOR FARMACEUTICA LTDA
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Noradrem
hemitartarato de norepinefrina monoidratada
Injetável 2 mg/mL
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Solução injetável
Cartucho com 10, 50 ou 100 ampolas de 4 mL
USO INTRAVENOSO (I.V.)
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada mL de Noradrem solução injetável contém:
hemitartarato de norepinefrina monoidratada (equivalente a 1 mg de norepinefrina base) | 2 mg |
veículo q.s.p. | 1 mL |
Veículo: cloreto de sódio, bissulfito de sódio, hidróxido de sódio, água para injetáveis.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE1
INDICAÇÕES
Este medicamento é destinado ao controle da pressão sanguínea em certos estados hipotensivos agudos (por exemplo, feocromocitomectomia, simpatectomia, poliomielite2, infarto do miocárdio3, septicemia4, transfusão5 sanguínea e reações a drogas). É indicado também como coadjuvante6 no tratamento da parada cardíaca e hipotensão7 profunda.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Em estudo clínico prospectivo8, randomizado9, aberto, realizado em uma unidade de terapia intensiva10 foi delineado para comparar dopamina11 à norepinefrina como o vasopressor inicial após reposição de volume líquido em 252 pacientes adultos com choque12 séptico.
O endpoint primário de eficácia foi todas as causas de mortalidade13 em 28 dias. Os endpoints secundários incluíram disfunção orgânica, tempo de permanência em hospital ou na UTI, e segurança (principalmente ocorrência de arritmias14). A taxa de mortalidade13 em 28 dias foi de 50% (67/134) com a dopamina11 como vasopressor inicial em comparação com 43% (51/118) para o tratamento da norepinefrina (p = 0,282). Houve uma incidência15 significativamente maior de taquicardia16 sinusal com dopamina11 [27,5% (33/120)] do que com norepinefrina [5,3% (7/132)] e arritmias14 observado com o tratamento de dopamina11 [23,3% (18/120)] quando comparada ao tratamento norepinefrina [5,3% (7/132)] (p <0,0001), respectivamente. A análise de regressão logística identificou o escore APACHE II (p <0,0001) e arritmia17 (p <0,015) como preditores significativos de resultado.
Nesta estratégia de suporte vaso pressórica para pacientes18 em choque12 séptico, dopamina11 e norepinefrina foram igualmente eficazes como agentes iniciais para taxas de mortalidade13 em 28 dias. No entanto, houve um número significativamente maior de arritmias14 cardíacas com o tratamento dopamina11. Os doentes que recebem dopamina11 devem ser monitorizados para o desenvolvimento de arritmias14 cardíacas. (PATEL,2010)
Em estudo multicêntrico, randomizado9, duplo-cego, pacientes que tiveram choque12 séptico e estavam recebendo um mínimo de 5 ?g de norepinefrina por minuto foram randomizados para receber uma dose baixa de vasopressina (0,01 a 0,03 UI por minuto) ou norepinefrina (5 a 15 ?g por minuto), além dos vasopressores do período “open-label”. Todas as infusões vasopressoras foram tituladas e infundidas de acordo com protocolos vigentes para manter uma pressão arterial19 alvo. O desfecho primário foi a taxa de mortalidade13 de 28 dias após o início das infusões.
Um total de 778 pacientes foi submetido à randomização e infundido com o fármaco20 em estudo (396 doentes receberam vasopressina e 382 norepinefrina) e incluído na análise. Não houve diferença significativa entre os grupos vasopressina e norepinefrina na taxa de mortalidade13 em 28 dias (35,4% e 39,3%, respectivamente; P = 0,26) ou na mortalidade13 de 90 dias (43,9% e 49,6%, respectivamente; P = 0,11). Não houve diferenças significativas nas taxas globais de eventos adversos graves (10,3% e 10,5%, respectivamente; P = 1,00). No estrato definido prospectivamente como choque12 séptico menos grave, a taxa de mortalidade13 foi significativamente menor no grupo de vasopressina do que no grupo norepinefrina aos 28 dias (26,5% versus 35,7%, P = 0,05); no estrato de choque12 séptico mais grave, não houve diferença significativa na mortalidade13 de 28 dias (44,0% e 42,5%, respectivamente; P = 0,76). Um teste para heterogeneidade entre estes dois estratos do estudo não foi significativo (P = 0,10).
Em relação à análise de subgrupos, a significância estatística destas observações é incerta, especialmente pela realização de múltiplos testes estatísticos realizados, este achado deve ser considerado apenas como um gerador de hipótese para ser testado em futuros ensaios.
Os autores concluíram que, vasopressina em baixa dose não reduziu as taxas de mortalidade13 quando comparado com a norepinefrina entre os pacientes com choque12 séptico que foram tratados com catecolaminas vasopressores (RUSSEL, 2008).
Em estudo randomizado21 e controlado, delineado para comparar os efeitos da dopamina11, noradrenalina22, adrenalina23, e a combinação de noradrenalina22 e dobutamina sobre o metabolismo24 da mucosa25 gástrica e oxigenação sistêmica em pacientes com choque12 séptico. Cada paciente recebeu dopamina11, em primeiro lugar, em seguida, numa sucessão aleatória epinefrina, norepinefrina, ou norepinefrina-dobutamina, a pressão arterial19 sistémica média foi mantida a > 9,31 kPa. Após 120 minutos de cada tratamento, os parâmetros, hemodinâmicos, taxa de oxigênio metabólico e da mucosa25 gástrica foram obtidos.
Epinefrina induziu um aumento significativo na frequência cardíaca em comparação com os outros três grupos (P < 0,05), e um índice cardíaco significativamente maior em comparação com a noradrenalina22 sozinha e norepinefrina-dobutamina (P < 0,05). Os valores da relação de extração de oxigênio foram menores com infusão de epinefrina, em comparação com os outros três grupos (P < 0,05). As concentrações de lactato26 arterial diminuíram significativamente com norepinefrina-dobutamina, em comparação com as infusões de dopamina11 e epinefrina (P < 0,05). Em comparação com a infusão de epinefrina, os valores de pH gástricos intramucosa foram maiores com infusão de noradrenalina22-dobutamina (7,25 ± 0,09 vs 7,14 ± 0,07, P < 0,05).
Dopamina11, noradrenalina22, adrenalina23, ou norepinefrina-dobutamina melhoraram a pressão arterial19. Epinefrina e dopamina11 apresentaram efeito deletério sobre o metabolismo24 do oxigênio, enquanto a norepinefrina acrescida de uma dose baixa de dobutamina melhorou a perfusão e utilização de oxigênio na mucosa25 gástrica e nos tecidos (ZHOU, 2002).
Em estudo multicêntrico, randomizado9, foram incluídos pacientes com choque12 para receber dopamina11 ou norepinefrina como terapia vasopressora de primeira linha para restaurar e manter a pressão arterial19. Quando a pressão arterial19 não pode ser mantida com uma dose de 20 ?g por quilograma de peso corporal por minuto para os pacientes do braço da dopamina11 ou uma dose de 0,19 ?g por quilograma por minuto para a norepinefrina, noradrenalina22, adrenalina23, ou vasopressina foram adicionadas (fase open-label). O desfecho primário foi a taxa de mortalidade13 em 28 dias após a aleatorização; desfechos secundários incluíram o número de dias sem necessidade de suporte de órgãos (sistêmico27) e a ocorrência de eventos adversos.
O estudo incluiu 1679 doentes, dos quais 858 no braço da dopamina11 e 821 no da norepinefrina. As características basais dos grupos foram semelhantes. Não houve diferença significativa entre os grupos na taxa de mortalidade13 aos 28 dias (52,5% no grupo de dopamina11 e de 48,5% no grupo de norepinefrina; odds ratio com dopamina11, 1,17; 95% intervalo de confiança, 0,97-1,42; P = 0,10). No entanto, ocorreu maior número de eventos arrítmicos entre os pacientes tratados com dopamina11 do que entre aqueles tratados com noradrenalina22 (207 eventos [24,1%] versus 102 eventos [12,4%], P < 0,001).
Uma análise de subgrupo mostrou que a dopamina11, em comparação com norepinefrina, foi associada com um aumento da taxa de morte de 28 dias entre os 280 pacientes com choque12 cardiogênico, mas não entre os 1044 pacientes com choque12 séptico ou os 263 com choque hipovolêmico28 (P = 0,03 para choque12 cardiogênico, P = 0,19 para choque12 séptico, e P = 0,84 para choque hipovolêmico28, em análises de Kaplan-Meier).
Os autores concluíram que, embora não tenha havido diferença significativa na taxa de mortalidade13 entre os pacientes com choque12 que foram tratados com dopamina11 como agente vasopressor de primeira linha e aqueles que foram tratados com norepinefrina, a utilização de dopamina11 foi associada com um maior número de eventos adversos. (DE BACKER,2010)
Com o objetivo de determinar se havia diferença entre epinefrina e norepinefrina na tentativa de estabilizar a pressão arterial19 média (PAM) em pacientes internados na unidade de terapia intensiva10 (UTI) com o diagnóstico29 de choque12, os autores conduziram um estudo prospectivo8, duplo-cego, randomizado9 e controlado.
População do estudo: pacientes que necessitaram de vasopressor para qualquer etiologia30 foram aleatorizados. Pacientes com choque12 séptico e insuficiência31 circulatória aguda foram analisados separadamente.
Intervenções: Infusões “cegas” de epinefrina ou norepinefrina para alcançar uma pressão arterial19 ? 70 mmHg durante a internação na UTI.
O desfecho primário foi alcançar e manter a PAM por mais de 24 h sem vasopressores. Os desfechos secundários foram a taxa de mortalidade13 em 28 e 90 dias. Duzentos e oitenta pacientes foram randomizados para receber epinefrina ou norepinefrina. O tempo médio para atingir a meta PAM foi de 35.1 h (intervalo interquartil (IQR) 13,8-70,4 h) com epinefrina e 40,0 h (IQR 14,5-120 h) com norepinefrina (risco relativo (RR) 0,88; Intervalo de confiança de 95% (IC) 0,69-1,12; P = 0,26). Não houve diferença no tempo para atingir as metas da PAM nos subgrupos de pacientes com sepse32 grave (n = 158; RR de 0,81; IC de 95% 0,59-1,12; P = 0,18) ou aqueles com falência circulatória aguda (n = 192; RR 0,89; IC de 95% 0,62-1,27; P = 0,49) entre epinefrina e norepinefrina. A epinefrina foi associada com o desenvolvimento de significativos efeitos metabólicos transitórios, mas que os justificaram a retirada de 18/139 (12,9%) pacientes do estudo para procedimentos clínicos complementares. Não houve diferença na mortalidade13 de 28 e 90 dias.
Apesar do desenvolvimento de eventos adversos potencialmente relacionados com epinefrina, não houve diferença no atingimento da meta de PAM entre epinefrina e norepinefrina em uma população heterogênea de pacientes de UTI (MYBURGH, 2008).
REFERÊNCIAS
- De Backer D, Biston P, Devriendt J, et al. Comparison of dopamine and norepinephrine in the treatment of shock. N Engl J Med. 2010; 362(9):779-89. Myburgh JA, Higgins A, Jovanovska A, et al. A comparison of epinephrine and norepinephrine in critically ill patients. Intensive Care Med. 2008; 34(12):2226-34.
- Patel GP, Grahe JS, Sperry M, et al. Efficacy and safety of dopamine versus norepinephrine in the management of septic shock. Shock. 2010; 33(4):375-80. Russell JA, Walley KR, Singer J, et al. Vasopressin versus norepinephrine infusion in patients with septic shock. N Engl J Med. 2008; 358(9):877-87.
- Zhou SX, Qiu HB, Huang YZ, et al. Effects of norepinephrine, epinephrine, and norepinephrine-dobutamine on systemic and gastric mucosal oxygenation in septic shock. Acta Pharmacol Sin. 2002; 23(7):654-8.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Hemitartarato de norepinefrina monoidratada, quimicamente o (R)-2-amino-1 (3,4-dihidroxifenil) etanol hidrogen (2R, 3R)- hemitartarato monohidratado (C8H11NO3.C4H6O6.H2O). A norepinefrina é uma droga simpaticomimética. Os agentes simpaticomiméticos mimetizam as ações produzidas pela estimulação dos nervos simpáticos pós-ganglionares ou adrenérgicos33, incluindo a estimulação do coração34 e sistema nervoso central35, vasoconstrição36 dos vasos sanguíneos37 que irrigam a pele38 a as membranas mucosas39, dilatação dos brônquios40 e dos vasos sanguíneos37 que irrigam os músculos41 esqueléticos, e modulação do metabolismo24. No corpo, conhecem-se 3 (três) catecolaminas simpáticas: a norepinefrina, que é o neurotransmissor endógeno ao nível dos nervos simpáticos pós-ganglionares e no interior do sistema nervoso central35; epinefrina, com funções metabólicas, predominantemente; e dopamina11, que é, predominantemente, um neurotransmissor central.
Os agentes simpaticomiméticos diferem em suas ações em concordância com os receptores nos quais atuam. A subdivisão básica é entre alfa e beta-receptores adrenérgicos33, que podem ser, além disso, categorizados em:
Alfa1-receptores, localizados, predominantemente, nas pós-sinapses dos músculos41 lisos e glândulas42, e que são envolvidos nas ações vasoconstritoras dos simpaticomiméticos.
Alfa2-receptores, acredita-se existirem nas terminações nervosas pré-sinápticas, e pensa-se que estejam envolvidos, através de um mecanismo de feedback, na inibição da liberação neurotransmissora e que possam ser responsáveis pela inibição da atividade intestinal vista com os agonistas alfa-adrenérgicos33.
Beta1-receptores, que estão envolvidos nos efeitos dos simpatomiméticos sobre o coração34.
Beta2-receptores, que, entre outros efeitos, mediam a broncodilatação43 e o relaxamento uterino.
A norepinefrina, uma catecolamina, é um agente simpaticomimético de ação rápida com pronunciados efeitos sobre os receptores alfa-adrenérgicos33 e menos pronunciados sobre os receptores beta-adrenérgicos33.
A norepinefrina é um neurotransmissor, armazenado em grânulos nos axônios44 nervosos, que é liberado nas terminações das fibras nervosas adrenérgicas pós- ganglionares, quando da estimulação destas.
Um pouco dela está também presente na medula45 suprarrenal, da qual é liberada junto com a epinefrina. O mais importante efeito da norepinefrina é elevar as pressões sanguíneas sistólica e diastólica (que se faz acompanhar por uma diminuição reflexa do ritmo cardíaco). Isto é um resultado de seus efeitos alfa- estimulantes, que causam vasoconstrição36, com redução do fluxo sanguíneo nos rins46, fígado47, pele38 e, frequentemente, musculatura esquelética. O útero48 grávido também se contrai; altas doses liberam glicose49 do fígado47 e tem outros efeitos hormonais similares aos da epinefrina. Existe pequena estimulação do sistema nervoso central35. Os efeitos beta-estimulantes da norepinefrina tem uma ação inotrópica positiva sobre o coração34, mas se traduzem em pequeno efeito broncodilatador50. A norepinefrina é usada na recuperação emergencial da pressão sanguínea em estados hipotensivos agudos.
CONTRAINDICAÇÕES
Noradrem é contraindicado para pacientes18 que tenham apresentado reações de hipersensibilidade a quaisquer componentes de sua formulação.
Noradrem não deve ser administrado a pacientes que se encontram hipotensos por déficit no volume sanguíneo, exceto como medida emergencial para manter a perfusão arterial coronariana e cerebral até que a terapia de reposição do volume sanguíneo possa ser completada. A administração contínua de Noradrem para manutenção da pressão sanguínea na ausência de volume sanguíneo adequado pode acarretar severa vasoconstrição36 periférica e visceral, diminuição da perfusão renal51 e de débito urinário52, fluxo sanguíneo sistêmico27 insuficiente apesar de pressão sanguínea “normal”, hipóxia53 tissular54 e acidose55 láctica56.
Noradrem também não deve ser administrado a pacientes com trombose57 vascular58 mesentérica59 ou periférica (em razão do risco de aumento da isquemia60 e extensão da área de infarto61) a menos que, na opinião do médico assistente, sua administração seja necessária como procedimento salva-vidas.
Os anestésicos ciclopropano e halotano aumentam a irritabilidade autonômica cardíaca e por esse motivo parecem sensibilizar o miocárdio62 à ação da epinefrina ou norepinefrina administrada intravenosamente. Portanto, o uso de Noradrem durante anestesia63 com esses anestésicos é geralmente considerado contraindicado em razão do risco de surgimento de taquicardia16 ventricular ou fibrilação.
Os mesmos tipos de arritmias14 cardíacas podem resultar do uso de Noradrem em pacientes com hipóxia53 profunda ou hipercarbia.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Noradrem contém em sua formulação bissulfito de sódio, um sulfito que pode causar, em pessoas suscetíveis, reações do tipo alérgico, incluindo sintomas64 anafiláticos com risco à vida ou episódios asmáticos menos graves. A prevalência65 total da sensibilidade ao sulfito, na população geral, é desconhecida. Esta sensibilidade é vista mais frequentemente em asmáticos do que na população não asmática.
Em razão da potência do hemitartarato de norepinefrina e das respostas variadas às substâncias pressoras, sempre existe a possibilidade de que possa ocorrer elevação da pressão sanguínea a um nível perigosamente alto com doses excessivas deste agente pressor. É, portanto, recomendável, registrar a pressão sanguínea a cada 2 (dois) minutos a partir do início da administração até que a pressão sanguínea almejada seja obtida e, em seguida, a cada 5 (cinco) minutos se a administração for continuada.
A velocidade do fluxo deve ser vigiada ininterruptamente e o paciente nunca deve ser deixado desassistido enquanto receber Noradrem. Cefaleia66 pode ser um sintoma67 de hipertensão68 devido à superdosagem.
Sempre que possível, as infusões de Noradrem devem ser feitas numa veia de grande porte, particularmente numa veia antecubital porque, quando administrado nesta veia, o risco de necrose69 da pele38 suprajacente, por vasoconstrição36 prolongada, é, aparentemente, muito pequeno. Alguns autores têm indicado que a veia femural é também uma via de administração aceitável. Uma técnica de cateter preso deve ser evitada, quando possível, uma vez que a obstrução do fluxo sanguíneo ao redor do tubo pode causar êxtase e aumento da concentração local da droga. Doenças vasculares70 oclusivas (por exemplo, arteriosclerose71, endarterite diabética, doença de Buerger) ocorrem com maior frequência nas extremidades inferiores que nas superiores; portanto, deve-se evitar as veias72 da perna em pacientes idosos ou naqueles que sofrem de tais distúrbios. Foi reportada gangrena73 numa extremidade inferior quando se administraram infusões de Noradrem em uma veia do tornozelo74.
O local da infusão deve ser observado constantemente quanto ao fluxo livre. Deve-se ter cuidado para evitar o extravasamento de Noradrem nos tecidos, uma vez que pode surgir necrose69 local devido a ação vasoconstritora do medicamento. Palidez no curso da veia onde é infundido o medicamento, às vezes sem extravasamento óbvio, tem sido atribuído à constrição75 da vasa vasorum76, com permeabilidade77 da parede da veia aumentada, permitindo algum vazamento. Isto também pode progredir, em raras ocasiões, para escara78 superficial, particularmente durante infusão em veias72 da perna em pacientes idosos ou naqueles sofrendo de doença vascular58 obliterante. Assim, se ocorrer embranquecimento (palidez), deve-se considerar a conveniência de mudar o local da infusão a intervalos, para possibilitar que os efeitos da vasoconstrição36 local regridam.
IMPORTANTE - Antídoto79 para isquemia60 por extravasamento:
Para evitar escarificação80 e necrose69 em áreas nas quais tenha ocorrido extravasamento, o local deve ser infiltrado, tão logo seja possível, com 10 a 15 mL de solução salina contendo de 5 a 10 mg de fentolamina, um agente bloqueador adrenérgico81. Uma seringa82 com uma agulha hipodérmica deve ser usada, com a solução sendo infiltrada com abundância por toda a área, que é facilmente identificada pela sua baixa temperatura, dureza e aparência pálida. O bloqueio
simpático83 com fentolamina causa imediata e evidente alteração hiperêmica local, se a área é infiltrada dentro de 12 horas. Portanto, a fentolamina deverá ser administrada tão logo seja possível, após verificação do extravasamento.
Gravidez84 e Lactação85
Não existem, em animais, estudos disponíveis sobre a reprodução86, conduzidos com Noradrem. É também desconhecido se Noradrem pode causar dano fetal quando administrado a mulheres grávidas ou se pode afetar a capacidade reprodutiva. Logo, Noradrem somente deve ser administrado a mulheres grávidas se absolutamente necessário.
É desconhecido se esta droga (hemitartarato de norepinefrina monoidratada) é excretada no leite humano, uma vez que muitas drogas são excretadas por esta via, deve-se ter cuidado quando da administração de Noradrem a lactantes87.
Risco na gravidez84: Grau C - Não foram realizados estudos em animais e nem em mulheres grávidas.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Populações especiais
Uso pediátrico: A segurança e a efetividade de Noradrem em crianças ainda não foram estabelecidas.
Uso em idosos: Noradrem deve ser administrado com cautela em pacientes com idade superior a 65 anos, por serem mais sensíveis aos efeitos do medicamento, assim como naqueles com circulação88 coronariana ou cerebral debilitadas, a diminuição do débito cardíaco89 poderá ser prejudicial.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Noradrem solução injetável deve ser usado com extrema cautela em pacientes em tratamento com inibidores da monoamino-oxidase (IMAO90), ou antidepressivos dos tipos triptilina ou imipramina, porque pode causar grave e prolongada hipertensão68.
Os anestésicos ciclopropano e halotano aumentam a irritabilidade autonômica cardíaca e por esse motivo parecem sensibilizar o miocárdio62 à ação da epinefrina ou norepinefrina administrada intravenosamente. Consequentemente o uso do Noradrem solução injetável durante a anestesia63 por ciclopropano e halotano é geralmente contraindicado devido ao risco de produzir taquicardia16 ou fibrilação ventricular. O mesmo tipo de arritmia17 pode resultar do uso de Noradrem solução injetável em pacientes com hipóxia53 ou hipercarbia profunda.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Noradrem (hemitartarato de norepinefrina monoidratada) solução injetável deve ser conservado em temperatura ambiente (15–30°C). Proteger da luz.
Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação e validade impressa na embalagem.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas do produto
Aspectos físicos: ampola de vidro âmbar contendo 4 mL. Características organolépticas: solução incolor a levemente amarelada, inodora.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
A injeção91 de Noradrem é um medicamento concentrado, potente que deve ser diluído em soluções contendo glicose49 antes da infusão. A infusão de Noradrem deve ser realizada em veias72 de largo calibre.
Noradrem deve ser utilizado apenas em infusão intravenosa. Deve-se diluir antes do uso e descartar as porções não utilizadas.
Restabelecimento da pressão sanguínea em estados hipotensivos agudos:
A depleção92 do volume sanguíneo deve ser corrigida completamente, sempre que possível, antes que qualquer vasopressor seja administrado. Como medida emergencial, a pressão intra-aórtica deve ser mantida, para evitar isquemia60 arterial cerebral ou coronariana. Noradrem pode ser administrado antes ou conjuntamente com a reposição do volume sanguíneo.
Diluente: Noradrem deve ser diluído em solução para injeção91 de glicose49 5% ou solução para injeção91 de glicose49 5% + cloreto de sódio. O conteúdo de glicose49 nessas soluções é a proteção contra significantes perdas de potência devido à oxidação. Não é recomendada a administração apenas em solução salina. Sangue93 ou plasma94, se indicados para aumentar o volume sanguíneo, devem ser administrados separadamente (por exemplo, pelo uso de conexões em Y e recipientes distintos se administrados simultaneamente).
Dose média: Adicionar uma ampola de 4 mL de Noradrem a 1000 mL de uma solução contendo 5% de glicose49.
Cada mL desta diluição conterá: 8 μg de hemitartarato de norepinefrina (equivalente a 4 μg de norepinefrina base.)
A solução diluída em glicose49 5% é estável por 24 horas em temperatura ambiente, com pequena perda de atividade, desde que protegida da luz e calor. Portanto, utilize equipo âmbar ou envolva-o em papel alumínio (Martindale / The Extra Pharmacopoeia - 29th edition - pág. 1470 e Handbook on injectable drugs 11ª edition).
Obs.: É primordial o controle do débito de perfusão, pois a sensibilidade ao produto varia consideravelmente de pessoa a pessoa. Administrar esta solução por infusão intravenosa. Inserir um cateter plástico para uso intravenoso com uma agulha de calibre apropriado, firmemente fixado com fita adesiva, evitando, sempre que possível, a técnica de cateter preso, já que esta provoca êntase e concentração maior do medicamento. Um gotejador IV ou outro dispositivo adequado de medir é essencial para permitir uma acurada avaliação da velocidade do fluxo, em gotas por minuto. Após a observação da resposta a uma dose inicial de 2 a 3 mL (de 2 a 6 mg de norepinefrina base), por minuto, ajustar a velocidade do fluxo até estabelecer e manter uma pressão sanguínea baixa (normalmente de 80 a 100 mmHg de pressão sistólica95), suficiente para manter a circulação88 nos órgãos vitais. Em pacientes previamente hipertensos, recomenda-se que a pressão sanguínea não deva ser elevada a mais que 40 mmHg abaixo da pressão sistólica95 pré-existente. As doses médias de manutenção variam de 0,5 mL a 1 mL por minuto (de 2 μg a 4 μg de norepinefrina base).
Dose alta: Ocorre grande variação individual na dose necessária para se atingir e manter uma adequada pressão sanguínea. Em todos os casos, as doses do hemitartarato de norepinefrina devem ser determinadas de acordo com a resposta do paciente. Ocasionalmente, doses diárias muito maiores ou mesmo doses enormes (como 68 mg de norepinefrina base ou 17 ampolas) podem ser necessárias se o paciente permanecer hipotensivo, mas deve-se sempre suspeitar da depleção92 de volume de sangue93 oculto e corrigida quando presente. Monitoramento da pressão do sistema venoso96 central normalmente auxilia na detecção e tratamento dessa situação.
Duração da terapia: A infusão deve ser continuada até que a pressão sanguínea e a perfusão tissular54 estejam nos parâmetros normais e possam ser mantidas sem terapia. As infusões de hemitartarato de norepinefrina devem ser reduzidas gradualmente, evitando-se uma retirada abrupta. Em alguns dos casos reportados de colapso97 vascular58 devido a infarto61 agudo98 do miocárdio62, foi requerido tratamento por até seis dias.
Administração de fluído: O grau de diluição depende das necessidades clínicas de volume de fluído. Se grandes volumes de fluído (glicose49) forem necessários a uma taxa de fluxo que envolva uma dose excessiva do agente pressor por unidade de tempo, uma solução mais diluída que 4 ?g/mL pode ser utilizada. Por outro lado, se grandes volumes de fluído são clinicamente indesejados, uma concentração superior a 4 ?g/mL pode ser necessária.
Tratamento adjuvante da parada cardíaca:
Infusões de Noradrem são usualmente administradas intravenosamente durante a ressuscitação cardíaca, para restaurar e manter uma pressão sanguínea adequada, depois que a pulsação cardíaca e a ventilação99 tenham sido restabelecidas. Admite-se também que o poder da ação estimuladora beta-adrenérgica de hemitartarato de norepinefrina aumenta a força e a efetividade das contrações sistólicas, desde que elas ocorram.
Dose média: Para a manutenção da pressão sanguínea sistêmica durante o manejo da parada cardíaca, Noradrem é usado da mesma forma como descrito anteriormente, no item Restabelecimento da pressão sanguínea em estados hipotensivos agudos.
Obs.: Sempre as soluções para uso parenteral devem ser examinadas visualmente antes do uso, com vistas à presença de partículas estranhas e mudança de cor. Noradrem é uma solução límpida, incolor a ligeiramente amarelada. Portanto, caso a cor da mesma seja diferente da especificada, ou contiver precipitado, não utilizar.
Evitar contato com sais de ferro, álcalis ou agentes oxidantes.
MODO DE USAR
Posição adequada para abertura da ampola com anel de ruptura (VIBRAC)
- Deixar a ampola na posição de aproximadamente 45° (minimizando o risco de que partículas caiam dentro da ampola).
- Com a ponta do dedo polegar fazer apoio no estrangulamento. Com o dedo indicador envolver a parte superior da ampola (balão), pressionando-a para trás.
REAÇÕES ADVERSAS
As seguintes reações podem ocorrer:
No corpo como um todo: lesões100 isquêmicas devidas à potente ação vasoconstritora e hipóxia53 tissular54.
Sistema cardiovascular101: bradicardia102, provavelmente como um resultado reflexo de uma subida da pressão sanguínea, arritmias14.
Sistema nervoso103: ansiedade, cefaleia66 transitória.
Sistema respiratório104: dificuldade respiratória.
Pele38 e anexos105: necrose69 por extravasamento no local da injeção91.
A administração prolongada de qualquer vasopressor potente pode resultar em depleção92 do volume plasmático, a qual deve ser continuamente corrigida por terapia apropriada de reposição de líquido e eletrólitos106. Se o volume plasmático não é corrigido, a hipotensão7 pode recidivar quando Noradrem for descontinuado, ou a pressão sanguínea pode ser mantida ao risco de severa vasoconstrição36 periférica e visceral (por exemplo, perfusão renal51 diminuída) com diminuição no fluxo e na perfusão sanguínea tissulares com subsequente hipóxia53 tissular54 e acidose55 láctica56 e provável lesão107 isquêmica.
Raramente tem sido reportada gangrena73 nas extremidades; doses muito altas ou doses convencionais em pessoas hipersensíveis (por exemplo, pacientes hipertireoideos) causam severa hipertensão68 com cefaleia66 violenta, fotofobia108, dor retroesternal pungente, palidez, sudorese109 intensa e vômitos110.
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
SUPERDOSE
Superdosagem com Noradrem pode resultar em cefaleia66, severa hipertensão68, bradicardia102 reflexa, aumento marcado da resistência periférica111 e diminuição do débito cardíaco89. Em caso de superdosagem acidental, evidenciada por excessiva elevação da pressão sanguínea, o uso de Noradrem solução injetável deve ser descontinuado até que as condições do paciente se estabilizem.
O tratamento clínico da superdosagem, inclui medidas de suporte adequadas, recomendando-se o uso de atropina no caso de bradicardia102 reflexa, fentolamina para o caso de extravasamento e propranolol na ocorrência de arritmias14.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
USO RESTRITO A HOSPITAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
MS: 1.1343.0066
Farm. Resp.: Dr. Renato Silva CRF-MG: n° 10.042
HIPOLABOR FARMACÊUTICA Ltda.
Rod BR 262 - Km 12,3 Borges /Sabará - MG
CEP: 34.735-010
CNPJ: 19.570.720/0001-10
Indústria Brasileira
SAC 0800 031 1133
