Bilyt (Bula do profissional de saúde)
BIOLAB SANUS FARMACÊUTICA LTDA
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Bilyt
carbonato de lítio
Comprimido 300 mg
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Comprimido simples
Embalagem com 50 comprimidos
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido de Bilyt contém:
carbonato de lítio (equivalente a 31,1 mg de lítio) | 300 mg |
excipiente q.s.p. | 1 |
Excipientes: amido, lactose1, estearato de magnésio, crospovidona, celulose microcristalina, croscarmelose, dióxido de silício e lauril sulfato de sódio.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE2
INDICAÇÕES
Bilyt é indicado no tratamento de episódios maníacos nos transtornos afetivos bipolares; no tratamento de manutenção de indivíduos com transtorno afetivo bipolar, diminuindo a frequência dos episódios maníacos e a intensidade destes quadros; na profilaxia da mania recorrente; prevenção da fase depressiva e tratamento de hiperatividade psicomotora3.
Quando dado a um paciente em episódio maníaco, Bilyt pode normalizar os sintomas4 num período que varia de 1 a 3 semanas.
No tratamento da depressão, o lítio tem sua indicação nos casos em que os pacientes não obtiveram resposta total, após uso de inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) ou tricíclicos por 4 a 6 semanas, com doses efetivas. Nesses casos a associação com lítio potencializará a terapia em curso.
Bilyt é indicado como adjunto aos antidepressivos na depressão recorrente grave, como um suplemento para o tratamento antidepressivo na depressão maior aguda.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
O uso terapêutico dos sais de lítio em psiquiatria data do final dos anos 1940.
Poolsup e cols. publicaram uma metanálise sobre o uso do carbonato de lítio no tratamento dos episódios agudos de mania. 658 pacientes de 12 estudos foram avaliados (tempo de tratamento entre 3 e 4 semanas). A taxa de resposta ao carbonato de lítio foi quase o dobro daquela observada no grupo placebo5 (1,95; IC95% 1,17-3,23; p<0,05) e também foi superior à clorpromazina (1,96; IC95% 1,02-3,77; p<0,05).
A evidência de eficácia do lítio no tratamento de manutenção pode ser observada em duas metanálises, uma comparativa com placebo5 (Geddes e cols.) e uma outra que incluiu outros tratamentos estabilizadores do humor (Smith e cols). A metanálise publicada por Geddes e cols. avaliou os efeitos do tratamento no longo- prazo com lítio sobre a incidência6 de episódios depressivos e maníacos em pacientes com transtorno bipolar. Cinco estudos controlados com placebo5 foram incluídos na análise, totalizando 770 participantes. Observou-se redução significativa na incidência6 de todas as recidivas7 nos pacientes tratados com lítio (risco relativo [RR] = 0,65; intervalo de confiança [IC] 95% = 0,50-0,84; p = 0,001), bem como na incidência6 de episódios maníacos (RR = 0,62; IC95% = 0,40-0,95, p = 0,03)1.
A metanálise publicada por Smith e cols. avaliou a eficácia e tolerabilidade do lítio e outros medicamentos no tratamento de manutenção do transtorno bipolar. A revisão incluiu 14 estudos, com um total de 2526 participantes. Observou-se a eficácia do lítio na prevenção de recaída de qualquer tipo de episódio (risco relativo[HR]= 0,68; IC95% = 0,53 - 0,86), principalmente na diminuição do risco de episódio maníaco (risco relativo [HR] = 0,53; IC 95% = 0,35 - 0,79).
Tondo e cols. publicaram um estudo aberto de longo prazo envolvendo 317 pacientes com transtorno bipolar (188 com mania [transtorno bipolar tipo I] e 129 com hipomania [transtorno bipolar tipo II]). Os pacientes haviam sido acompanhados sem tratamento por um tempo médio de 8,38 anos, e depois foram tratados com lítio por um tempo médio de 6,35 anos. Com o tratamento, o número de episódios depressivos e maníacos caiu significativamente (2,1 vezes menos episódios depressivos por ano e 3,3 vezes menos episódios maníacos por ano, durante o tratamento com lítio em comparação com o período pré-tratamento). A frequência de internações por episódio psicótico também caiu 87,9% nos pacientes com transtorno bipolar I e 98,1% nos pacientes com transtorno bipolar II2.
A eficácia do lítio como tratamento adjuvante, para potencialização do efeito de antidepressivos, tanto tricíclicos como inibidores de recaptação de serotonina está descrita em metanálise de 10 estudos que utilizaram o lítio como agente de potencialização (269 participantes). O lítio foi superior ao placebo5 na potencialização do efeito antidepressivo (OR = 3,11; IC95% 1,80 - 5,37), além de possivelmente acelerar a resposta ao tratamento antidepressivo.
Sackeim e cols. compararam os efeitos da terapia com nortriptilina com a associação de nortriptilina com carbonato de lítio em dose baixa na prevenção de recorrência8 de depressão após eletroconvulsoterapia (ECT). 290 pacientes com depressão unipolar maior foram submetidos a ECT, e destes, 159 apresentaram remissão e foram randomizados para receber placebo5, nortriptilina ou nortriptilina associada a carbonato de lítio, num delineamento duplo-cego. A dose inicial de lítio era de 600 mg ao dia, ajustada para atingir litemia entre 0,5 e 0,9 mEq/L. Após 24 semanas de acompanhamento, a taxa de recidiva9 da depressão no grupo placebo5 foi de 84% [IC95% 70-99%], no grupo nortriptilina foi de 60% [IC95% 41-79%] e no grupo nortriptilina + lítio foi de 39% [IC95% 19-59%]. A análise estatística mostrou diferença significativa do placebo5 somente para o grupo nortriptilina + lítio (P = 0,004), com uma tendência de melhora no grupo que usou somente a nortriptilina (P = 0,07)4.
- Geddes JR, Burgess S, Hawton K, et al. Long-Term Lithium Therapy for Bipolar Disorder: Systematic Review and Meta Analysis of Randomized Controlled Trials. Am J Psychiatry 2004; 161(2):217-222.
- Tondo L, Baldessarini RJ, Hennen J, Floris G. Lithium Maintenance Treatment of Depression and Mania in Bipolar I and Bipolar II Disorders. Am J Psychiatry 1998; 155(5):638-645.
- Poolsup N, Li Wan Po A, de Oliveira IR. Systematic overview of lithium treatment in acute mania. J Clin Pharm Ther 2000; 25(2):139-56.
- Sackeim HA, Haskett RF, Mulsant BH, et al. Continuation pharmacotherapy in the prevention of relapse following electroconvulsive therapy: a randomized controlled trial. JAMA 2001; 285(10):1299-307.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Estudos pré-clínicos mostraram que o lítio altera o transporte do sódio nas células nervosas10 e musculares provocando uma alteração no metabolismo11 intraneural das catecolaminas, porém o mecanismo específico de ação do lítio no tratamento da mania é desconhecido.
Apesar de o lítio restabelecer o humor nos transtornos bipolares, o paciente tem reações emocionais normais e pode sentir ou não pequenas interferências com a capacidade física e mental.
Farmacocinética
Lítio apresenta absorção rápida e é completamente absorvido a partir do trato gastrointestinal, quando tomado na forma de sal. A absorção pode ser afetada pela formulação. As concentrações séricas máximas ocorrem entre 0,5 e 3 horas após a ingestão de comprimidos convencionais, cápsulas, ou líquidos, com as formulações de liberação modificada as concentrações de pico podem ocorrer entre 2 e 12 horas após a dose.
Lítio é distribuído por todo o corpo e a distribuição completa ocorre dentro de 6 a 10 horas. Maiores concentrações ocorrem nos ossos, glândula12 tireoide13 e porções do cérebro14, quando comparadas aos níveis séricos. Lítio é principalmente excretado através da urina15; apenas uma pequena quantidade pode ser detectada nas fezes, saliva e suor. O lítio não está ligado às proteínas16 plasmáticas.
O lítio atravessa a placenta e é distribuído para o leite materno. A meia-vida de eliminação em pacientes com função renal17 normal é cerca de 12 a 24 horas, mas aumenta com a diminuição da função renal17; Meia- vida de até 36 horas tem sido relatada em pacientes idosos e meia-vida de 40 a 50 horas tem sido relatada na insuficiência renal18.
Há uma variação interindividual ampla nas concentrações séricas obtidas após uma dada dose, e também naquela necessária para o efeito terapêutico. Concentrações também podem variar consideravelmente de acordo com o regime de dosagem (quer administrada em doses diárias únicas ou divididas), função renal17, o regime alimentar do paciente, o estado de saúde2 do paciente, o tempo em que a amostra de sangue19 é colhida, e outros medicamentos, tais como sais de sódio ou diuréticos20, bem como pela formulação e a biodisponibilidade. Além disso, há apenas uma estreita margem entre o agente terapêutico e a concentração sérica tóxica de lítio. Portanto, não só é a titulação individual de dosagem essencial para assegurar concentrações apropriadas constantes para o paciente de lítio, mas as condições sob as quais as amostras de sangue19 são tomadas para a monitorização devem ser cuidadosamente controladas.
CONTRAINDICAÇÕES
O uso deste medicamento é contraindicado em caso de:
- Hipersensibilidade ao carbonato de lítio e/ ou demais componentes da formulação;
- Não deve ser usado durante a gravidez21 e período de aleitamento;
- Não deve ser administrado em pacientes portadores de doenças renais e cardiovasculares, em indivíduos debilitados ou desidratados, em quadros de depleção22 de sódio, ou em indivíduos com uso de diuréticos20, pois o risco de intoxicação se eleva nestes pacientes. Porém, se a critério médico o risco for menor do que os benefícios do seu uso, Bilyt deve ser administrado com muita precaução, incluindo dosagens séricas frequentes e ajuste de doses abaixo das habituais. Em alguns casos indica-se a hospitalização do paciente.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Condutas Gerais e Específicas:
Testes laboratoriais são necessários antes de se iniciar a litioterapia, para certificar-se de um uso seguro e determinar os sistemas funcionais basais do organismo. Os tipos e quantidade de testes dependem da condição clínica do paciente. A toxicidade23 do lítio está relacionada com os seus níveis séricos e ocorre próximo às doses terapêuticas; assim, a dosagem dos níveis séricos é recomendável. A avaliação da função renal17 é essencial porque o lítio é eliminado pela urina15 e adicionalmente pode provocar alterações na função renal17. A avaliação da função tireoidiana é importante uma vez que o hiper ou hipotireoidismo24 pode causar sintomas4 que se assemelham à mania ou à depressão e também porque o lítio pode causar anormalidades de funcionamento da tireoide13.
Efeitos renais: A terapia crônica com o lítio pode determinar a diminuição da capacidade de concentração renal17, acarretando diabetes insipidus25 nefrogênico, com poliúria26 e polidipsia27. Estes pacientes devem ser monitorados com cuidado para evitar a desidratação28 e os riscos da intoxicação pelo lítio. Esta condição geralmente é revertida com a retirada do lítio.
Alterações na morfologia dos glomérulos29, fibrose30 intersticial31 e atrofia32 dos néfrons33 são observadas durante a terapia crônica com o lítio. Estas alterações também são observadas em indivíduos bipolares que nunca foram expostos ao tratamento com o lítio. A relação entre função renal17, alterações morfológicas e a associação destas com a litioterapia não está bem estabelecida. O que se sabe é que Bilyt, quando em doses terapêuticas, não está associado a doenças renais terminais.
Bilyt é excretado quase que exclusivamente através da urina15 com insignificante eliminação pelas fezes. A excreção renal17 do lítio é proporcional à sua concentração plasmática. A meia vida de eliminação do lítio é de aproximadamente 24 horas. Bilyt diminui a reabsorção de sódio nos túbulos renais podendo levar à depleção22 do sódio. Portanto, é essencial que o paciente mantenha uma dieta normal, incluindo a ingestão de sal e adequada ingestão líquida (2–3 L/dia) pelo menos durante o período de estabilização do tratamento. A depleção22 do cloreto de sódio em uma dieta baixa em sal aumenta a toxicidade23 do lítio. Diminuição da tolerância ao lítio pode ser ocasionada por quadros infecciosos com temperatura elevada, sudorese34 prolongada ou diarreia35 e, caso ocorram, deve-se aumentar a ingestão de líquidos e sal. Uma interrupção temporária da litioterapia pode ser necessária.
Doenças da tireoide13: Doenças prévias na tireoide13 não necessariamente constituem uma contraindicação ao uso do lítio; em casos de hipotireoidismo24, monitoração cuidadosa da função tireoidiana durante as fases de estabilização e de manutenção da litioterapia, permite a correção das alterações tireoidianas, quando ocorrerem. Se o hipotireoidismo24 ocorrer durante a fase de estabilização ou de manutenção, hormônios tireoideanos suplementares podem ser utilizados.
O lítio não provoca ou leva à dependência.
Síndrome36 de Brugada: Existem relatos de uma possível associação entre o tratamento com lítio e a Síndrome36 de Brugada. Síndrome36 de Brugada é um distúrbio caracterizado por alteração eletrocardiográfica e risco de morte súbita. Lítio geralmente deve ser evitado em pacientes portadores ou com suspeita de Síndrome36 de Brugada. A avaliação clínica cardiológica é recomendada em pacientes que apresentam fatores de risco, como, por exemplo, síncope37, histórico familiar de Síndrome36 de Brugada ou de morte de súbita inexplicada antes de 45 anos de idade, ou relato de síncope37 ou palpitações38 após o início do tratamento com lítio.
Populações especiais
Lítio não deve ser administrado em casos de insuficiência renal18 grave ou doença cardiovascular, debilitação significativa, desidratação28, depleção22 de sódio, e para os pacientes em uso de diuréticos20 ou inibidores da enzima39 conversora da angiotensina (IECA), uma vez que o risco de toxicidade23 do lítio é muito alto nestes pacientes.
Uso em idosos: os pacientes geriátricos geralmente requerem doses mais baixas de lítio e um acompanhamento mais frequente do que os adultos mais jovens porque a taxa de depuração renal17 e volume de distribuição são reduzidos. O lítio é mais tóxico para o sistema nervoso central40 (SNC41) de pessoas idosas e estas são, possivelmente, mais propensas a desenvolver bócio42 lítio-induzido e hipotireoidismo24 clínico. Sede excessiva e poliúria26 como efeitos colaterais43 precoces da terapia de lítio podem ser mais frequentes nos idosos.
Uso em crianças: a eficácia e segurança do carbonato de lítio em crianças abaixo de 12 anos não foram estabelecidas e o seu uso não é recomendado.
Gravidez21 e Lactação44
Dados pré-clínicos: Há relatos do lítio ter causado efeitos adversos na fase de nidação45 embrionária em ratos, viabilidade embrionária em camundongos e no metabolismo11 in vitro dos testículos46 de ratos e espermatozoides47 humanos. Estudos em ratos, coelhos e macacos comprovam o efeito teratogênico48 do lítio.
Dados clínicos: O lítio pode causar má formação fetal quando administrado a mulheres grávidas. Dados sugerem um aumento no número de anomalias cardíacas, entre outras, ao nascimento, causadas pelo lítio, especialmente a anomalia de Ebstein. Se a mulher engravidar durante o tratamento com o lítio, ela deve estar ciente dos potenciais riscos para o feto49. A litioterapia deve ser retirada durante o primeiro trimestre de gravidez21, se possível, a menos que isso determine um sério dano para a mulher.
Categoria de risco na gravidez21: categoria D – Há evidências de risco em fetos humanos. Só usar se o benefício justificar o risco potencial. Em situação de risco de vida ou em caso de doenças graves para as quais não se possa utilizar drogas mais seguras, ou se estas drogas não forem eficazes.
O fármaco50 demonstrou evidências positivas de risco fetal humano, no entanto os benefícios potenciais para a mulher podem, eventualmente, justificar o risco, como por exemplo, em casos de doenças graves ou que ameaçam a vida, e para as quais não existam outras drogas mais seguras.
Uma vez que o lítio é excretado no leite, também não é aconselhável a amamentação51 natural.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez21.
Efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas
O lítio pode interferir na capacidade mental e / ou física. Os pacientes devem ser advertidos sobre as atividades que exigem vigilância (por exemplo, veículos ou máquinas).
Informações importantes sobre um dos componentes do medicamento
Este medicamento contém LACTOSE1.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
À semelhança de outros fármacos utilizados para esta especialidade, Bilyt pode sofrer interação adversa com outros medicamentos em alguns pacientes.
Haloperidol: A síndrome36 encefalopática é uma síndrome36 cerebral caracterizada por cansaço, letargia52, febre53, tremores, confusão mental, sintomas4 extrapiramidais, leucocitose54, elevação de enzimas séricas seguida de danos cerebrais irreversíveis, e pode ocorrer em alguns pacientes que utilizam haloperidol em associação com o lítio. Existe uma possível relação causal entre estes eventos e a administração concomitante de lítio e neurolépticos55. Estes pacientes devem ser monitorados e evidências de toxicidade23 neurológica devem levar à interrupção do tratamento assim que esses sinais56 forem identificados.
A possibilidade de interações adversas semelhantes é relatada com outros medicamentos neurolépticos55.
Carbamazepina: a administração concomitante de carbamazepina e lítio podem aumentar o risco de efeitos neurotóxicos.
Bloqueadores de canal de cálcio: o uso concomitante de agentes bloqueadores de canais de cálcio com lítio pode aumentar o risco de neurotoxicidade na forma de ataxia57, tremores, náuseas58, vômitos59, diarreia35 e / ou zumbido.
Metronidazol: o uso concomitante de metronidazol com lítio pode provocar toxicidade23 do lítio, devido à depuração renal17 reduzida. Estes pacientes devem ser monitorados.
Fluoxetina: o uso concomitante de fluoxetina com lítio pode aumentar ou diminuir as concentrações séricas de lítio. Estes pacientes devem ser monitorados.
Bloqueadores neuromusculares: Bilyt pode prolongar os efeitos de bloqueadores neuromusculares e devem ser administrados cuidadosamente a pacientes em uso de lítio.
Anti-inflamatórios não hormonais: Os níveis de lítio devem ser cuidadosamente monitorizados quando pacientes iniciarem ou interromperem o uso de AINEs. A indometacina e piroxicam podem levar a um aumento significativo dos níveis plasmáticos do lítio. Em alguns casos a toxicidade23 do lítio pode estar relacionada a este tipo de interação. Existe também evidência de que outros anti-inflamatórios não hormonais, incluindo os inibidores seletivos da ciclooxigenase-2 (COX2), tenham o mesmo efeito.
Outros: Cuidados devem ser tomados quando da associação do lítio com fenilbutazona, diuréticos20 como hidroclorotiazida, ou inibidores da ECA, pois a perda de sódio pode diminuir a depuração renal17 do lítio, aumentando a sua concentração plasmática a níveis tóxicos. Quando houver estas associações, as doses de lítio devem ser diminuídas e seus níveis séricos determinados com maior frequência.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade.
Desde que observados os devidos cuidados de conservação o prazo de validade de Bilyt é de 18 meses, contados a partir da data de fabricação impressa em sua embalagem externa.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem. Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Para sua segurança, mantenha o medicamento na embalagem original
Características físicas e organolépticas do produto
O medicamento Bilyt se apresenta na forma de comprimido de coloração branca a levemente amarelada, circular, biconvexo e liso.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Mania Aguda: as doses devem ser ajustadas individualmente de acordo com os níveis séricos e resposta clínica. No tratamento agudo60 da mania recomenda-se litemias entre 0,8 e 1,4 mEq/L. Estes níveis podem ser atingidos com doses de 600 mg (dois comprimidos de 300 mg) a cada 8 horas. A dose única não é recomendada no início do tratamento ou quando são necessárias doses superiores a 1800 mg. Litemias devem ser determinadas 2 vezes por semana na fase aguda do tratamento e até que o quadro clínico do paciente esteja estabilizado.
Fase de Manutenção: para a fase de manutenção os níveis séricos do lítio podem ser reduzidos para uma faixa de 0,6 a 1,2 mEq/L, o que equivale geralmente a doses entre 900 mg e 1.350 mg. Recomenda-se a dose de 300 mg três a quatro vezes por dia (totalizando 900 a 1.200 mg). Em alguns casos deve-se aumentar a dose para 1.350 mg/dia.
Pacientes sensíveis ao lítio podem exibir sinais56 de toxicidade23 em concentrações entre 1,0 e 1,5 mEq/L. Pacientes idosos geralmente respondem bem a doses mais baixas e podem apresentar toxicidade23 em doses geralmente bem toleradas por outros pacientes.
As amostras de sangue19 devem ser colhidas de 8 a 12 horas após a última tomada e antes da seguinte.
Potencializador de Antidepressivos em Episódio Depressivo Unipolar: as doses devem ser ajustadas individualmente de acordo com os níveis séricos e resposta clínica. Recomenda-se litemias entre 0,5 a 1,0 mEq/L, o que equivale a doses aproximadas de 600-900 mg de Bilyt (em duas a três tomadas diárias).
Descontinuidade de Bilyt
Deve-se retirar a medicação lentamente para evitar recaídas (síndrome36 da retirada). O período de retirada deve ser ao redor de 3 meses e nunca inferior a 1 mês. Diminuir em média 25% da dose por semana.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
REAÇÕES ADVERSAS
A ocorrência e a gravidade de reações adversas estão diretamente relacionadas às concentrações séricas de lítio e com a resposta individual do paciente. Geralmente ocorrem com mais frequência e com maior gravidade em concentrações mais elevadas. Níveis séricos acima de 1,5 mEq/L representam maiores riscos de toxicidade23, embora pacientes sensíveis possam apresentar estes quadros com litemia inferior a 1,5 mEq/L.
Quadros de intoxicação leve ocorrem na faixa de 1,5 a 2,5mEq/L com sinais56 de náuseas58, tremores finos e diarreia35; intoxicação de leve a moderada ocorre na faixa de 2,5 a 3,5mEq/L, com anorexia61, vômito62, diarreia35, reação distônica, sedação63 excessiva, ataxia57, polidipsia27 e poliúria26; finalmente, intoxicação severa a moderada ocorre na faixa de 3 a 4 mEq/L e pode levar a coma64 e morte.
Tremor fino das mãos65, poliúria26 e sede podem ocorrer durante a terapia inicial da fase maníaca aguda e podem persistir durante todo o tratamento. Náuseas58 e desconforto geral também podem aparecer durante os primeiros dias de administração de lítio. Os efeitos secundários geralmente desaparecem com a continuação do tratamento ou com a redução temporária ou suspensão da dose. Se forem persistentes, a suspensão da terapia com lítio pode ser necessária. Diarreia35, vômitos59, sonolência, fraqueza muscular e falta de coordenação podem ser os primeiros sinais56 de intoxicação de lítio, e podem ocorrer em concentrações de lítio abaixo de 2,0 mEq/L. Em concentrações mais elevadas podem ocorrer vertigem66, ataxia57, visão67 turva, zumbido e aumento do débito urinário68. Concentrações séricas de lítio acima de 3,0 mEq/L podem produzir um quadro clínico complexo, envolvendo múltiplos órgãos e sistemas. Durante a fase aguda de tratamento as concentrações séricas de lítio não devem ultrapassar 2,0 mEq/L.
As principais reações adversas ao tratamento com carbonato de lítio, agrupadas de acordo com a frequência de ocorrência e sistema acometido, são:
Reações comuns (>1/100 e < 1/10)
- Musculoesquelético: tremor involuntário dos membros.
- Equilíbrio hídrico: polidipsia27.
- Metabólico: hipotireoidismo24; bócio42.
- Geniturinário: poliúria26; incontinência urinária69.
- Gastrointestinal: diarreia35; náusea70.
Reações infrequentes (>1/1.000 e < 1/100)
- Cardiovascular: palpitações38.
- Metabólico: ganho de peso.
- Pele71: acne72; rash73 cutâneo74.
- Respiratório: dispneia75.
- Gastrointestinal: sensação de distensão abdominal.
- Sistema nervoso76: pré-síncope37.
- Sangue19: leucocitose54.
Reações raras (>1/10.000 e < 1/1.000)
- Musculoesquelético: dores nos dedos e nos pés, dores nas articulações77.
- Sistema nervoso76: depressão; euforia; fadiga78; pseudotumor cerebral (aumento da pressão intracraniana e papiledema); neuropatia periférica79.
- Cardiovascular: prolongamento do intervalo QT no eletrocardiograma80.
- Pele71: alopecia81; xerodermia, palidez e frio nas extremidades (semelhante ao fenômeno de Raynaud82).
- Equilíbrio hídrico: retenção de fluidos.
- Outros: rouquidão, gosto metálico, alteração do paladar83 (disgeusia84).
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal a Anvisa.
SUPERDOSE
Níveis tóxicos do lítio (1,5 mEq/L) estão próximos a níveis terapêuticos (0,6-1,2 mEq/L). Os pacientes e seus familiares devem estar atentos a sintomas4 precoces de intoxicação, interrompendo o uso da droga e informando o médico imediatamente. (Ver item 9. Reações Adversas).
Não há antídoto85 específico para o lítio. Sintomas4 precoces de intoxicação podem ser tratados com a interrupção do tratamento e sua reintrodução 24 a 48 horas depois com diminuição da dose.
Nos casos mais graves, o tratamento tem como objetivo depurar o organismo do íon86, como lavagem gástrica87, correção do balanço hidroeletrolítico88 e regulação da função renal17. Ureia89, manitol e aminofilina aumentam a excreção do lítio. A diálise90 é provavelmente o meio mais eficaz de remover-se o íon86 do organismo e deverá ser levado em conta no caso de superdosagem. A hemodiálise91 pode ser realizada em pacientes graves. Profilaxia de quadros infecciosos, medidas de suporte e suporte ventilatório são essenciais.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
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SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA
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