

Materna (Bula do profissional de saúde)
WYETH INDÚSTRIA FARMACÊUTICA LTDA
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Materna
Polivitamínico e poliminerais
Comprimidos
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Comprimido revestido
Embalagem contendo 30 comprimidos
VIA DE ADMINISTRAÇÃO: USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido de Materna contém:
Componentes | Quantidade por comprimido revestido | % da IDR(1) para lactantes |
% da IDR(1) para lactantes |
vitamina A(2) (como betacaroteno e acetato de retinol) | 3000 UI | 112,5% | 105,9% |
tiamina (vitamina B1) (como nitrato de tiamina) | 3 mg | 214,3% | 200,0% |
riboflavina (vitamina B2) | 3,4 mg | 242,9% | 212,5% |
piridoxina (vitamina B6) (como cloridrato de piridoxina) | 10 mg | 526,3% | 500,0% |
cianocobalamina (vitamina B12) | 12 mcg | 461,5% | 428,6% |
nicotinamida | 20 mg | 111,1% | 117,6% |
ácido ascórbico (vitamina C) | 100 mg | 181,8% | 142,9% |
colecalciferol (vitamina D3) (3) | 250 UI | 125,0% | 125,0% |
acetato de racealfatocoferol (vitamina E) (4) | 30 UI | 300,0% | 300,0% |
biotina | 30 mcg | 100,0% | 85,7% |
ácido fólico | 1 mg | 281,7% | 339,0% |
ácido pantotênico (como pantotenato de cálcio) | 10 mg | 166,7% | 142,8% |
cromo (como cloreto crômico hexaidratado) | 25 mcg | 83,3% | 55,6% |
cobre (como óxido cúprico) | 2 mg | 200,0% | 153,8% |
ferro (como fumarato ferroso) | 60 mg | 222,2% | 400,0% |
iodo (como iodeto de potássio) | 150 mcg | 75,0% | 75,0% |
manganês (como sulfato de manganês) | 5 mg | 250,0% | 192,3% |
molibdênio (como molibdato de sódio) | 25 mcg | 50,0% | 50,0% |
selênio (como selenato de sódio) | 25 mcg | 83,3% | 71,4% |
zinco (como óxido de zinco) | 25 mg | 227,3% | 263,2% |
Outros componentes: cálcio (como carbonato de cálcio) e magnésio (como óxido de magnésio). Excipientes: crospovidona, lactose monoidratada, estearato de magnésio, laurilsulfato de sódio, ácido esteárico, dióxido de silício, corante opadry rosa (5), óleo mineral, polissorbato 80, citrato trietílico e água purificada. |
(1) Ingestão Diária Recomendada conforme Resolução RDC 269/05 (Tabela 3) de 22/09/05
3000 UI = 600 mcg de retinol
250 UI de vitamina D = 6,25 mcg de colecalciferol
30 UI de vitamina E = 30 mg de acetato de dl-alfa-tocoferol + 20,1 mg de d-alfa-tocoferol + 13,5 mg de alfa-tocoferol
Contém: hipromelose, dióxido de titânio, laurilsulfato de sódio, corante vermelho FD&C nº. 40 aluminum lake
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
INDICAÇÕES
Materna® é um suplemento vitamínico-mineral para uso durante os períodos de gravidez e lactação. Materna® é bem tolerado e pode ser administrado com ou sem alimentos sem afetar a absorção do ferro.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
A deficiência de micronutrientes no período perinatal pode contribuir para o aumento da incidência de diferentes transtornos maternos e fetais como, por exemplo, baixo peso ao nascer, o que tem levado nas últimas décadas à realização de vários estudos para avaliar o impacto da suplementação polivitamínica/polimineral durante a gravidez e lactação.1
Estudos têm demonstrado benefícios da suplementação de micronutrientes especialmente em países em desenvolvimento e em populações com específicas deficiências.2,9
Diversos estudos locais, artigos de revisão e guias de conduta têm se manifestado favoráveis à suplementação vitamínica especialmente de ácido fólico (vitamina B9), para a prevenção de defeitos do tubo neural no feto;3,7,8,9,10,11,12 de vitamina A em doses adequadas (reduzidas), para a prevenção de variadas morbidades maternas;3 de vitamina B6 (piridoxina), envolvida na formação de mielina e de neurotransmissores do feto e na redução das náuseas do primeiro trimestre de gravidez, além de reduzir o risco de perda dentária durante a gestação;3 de vitamina C, para reduzir riscos de pré-eclâmpsia, restrição intrauterina de crescimento e anemia materna;3,4 de vitamina E, para reduzir riscos de complicações gestacionais por estresse oxidativo como pré-eclâmpsia;3,5 de vitamina D, para prevenção de fraturas neonatais e na infância, aumento da densidade óssea na infância, para redução do risco de sibilância na infância e de diabetes tipo 1;3 de vitamina K, envolvida na coagulação sanguínea.3
Cuidados periconcepcionais que incluem adequada suplementação vitamínica diminuem a proporção de defeitos fetais e aumenta a eficácia dos cuidados primários durante a gestação.10
Referências
- Sunawang et al. Preventing low birthweight through maternal multiple micronutrient supplementation: a cluster- randomized, controlled trial in Indramayu, West Java. Food Nutr Bull. 2009 Dec;30(4):S488-95.
- Adherence and costs of micronutrient supplementation in pregnancy in a double-blind, randomized, controlled trial in rural western China. Zeng L, Yan H, Cheng Y, Dang S, Dibley MJ.
- Food Nutr Bull. 2009 Dec;30(4):S480-7.
- Royal College of Obstetricians and Gynaecologists - Scientific Advisory Committee. Opinion Paper 16: Vitamin Supplementation in Preganancy. August 2009. Disponível em: http://www.rcog.org.uk/files/rcog- corp/SACPaper16VitaminSupplementation.pdf. Acessado em: 05/fev/2010.
- Rumbold A, Crowther CA. Vitamin C supplementation in pregnancy. Cochrane Database Syst Rev. 2005 Apr 18;(2):CD004072. Review.
- Rumbold A, Crowther CA. Vitamin E supplementation in pregnancy. Cochrane Database Syst Rev. 2005 Apr 18;(2):CD004069. Review.
- Kawai K et al. A randomized trial to determine the optimal dosage of multivitamin supplements to reduce adverse pregnancy outcomes among HIV-infected women in Tanzania. Am J Clin Nutr. 2010 Feb;91(2):391-7.
- Chen G et al. Prevention of NTDs with periconceptional multivitamin supplementation containing folic acid in China. Birth Defects Res A Clin Mol Teratol. 2008 Aug;82(8):592-6.
- Ronfani L et al. Periconceptional supplementation with folic acid for the primary prevention of congenital malformations. Pediatr Med Chir. 2004 Mar-Apr;26(2):105-11.
- Czeizel AE. Primary prevention of neural-tube defects and some other major congenital abnormalities: recommendations for the appropriate use of folic acid during pregnancy. Paediatr Drugs. 2000 Nov-Dec;2(6):437-49.
- Czeizel AE. Primary prevention of birth defects by periconceptional care, including multivitamin supplementation. Baillieres Clin Obstet Gynaecol. 1995 Sep;9(3):417-30.
- Czeizel E, Dudás I. Prevention of the first occurrence of anencephaly and spina bifida with periconceptional multivitamin supplementation (conclusion).Orv Hetil. 1994 Oct 16;135(42):2313-7.
- Czeizel AE, Dudás I. Prevention of the first occurrence of neural-tube defects by periconceptional vitamin supplementation. N Engl J Med. 1992 Dec 24;327(26):1832-5.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
A vitamina A é necessária para o crescimento ósseo, reprodução e desenvolvimento embrionário. Após ser convertido em retinil fosfato nos tecidos epiteliais, participa como derivado glicosilado na mediação da transferência da manose para glicoproteínas específicas, que são responsáveis pela manutenção, regulação da adesividade e pelo crescimento do tecido epitelial. Participa também como cofator de várias reações bioquímicas como na síntese de mucopolissacarídeos, ativação de sulfato, desidrogenação de hidroxiesteróides, síntese de colesterol, desmetilação microssomial hepática e hidroxilação de substâncias. O retinol é rapidamente absorvido pelo trato gastrintestinal sadio e por ser lipossolúvel, a absorção exige a presença de sais biliares, lipase pancreática e gordura dietética. Menos de 5% ligam-se à lipoproteína no sangue (normal). A concentração sérica normal é de 80 a 300 UI/ml. O retinol é armazenado (primariamente como palmitato) no fígado. É mobilizado dos depósitos hepáticos e transportado no plasma na forma retinol-proteína ligante; sofre biotransformação hepática e é excretado principalmente na bile ligado a um glicuronídio e pequena porção pelos rins.
O nitrato de tiamina (vitamina B1) tem como metabólito ativo o pirofosfato de tiamina, que age no metabolismo dos carboidratos como uma coenzima na descarboxilação dos alfa-cetoácidos como piruvato e alfa-cetoglutarato e na utilização da pentose no desvio da hexose monofosfato. É rapidamente absorvido pelo trato gastrintestinal, principalmente no duodeno, exceto nas síndromes de má-absorção; o álcool inibe sua absorção. A absorção oral pode ser aumentada, administrando o nitrato de tiamina em porções divididas junto com alimento. A absorção máxima, por via oral, é de 8 a 15 mg por dia. O nitrato de tiamina sofre biotransformação hepática e é eliminado pela urina, quase inteiramente (80 a 96%) como metabólitos; o excesso é excretado nas formas íntegras e de metabólitos, também pela urina.
A riboflavina (vitamina B2) através de suas formas ativas FAD e FMN, atua no metabolismo como coenzima, para uma ampla variedade de flavoproteínas respiratórias. É rapidamente absorvida pelo trato gastrintestinal, principalmente no duodeno. A riboflavina e seus metabólitos são distribuídos em todos os tecidos orgânicos e no leite materno; pequena quantidade é armazenada no fígado, baço, rins e coração. A ligação a proteínas é moderada (60%). A riboflavina sofre biotransformação, dando flavina mononucleotídio na mucosa intestinal; este, no fígado, se converte em flavina adenina dinucleotídio. A meia-vida, após administração oral ou intramuscular, é de 66 a 84 minutos. A riboflavina é eliminada pela urina, quase inteiramente como metabólitos; o excesso é excretado, em grande parte na forma íntegra e pequena porção é excretada pelas fezes.
O cloridrato de piridoxina (vitamina B6), sob a forma de coenzima fosfato de piridoxal, exerce papel importante em várias transformações metabólicas de aminoácidos e participa de algumas etapas do metabolismo do triptofano. É rapidamente absorvido pelo trato gastrintestinal, principalmente do jejuno, exceto em síndromes de má-absorção e não se liga às proteínas plasmáticas. Armazena-se principalmente no fígado, com quantidades menores no músculo e no cérebro. Sofre biotransformação hepática, degradando-se a ácido 4-piridóxico. O cloridrato de piridoxina é eliminado pela urina, quase que inteiramente como metabólitos e o excesso, é excretado na forma íntegra.
É removível por hemodiálise.
A cianocobalamina (vitamina B12) participa do metabolismo lipídico, glicídico e protéico. Através das suas coenzimas, metilcobalamina e 5-desoxiadenosilcobalamina, participa das reações de transmetilação como da formação de metionina, a partir da homocisteína e é essencial para a manutenção da bainha de mielina no sistema nervoso central. A cianocobalamina liga-se a um fator intrínseco, uma glicoproteína secretada pela mucosa gástrica, sendo então ativamente absorvida do trato gastrintestinal. A cianocobalamina liga-se extensivamente às proteínas plasmáticas específicas chamadas transcobalaminas; a transcobalamina II parece estar envolvida no rápido transporte das cobalaminas aos tecidos. É armazenada no fígado, excretada na bile e passa por extensiva reciclagem entero- hepática; a excreção urinária, contudo, é responsável por somente uma pequena fração na redução dos depósitos orgânicos totais adquiridos por meios dietéticos. A cianocobalamina se difunde através da placenta e também aparece no leite materno.
A nicotinamida tem papel importante para uma ampla variedade de proteínas que catalisam reações de oxirredução, essenciais para a respiração tissular. É rapidamente absorvida pelo trato gastrintestinal, após administração oral e amplamente distribuída nos tecidos orgânicos. A principal via de metabolismo é sua conversão a N- metilnicotinamida e aos derivados 2-piridona e 4-piridona. Pequenas quantidades da nicotinamida são excretadas, inalteradas na urina após doses terapêuticas; contudo, a quantidade excretada inalterada é aumentada com doses maiores.
O ácido ascórbico (vitamina C) participa da conversão da prolina e lisina em hidroxiprolina e hidroxilisina, respectivamente, que são responsáveis pela formação da síntese do colágeno, da conversão do ácido fólico em ácido folínico e da hidroxilação da dopamina em norepinefrina. É rapidamente absorvido pelo trato gastrintestinal e sua absorção pode ser reduzida com doses altas. A sua ligação às proteínas é baixa (25%) e está presente no plasma e nas células, sendo que concentrações mais elevadas encontram-se no tecido glandular.
O ácido ascórbico sofre biotransformação hepática, sendo reversivelmente oxidado a ácido desidroascórbico; parte é biotransformada em ácido 2-sulfato-ascórbico, que é inativo, e em ácido oxálico. O ácido ascórbico atravessa a barreira placentária, é excretado pelo leite materno e eliminado pela urina, a maior parte na forma de metabólitos. É removível por hemodiálise.
O colecalciferol (vitamina D3) é um regulador positivo na homeostase do cálcio e afeta o metabolismo do fosfato de forma semelhante ao do cálcio, sendo que estes dois íons são essenciais para a atividade neuromuscular normal, mineralização óssea e várias outras funções cálcio-dependentes. A sua meia-vida plasmática é de três a seis horas e o início de ação hipercalcêmica é de duas a seis horas, quando tomado por via oral. O colecalciferol é eliminado pela via biliar/renal.
O acetato de tocoferol (vitamina E) exerce uma importante função antioxidante e protetora das células, que se estende aos eritrócitos, impedindo a sua hemólise e atua também como carreadora de elétrons. Pode facilitar a absorção, o armazenamento hepático e a utilização do retinol. Cerca de 20% a 80% do acetato de tocoferol são absorvidos do trato gastrintestinal; a absorção se processa com maior eficiência na presença de sais biliares, gordura dietética e função pancreática normal. O acetato de tocoferol liga-se a beta-lipoproteínas no sangue e armazena-se em todos os tecidos orgânicos, especialmente nos tecidos adiposos. Sofre biotransformação hepática e é excretado pelo leite materno e eliminado principalmente pela bile; parte é excretada pela urina.
A biotina é um cofator para a carboxilação enzimática de quatro substratos: piruvato, acetil coenzima A (CoA), propionil CoA e beta-metilcrotonil CoA. Exerce um papel importante tanto no metabolismo dos carboidratos como dos lipídeos. A biotina ingerida é rapidamente absorvida pelo trato gastrintestinal e aparece na urina, predominantemente na forma de biotina intacta, e em quantidades menores como os metabólitos bis-norbiotina e sulfóxido de biotina.
O ácido fólico tem funções específicas no metabolismo intracelular, onde converte homocisteína em metionina e serina em glicina. Participa da síntese de timidilato, que é importante na síntese do DNA e também do metabolismo da histidina, que age na conversão para o ácido glutâmico e da síntese das purinas. É rapidamente absorvido pelo trato gastrintestinal, principalmente na parte superior do duodeno e jejuno. O ácido fólico administrado terapeuticamente entra na circulação portal, amplamente inalterado, uma vez que é um substrato pobre para a redução pela diidrofolato redutase. É convertido à forma metabolicamente ativa 5-metiltetraidrofolato no plasma e no fígado. O local principal de armazenamento do folato é o fígado. Os metabólitos do folato são eliminados na urina e o folato, excedente às necessidades orgânicas, é excretado inalterado na urina. O folato é distribuído no leite materno e é removido por hemodiálise.
O ácido pantotêncio participa de reações enzimáticas importantes no metabolismo oxidativo dos carboidratos, gliconeogênese, síntese e degradação de ácidos graxos e síntese de esteróides como hormônios esteróides e porfirinas. É absorvido rapidamente pelo trato gastrintestinal, exceto em síndromes de má-absorção. O pantotenato de cálcio distribui-se nos tecidos orgânicos, principalmente na forma de coenzima A, concentrando-se mais no fígado, glândulas adrenais, coração e rins. Não sofre biotransformação e é excretado principalmente (70%) pela urina, na forma íntegra; 30% são eliminados pelas fezes.
O cromo é pouco absorvido por via oral: os sais inorgânicos têm absorção oral entre 0,5 e 1%, mas formas farmacêuticas contendo o cromo na forma quelada possuem maior absorção. A taxa de ligação proteica é de 10 a 17%. A excreção é primariamente renal com pequenas quantidades excretadas na bile.
O cobre é um elemento químico que participa da composição de várias enzimas. Exerce papel importante na oxidação do ferro e aumenta a resistência do colágeno. Através do envolvimento de enzimas contendo cobre, também tem papel na produção de energia mitocondrial, proteção contra antioxidantes e síntese da melanina e das catecolaminas. De 25 a 60% do cobre da dieta são absorvidos. Sua absorção ocorre no estômago, porém é máxima no intestino delgado através de transporte ativo e difusão passiva e é regulada pela deficiência ou não do mesmo. De 90 a 95% do cobre ligam-se à ceruloplasmina, 1 a 2 % ligam-se a aminoácidos e o restante à albumina. Sofre biotransformação hepática e sua excreção é principalmente biliar, com pequenas quantidades excretadas na urina e no suor.
O ferro é um elemento fundamental no transporte de oxigênio aos tecidos. O ferro é irregular e incompletamente absorvido pelo trato gastrintestinal, sendo os locais principais da absorção, o duodeno e o jejuno. A absorção é auxiliada pela secreção ácida do estômago e por alguns ácidos dietéticos (tais como o ácido ascórbico) e é mais rapidamente afetada quando o ferro está no estado ferroso ou é parte do complexo ferro-heme (ferroporfirina, em que o ferro está no estado ferroso). Somente cerca de 5 a 15% do ferro ingerido no alimento, são normalmente absorvidos. Após a absorção, a maior parte do ferro liga-se a transferrina e é transportada à medula óssea onde é incorporada na hemoglobina; o remanescente fica contido dentro das formas de armazenamento, ferritina ou hemossiderina, ou como mioglobina, com quantidades menores, encontradas nas enzimas, contendo o complexo heme ou no plasma, ligadas à transferrina, que é responsável pela troca interna de ferro. O fluxo de ferro através do plasma resulta em um total de 30 a 40 mg/dia, ou seja, 0,46 mg/kg que se encontra nesta transferrina. A medula óssea é capaz de extrair 85% de ferro dos 5% do fluxo sanguíneo circulante para iniciar a formação de novos eritrócitos, que duram aproximadamente 120 dias antes de serem catabolisados pelo reticuloendotélio.
O iodo é indispensável ao funcionamento normal da glândula tireoide, sendo componente da tiroxina e seus precursores. A ação do iodeto é de antagonizar a capacidade tanto da tirotropina quanto do AMP cíclico, estimulando a endocitose do coloide, a proteólise e a secreção do hormônio. Possui uma boa ação fluidificante de secreções brônquicas. Quando tomado de preparações orais (que são convertidas a iodetos), estes são capturados pela glândula tireoide. Os iodetos não- absorvidos pela tireoide são excretados, principalmente na urina, com quantidades menores, aparecendo nas fezes, saliva e suor. Atravessam a placenta e são distribuídos no leite materno.
O manganês tem sua absorção pelo trato gastrintestinal ocorrendo de forma variável, variando de 3 a 50%. Na circulação, o manganês se liga à transmanganina, uma beta-1-globulina. O manganês é armazenado no cérebro, rins, pâncreas e fígado. É excretado na bile e passa pela circulação entero-hepática.
O molibdênio é um mineral essencial que age como cofator essencial para diversas enzimas, entre elas, relacionadas ao metabolismo do DNA, formação de ácido úrico e metabolismo dos sulfitos. O molibdênio é rapidamente absorvido, transportado no sangue ligado aos eritrócitos e especificamente à α2-macroglobulina. As maiores concentrações são encontradas no fígado e rins. A excreção é feita principalmente por via renal.
O selênio é um elemento essencial, que atua como parte integral da enzima glutationa peroxidase e outras selenoproteínas. A glutationa peroxidase previne a geração de radicais livres que causam a destruição dos ácidos graxos polinsaturados das membranas celulares. O selênio parece ser facilmente absorvido, e é armazenado em diversas células e tecidos como eritrócitos, fígado, baço, coração, unhas. A excreção é feita principalmente por via urinária.
O zinco é componente de vários sistemas enzimáticos e hormonais, com atividade no metabolismo dos ácidos nucléicos e proteínas, sendo fundamental nos tecidos com alta taxa de reprodução celular como, a pele, ossos, gônadas e medula óssea. As principais funções do zinco são o metabolismo dos carboidratos, estimular a síntese e o metabolismo proteico, melhorar a resistência ao esforço e aumentar a força muscular. O zinco é absorvido incompletamente pelo trato gastrintestinal, e a absorção é reduzida na presença de alguns constituintes dietéticos, tais como: os fitatos. A regulação da sua absorção ocorre no fígado, onde se liga à metalotionina, que é uma proteína fixadora de metais. A absorção do zinco é dependente de seu grau de carência no organismo. Cerca de 60% do zinco são transportados no plasma, ligados à albumina e o restante liga-se à alfa-2-macroglobulina e à transferrina. O zinco é distribuído por todo o organismo com as concentrações mais elevadas encontradas no músculo, osso, pele e fluidos prostáticos. É primariamente excretado nas fezes e a regulação das perdas fecais é importante na homeostase do zinco. Pequenas quantidades são eliminadas na urina e na perspiração. O zinco é excretado no leite materno.
CONTRAINDICAÇÕES
Materna® está contraindicado nos raríssimos casos de história de hipersensibilidade prévia a qualquer um dos componentes da sua fórmula.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Sensibilização alérgica pode ocorrer após administração de preparados contendo ácido fólico por via oral ou parenteral.
Materna® não é indicado para o tratamento de anemia perniciosa. Em casos de anemia perniciosa, o ácido fólico ingerido através de suplementação pode mascarar o quadro clínico sanguíneo, no sentido de que pode haver uma reversão do quadro sanguíneo periférico ao normal, enquanto as manifestações neurológicas podem continuar progredindo.
Este medicamento não é indicado para uso por menores de 12 anos.
Materna® é um medicamento classificado na categoria D de risco de gravidez, portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. A paciente deve informar imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
Caso a paciente esteja tomando outro suplemento, leia a bula, uma vez que os suplementos podem conter o mesmo ingrediente.
Populações especiais
Pacientes Idosas: Materna® está indicado somente para o uso em mulheres em idade potencial de gravidez.
Informações importantes sobre um dos componentes do medicamento
Este medicamento contém LACTOSE.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Materna® é composto por diversas vitaminas e oligoelementos, que podem ter interações com outros medicamentos e alimentos.
Interações com vitamina A
- Medicamentos: colestiramina, neomicina, sulcrafatos. Efeito da Interação: redução da absorção intestinal de vitamina A.
- Medicamentos: anticoagulantes. Efeito da Interação: altas doses de vitamina A podem induzir a hipoprotrombinemia.
- Medicamento: retinoides. Efeito da Interação: adição dos sintomas tóxicos.
- Alimentos: que contenham ferro e vitamina C. Efeito da Interação: altas doses de vitamina A reduzem a concentração plasmática das substâncias citadas acima.
- Alimentos: que contenham vitamina E. Efeito da Interação: altas doses de vitamina A aumentam a necessidade de Vitamina E.
- Alimentos: que contenham vitamina K. Efeito da Interação: concorre com a vitamina A, podendo induzir a hipotrombinemia.
Interações medicamento/medicamento, com vitamina B2
- Medicamentos: barbitúricos, contraceptivos orais. Efeito da interação: uso prolongado pode induzir a deficiência de riboflavina.
- Medicamentos: fenotiazinas, antidepressivos tricíclicos. Efeito da Interação: pode aumentar a necessidade de riboflavina (vitamina B2).
- Medicamentos: probenicide. Efeito da Interação: reduz a absorção gastrointestinal e excreção urinária.
- Substância: álcool. Efeito da Interação: doses excessivas de álcool induzem a deficiência de riboflavina.
Interações com vitamina B6
- Medicamentos: hidralazina, isoniazida, penicilinas. Efeito da Interação: antagonista da vitamina B6.
- Medicamentos: estrogênios, teofilina. Efeito da Interação: pode aumentar a necessidade de vitamina B6.
- Medicamento: levodopa. Efeito da Interação: efeitos da levodopa são revertidos pela piridoxina.
- Substância: álcool. Efeito da Interação: aumenta a concentração plasmática de vitamina B6.
Interações com vitamina C
- Medicamento: ácido acetilsalicílico (AAS). Efeito da interação: redução da absorção do ácido ascórbico em cerca de um terço.
- Medicamento: antiácidos contendo alumínio. Efeito da interação: pode ocorrer maior absorção deste componente do antiácido, determinando aumento dos níveis sanguíneos do mesmo.
- Exame: pesquisa de sangue oculto nas fezes. Possível impacto: em alguns casos, o uso de ácido ascórbico (acima de 1 g/dia) foi relacionado com resultados falso-negativos no teste de sangue oculto nas fezes.
- Exame: dosagem de glicose no sangue e na urina. Possível impacto: em alguns casos, pode ocorrer teste de glicose no sangue falso-positivo quando medido por métodos de redução do cobre e falso-negativo quando utilizados métodos de oxidase.
Interações com biotina
- Medicamentos: anticoagulante, carbamazepina, fenobarbital, fenitoina e primidona. Efeito da interação: podem aumentar a necessidade de biotina.
Interações com ácido fólico
- Medicamentos: barbitúricos (fenobarbital, fenitoína). Efeito da Interação: diminuição da concentração plasmática de ácido fólico e diminuição dos efeitos dos barbitúricos.
- Medicamentos: metrotexato, nitrofurantoina. Efeito da Interação: diminuição da concentração plasmática de ácido fólico.
- Medicamentos: primidona. Efeito da Interação: diminuição da concentração plasmática de ácido fólico e diminuição dos efeitos da primidona.
- Medicamento: pirimetamina. Efeito da Interação: perda da eficácia da pirimetamina. Substância: álcool. Efeito da Interação: diminui a concentração plasmática de ácido fólico.
Interações com ácido pantotênico
- Medicamento: contraceptivos orais. Efeito da Interação: podem aumentar a necessidade de ácido pantotênico.
- Substância: álcool. Efeito da interação: pode aumentar a necessidade de ácido pantotênico.
Interações com ferro
- Medicamento: ácido aceto hidroxamicos e demeclociclina. Efeito da interação: diminuição do ácido acetato e da eficácia do ferro.
- Medicamento: ciprofloxacino, ibandronato, levoflaxino, levodopa, carbidopa, lomefloxacina, metildopa, minociclin, norfloxacino, ofloxacino, penicilinas. Efeito da interação: possível diminuição da eficácia desses medicamentos.
- Medicamentos: doxiciclina, pantoprazol, tetraciclina. Efeito da interação: diminuição da absorção de ambos.
- Medicamentos: esomeprazol, omeprazol, rolitetraciclina. Efeito da interação: redução da biodisponibilidade do ferro.
- Medicamentos: antiácidos, gemifloxacina, zinco, levotiroxina. Efeito da interação: redução da absorção dos medicamentos acima.
- Medicamentos: contendo sais de alumínio, magnésio ou bicarbonato. Efeito da interação: diminuição da eficácia do ferro.
- Alimento: laticínios. Efeito da interação: diminuição da biodisponibilidade do ferro.
- Alimentos: que contenham ácido cítrico. Efeito da interação: aumento da absorção do ferro.
- Alimentos: proteína de soja e soja. Efeitos na interação: diminuição da absorção do ferro.
Interações com magnésio
- Medicamentos: diuréticos de alça, diurético tiazídicos. Efeito da Interação: aumentam a excreção de magnésio.
- Medicamentos: quinolonas, tetraciclinas. Efeito da Interação: podem ter sua absorção reduzida.
- Substância: álcool. Efeito da Interação: doses excessivas de álcool podem aumentar a excreção renal de magnésio.
Interações com cromo
- Medicamento: Insulina. Efeito da interação: pode reduzir a necessidade de insulina em pacientes diabéticos.
- Medicamento: hipoglicemiantes orais. Efeito da interação: podem ter o efeito hipoglicemiante potencializado.
Os demais componentes dessa formulação não apresentam interações significativas.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Materna® deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C), protegido da luz e umidade e pode ser utilizado por 21 meses a partir da data de sua fabricação.
Contém agente secante à base de sílica que não deverá ser removido do frasco até o término dos comprimidos. Não ingerir.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original. Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Características físicas e organolépticas do produto
Comprimido oval, revestido, rosa claro. Na face vincada está gravado “U” do lado esquerdo e “3” do lado direito do vinco. Na face lisa está gravado “MATERNA”.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Um comprimido diário administrado com ou sem alimentos, ou segundo orientação médica durante os períodos de gravidez e lactação. Materna® não está indicado para crianças abaixo dos 12 anos de idade.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado. Dose omitida
Caso o paciente esqueça de administrar Materna® no horário estabelecido, deve fazê-lo assim que lembrar.
Entretanto, se já estiver perto do horário de administrar a próxima dose, deve desconsiderar a dose esquecida e utilizar a próxima. Neste caso, o paciente não deve utilizar a dose duplicada para compensar doses esquecidas.
REAÇÕES ADVERSAS
Podem ocorrer algumas reações adversas, de frequência desconhecida, associadas ao uso de Materna®, entre elas: distúrbios gastrintestinais tais como desconforto abdominal e/ou gástrico, constipação, diarreia e náusea e distúrbios do sistema imune tal como hipersensibilidade.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificação de Eventos Adversos a Medicamentos – VIGIMED, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
Em caso de ingestão inadvertida ou acidental de uma quantidade de comprimidos acima do indicado, deve-se procurar imediatamente orientação de profissional médico. Devido ao potencial e risco real de toxicidade por ferro, recomenda-se seguir os procedimentos padrões de emergência como em qualquer caso de envenenamento inorgânico.
Sinais de sintomas tais como diarreia e outros tipicamente encontrados em casos de hipervitaminose A ou D podem ser observados nos casos de superdose.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
MS - 1.2110.0080
Farmacêutica Responsável: Edina S. M. Nakamura – CRF-SP nº 9258
Registrado por:
Wyeth Indústria Farmacêutica Ltda. Rua Alexandre Dumas, 1860
CEP 04717-904 – São Paulo – SP CNPJ nº 61.072.393/0001-33
Fabricado e Embalado por:
Pfizer Canada Inc.
St. Laurent, Quebec, Canadá
Importado por:
Wyeth Indústria Farmacêutica Ltda.
Rodovia Presidente Castelo Branco, nº32501, km 32,5 CEP 06696-000 – Itapevi – SP
SAC 0800 770 1575
