

Farmorubicina RD
WYETH INDÚSTRIA FARMACÊUTICA LTDA
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Farmorubicina RD (Rápida Dissolução)
cloridrato de epirrubicina
Pó liofilizado1 10 mg
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Pó liofilizado1
Embalagem contendo 1 frasco-ampola
USO INJETÁVEL POR VIA INTRAVENOSA OU INTRAVESICAL (vide item “6. Como devo usar este medicamento?”)
USO ADULTO
CUIDADO: AGENTE CITOTÓXICO2
COMPOSIÇÃO:
Cada frasco-ampola de Farmorubicina RD contém:
cloridrato de epirrubicina | 10 mg |
excipiente q.s.p. | 1 frasco-ampola |
Excipientes: lactose3 monoidratada e metilparabeno.
INFORMAÇÕES AO PACIENTE
PARA QUE ESTE MEDICAMENTO É INDICADO?
Farmorubicina RD (cloridrato de epirrubicina) é indicado para o tratamento de vários tipos de câncer4 (neoplasia5): câncer4 de mama6, linfomas (cânceres que se originam nos linfonodos7 (gânglios8)), sarcomas de partes moles (câncer4 dos músculos9, cartilagens10, gordura11, nervos e vasos sanguíneos12), câncer4 gástrico (do estômago13), câncer4 hepático (do fígado14), câncer4 do pâncreas15, câncer4 do retosigmoide (intestino), carcinoma16 da região cérvico-facial (cabeça17 e pescoço18), câncer4 de pulmão19, câncer4 de ovário20 e leucemias (câncer4 da medula óssea21). Farmorubicina RD por instilação intravesical (administração gota22 a gota22 dentro da bexiga23) é indicada no tratamento dos carcinomas superficiais da bexiga23 (câncer4 não invasivos) e na profilaxia (prevenção) das recidivas24 (retorno do câncer4) após ressecção transuretral25 (cirurgia de bexiga23 realizada pela uretra26).
COMO ESTE MEDICAMENTO FUNCIONA?
Farmorubicina RD é um agente citotóxico2 (que causa destruição celular) antraciclínico (da família das antraciclinas, um tipo de classe de medicamentos). Embora se saiba que as antraciclinas podem interferir em várias funções bioquímicas e biológicas das células27, o mecanismo preciso das propriedades citotóxicas e/ou antiproliferativas (que inibem a proliferação celular) da Farmorubicina RD ainda não foi completamente elucidado.
QUANDO NÃO DEVO USAR ESTE MEDICAMENTO?
Farmorubicina RD é contraindicada a pacientes que apresentam hipersensibilidade (alergia28) à epirrubicina ou a qualquer outro componente da fórmula, outras antraciclinas ou antracenedionas.
Farmorubicina RD também é contraindicada nas seguintes situações:
- Uso intravenoso (dentro da veia): mielossupressão (mau funcionamento da medula óssea21) persistente, insuficiência hepática29 (do fígado14) grave, miocardiopatia30 (doença do músculo do coração31), arritmias32 (alteração no ritmo dos batimentos cardíacos) severas, infarto do miocárdio33 (infarto34 do coração31) recente, tratamentos prévios com doses cumulativas máximas de Farmorubicina RD e/ou outras antraciclinas e antracenedionas (vide item “4. O que devo saber antes de usar este medicamento?”).
- Uso intravesical (dentro da bexiga23): infecções35 no trato urinário36 (uretra26, bexiga23, ureter37 e rins38), inflamação39 da bexiga23, hematúria40 (sangue41 na urina42).
O QUE DEVO SABER ANTES DE USAR ESTE MEDICAMENTO?
Farmorubicina* deve ser administrada apenas sob supervisão de médicos especialistas com experiência em terapia citotóxica.
Os pacientes devem recuperar-se das toxicidades agudas de tratamentos anteriores, como estomatite43 (inflamação39 da mucosa44 da boca45), neutropenia46 (diminuição de um tipo de células27 de defesa do sangue41: neutrófilos47), trombocitopenia48 (diminuição das células27 de coagulação49 do sangue41: plaquetas50) e infecções35 generalizadas antes de iniciar o tratamento com Farmorubicina RD.
Embora o tratamento com altas doses de Farmorubicina RD (por exemplo, ? 90 mg/m2 a cada 3 a 4 semanas) cause efeitos adversos geralmente semelhantes àqueles vistos com doses padrão (< 90 mg/m2 a cada 3 a 4 semanas), a gravidade da neutropenia46 e da estomatite43/mucosite51 (inflamação39 da mucosa44 dos órgãos do aparelho digestivo52) pode ser maior. O tratamento com altas doses de Farmorubicina RD requer atenção especial para possíveis complicações clínicas devido a mielossupressão (mau funcionamento da medula óssea21) acentuada.
Função Cardíaca
A cardiotoxicidade (toxicidade53 ao coração31) durante o tratamento com antraciclinas pode ser evidenciada através de eventos precoces (agudos) e tardios.
Eventos precoces: cardiotoxicidade precoce da Farmorubicina RD consiste principalmente em taquicardia54 sinusal (aceleração dos batimentos cardíacos originada no nó sinusal55) e/ou anormalidades no eletrocardiograma56 (ECG) como alterações não específicas na onda ST-T. Também foram relatadas taquiarritmias57 (tipo de arritmia58), incluindo contração prematura ventricular (da câmara do coração31), taquicardia54 ventricular (aceleração dos batimentos cardíacos originada no ventrículo) e bradicardia59 (diminuição dos batimentos cardíacos), assim como bloqueio atrioventricular (região do coração31 responsável pela condução dos batimentos cardíacos) e bundle- branch (defeito na condução elétrica do coração31). Esses efeitos geralmente não predizem o desenvolvimento de cardiotoxicidade tardia; raramente têm importância clínica e, em geral, não são considerados para descontinuação do tratamento com a Farmorubicina RD.
Eventos tardios: cardiotoxicidade (toxicidade53 do coração31) tardia, geralmente surge no final do tratamento com Farmorubicina RD ou 2 a 3 meses após o término do tratamento, porém, eventos tardios (muitos meses ou anos após o término do tratamento) também foram relatados. Cardiomiopatia (alteração no músculo do coração31) tardia manifesta-se pela redução da fração de ejeção ventricular esquerda (FVE – volume de sangue41 que sai do coração31) e/ou sinais60 e sintomas61 de insuficiência cardíaca congestiva62 (ICC - incapacidade do coração31 de bombear a quantidade adequada de sangue41) como dispneia63 (falta de ar), edema pulmonar64 (acúmulo de líquidos nos pulmões65), edema66 (inchaço67), cardiomegalia68 (aumento do coração31) e hepatomegalia69 (aumento do fígado14), oligúria70 (diminuição da produção de urina42), ascite71 (acúmulo de líquido dentro do abdome72), efusão73 pleural (líquido nas pleuras), e ritmo de galope (tipo de arritmia58). ICC com risco à vida é a forma mais grave de cardiomiopatia induzida por antraciclinas e representa a toxicidade53 dose limitante cumulativa do fármaco74.
O risco de desenvolvimento de insuficiência cardíaca congestiva62 aumenta rapidamente com dose cumulativa total acima de 900 mg/m² de Farmorubicina RD. Esta dose só deve ser excedida com extrema cautela.
A função cardíaca deve ser avaliada antes do tratamento e deve ser monitorada durante a terapia para minimizar o risco de ocorrência de insuficiência cardíaca75. O risco pode ser diminuído através do monitoramento regular da FVE durante o tratamento, com a interrupção imediata de Farmorubicina RD no primeiro sinal76 de insuficiência77.
O método quantitativo apropriado para a avaliação repetida da função cardíaca (avaliação da FVE) inclui angiografia78 com radionucleotídeo79 (AR) ou ecocardiograma80 (ECO). A avaliação cardiológica com ECG, uma varredura AR ou um ECO é recomendável, principalmente em pacientes com fatores de risco para cardiotoxicidade aumentado. Determinações repetidas por AR ou ECO de FVE devem ser realizado, particularmente com mais altas, doses cumulativas de antraciclina. A técnica utilizada para a avaliação deve ser consistente ao longo do acompanhamento.
Dado o risco de cardiomiopatia, uma dose cumulativa de 900 mg/m2 de Farmorubicina RD deve ser excedida apenas com extrema cautela.
Os fatores de risco para cardiotoxicidade (toxicidade53 do coração31) incluem doença cardiovascular (do coração31 e dos vasos sanguíneos12) ativa ou latente, radioterapia81 prévia ou concomitante da área mediastinal/pericárdica (no centro do tórax82 e ao redor do coração31), terapia prévia com outras antraciclinas ou antracenedionas, e uso concomitante com outras drogas que podem diminuir a contratilidade cardíaca ou drogas cardiotóxicas (por ex., trastuzumabe). As antraciclinas, incluindo Farmorubicina RD, não devem ser administradas em combinação com outros agentes cardiotóxicos sem monitoramento cuidadoso da função cardíaca (vide “Interações Medicamentosas”). Pacientes recebendo antraciclinas após interromperem o tratamento com outros agentes cardiotóxicos, especialmente aqueles com longa meia-vida, como o trastuzumabe, podem também aumentar o risco de desenvolvimento de cardiotoxicidade. A meia-vida relatada do trastuzumabe é de aproximadamente 28–38 dias e pode persistir na circulação83 por até 27 semanas. Por isso, quando possível, os médicos devem evitar a terapia baseada em antraciclinas por até 27 semanas após interromperem o tratamento com trastuzumabe. Em caso de utilização de antraciclinas antes deste período, recomenda-se um cuidadoso monitoramento da função cardíaca.
O monitoramento da função cardíaca deve ser particularmente rigoroso em pacientes recebendo altas doses cumulativas e naqueles com fatores de risco. No entanto, a cardiotoxicidade com Farmorubicina RD pode ocorrer em doses cumulativas mais baixas se fatores de risco cardíacos estão presentes ou não.
É provável que a toxicidade53 da Farmorubicina RD e outras antraciclinas ou antracenedionas é aditiva.
Toxicidade53 Hematológica (do sangue41)
A exemplo do que ocorre com outros agentes citotóxicos84, a Farmorubicina RD pode produzir mielossupressão. O perfil hematológico (exame completo do sangue41) deve ser avaliado antes e durante cada ciclo da terapia com Farmorubicina RD, incluindo contagem diferencial dos glóbulos brancos. Leucopenia85 (redução de células27 de defesa no sangue41) reversível, dependente da dose e/ou granulocitopenia (neutropenia46) são as manifestações predominantes, constituindo a toxicidade53 aguda limitante da dose mais comum. A leucopenia85 e a neutropenia46 são, geralmente, mais graves com esquemas de altas doses, alcançando um nadir (ponto mais baixo), na maioria dos casos, entre o 10º e 14º dia após a administração do medicamento. Esses efeitos são, usualmente, transitórios, com a normalização da contagem de glóbulos brancos/neutrófilos47, na maioria dos casos, até o 21º dia. Trombocitopenia48 e anemia86 também podem ocorrer. As consequências clínicas mais graves da mielossupressão incluem febre87, infecção88, sepse89/septicemia90 (infecção88 generalizada), choque91 séptico (sepse89 grave), hemorragia92 (sangramento), hipóxia93 tecidual (diminuição de oxigênio aos tecidos) ou morte.
Leucemia94 secundária
Leucemia94 secundária (causada pelo medicamento), com ou sem fase pré-leucêmica, foi relatada em pacientes tratados com antraciclinas, incluindo a Farmorubicina RD. A leucemia94 secundária é mais comum quando utilizados em combinação com outros agentes antineoplásicos, em caso de pacientes tratados previamente com citotóxicos84 ou quando utilizadas doses maiores de antraciclinas. Essas leucemias possuem um período de latência95 (período sem manifestação clínica) de 1 a 3 anos.
Gastrintestinal
A Farmorubicina RD é emetogênica (causa náuseas96 e vômitos97). A mucosite51/estomatite43 geralmente aparece no início do tratamento com o fármaco74 e, se grave, pode progredir em poucos dias para úlceras98 de mucosa44 (feridas que dão na camada que recobre internamente o sistema digestivo99, como boca45 e esôfago100). A maioria dos pacientes se recupera desse evento adverso até a terceira semana de terapia.
Função Hepática101
A principal via de eliminação da Farmorubicina RD é o sistema hepatobiliar102 (relacionado a bile103). Os níveis de bilirrubina104 sérica total (níveis de bilirrubina104 no sangue41) e de aspartato transaminase (TGO – enzima105 do fígado14) devem ser avaliados antes e durante o tratamento com Farmorubicina RD. Pacientes com bilirrubina104 ou TGO elevado podem apresentar clearance (excreção) mais lento do fármaco74, com um aumento da toxicidade53 geral. Doses mais baixas são recomendadas nesses pacientes (vide item 6. Como devo usar este medicamento?). Pacientes com insuficiência hepática29 grave (prejuízo grave da função do fígado14) não devem receber Farmorubicina RD (vide item “3. Quando não devo usar este medicamento?”).
Função Renal106 (dos rins38)
A creatinina107 sérica (no sangue41) deve ser avaliada antes e durante a terapia. O ajuste da dose é necessário em pacientes com creatinina107 sérica > 5 mg/dL108 (vide item “6. Como devo usar este medicamento?”).
Efeitos no Local de Infusão
Fleboesclerose (lesão109 da veia usada para administração do medicamento) pode resultar da infusão do fármaco74 em vaso de pequeno calibre ou de infusões repetidas na mesma veia. Para minimizar o risco de flebite110/tromboflebite111 (inflamação39 da veia, com ou sem o aparecimento de um coágulo112 dentro dela) no local de infusão recomenda-se seguir os procedimentos descritos no item “6. Como devo usar este medicamento?”
Extravasamento
O extravasamento de Farmorubicina RD durante a administração IV (intravenosa) pode produzir dor local, lesões113 teciduais graves (vesicação – formação de bolhas na pele114, celulite115 – inflamação39 grave da pele114 e do tecido116 abaixo da pele114) e necrose117 (morte dos tecidos). Caso ocorram sinais60 ou sintomas61 de extravasamento durante a administração intravenosa de Farmorubicina RD, a infusão do fármaco74 deve ser imediatamente interrompida.
Outros
Assim como ocorre com outros agentes citotóxicos84, tromboflebite111 e fenômenos tromboembólicos (formação de um coágulo112 dentro do vaso sanguíneo), incluindo embolia118 pulmonar (entupimento de um vaso sanguíneo no pulmão19 por um coágulo112), fatal em alguns casos, foram coincidentemente relatados com o uso de Farmorubicina RD.
Síndrome119 da Lise120 Tumoral (sintomas61 provocados pela destruição das células27 do câncer4)
Farmorubicina RD pode induzir à hiperuricemia (aumento do ácido úrico no sangue41) devido ao extenso catabolismo121 (quebra) das purinas que acompanha a rápida destruição de células27 neoplásicas122 induzida pelo fármaco74 (síndrome119 da lise120 tumoral). Níveis séricos de ácido úrico, potássio, fosfato de cálcio e creatinina107 devem ser avaliados após o tratamento inicial. Hidratação, alcalinização urinária (diminuição da acidez da urina42) e profilaxia com alopurinol para prevenir a hiperuricemia podem minimizar as complicações potenciais da síndrome119 de lise120 tumoral.
Efeitos Imunossupressores/Aumento da Suscetibilidade a Infecções35
A administração de vacinas “vivas” ou vacinas “vivas-atenuadas” em pacientes imunocomprometidos (com diminuição da função do sistema de defesa do organismo) por agentes quimioterápicos (que combatem cânceres) incluindo Farmorubicina RD, podem resultar em infecções35 graves ou fatais. A utilização de vacinas “vivas” deve ser evitada em pacientes recebendo Farmorubicina RD. Vacinas “mortas” ou “inativadas” podem ser administradas, contudo, a resposta a estas vacinas pode ser diminuída.
Advertências e Precauções Adicionais para Outras Vias de Administração Via Intravesical (dentro da bexiga23)
A administração de Farmorubicina RD pode produzir sintomas61 de cistite123 química tais como, disúria124 (dificuldade e dor para urinar), poliúria125 (aumento da quantidade de urina42), noctúria (aumento da frequência urinária à noite), estrangúria (constrição126 da uretra26 causando eliminação lenta e dolorosa da urina42), hematúria40 (sangue41 na urina42), desconforto vesical127 (na bexiga23, necrose117 da parede vesical127) e constrição126 da bexiga23. É necessária atenção especial para problemas de cateterização (quando se coloca um cateter) por ex., obstrução uretral128 devida a tumores intravesicais de grande volume.
Fertilidade, Gravidez129 e Lactação130
Prejuízo na Fertilidade
A Farmorubicina RD pode induzir dano cromossômico em espermatozoides131 humanos. Homens submetidos a tratamento com Farmorubicina RD devem utilizar métodos contraceptivos (para evitar gravidez129) efetivos.
A Farmorubicina RD pode causar amenorreia132 (ausência de menstruação133) ou menopausa134 prematura em mulheres pré-menopáusicas (antes da idade característica para o aparecimento da menopausa134).
Uso durante a Gravidez129
Mulheres em idade fértil devem ser aconselhadas a evitar engravidar durante o tratamento e devem utilizar métodos contraceptivos eficazes.
Dados experimentais em animais sugerem que a Farmorubicina RD pode causar dano fetal quando administrada a mulheres grávidas. Caso a Farmorubicina RD seja utilizada durante a gravidez129 ou se a paciente engravidar enquanto estiver utilizando esse fármaco74, ela deve ser comunicada quanto aos danos potenciais para o feto135.
Não há estudos em mulheres grávidas, portanto a Farmorubicina RD deve ser utilizada durante a gravidez129 apenas se os benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais para o feto135.
Uso durante a Lactação130
Não se sabe se a Farmorubicina RD é excretada no leite humano. Uma vez que muitos fármacos, incluindo outras antraciclinas, são excretados no leite humano e devido à possibilidade de reações adversas sérias em lactentes136 pela Farmorubicina RD, as mães devem interromper o aleitamento antes de receber esse medicamento.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez129.
Efeitos na habilidade de dirigir e usar máquinas
O efeito da Farmorubicina RD na habilidade de dirigir e operar máquinas ainda não foi sistematicamente avaliado.
Interações Medicamentosas
Farmorubicina RD é utilizada, principalmente, em combinação com outros fármacos citotóxicos84. Toxicidade53 aditiva pode ocorrer especialmente em relação a efeitos medulares/hematológicos (no sangue41) e gastrintestinais (no estômago13 e no intestino) (vide item “4. O que devo saber antes de usar este medicamento?”). O uso de Farmorubicina RD em combinação quimioterápica com outros fármacos potencialmente cardiotóxicos, assim como o uso concomitante de outros compostos cardioativos (por ex., bloqueadores do canal de cálcio, como a nifedipina e o verapamil), requer o monitoramento da função cardíaca durante o tratamento.
A Farmorubicina RD é amplamente metabolizada pelo fígado14. Qualquer medicamento concomitante que possa afetar a função hepática101 também pode afetar o metabolismo137 ou a farmacocinética da Farmorubicina RD e, como resultado, a eficácia e/ou a toxicidade53 (vide item “4. O que devo saber antes de usar este medicamento?”).
A cimetidina aumentou a área sob a curva (AUC138: quantidade do medicamento efetivamente disponível para atuação de acordo com o tempo de utilização) da Farmorubicina RD em 50% e seu uso deve ser interrompido durante o tratamento com Farmorubicina RD. Quando administrado antes da Farmorubicina RD, o paclitaxel pode causar aumento das concentrações plasmáticas (no sangue41) da Farmorubicina RD inalterada e de seus metabólitos139 (derivados), sendo que seus metabólitos139 não são tóxicos nem ativos. A administração concomitante do paclitaxel ou do docetaxel não alterou a farmacocinética da Farmorubicina RD quando esta foi administrada antes do taxano.
Sempre avise ao seu médico todas as medicações que você toma quando ele for prescrever uma medicação nova. O médico precisa avaliar se as medicações reagem entre si alterando a sua ação, ou da outra; isso se chama interação medicamentosa.
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento. Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde140.
ONDE, COMO E POR QUANTO TEMPO POSSO GUARDAR ESTE MEDICAMENTO?
Cuidados de conservação
Farmorubicina RD deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C), protegido da luz. A solução reconstituída é quimicamente estável por 24 horas à temperatura ambiente ou por 48 horas se armazenada sob refrigeração (entre 2 e 8°C). Descartar devidamente qualquer solução não utilizada após a reconstituição.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem. Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas do produto
- Antes da reconstituição: bolo ou massa liofilizado1 poroso vermelho.
- Após reconstituição: solução transparente e límpida.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
COMO DEVO USAR ESTE MEDICAMENTO?
Este produto é de uso restrito a hospitais ou ambulatórios especializados, com emprego específico em várias neoplasias141, e deve ser manipulado apenas por pessoal treinado. As informações ao paciente serão fornecidas pelo médico assistente, conforme necessário.
A Farmorubicina RD é um fármaco74 citotóxico2 normalmente administrado por via intravenosa. No entanto, a administração intravesical (dentro da bexiga urinária142) mostrou-se benéfica no tratamento de câncer4 superficial de bexiga23, bem como na profilaxia de recidiva143 (retorno) de tumor144 após ressecção transuretral25 (vide item 4. O que devo saber antes de usar este medicamento?).
Farmorubicina RD não é ativa quando administrada por via oral e não deve ser injetada por via intramuscular ou intratecal.
Administração intravenosa (IV)
A dose total de Farmorubicina RD por ciclo a ser administrada pode variar de acordo com o uso, dentro de um esquema de tratamento específico (por exemplo, administrada como agente único ou em combinação com outros fármacos citotóxicos84) e de acordo com a indicação terapêutica145.
Farmorubicina RD deve ser administrado através de cateter de infusão intravenosa correndo livremente (solução fisiológica146 0,9% ou solução de glicose147 5%). Para minimizar o risco de trombose148 ou extravasamento perivenoso, os períodos de infusão usuais variam entre 3 e 20 minutos dependendo da dose e volume da solução de infusão. Não se recomenda uma injeção149 direta devido ao risco de extravasamento, o qual pode ocorrer mesmo na presença de retorno adequado de sangue41 mediante aspiração com a agulha (vide item 4. O que devo saber antes de usar este medicamento?).
Regime de Dose Inicial Padrão
Como agente único a dose inicial padrão recomendada de Farmorubicina RD, em adultos, por ciclo é 60 a 120 mg/m2 da área de superfície corpórea. A dose inicial padrão recomendada de Farmorubicina RD quando usada como componente da terapia adjuvante (após adjuvante) em pacientes com câncer4 de mama6 linfonodo150 positivo (com comprometimento dos gânglios8 da axila) é 100 a 120 mg/m2. A dose total inicial padrão por ciclo deve ser administrada como dose única ou dividida em 2 a 3 dias sucessivos. Após recuperação das toxicidades induzidas pelo medicamento (particularmente depressão da medula óssea21 e estomatite43), os ciclos podem ser repetidos a cada 3 a 4 semanas. Caso a Farmorubicina RD seja utilizada em combinação com outros medicamentos citotóxicos84 com toxicidade53 potencialmente somatória, a dose recomendada por ciclo deve ser reduzida.
Regime de Altas Doses Iniciais
Elevadas doses de Farmorubicina RD podem ser utilizadas no tratamento do câncer4 de mama6 e de pulmão19. Como agente único a dose recomendada por ciclo em adultos é de até 135 mg/m2 e deve ser administrada no primeiro dia ou em doses divididas nos dias 1, 2, 3, a cada 3 a 4 semanas. Na terapia combinada151, a dose máxima recomendada de início é de até 120 mg/m2 e deve ser administrada no primeiro dia, a cada 3 ou 4 semanas.
Modificação da Dose
Disfunção Renal106: embora nenhuma recomendação específica de dosagem possa ser feita com base nos limitados dados disponíveis de pacientes com insuficiência renal152 (diminuição da função renal106), doses iniciais mais baixas devem ser consideradas em pacientes com insuficiência renal152 grave (creatinina107 sérica > 5 mg/dL108). Disfunção Hepática101: redução de dose é recomendada nos pacientes com os seguintes valores bioquímicos:
Bilirrubina104 entre 1,2 a 3 mg/dL108 ou TGO 2 a 4 vezes o limite superior da normalidade |
metade da dose inicial recomendada |
Bilirrubina104 > 3 mg/dL108 ou TGO > 4 vezes o limite superior da normalidade |
um quarto da dose inicial recomendada |
Outras Populações Especiais: doses iniciais baixas ou longos intervalos entre os ciclos devem ser considerados para pacientes153 intensamente pré-tratados ou para pacientes153 com infiltração neoplásica154 da medula óssea21 (vide item 4. O que devo saber antes de usar este medicamento?). O regime e dose inicial padrão é utilizado para pacientes153 idosos.
Administração intravesical (dentro da bexiga urinária142)
A Farmorubicina RD deve ser instilada (aplicação gota22 a gota22) usando um cateter e o instilado deve ser retido na bexiga23 por 1 hora. Durante a instilação, o paciente deve ser rotacionado (virado) para garantir contato mais amplo possível da solução com a mucosa44 vesical127. Para evitar diluição indevida pela urina42, o paciente deve ser orientado a não ingerir qualquer tipo de líquido nas 12 horas antes da instilação. O paciente deve ser instruído a urinar no final da instilação. A administração intravesical não é apropriada para o tratamento de tumores invasivos que tenham invadido a camada muscular da parede da bexiga23.
Desprezar o restante da solução não utilizada.
Carcinoma16 Superficial da Bexiga23
Instilação Única: é recomendada uma instilação única de 80 a 100 mg imediatamente após a ressecção transuretral25 (RTU).
Ciclo de 4 a 8 Semanas Seguida por Instilação Mensal: recomendam-se instilações semanais de 50 mg (em 25–50 mL de solução salina) por 8 semanas após a ressecção transuretral25 (RTU – retirada parcial ou total da próstata155 pela uretra26), iniciando-se 2 a 7 dias após a RTU. No caso de toxicidade53 local (cistite123 – inflamação39 da bexiga23 – química), é aconselhável redução da dose para 30 mg. Os pacientes podem receber administrações semanais de 50 mg por 4 semanas, seguidas de instilações mensais por 11 meses na mesma dose.
Reconstituição e estabilidade
Para a reconstituição do conteúdo do frasco-ampola deve ser utilizada água para injeções ou solução fisiológica146 (5 mL para o frasco-ampola de 10 mg e 25 mL para o frasco-ampola de 50 mg). A formulação RD (Rápida Dissolução) facilita a reconstituição. Após adicionar o diluente ao frasco-ampola, agitar até dissolução completa.
O conteúdo do frasco-ampola encontra-se sob pressão negativa. Para minimizar a formação de aerossol durante a reconstituição, a agulha deve ser inserida cuidadosamente. A inalação do aerossol durante a reconstituição deve ser evitada.
A solução reconstituída é quimicamente estável por 24 horas à temperatura ambiente ou por 48 horas se armazenada sob refrigeração (entre 2 e 8°C). De qualquer maneira, recomenda-se que, de acordo com as boas práticas farmacêuticas, a solução não seja normalmente estocada por mais de 24 horas entre 2 e 8°C. Evitar a exposição do produto à luz solar ou luz direta. Descartar devidamente qualquer solução não utilizada após a reconstituição.
Incompatibilidades
Farmorubicina RD não deve ser misturada com outros medicamentos. O contato com qualquer outra solução de pH alcalino (pH acima de 7) deve ser evitado, pois isso resultará em hidrólise (destruição) de Farmorubicina RD.
Farmorubicina RD não deve ser misturada com heparina devido à incompatibilidade química que pode resultar em precipitação (formação de acúmulo sólido) quando os fármacos estão em determinada proporção.
Farmorubicina RD pode ser utilizada em associação com outros agentes antitumorais, mas não se recomenda que seja misturada com outros fármacos na mesma seringa156.
Medidas de proteção
As seguintes recomendações de proteção devem ser seguidas devido à natureza tóxica dessa substância:
- o pessoal deve ser treinado quanto às boas práticas para reconstituição e manipulação;
- as profissionais grávidas não devem trabalhar com esse medicamento;
- o pessoal que manipula Farmorubicina RD deve utilizar vestuário de proteção: óculos, avental, luvas e máscaras descartáveis;
- uma área designada deve ser definida para reconstituição (preferivelmente sob sistema de fluxo laminar). A
- superfície de trabalho deve ser protegida por papel absorvente descartável, com base de plástico;
- todos os itens utilizados para reconstituição, administração ou limpeza, incluindo as luvas, devem ser colocados em sacos de lixo descartáveis, de alto risco, para incineração em temperatura elevada.
- derramamento ou vazamento deve ser tratado com solução de hipoclorito de sódio diluída (solução a 1%), de preferência por imersão, e depois com água.
- todos os materiais de limpeza devem ser descartados conforme indicado anteriormente.
- o contato acidental com a pele114 deve ser tratado imediatamente com lavagem abundante com água e sabão, ou solução de bicarbonato de sódio, mas não se deve esfregar a pele114 com escovas.
- em caso de contato com o(s) olho157(s), segure e mantenha levantada a pálpebra do(s) olho157(s) afetado(s) e lave
- com jato de água em quantidade abundante por, pelo menos, 15 minutos. Procure, então, avaliação médica.
- sempre lave as mãos158 após a remoção das luvas.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.
Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
O QUE DEVO FAZER QUANDO EU ME ESQUECER DE USAR ESTE MEDICAMENTO?
Como Farmorubicina RD é um medicamento de uso exclusivamente hospitalar, o plano de tratamento é definido pelo médico que acompanha seu caso. Caso você falte a uma sessão programada de quimioterapia159 com esse medicamento, procure o seu médico para redefinição da programação de tratamento. O esquecimento da dose pode comprometer a eficácia do tratamento.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.
QUAIS OS MALES QUE ESTE MEDICAMENTO PODE ME CAUSAR?
Estão listadas a seguir reações adversas sérias relatadas durante os estudos clínicos com Farmorubicina RD. Também estão incluídos dados de estudos pós-comercialização.
Reação muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): infecção88, conjuntivite160 (inflamação39 ou infecção88 da membrana que cobre o olho157), anemia86 (diminuição da quantidade de células27 vermelhas do sangue41: hemácias161), leucopenia85 (redução de células27 de defesa no sangue41), neutropenia46 (diminuição de um tipo de células27 de defesa no sangue41: neutrófilos47), trombocitopenia48 (diminuição das células27 de coagulação49 do sangue41: plaquetas50), queratite, ondas de calor, flebite110* (inflamação39 da veia), náusea162 (enjoo), vômito163, estomatite43 (inflamação39 da mucosa44 da boca45), inflamação39 da mucosa44, diarreia164, alopecia165 (perda de cabelo166), toxicidade53 da pele114, amenorreia132, mal-estar, pirexia167* (febre87), transaminases (enzimas do fígado14) anormais, cistite123 (inflamação39 da bexiga23) química*.
Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): neutropenia46 febril, diminuição do apetite, taquicardia54 ventricular, bloqueio atrioventricular, bloqueio de ramo, bradicardia59 (diminuição dos batimentos cardíacos), insuficiência cardíaca congestiva62 (incapacidade do coração31 bombear a quantidade adequada de sangue41), hemorragia92* (perda excessiva de sangue41), rubor* (vermelhidão), dor gastrointestinal*, erosão gastrointestinal*, úlcera168 gastrointestinal*, exantema169 (erupção170 cutânea171), prurido172 (coceira), pigmentação das unhas173*, distúrbio da pele114, hiperpigmentação da pele114*, calafrios174*, redução na fração da ejeção.
Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento): sepse89*, pneumonia175*, leucemia94 mieloide aguda (tipo de câncer4 no sangue41), leucemia94 linfótica aguda, desidratação176 (perda excessiva de água e sais minerais do organismo), embolia118, embolia118 arterial*, tromboflebite111* (inflamação39 da veia com formação de coágulos), embolia118 pulmonar* (entupimento de uma veia do pulmão19 por um coágulo112), hemorragia92 gastrointestinal*, urticaria177* (alergia28 da pele114), eritema178* (vermelhidão), astenia179 (fraqueza).
Frequência não conhecida (não pode ser estimada a partir de dados disponíveis): reação anafilática180*, hiperuricemia* (aumento do ácido úrico no sangue41), choque91*, desconforto abdominal, pigmentação bucal*, reação de fotossensibiliade*, cromatúria (coloração anormal da urina42), fenômeno de recordação* (Hipersensibilidade da pele114 irradiada por reação de recordação da radiação).
*Reações relatadas no período pós-comercialização.
Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento.
Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento.
O QUE FAZER SE ALGUÉM USAR UMA QUANTIDADE MAIOR DO QUE A INDICADA DESTE MEDICAMENTO?
Superdose aguda com Farmorubicina RD resultará em mielossupressão (diminuição da função da medula óssea21) grave (principalmente leucopenia85 – redução de células27 de defesa no sangue41 e trombocitopenia48 – diminuição das células27 de coagulação49 do sangue41: plaquetas50), efeitos tóxicos gastrintestinais (principalmente mucosite51: úlceras98 na mucosa44 dos órgãos do aparelho digestivo52) e complicações cardíacas agudas.
Pode-se esperar que doses únicas muito altas de Farmorubicina RD causem degeneração181 miocárdica (lesão109 das células27 do coração31) aguda dentro de 24 horas e mielossupressão grave dentro de 10 a 14 dias. O tratamento deve ter como objetivo a proteção do paciente durante este período e deve utilizar medidas como transfusões sanguíneas e isolamento reverso. Insuficiência cardíaca75 (incapacidade de o coração31 bombear a quantidade adequada de sangue41) tardia tem sido observada com antraciclinas até 6 meses após a superdose.
Os pacientes devem ser observados atentamente e, caso surjam sinais60 de insuficiência cardíaca75, devem ser tratados com os esquemas convencionais.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
USO RESTRITO A HOSPITAIS
CUIDADO: AGENTE CITOTÓXICO2
MS-1.2110.0402
Farmacêutica Responsável: Edina S. M. Nakamura – CRF-SP n? 9258
Registrado por:
Wyeth Indústria Farmacêutica Ltda.
Rua Alexandre Dumas, 1.860 CEP 04717-904 - São Paulo – SP
CNPJ nº 61.072.393/0001-33
Fabricado e Embalado por:
Actavis Italy S.p.A. Nerviano, Milão – Itália
Importado por:
Wyeth Indústria Farmacêutica Ltda.
Rodovia Presidente Castelo Branco, nº 32.501, km 32,5
CEP 06696-000 – Itapevi – SP
SAC 0800 016 0625
