

Azitromicina (Comprimido 500 mg) (Bula do profissional de saúde)
SANDOZ DO BRASIL INDÚSTRIA FARMACÊUTICA LTDA
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
azitromicina
Comprimido 500 mg
Medicamento genérico, Lei nº 9.787, de 1999
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Comprimido revestido
Embalagem contendo 3 ou 5 comprimidos revestidos
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 45 KG
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido contém:
azitromicina di-hidratada (equivalente a 500 mg de azitromicina) | 524 mg |
excipientes q.s.p | 1 comprimido |
Excipientes: fosfato de cálcio dibásico, celulose microcristalina, amido, dióxido de silício, carmelose sódica, laurilsulfato de sódio, estearato de magnésio, hipromelose, lactose1 monoidratada, dióxido de titânio, macrogol e citrato de sódio.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSINAIS DE SAÚDE2
INDICAÇÕES
A azitromicina comprimidos revestidos é indicada em infecções3 causadas por organismos suscetíveis, em infecções3 do trato respiratório inferior incluindo bronquite e pneumonia4, em infecções3 da pele5 e tecidos moles, em otite média6 aguda e infecções3 do trato respiratório superior incluindo sinusite7 e faringite8/tonsilite. (A penicilina é o fármaco9 de escolha usual no tratamento de faringite8 devido a Streptococcus pyogenes, incluindo a profilaxia da febre reumática10. A azitromicina geralmente é efetiva na erradicação do estreptococo da orofaringe11; porém dados que estabelecem a eficácia da azitromicina e a subsequente prevenção da febre reumática10 não estão disponíveis no momento).
Nas doenças sexualmente transmissíveis no homem e na mulher, azitromicina é indicado no tratamento de infecções3 genitais não complicadas devido a Chlamydia trachomatis. É também indicado no tratamento de cancro devido a Haemophilus ducreyi, e em infecções3 genitais não complicadas devido a Neisseria gonorrhoeae sem resistência múltipla. Infecções3 concomitantes com Treponema pallidum devem ser excluídas.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
USO PEDIÁTRICO
A partir da perspectiva de avaliar ensaios clínicos12 pediátricos, dados dos Dias 11-14 são fornecidos para orientação clínica. Avaliações dos dias 24-32 foram consideradas o desfecho do teste primário de cura.
Otite média6 aguda
Eficácia utilizando azitromicina por 5 dias (10 mg/kg no Dia 1 seguido por 5 mg/kg nos Dias 2-5)1
Protocolo 01
Em um estudo controlado, duplo-cego, de otite média6 aguda realizado nos Estados Unidos, a azitromicina (10 mg/kg no Dia 1, seguido por 5 mg/kg nos Dias 2-5) foi comparada a amoxicilina/clavulanato de potássio (4:1). Entre os 553 pacientes que foram avaliados quanto à eficácia clínica, a taxa de sucesso clínico no Dia 11 foi de 88% para azitromicina e de 88% para o agente controle. Entre os 521 pacientes avaliados na visita do Dia 30, a taxa de sucesso foi de 73% para azitromicina e de 71% para o agente controle.
Protocolo 02
Em um estudo clínico e microbiológico13 não comparativo realizado nos Estados Unidos, onde foram encontradas taxas significativas de produção de organismos beta-lactamase (35%), 131 pacientes foram avaliados para eficácia clínica. Na visita do dia 11, a taxa de sucesso clínico combinado (ou seja, cura e melhoria) foi de 84% para azitromicina. Para os 122 pacientes que foram avaliados no dia 30 da visita, a taxa de sucesso clínico foi de 70% para azitromicina.
As determinações microbiológicas14 foram feias na visita pré-tramamento. A microbiologia não foi reavaliada em visitar posteriores. As seguintes taxas de sucesso clínico foram obtidas a partir do grupo avaliado:
Patógeno |
Dia 11 |
Dia 30 |
S. pneumoniae |
61/74 (82%) |
40/56 (71%) |
H. influenzae |
43/54 (80%) |
30/47 (64%) |
M. catarrhalis |
28/35 (80%) |
19/26 (73%) |
S. pyogenes |
11/11 (100%) |
7/7 (100%) |
Total |
177*217 (82%) |
97/137 (73%) |
Protocolo 03
Em outro estudo clínico biológico, comparativo, controlado de otite média6 realizado nos Estados Unidos, de azitromicina (10 mg/kg no dia 1, seguido por 5 mg/kg nos dias 2-5) comparado com a amoxicilina/clavulanato potássico (4:1). Este estudo utilizou dois dos mesmos investigadores do Protocolo 02 (acima), e esses dois investigadores increveram 90% dos pacientes no Protocolo 03. Assim o Protocolo 03 não foi considerado um estudo independente. Foram encontrados resultados significativos de produção de organismos beta-lactamase (20%). Noventa e dois pacientes foram avaliados para eficácia clínica e microbiológica15. A taxa de sucesso clínico combinado (ou seja, cura e melhora) dos pacientes com baseline patógena na visita do dia 11 foi de 88% para azitromicina versus 100% para o controle. Na visita do dia 30, a taxa de sucesso clínico foi de 82% para azitromicina versus 80% para o grupo de controle.
As determinações microbiológicas14 foram feitas na visita de pré-tratamento. A microbiologia não foi reavaliada em visitas posteriores. Nos dias de visita 11 e 30, as seguintes taxas de sucesso clínico foram obtidas a partir do grupo avaliado:
Patógeno |
Dia 11 |
Dia 30 |
||
azitromicina |
controle |
azitromicina |
controle |
|
S. pneumoniae |
25/29 (86%) |
26/26 (100%) |
22/28 (79%) |
18/22 (82%) |
H. influenzae |
9/11 (82%) |
9/9 (100%) |
8/10 (80%) |
6/08 (75%) |
M. catarrhalis |
7/7 (100%) |
5/5 (100%) |
5/5 (100%) |
2/3 (66%) |
S. pyogenes |
2/2 (100%) |
5/5 (100%) |
2/2 (100%) |
4/4 (100%) |
Total |
43/49 (88%) |
45/45 (100%) |
37/45 (82%) |
30/37 (81%) |
Eficácia utilizando azitromicina por 3 dias (10 mg/kg/dia)2
Protocolo 04
Em um estudo duplo-cego16, controlado e randomizado17 de otite média6 aguda em crianças de 6 meses a 12 anos, azitromicina (10 mg/kg por dia, durante 3 dias) foi comparada a amoxicilina/clavulanato de potássio (7:1) a cada 12 horas, por 10 dias. Cada criança recebeu medicação e placebo18 para a comparação.
Entre os 366 pacientes avaliados, a taxa de eficácia clínica (por exemplo, cura e melhora), após 12 dias do tratamento, foi de 83% para azitromicina e 88% para o agente controle. Entre os 362 pacientes avaliados após 24-28 dias de tratamento, a taxa de sucesso clínico foi de 74% para azitromicina e e 69% para o agente de controle.
Eficácia utilizando azitromicina 30 mg/kg administrada em dose única3
Protocolo 05
Em um estudo duplo-cego16, controlado e randomizado17 foi performado em nove centros clínicos. Pacientes pediátricos de 6 meses a 12 anos de idade receberam em tratamento 1:1 com azitromicina (fixado em 30 mg/kg como dose única no Dia 1) ou amoxicilina/clavulanato de potássio (7:1) dividido a cada 12 horas, por 10 dias. Cada criança recebeu medicação e placebo18 para a comparação.
A resposta clínica (cura, melhora, falha) foi avaliada ao final da terapia (Dia 12-16) e teste de cura (Dia 28-32). A segurança foi avaliada durante todo o andamento do estudo para todos os indivíduos. Para os 321 indivíduos que foram avaliados ao fim do tratamento, a taxa de sucesso clínico (cura e melhora) foi de 87% para azitromicina e 88% para o controle. Para os 305 indivíduos que foram avaliados no teste de cura, a taxa de sucesso clínico foi de 75% para ambos, azitromicina e controle.
Protocolo 06
Em um estudo clínico microbiológico13 não comparativo, 248 pacientes a partir dos 6 meses de idade até 12 meses com otite média6 aguda documentada, foram dosados com uma dose oral única de azitromicina (30 mg/kg no dia 1).
Para os 240 pacientes que foram avaliados para clínica modificada intenção de tratar (MITT), a taxa de sucesso clínico (ou seja, da cura e melhora) no dia 10 foi de 89% e para os 242 pacientes avaliados entre os dias 24 e 28, a taxa de sucesso clínico foi de 85%.
Erradicação bacteriológica presumível |
||
|
Dia 10 |
Dias 24-28 |
S. pneumoniae |
70/76 (92%) |
67/76 (88%) |
H. influenzae |
30/42 (71%) |
28/44 (64%) |
M. catarrhalis |
10/10 (100%) |
10/10 (100%) |
Total |
110/128 (86%) |
105/130 (81%) |
Faringite8/Tonsilite4
Em três estudos controlados, duplo-cegos, conduzidos nos Estados Unidos, a azitromicina (12 mg/kg, 1 vez ao dia, por 5 dias) foi comparada à penicilina V (250 mg, 3 vezes ao dia, por 10 dias) no tratamento de faringite8 associada ao Grupo A streptococci beta-hemolitico (GABHS – estreptococos beta-hemolíticos do grupo A – ou S. pyogenes). A azitromicina foi estatisticamente superior clinicamente e microbiologicamente à penicilina nos parâmetros clínico e microbiológico13 no Dia 14 e Dia 30, com o seguinte sucesso clínico (por ex. Cura e melhora) e taxas de eficácia bacteriológica (para a combinação de pacientes avaliada e documentada na GABHS):
Três estudos americanos em faringite8 azitromicina vs penicilina V – Resultado de Eficácia
|
Dia 14 |
Dia 30 |
Erradicação bacteriológica |
||
azitromicina |
323/340 (95%) |
255/330 (77%) |
penicilina V |
242/332 (73%) |
206/325 (63%) |
Sucesso clínico (cura com melhora) |
||
azitromicina |
336/343 (98%) |
310/330 (94%) |
penicilina V |
284/338 (84%) |
241/325 (74%) |
Aproximadamente 1% de S. pyogenes azitromicina-susceptíveis isolados foram resistentes à azitromicina no tratamento seguinte.
USO ADULTO
Exacerbação bacterial aguda de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)5
Em um estudo controlado, randomizado17, duplo-cego de exacerbação bacteriana aguda de bronquite crônica19, azitromicina (500 mg, 1 vez ao dia, por 3 dias) foi comparada à claritromicina (500 mg, 2 vezes ao dia, por 10 dias). O principal endpoint deste estudo foi a taxa de cura clínica do Dia 21-24. Entre os 304 pacientes analisados na Intenção de Tratar Modificada (In The Modified Intent To Treat Analysis) nas visitas do Dia 21-24, a taxa de cura clínica para 3 dias de azitromicina foi 85% (125/147) comparado a 82% (129/157) para 10 dias de claritromicina. Os seguintes dados foram as taxas de cura clínica nas visitas dos Dias 21-24 dos pacientes avaliados bacteriologicamente por patógeno:
Patógeno |
azitromicina (3 dias) |
claritromicina (10 dias) |
S. pneumoniae |
29/32 (91%) |
21/27 (78%) |
H. influenzae |
12/14 (86%) |
14/16 (88%) |
M. catarrhalis |
11/12 (92%) |
12/15 (80%) |
Sinusite7 bacteriana aguda
Em um estudo clínico duplo cego controlado randomizado17 de sinusite7 bacteriana aguda, a azitromicina (500 mg uma vez ao dia por 3 dias) foi comparada com amoxicilina + clavulanato (500/125 mg três vezes ao dia por 10 dias). As avaliações das respostas clínicas foram realizadas nos dias 10 e 28. O primeiro endpoint deste estudo foi prospectivamente definido na taxa de cura clínica do dia 28. Para os 594 pacientes analisados na intenção modificada de tratamento na visita do dia 28, a taxa clínica de cura para os 3 dias de azitromicina foi de 71,5% (213/298) comparada com 71,5% (206/288) com uma confiança de 97,5% do intervalo de – 8,4 a 8,3, para 10 dias de amoxicilina/clavulanato.
Em um estudo clínico aberto não comparativo requerendo baseline punções de sinosite transantral, os seguintes resultados foram as taxas de sucesso clínico as visitas no dia 7 e no dia 28 para intenção de tratar pacientes administrando 500 mg de azitromicina uma vez por dia durante três dias para os seguintes patógenos:
Índice de sucesso clínico de Azitromicina (500 mg por dia durante 3 dias)
Patógeno |
Dia 7 |
Dia 28 |
S. pneumoniae |
23/26 (88%) |
21/25 (84%) |
H. influenzae |
28/32 (87%) |
24/32 (75%) |
M. catarrhalis |
14/15 (93%) |
13/15 (87%) |
Tratamento de Doença Inflamatória Pélvica206
Os resultados de um estudo aberto indicam que três esquemas terapêuticos (azitromicina versus azitromicina/metronidazol versus doxiciclina, metronidazol, cefoxitina e probenecida) foram comparáveis em termos de eficácia e segurança para o tratamento de mulheres com doença inflamatória pélvica20 aguda. Os dados originados desse estudo mostram um índice de sucesso clínico global (cura + melhora) maior ou igual a 97% em todos os grupos terapêuticos ao final do tratamento, com 96% ou mais dos patógenos erradicados. No acompanhamento, um número equivalente ou maior que 90% dos patógenos foram erradicados.
Referências
- Azithromycin in the treatment of acute otitis media in children. A multicenter open-label trial employing amoxycillin/clavulanate potassium (Augmentin) as a comparative agent;
- Dunne MW, Latiolais T, Lewis B, Pistorius B, Bottenfield G, Moore WH, Garret A, Stewart TD, Aoki J, Spiegel C, Boettger D, Shemer A. Randomized, double-blind study of the clinical efficacy of 3 days of azithromycin compared with co-amoxiclav for the treatment of acute otitis media. J.Antimicrob Chemother.2003 Sep; 52(3):469-72. Epub 2003 Jul 29;
- A double-blind, double-dummy, multicenter, randomized trial of single-dose azithromycin versusamoxicillin/clavulanate in the treatment of acute otitis media in children ages 6 months to 12 years;
- Azithromycin in the Treatment of Streptococcal Pharyngitis in Children. a Multicenter Double-Blind Trial Employing Penicillin V (V-Cillin K) as a Comparative Agent
- Swanson RN, Lainez-Ventosilla A, De Salvo MC, Dunne MW, Amsden GW. Once-daily azithromycin for 3 days compared with clarithromycin for 10 days for acute exacerbation of chronic bronchitis:a multicenter,Double-blind, randomized study. Treat Respir Med. 2005;4(1):31-9.
- Bevan CD, Ridgway GL, Rothermel CD, Efficacy and Safety of Azithromycin as Monotherapy or Combined with Metronidazole Compared with Two Standard Multidrug Regimens for the Treatment of Acute Pelvic. J Int Med Res2003; 31:45-54.
PROPRIEDADES FARMACODINÂMICAS
Grupo farmacoterapêutico: macrolideos, código ATC J01FA
Modo de ação
A azitromicina é o primeiro antibiótico da subclasse dos macrolídeos, conhecida como azalídeos, e é quimicamente diferente da eritromicina. É obtida através da inserção de um átomo de nitrogênio no anel lactônico da eritromicina A. O nome químico da azitromicina é 9-deoxi-9a-aza-9a-metil-9a-homoeritromicina A. O peso molecular é 749,0.
A azitromicina liga-se ao 23S rRNA da subunidade ribossômica 50S. Desta forma, bloqueia a síntese proteica pela inibição do passo de transpeptidação/translocação21 da síntese proteica e pela inibição da montagem da subunidade ribossômica 50S.
Eletrofisiologia cardíaca
O prolongamento do intervalo QTc foi estudado em um ensaio paralelo, controlado por placebo18 e randomizado17 em 116 indivíduos saudáveis, que receberam cloroquina (1000 mg) isoladamente ou em combinação com azitromicina (500mg, 1000 mg e 1500 mg uma vez ao dia). A coadministração da azitromicina aumentou o intervalo QTc de maneira dependente da dose e da concentração. Em comparação à cloroquina isoladamente, as médias máximas (95% de limite superior de confiança) do aumento de QTcF foram 5 (10) ms, 7 (12) e 9 (14) ms com coadministração de azitromicina 500 mg, 1000 mg e 1500 mg, respectivamente.
Mecanismo de resistência
Os dois mecanismos de resistência aos macrolídeos encontrados mais frequentemente, incluindo a azitromicina, são modificação de alvo (na maioria das vezes por metilação do 23S rRNA) e de efluxo ativo. A ocorrência destes mecanismos de resistência varia de espécie para espécie e, dentro de uma espécie, a frequência de resistência varia conforme a localização geográfica.
A modificação ribossômica mais importante que determina a ligação reduzida dos macrolídeos é pós-transcricional (N6)-dimetilação de adenina no nucleotídeo A2058 (sistema de numeração Escherichia coli) do 23S rRNA pelas metilases codificadas pelos genes erm (eritromicina ribossomo metilase). Frequentemente, as modificações ribossômicas determinam a resistência cruzada (fenótipo22 MLSB) para outras classes de antibióticos, cujos locais de ligação ribossômica se sobrepõem à dos macrolídeos: as lincosamidas (incluindo a clindamicina), e as estreptograminas B (que incluem, por exemplo, o componente quinupristina de quinupristina / dalfopristina). Diversos genes erm estão presentes em diferentes espécies bacterianas, em particular, nos estreptococos e estafilococos. A susceptibilidade23 aos macrolídeos também pode ser afetada por alterações mutacionais encontradas menos frequentemente nos nucleotídeos A2058 e A2059, e em algumas outras posições de 23S rRNA, ou nas grandes subunidades ribossômicas das proteínas24 L4 e L22.
As bombas de efluxo ocorrem em diversas espécies, incluindo as bactérias Gram-negativas, tais como Haemophilus influenzae (onde podem determinar a concentração inibitória mínima [CIMs] intrinsecamente mais elevada) e os estafilococos. Nos estreptococos e enterococos, uma bomba de efluxo que reconhece membros 14- e 15-macrolídeos (que incluem, respectivamente, a eritromicina e azitromicina) é codificada por genes mef(A).
Metodologia para a determinação da susceptibilidade23 in vitro de bactérias à azitromicina
Os testes de susceptibilidade23 devem ser realizados utilizando métodos laboratoriais padronizados, tais como aqueles descritos pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). Estes incluem os métodos de diluição (determinação CIM) e métodos de susceptibilidade23 de disco. Ambos, o CLSI e o Comitê Europeu para Testes de Susceptibilidade23 Antimicrobiana (EUCAST) fornecem critérios interpretativos para estes métodos.
Com base numa série de estudos, recomenda-se que a atividade in vitro da azitromicina seja testada no ar ambiente, para garantir um pH fisiológico25 do meio de crescimento. As tensões elevadas de CO2, muitas vezes usadas para estreptococos e anaeróbios, e, ocasionalmente, para outras espécies, resultam em uma redução do pH do meio. Isto tem um efeito adverso maior sobre a potência aparente da azitromicina do que sobre a de outros macrolídeos.
Os valores limite de suscetibilidade CLSI, com base na microdiluição em caldo ou testes de diluição em Agar, com incubação26 no ar ambiente, se encontram na tabela abaixo.
Critérios interpretativos CLSI de suscetibilidade de diluição
Organismo |
Microdiluição em caldo CIM (mg/L) |
||
Suscetível |
Intermediário |
Resistente |
|
Espécies Haemophilus |
≤ 4 |
- |
-b |
Moraxella catarrhalis |
≤ 0,25 |
- |
- |
Neisseria meningitidis |
≤ 2 |
- |
-b |
Staphylococcus aureus |
≤ 2 |
4 |
≥ 8 |
Estreptococosa |
≤ 0,5 |
1 |
≥ 2 |
a Inclui Streptococcus pneumoniae, estreptococos β-hemolíticos e estreptococos viridans.
b A ausência atual de dados sobre cepas27 resistentes impede a definição de qualquer categoria diferente dos suscetíveis. Se as cepas27 alcançam resultados CIM diferentes de susceptível, devem ser enviadas a um laboratório de referência para testes adicionais.
Incubação26 no ar ambiente.
CLSI = Clinical and Laboratory Standards Institute; CIM = Concentração inibitória mínima.
Fonte: CLSI, 2012; CLSI, 2010.
A susceptibilidade23 também pode ser determinada pelo método de difusão em disco, medindo os diâmetros da zona de inibição após incubação26 no ar ambiente. Os discos de suscetibilidade contêm 15 µg de azitromicina. Os critérios de interpretação para as zonas de inibição, estabelecidos pelo CLSI com base em sua correlação com as categorias de susceptibilidade23 MIC, estão listados na tabela abaixo.
Critérios de interpretação CLSI da zona do disco
Organismo |
Diâmetro da zona de inibição do disco (mm) |
||
Suscetível |
Intermediário |
Resistente |
|
Espécies Haemophilus |
≥ 12 |
- |
- |
Moraxella catarrhalis |
≥ 26 |
- |
- |
Neisseria meningitidis |
≥ 20 |
- |
- |
Staphylococcus aureus |
≥ 18 |
14-17 |
≤ 13 |
Estreptococosa |
≥ 18 |
14-17 |
≤ 13 |
a Inclui Streptococcus pneumoniae, estreptococos β-hemolíticos e estreptococos viridans.
Incubação26 no ar ambiente.
CLSI = Clinical and Laboratory Standards Institute; mm = milímetros.
Fonte: CLSI, 2012. CLSI, 2010.
A validade de ambos os métodos de teste de diluição e difusão de disco deve ser verificada usando cepas27 de controle de qualidade (CQ), como indicado pelo CLSI. Os limites aceitáveis para o teste de azitromicina contra esses organismos estão listados na tabela abaixo.
Faixas de controle de qualidade para os testes de susceptibilidade23 da azitromicina (CLSI) |
|
Microdiluição em caldo MIC |
|
Organismo |
Faixa de controle de qualidade (azitromicina mg/L) |
Haemophilus influenzae ATCC 49247 |
1 - 4 |
Staphylococcus aureus ATCC 29213 | 0,5 - 2 |
Streptococcus pneumoniae ATCC 49619 | 0,06 - 0,25 |
Diâmetro da zona de inibição do disco (disco de 15 µg) |
|
Organismo |
Faixa de controle de qualidade (mm) |
Haemophilus influenzae ATCC 49247 | 13 - 21 |
Staphylococcus aureus ATCC 25923 | 21 - 26 |
Streptococcus pneumoniae ATCC 49619 | 19 - 25 |
Incubação26 no ar ambiente.
CLSI = Clinical and Laboratory Standards Institute; CIM = Concentração inibitória mínima; mm = milímetros.
Fonte: CLSI, 2012
O Comitê Europeu em Testes de Susceptibilidade23 Antimicrobiana (EUCAST) também tem valores limite de suscetibilidade estabelecidos para azitromicina, com base na determinação do CIM. Os critérios de susceptibilidade23 EUCAST estão listados na tabela abaixo.
Valores limite de susceptibilidade23 EUCAST para a Azitromicina |
||
CIM (mg / L) |
||
Suscetíveis |
Resistentes |
|
Espécies de Staphylococcus |
≤ 1 |
> 2 |
Streptococcus pneumoniae | ≤ 0,25 | > 0,5 |
Estreptococos β-hemolíticoa |
≤ 0,25 |
> 0,5 |
Haemophilus influenzae |
≤ 0,12 |
> 4 |
Moraxella catarrhalis |
≤ 0,25 |
> 0,5 |
Neisseria gonorrhoeae |
≤ 0,25 |
> 0 |
a Inclui os Grupos A, B, C, G.
EUCAST = Comitê Europeu para Testes de Susceptibilidade23 Antimicrobiana; MIC = Concentração inibitória mínima.
Fonte: EUCAST Clínica Breakpoint Tabela v 2.0
Espectro antibacteriano
A prevalência28 da resistência adquirida pode variar geograficamente e com tempo para espécies selecionadas e informações locais sobre a resistência são desejáveis, particularmente no tratamento de infecções3 graves. Se necessário o especialista deve ser avisado quando a prevalência28 local de resistência é tão grande que a utilidade do agente em pelo menos alguns tipos de infecções3 é questionável.
A azitromicina demonstra resistência cruzada com isolados gram-positivos resistentes à eritromicina. Como anteriormente discutido, algumas modificações ribossômicas determinam a resistência cruzada com outras classes de antibióticos cujos locais de ligação ribossômica se sobrepõem à dos macrolídeos: as lincosamidas (incluindo a clindamicina), e estreptogramina B (que incluem, por exemplo, o componente quinupristina de quinupristina / dalfopristina). Foi observada a diminuição da susceptibilidade23 do macrolídeo ao longo do tempo, em particular para Streptococcus pneumoniae e Staphylococcus aureus, e também foi observado em estreptococos viridans e em Streptococcus agalactiae.
Os organismos que comumente são sensíveis à azitromicina incluem:
Bactérias aeróbicas e facultativas gram-positivas (isolados sensíveis à eritromicina): S. aureus, Streptococcus agalactiae*, S. pneumoniae* e Streptococcus pyogenes*, outros estreptococos β-hemolíticos (Grupos C, F, G), e estreptococos viridans. Isolados resistentes aos macrolídeos são encontrados com relativa frequência entre as bactérias aeróbicas e facultativas gram-positivas, em particular entre S. aureus resistente à meticilina (MRSA) e S. pneumoniae resistente à penicilina (PRSP).
Bactérias aeróbicas e facultativas gram-negativas: Bordetella pertussis, Campylobacter jejuni, Haemophilus ducreyi*, Haemophilus influenzae*, Haemophilus parainfluenzae* Legionella pneumophila, Moraxella catarrhalis*, e Neisseria gonorrhoeae*. As Pseudomonas spp. e a maioria das Enterobacteriaceae são inerentemente resistentes à azitromicina, embora a azitromicina tenha sido utilizada para tratar infecções3 por Salmonella enterica.
Anaeróbios: Clostridium perfringens, Peptostreptococcus spp. e Prevotella bivia.
Outras espécies bacterianas: Borrelia burgdorferi, Chlamydia trachomatis, Chlamydophila pneumoniae*, Mycoplasma pneumoniae*, Treponema pallidum e Ureaplasma urealyticum.
Patógenos oportunistas associados com infecção29 pelo HIV30: MAC*, e os microorganismos eucarióticos Pneumocystis jirovecii e Toxoplasma gondii.
* A eficácia da azitromicina contra as espécies indicadas tem sido demonstrada em estudos clínicos.
PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS
Absorção
Após a administração oral em humanos, a azitromicina é amplamente distribuída pelo corpo; a biodisponibilidade é de aproximadamente 37%. A azitromicina administrada sob a forma de cápsulas após uma refeição substanciosa tem a biodisponibilidade reduzida no mínimo em 50%. O tempo necessário para alcançar os picos de concentração plasmática é de 2 a 3 horas.
Distribuição
Em estudos animais foram observadas altas concentrações de azitromicina nos fagócitos31. Em modelos experimentais, maiores concentrações de azitromicina são liberadas durante a fagocitose32 ativa do que pelos fagócitos31 não estimulados. Em modelos animais, isto resulta em altas concentrações de azitromicina sendo liberadas para os locais de infecção29.
Os estudos de farmacocinética em humanos demonstraram níveis acentuadamente maiores de azitromicina nos tecidos do que no plasma33 (até 50 vezes a concentração máxima observada no plasma33), indicando que o fármaco9 se liga fortemente aos tecidos. A concentração nos tecidos-alvo, assim como pulmões34, amígdalas35 e próstata36 excede a CIM90 para a maioria dos patógenos após dose única de 500 mg.
Após administração oral de doses diárias de 600 mg de azitromicina a Cmáx foi de 0,33 µg/mL e 0,55 µg/mL nos dias 1 e 22, respectivamente. O pico médio de concentração observado em leucócitos37, no maior local de disseminação da Mycobacterium avium-intracellulare, foi de 252 µg/mL (± 49%) e acima de 146 µg/mL (± 33%) em 24 horas no estado de equilíbrio.
Eliminação
A meia-vida plasmática de eliminação terminal reflete bem a meia-vida de depleção38 tecidual de 2 a 4 dias. Aproximadamente 12% da dose administrada intravenosamente é excretada na urina39 em até 3 dias como fármaco9 inalterado, sendo a maior parte nas primeiras 24 horas. A excreção biliar constitui a principal via de eliminação da azitromicina como fármaco9 inalterado após a administração oral. Concentrações muito altas de azitromicina inalterada foram encontradas na bile40 de seres humanos, juntamente com 10 metabólitos41 formados por N- e O- desmetilação, hidroxilação dos anéis de desosamina e aglicona e clivagem do conjugado de cladinose. A comparação das análises cromatográficas (HPLC) e microbiológicas14 nos tecidos sugere que os metabólitos41 não participam da atividade microbiológica15 da azitromicina.
Idosos
Em voluntários idosos (> 65 anos) foi observado um leve aumento nos valores da área sob a curva (AUC42) após um regime de 5 dias quando comparado ao de voluntários jovens (< 40 anos), mas este aumento não foi considerado clinicamente significativo, sendo que neste caso o ajuste de dose não é recomendado.
Insuficiência Renal43
A farmacocinética da azitromicina em indivíduos com insuficiência renal43 leve a moderada (taxa de filtração glomerular 10-80 mL/min) não foi afetada quando administrada em dose única de 1 g de azitromicina de liberação imediata. Diferenças estatisticamente significativas na AUC0-120 (8,8 µg.h/mL vs 11,7 µg.h/mL), Cmáx (1,0 µg/mL vs 1,6 µg/mL) e clearance renal44 (2,3 mL/min/kg vs 0,2 mL/min/kg) foram observadas entre o grupo com insuficiência renal43 grave (taxa de filtração glomerular < 10 mL/min) e o grupo com função renal44 normal.
Insuficiência Hepática45
Em pacientes com insuficiência hepática45 de grau leve (classe A) a moderado (classe B), não há evidência de uma alteração acentuada na farmacocinética sérica da azitromicina quando comparada a pacientes com a função hepática46 normal. Nestes pacientes o clearance de azitromicina na urina39 parece estar aumentado, possivelmente para compensar o clearance hepático reduzido.
Dados de Segurança Pré-Clínicos
Foi observada fosfolipidose (acúmulo intracelular de fosfolípides) em vários tecidos (por ex. olhos47, gânglios48 da raiz dorsal, fígado49, bexiga50, rins51, baço52 e/ou pâncreas53) de ratos, camundongos e cachorros após doses múltiplas de azitromicina. A fosfolipidose foi observada em um grau similar nos tecidos de ratos e cachorros neonatos54. Foi demonstrado que o efeito é reversível após descontinuação do tratamento com azitromicina. A significância da descoberta para animais e humanos não é conhecida.
CONTRAINDICAÇÕES
A azitromicina é contraindicada a indivíduos com hipersensibilidade à azitromicina, eritromicina, a qualquer antibiótico macrolídeo, cetolídeo ou a qualquer componente da fórmula listado no item I. Identificação do Medicamento – Composição.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Hipersensibilidade
Assim como ocorre com a eritromicina e outros macrolídeos, foram relatadas reações alérgicas graves incluindo angioedema55 e anafilaxia56 (raramente fatal), e reações dermatológicas incluindo Pustulose Exantemática Generalizada Aguda (PEGA), Síndrome57 de Stevens Johnson (SSJ), Necrólise Epidérmica Tóxica58 (NET) (raramente fatal) e r eações adversas a medicamentos com eosinofilia59 e sintomas60 sistêmicos61(DRESS – Drug Reaction with Eosinophilia and Systemic Symptoms). Algumas destas reações observadas com o uso da azitromicina resultaram em sintomas60 recorrentes e necessitaram de um período maior de observação e tratamento. Se ocorrer alguma reação alérgica62, o uso do medicamento deve ser descontinuado e deve ser administrado tratamento adequado. Os médicos devem estar cientes que os sintomas60 alérgicos podem reaparecer quando o tratamento sintomático63 é descontinuado.
Hepatoxicidade
Uma vez que a principal via de eliminação da azitromicina é o fígado49, a azitromicina deve ser utilizada com cautela em pacientes com disfunção hepática46 significativa. Foram relatadas alteração da função hepática46, hepatite64, icterícia65 colestática, necrose66 hepática46 e insuficiência hepática45, algumas das quais resultaram em morte. A azitromicina deve ser descontinuada imediatamente se ocorrerem sinais67 e sintomas60 de hepatite64.
Estenose68 hipertrófica pilórica infantil
Estenose68 pilórica hipertrófica infantil vem sendo relatada após o uso de azitromicina em neonatos54 (tratamento em até 42 dias de vida). Parentes e cuidadores devem ser informados para entrar em contato com o médico caso ocorra vômito69 ou irritabilidade decorrente da alimentação.
Derivados de ergotamina
Em pacientes recebendo derivados do ergot, o ergotismo tem sido acelerado pela coadministração de alguns antibióticos macrolídeos. Não há dados a respeito da possibilidade de interação entre ergô e azitromicina. Entretanto, devido à possibilidade teórica de ergotismo, azitromicina e derivados do ergô não devem ser coadministrados.
Superinfecção70
Assim como com qualquer preparação de antibiótico, é recomendável a constante observação dos sinais67 de crescimento de organismos não suscetíveis, incluindo fungos.
Diarreia71 associada a Clostridium difficile
Foi relatada diarreia71 associada à Clostridium difficile com a maioria dos agentes antibacterianos, incluindo azitromicina, que pode variar de diarreia71 leve a colite72 fatal. O tratamento com agentes antibacterianos altera a flora normal do cólon73 permitindo o crescimento de C difficile.
A C. difficile produz toxinas74 A e B que contribuem para o desenvolvimento de diarreia71 associada. Hipertoxinas produzidas por cepas27 de C. difficile causaram aumento da morbidade75 e mortalidade76, uma vez que estas infecções3 podem ser refratárias77 a tratamento antimicrobiano e podem necessitar de colectomia. A diarreia71 associada a C. difficile deve ser considerada em todos os pacientes que apresentam diarreia71 seguida do uso de antibióticos. Houve relatos de diarreia71 associada a C. difficile até 2 meses após a administração de agentes antibacterianos, assim é necessária uma história médica cuidadosa. Nestes casos é necessário cuidado médico.
Insuficiência renal43
Em pacientes com insuficiência renal43 grave (taxa de filtração glomerular < 10 mL/min) foi observado um aumento de 33% na exposição sistêmica à azitromicina (vide item “3. Características Farmacológicas”).
Prolongamento do Intervalo QT
Repolarização cardíaca e intervalo QT prolongados, levando a risco de desenvolvimento de arritmia78 cardíaca e Torsades de Pointes foram observados nos tratamentos com macrolídeos incluindo azitromicina, (vide item 9. Reações Adversas). O médico deverá considerar o risco de prolongamento do intervalo QT, que pode ser fatal, ao pesar os riscos e benefícios de azitromicina para grupos de risco, incluindo:
- Pacientes com prolongamento do intervalo QT documentado ou congênito79;
- Pacientes atualmente recebendo tratamento com outros medicamentos que prolongam o intervalo QT, tais como antiarrítmicos das classes IA e III, agentes antipsicóticos, antidepressivos e fluoroquinolonas;
- Pacientes com distúrbios eletrolíticos, principalmente em casos de hipocalemia80 e hipomagnesemia;
- Pacientes com bradicardia81, arritmia78 cardíaca ou insuficiência cardíaca82 clinicamente relevante;
- Pacientes idosos: pacientes idosos podem ser mais suscetíveis aos efeitos droga-associados no intervalo QT.
Miastenia83 gravis
Exacerbações dos sintomas60 de miastenia83 gravis foram relatadas em pacientes em tratamento com azitromicina.
Efeitos na Habilidade de Dirigir e Operar Máquinas
Não há evidências de que azitromicina possa afetar a habilidade do paciente de dirigir ou operar máquinas.
Uso Durante a Gravidez84 e Lactação85
Estudos reprodutivos em animais foram realizados com doses até a concentração moderadamente tóxica para a mãe. Nestes estudos não foram encontradas evidências de danos ao feto86 devido à azitromicina. No entanto, não existem estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas. Como os estudos de reprodução87 em animais não podem sempre prever a resposta humana, azitromicina só deve ser usado durante a gravidez84 se houver clara necessidade.
Foi relatado que a azitromicina pode ser secretada no leite materno, mas não existem estudos clínicos adequados e bem controlados em mulheres que estão amamentando que caracterizam a farmacocinética da excreção da azitromicina no leite materno.
Fertilidade
Em estudos de fertilidade realizados em ratos, foram observados redução das taxas de gravidez84 após a administração de azitromicina. A relevância desta descoberta para os seres humanos é desconhecida.
Este medicamento é classificado na categoria B de risco na gravidez84. Portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
antiácidos88: um estudo de farmacocinética avaliou os efeitos da administração simultânea de antiácidos88 e azitromicina, não sendo observado qualquer efeito na biodisponibilidade total; embora o pico de concentração plasmática fosse reduzido em aproximadamente 24%. Em pacientes que estejam recebendo azitromicina e antiácidos88, os mesmos não devem ser administrados simultaneamente.
cetirizina: em voluntários sadios, a coadministração de azitromicina em um regime de 5 dias com 20 mg de cetirizina no estado de equilíbrio não resultou em interação farmacocinética nem em alterações significativas no intervalo QT.
didanosina (dideoxinosina): a coadministração de 1200 mg/dia de azitromicina com 400 mg/dia de didanosina em 6 indivíduos HIV30-positivos parece não ter afetado a farmacocinética do estado de equilíbrio da didanosina, quando esta foi comparada ao placebo18.
digoxina: Tem sido relatado que a administração concomitante de antibióticos macrolídeos incluindo azitromicina com substratos de P-glicoproteína, tais como digoxina, resultam em um aumento dos níveis séricos do substrato P-glicoproteina. Portanto, se a azitromicina e substratos P-gp, como digoxina, são administrados concomitantemente, deve ser considerada a possibilidade de elevadas concentrações de digoxina no soro89. São necessárias a monitoração clínica dos níveis de digoxina no soro89 durante o tratamento com azitromicina e após a sua descontinuação.
ergô: existe uma possibilidade teórica de interação entre azitromicina e derivados do ergô (vide item “5. Advertências e Precauções”).
zidovudina: doses únicas de 1000 mg e doses múltiplas de 1200 mg ou 600 mg de azitromicina tiveram um pequeno efeito na farmacocinética plasmática ou na excreção urinária da zidovudina ou de seu metabólito90 glicuronídeo. Entretanto, a administração de azitromicina aumentou as concentrações do metabólito90 clinicamente ativo, a zidovudina fosforilada, nas células91 mononucleares do sangue92 periférico. O significado clínico deste resultado ainda não foi elucidado, porém pode beneficiar os pacientes.
A azitromicina não interage significativamente com o sistema do citocromo P450 hepático. Acredita-se que não há participação da azitromicina nas interações farmacocinéticas medicamentosas como observado com a eritromicina e outros macrolídeos. A indução ou inativação do citocromo P450 hepático via complexo citocromo-metabólito90 não ocorre com a azitromicina.
Foram conduzidos estudos farmacocinéticos entre a azitromicina e os seguintes fármacos conhecidos por participarem significativamente no metabolismo93 mediado pelo citocromo P450:
atorvastatina: a coadministração de atorvastatina (10 mg diários) e azitromicina (500 mg diários) não alterou as concentrações plasmáticas da atorvastatina (baseado em testes de inibição de HMG-CoA redutase). No entanto, em experiência pós-comercialização tem sido relatados casos de rabdomiólise94 em pacientes recebendo azitromicina com estatinas.
carbamazepina: em um estudo de interação farmacocinética em voluntários sadios, não foram observados efeitos significativos nos níveis plasmáticos da carbamazepina ou de seus metabólitos41 ativos em pacientes que receberam azitromicina concomitantemente.
cimetidina: foi realizado um estudo de farmacocinética para avaliar os efeitos de dose única de cimetidina administrada duas horas antes da azitromicina, neste estudo não foram observadas quaisquer alterações na farmacocinética da azitromicina.
anticoagulantes95 orais do tipo cumarínicos: em um estudo de interação farmacocinética, a azitromicina não alterou o efeito anticoagulante96 de uma dose única de 15 mg de varfarina, quando administrada a voluntários sadios. No período pós-comercialização foram recebidos relatos de potencialização da anticoagulação, subsequente à coadministração de azitromicina e anticoagulantes95 orais do tipo cumarínicos. Embora uma relação causal não tenha sido estabelecida, deve-se levar em consideração a frequência com que é realizada a monitoração do tempo de protrombina97 quando a azitromicina é utilizada em pacientes recebendo anticoagulantes95 orais do tipo cumarínicos. ciclosporina: em um estudo de farmacocinética com voluntários sadios que receberam doses orais de 500 mg/dia de azitromicina, por 3 dias e, então dose única oral de 10 mg/kg de ciclosporina, a Cmáx resultante de ciclosporina e a AUC420-5 foram considerados significativamente elevados. Consequentemente, deve-se ter cuidado antes de considerar o uso concomitante destes fármacos. Se for necessária a coadministração, os níveis de ciclosporina devem ser monitorados e a dose deve ser ajustada adequadamente.
efavirenz: a coadministração de uma dose única de 600 mg de azitromicina e 400 mg diários de efavirenz durante 7 dias não resultou em interações farmacocinéticas clinicamente significativas.
fluconazol: a coadministração de uma dose única de 1200 mg de azitromicina não alterou a farmacocinética de uma dose única de 800 mg de fluconazol. A exposição total e a meia-vida da azitromicina não foram alteradas pela coadministração de fluconazol, porém foi observada uma diminuição clinicamente insignificante na Cmáx (18%) da azitromicina.
indinavir: a coadministração de uma dose única de 1200 mg de azitromicina não produziu efeito clinicamente significativo na farmacocinética do indinavir quando administrado em doses de 800 mg, 3 vezes ao dia, durante 5 dias.
metilprednisolona: em um estudo de interação farmacocinética em voluntários sadios, a azitromicina não produziu efeito significativo na farmacocinética da metilprednisolona.
midazolam: em voluntários sadios, a coadministração de azitromicina 500 mg/dia por 3 dias não causou alterações clinicamente significativas na farmacocinética e na farmacodinâmica de uma dose única de 15 mg de midazolam. nelfinavir: a coadministração de azitromicina (1200 mg) e nelfinavir no estado de equilíbrio (750 mg, 3 vezes ao dia) resultou num aumento da concentração de azitromicina. Nenhum evento adverso clinicamente significativo foi observado e nenhum ajuste de dose foi necessário.
rifabutina: a coadministração da azitromicina com a rifabutina não afetou as concentrações séricas dos fármacos.
Foi observada neutropenia98 em indivíduos tratados com azitromicina e rifabutina concomitantemente. Embora a neutropenia98 tenha sido relacionada ao uso da rifabutina, uma relação causal não foi estabelecida para o uso da combinação da rifabutina com a azitromicina (vide item “9. Reações Adversas”).
sildenafila: em voluntários masculinos normais e sadios não houve evidência de efeito da azitromicina (500 mg diários por 3 dias) na AUC42 e na Cmáx da sildenafila ou do seu principal metabólito90 circulante.
terfenadina: estudos farmacocinéticos não demonstraram evidência de interação entre a azitromicina e a terfenadina. Foram relatados raros casos em que a possibilidade dessa interação não poderia ser totalmente excluída; contudo, não existem evidências consistentes de que tal interação tenha ocorrido.
teofilina: não há evidência de interação farmacocinética clinicamente significativa quando a azitromicina e a teofilina são coadministradas em voluntários sadios.
triazolam: em 14 voluntários sadios, a coadministração de azitromicina 500 mg no dia 1 e 250 mg no dia 2 com 0,125 mg de triazolam no dia 2, não produziu efeito significativo em qualquer variável farmacocinética do triazolam comparada ao triazolam e placebo18.
trimetoprima/sulfametoxazol: a coadministração de trimetoprima e sulfametoxazol (160 mg/800 mg) durante 7 dias com 1200 mg de azitromicina administrada no 7º dia de tratamento não produziu efeito significante nos picos de concentrações, na exposição total ou excreção urinária tanto de trimetoprima quanto de sulfametoxazol no 7° dia de tratamento. As concentrações séricas de azitromicina foram similares àquelas observadas em outros estudos.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
O medicamento deve ser mantido em sua embalagem original. Conservar em temperatura ambiente (15–30°C). Proteger da luz e umidade e pode ser utilizado por 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o e sua embalagem original.
Características físicas
Comprimido revestido branco, oval, biconvexo.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
A azitromicina deve ser administrada em dose única diária. O período de doseamento em relação à infecção29 é dado abaixo.
Os comprimidos de azitromicina podem ser tomados com ou sem alimentos.
Uso em Adultos
Para o tratamento de doenças sexualmente transmissíveis causadas por Chlamydia trachomatis, Haemophilus ducreyi ou Neisseria gonorrhoeae suscetível, a dose é de 1000 mg em dose oral única.
Para todas as outras indicações nas quais é utilizada a formulação oral, uma dose total de 1500 mg deve ser administrada em doses diárias de 500 mg, durante 3 dias. Como alternativa, a mesma dose total pode ser administrada durante 5 dias, em dose única de 500 mg no primeiro dia e 250 mg, 1 vez ao dia, do segundo ao quinto dia.
Uso em Crianças
A dose máxima total recomendada para qualquer tratamento em crianças é de 1500 mg.
Em geral, a dose total em crianças é de 30 mg/kg. No tratamento para faringite8 estreptocócica pediátrica deveria ser administrada sob diferentes esquemas posológicos (vide a seguir).
A dose total de 30 mg/kg deve ser administrada em dose única diária de 10 mg/kg, durante 3 dias, ou a mesma dose total pode ser administrada durante 5 dias, em dose única de 10 mg/kg no primeiro dia e 5 mg/kg, 1 vez ao dia, do segundo ao quinto dia.
Uma alternativa para o tratamento de crianças com otite média6 aguda é dose única de 30 mg/kg.
Para o tratamento da faringite8 estreptocócica em crianças, foi demonstrada a eficácia da azitromicina administrada em dose única diária de 10 mg/kg ou 20 mg/kg por 3 dias; entretanto não se deve exceder a dose diária de 500 mg. Em estudos clínicos comparativos, utilizando esses dois regimes de dose, foi observada uma eficácia clínica similar. Porém, a erradicação bacteriológica foi maior e mais evidente com a dose de 20 mg/kg/dia. Entretanto, a penicilina é geralmente o fármaco9 escolhido para o tratamento da faringite8 causada pelo Streptococcus pyogenes, incluindo a profilaxia da febre reumática10.
A azitromicina comprimidos revestidos deve ser administrada somente em crianças pesando mais que 45 kg.
Uso em Pacientes Idosos
A mesma dose utilizada em pacientes adultos pode ser utilizada em pacientes idosos. Pacientes idosos podem ser mais susceptíveis ao desenvolvimento de arritmias99 Torsades de Pointes do que pacientes mais jovens (vide item “5. Advertências e Precauções”).
Uso em Pacientes com Insuficiência Renal43
Não é necessário ajuste de dose em pacientes com insuficiência renal43 leve a moderada (taxa de filtração glomerular 10-80 mL/min). No caso de insuficiência renal43 grave (taxa de filtração glomerular < 10 mL/min) azitromicina deve ser administrada com cautela (vide itens “5. Advertências e Precauções” e “3. Características Farmacológicas”).
Uso em Pacientes com Insuficiência Hepática45
As mesmas doses que são administradas a pacientes com a função hepática46 normal podem ser utilizadas em pacientes com insuficiência hepática45 leve a moderada (vide item “5. Advertências e Precauções”).
Posologia para pacientes100 que iniciaram tratamento com azitromicina – Substituição do tratamento intravenoso pelo tratamento oral.
Pneumonia4 adquirida na comunidade: A dose recomendada de azitromicina, pó para solução para infusão, para o tratamento de pacientes adultos com pneumonia4 adquirida na comunidade causada por organismos sensíveis é de 500 mg, em dose única diária, por via intravenosa, durante no mínimo, 2 dias. O tratamento intravenoso deve ser seguido por azitromicina, via oral, em dose única diária de 500 mg até completar um ciclo terapêutico de 7 a 10 dias. A substituição do tratamento intravenoso pelo tratamento oral deve ser estabelecida a critério médico, de acordo com a resposta clínica.
Doença inflamatória pélvica20: A dose recomendada de azitromicina, pó para solução para infusão, para o tratamento de pacientes adultos com doença inflamatória pélvica20 causada por organismos sensíveis é de 500 mg, em dose única diária, por via intravenosa, durante 1 ou 2 dias. O tratamento intravenoso deve ser seguido por azitromicina, via oral, em dose única diária de 250 mg até completar um ciclo terapêutico de 7 dias. A substituição do tratamento intravenoso pelo tratamento oral deve ser estabelecida a critério médico, de acordo com a resposta clínica.
Dose Omitida
Caso o paciente esqueça de administrar azitromicina no horário estabelecido, deve fazê-lo assim que lembrar. Entretanto, se já estiver perto do horário de administrar a próxima dose, deve desconsiderar a dose esquecida e utilizar a próxima. Neste caso, o paciente não deve utilizar a dose duplicada para compensar doses esquecidas. O esquecimento da dose pode comprometer a eficácia do tratamento.
REAÇÕES ADVERSAS
A azitromicina é bem tolerada, apresentando baixa incidência101 de efeitos colaterais102.
Em estudos clínicos
Distúrbio do Sistema Sanguíneo e Linfático103: episódios transitórios de uma leve redução na contagem de neutrófilos104 foram ocasionalmente observados nos estudos clínicos.
Distúrbio do Ouvido e Labirinto105: disfunções auditivas, incluindo perda de audição, surdez e/ou tinido, foram relatados por pacientes recebendo azitromicina. Muitos desses eventos foram associados ao uso prolongado de altas doses em estudos clínicos. Nos casos em que informações de acompanhamento estavam disponíveis, foi observado que a maioria desses eventos foi reversível.
Distúrbios Gastrintestinais: náusea106, vômito69, diarreia71, fezes amolecidas, desconforto abdominal (dor/cólica) e flatulência.
Distúrbio Hepatobiliar107: disfunção hepática46.
Distúrbios da Pele e Tecido Subcutâneo108: reações alérgicas incluindo rash109 e angioedema55.
Em experiência pós-comercialização
Infecções3 e Infestações: monilíase e vaginite110.
Distúrbios Sanguíneos e do Sistema Linfático111: trombocitopenia112.
Distúrbio do Sistema Imunológico113: anafilaxia56 (raramente fatal) (vide item “5. Advertências e Precauções”).
Distúrbio do Metabolismo93 e Nutrição114: anorexia115.
Distúrbios Psiquiátricos: reação agressiva, nervosismo, agitação e ansiedade.
Distúrbios do Sistema Nervoso116: tontura117, convulsões, cefaleia118, hiperatividade, hipoestesia119, parestesia120, sonolência e desmaio. Casos raros de distúrbio de paladar121/ olfato e/ou perda foram relatados.
Distúrbios do Ouvido e Labirinto105: surdez, zumbido, alterações na audição, vertigem122.
Distúrbios Cardíacos: palpitações123 e arritmias99 incluindo taquicardia124 ventricular foram relatadas. Há relatos raros de prolongamento QT e Torsades de Pointes. (vide item “5. Advertências e Precauções”).
Distúrbio Vascular125: hipotensão126.
Distúbios Gastrintestinais: vômito69/diarreia71 (raramente resultando em desidratação127), dispepsia128, constipação129, colite72 pseudomembranosa, pancreatite130 e raros relatos de descoloração da língua131.
Distúrbios Hepatobiliares132: hepatite64 e icterícia65 colestática foram relatadas, assim como casos raros de necrose66 hepática46 e insuficiência hepática45, a qual resultou em morte (vide item “5. Advertências e Precauções”).
Distúrbios da Pele e Tecido Subcutâneo108: reações alérgicas incluindo prurido133, rash109, fotossensibilidade, edema134, urticária135 e angioedema55. Foram relatados raros casos de reações dermatológicas graves, incluindo eritema multiforme136, Pustulose Exantemática Generalizada Aguda (PEGA), síndrome57 de Stevens Johnson (SSJ), Necrólise Epidérmica Tóxica58 (NET) e reações adversas a medicamentos com eosinofilia59 e sintomas60 sistêmicos61 (DRESS – Drug Reaction with Eosinophilia and Systemic Symptoms).
Distúrbio Músculoequelético e Tecido Conjuntivo137: artralgia138. Distúrbios Renai s e Urinário: nefrite139 intersticial140 e disfunção renal44 aguda. Distúrbios Gerais: astenia141, cansaço, mal-estar.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou à Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
Os eventos adversos observados com doses superiores às recomendadas foram similares aos eventos observados com as doses recomendadas. Na ocorrência de superdose, são indicadas medidas gerais de suporte e sintomáticas, conforme a necessidade.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA
Reg. M.S.: 1.0047.0446
Farm. Resp.: Cláudia Larissa S. Montanher
CRF-PR nº 17.379
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Sandoz do Brasil Indústria Farmacêutica Ltda.
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CNPJ: 61.286.647/0001-16
SAC 0800 400 9192
