POSOLOGIA E ADMINISTRAÇÃO TOBRAMINA

Atualizado em 24/05/2016
o sulfato de tobramicina pode ser administrado por via intramuscular ou intravenosa. As doses recomendadas são as mesmas para as duas vias de administração. Deve-se obter o peso do paciente para o cálculo1 da dose. É recomendável a determinação das concentrações séricas máximas e mínimas. Administração a pacientes com função renal2 normal: adultos com infecções3 graves: 3 mg/kg/dia em 3 doses a cada 8 horas. As infecções3 leves a moderadas do trato urinário4 têm respondido a uma dose de 2 a 3 mg/kg/dia, administrada por via intramuscular, uma vez ao dia. Adultos com infecções3 com risco de vida: doses de até 5 mg/kg/dia podem ser administradas em 3 a 4 vezes. A posologia deverá ser reduzida para 3 mg/kg/dia tão logo seja clinicamente indicado. Para evitar aumento da toxicidade5, devido a níveis sangüíneos excessivos, recomenda-se não exceder 5 mg/kg/dia, a menos que se tenha estabelecido um controle dos níveis séricos. Para alcançar níveis séricos terapêuticos, em pacientes com fibrose cística6, pode ser necessário administrar até 8 a 10 mg/kg/dia, divididos em doses iguais. Devido as concentrações séricas de tobramicina variarem de um paciente para outro, os níveis séricos devem ser monitorados. Crianças: doses de 6 a 7,5 mg/kg/dia em 3 a 4 vezes (2 a 2,5 mg/kg a cada 8 horas ou 1,5 a 1,89 mg/kg a cada 6 horas). Prematuros e recém-nascidos (uma semana de vida ou menos): doses de até 4 mg/kg/dia podem ser administradas em duas doses a cada 12 horas. É desejável limitar o tratamento a curto prazo. A duração habitual do tratamento é de 7 a 10 dias. Uma terapia mais prolongada poderá ser necessária tratando-se de infecções3 difíceis ou complicadas; em tais casos, aconselha-se estabelecer um controle contínuo das funções renal2, auditiva e vestibular7, uma vez que é mais provável ocorrer neurotoxicidade quando o tratamento prolonga-se por mais de 10 dias. Administração a pacientes com insuficiência renal8: quando possível, as concentrações séricas de tobramicina devem ser monitoradas durante o tratamento. Após uma dose inicial de 1 mg/kg, a dose subsequente nesses pacientes deve ser ajustada, seja com doses mais baixas administradas a intervalos de 8 horas, seja com doses normais a intervalos prolongados. Ambos os regimes são sugeridos como orientação a ser seguida quando os níveis séricos de tobramicina não podem ser medidos diretamente. Baseiam-se ou no clearance de creatinina9 ou na creatinina9 sérica do paciente, pois estes valores correlacionam-se com a meia-vida de tobramicina. Os esquemas posológicos derivados de ambos os métodos devem ser usados juntamente com cuidadosa observação clínica e laboratorial do paciente, devendo ser modificados na medida do necessário. Nenhum desses esquemas deverá ser usado se o paciente estiver sendo dialisado. Um guia alternativo para se determinar as doses reduzidas a intervalos de 8 horas (para pacientes10 cujos valores de creatinina9 sérica sejam conhecidos) é dividir a dose normalmente recomendada pelo valor da creatinina9 sérica do paciente. Pacientes obesos: a dose apropriada pode ser calculada usando-se o peso estimado, de acordo com a altura do paciente, mais 40% como excesso de peso, como sendo o peso total sobre o qual irá se calcular a dose em mg/kg. Administração intramuscular: o sulfato de tobramicina pode ser administrado retirando-se a dose apropriada diretamente da ampola. Administração intravenosa: para administração intravenosa, o volume habitual de diluente (soro11 fisiológico12 a 0,9% ou soro11 glicosado a 5%) é de 50 a 100 ml para adultos. Para crianças, o volume de diluente deve ser proporcionalmente menor do que para adultos. Geralmente, a solução diluída deve ser injetada por infusão durante 20 a 60 minutos. Períodos de infusão menores que 20 minutos não são recomendados porque podem resultar em níveis séricos máximos superiores a 12 mcg/ml. O sulfato de tobramicina pode ser injetado lenta e diretamente na veia ou pode ser administrado através do tubo de um equipo de infusão de soro11. Quando o sulfato de tobramicina for administrado deste modo, os níveis séricos podem exceder 12 mcg/ml por curto espaço de tempo. O sulfato de tobramicina não deve ser misturado com outras drogas; deve ser administrado separadamente, de acordo com a dose e via de administração recomendadas. Antes da administração, os produtos parenterais devem ser inspecionados visualmente quanto a partículas e descoloração, quando a solução e o recipiente permitirem. Para maiores informações sobre a posologia consulte a bula do produto. Superdosagem: sinais13 e sintomas14: a gravidade dos sinais13 e sintomas14 que se seguem a superdosagem de tobramicina são dependentes da dose administrada, da função renal2 do paciente, do estado de hidratação, idade e se outros medicamentos com toxicidade5 similar estão ou não sendo administrados concomitantemente. A toxicidade5 pode ocorrer em pacientes tratados por mais de 10 dias, adultos recebendo mais que 5 mg/kg/dia, crianças recebendo mais que 7,5 mg/kg/dia ou pacientes com função renal2 reduzida cuja dose não foi adequadamente ajustada. A nefrotoxicidade15 após a administração parenteral de um aminoglicosídeo está mais intimamente relacionada à área sob a curva resultante da concentração sérica versus o tempo. A nefrotoxicidade15 é mais provável se as concentrações sangüíneas permanecerem acima de 2 mcg/ml e é também proporcional à media da concentração sangüínea. Pacientes idosos com função renal2 anormal que estejam recebendo outras drogas nefrotóxicas ou estejam desidratados correm maior risco de desenvolvimento de necrose16 tubular aguda. Toxicidades auditiva e vestibular7 foram associadas com superdosagem de aminoglicosídeos. Essas toxicidades ocorrem em pacientes tratados por mais de 10 dias, com função renal2 anormal, desidratados ou em pacientes que estejam recebendo medicações com toxicidade5 auditiva. Esses pacientes podem não ter sinais13 ou sintomas14 ou podem experimentar tontura17, tinitus, vertigem18 e perda de acuidade para tonalidade alta, como ototoxicidade19 progressiva. Os sinais13 e sintomas14 de ototoxicidade19 podem não ocorrer até que a droga seja interrompida. Bloqueio neuromuscular ou paralisia20 respiratória podem ocorrer após a administração de aminoglicosídeos. Bloqueio neuromuscular, paralisia20 respiratória prolongada e insuficiência respiratória21 podem ocorrer mais comumente em pacientes com miastenia22 grave ou doença de Parkinson23. Paralisia20 respiratória prolongada pode também ocorrer em pacientes recebendo decametônio, tubocurarina ou succinilcolina. Se ocorrer bloqueio neuromuscular, poderá ser revertido pela administração de sais de cálcio, mas pode ser necessária a assistência mecânica. Se a tobramicina for ingerida, é pouco provável que haja toxicidade5, devido aos aminoglicosídeos serem muito pouco absorvidos pelo trato gastrintestinal intacto. Tratamento: ao tratar a superdosagem, considerar a possibilidade de superdosagem de múltiplas drogas, interação entre drogas e cinética24 inusitada da droga no seu paciente. A primeira providência em caso de superdosagem com tobramicina é estabelecer a passagem de ar e garantir a oxigenação e ventilação25. As medidas de ressuscitação devem ser imediatamente executadas se ocorrer paralisia20 respiratória. Pacientes que tenham recebido uma superdose de tobramicina e têm função renal2 normal devem ser hidratados adequadamente. O balanço de líquidos, clearance de creatinina9 e os níveis plasmáticos de tobramicina devem ser cuidadosamente monitorados até que estejam abaixo de 2 mcg/ml. Pacientes nos quais a meia-vida é maior que 2 horas ou a função renal2 é anormal podem requerer um tratamento mais agressivo. Em tais pacientes, a hemodiálise26 pode ser benéfica.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Cálculo: Formação sólida, produto da precipitação de diferentes substâncias dissolvidas nos líquidos corporais, podendo variar em sua composição segundo diferentes condições biológicas. Podem ser produzidos no sistema biliar (cálculos biliares) e nos rins (cálculos renais) e serem formados de colesterol, ácido úrico, oxalato de cálcio, pigmentos biliares, etc.
2 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
3 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
4 Trato Urinário:
5 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
6 Fibrose cística: Doença genética autossômica recessiva que promove alteração de glândulas exócrinas do organismo. Caracterizada por infecções crônicas das vias aéreas, que leva ao desenvolvimento de bronquiectasias, insuficiência pancreática exócrina, disfunções intestinais, anormalidades das glândulas sudoríparas e disfunção genitourinária.
7 Vestibular: 1. O sistema vestibular é um dos sistemas que participam do equilíbrio do corpo. Ele contribui para três funções principais: controle do equilíbrio, orientação espacial e estabilização da imagem. Sintomas vestibulares são aqueles que mostram alterações neste sistema. 2. Exame que aprova e classifica os estudantes a serem admitidos nos cursos superiores.
8 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
9 Creatinina: Produto residual das proteínas da dieta e dos músculos do corpo. É excretada do organismo pelos rins. Uma vez que as doenças renais progridem, o nível de creatinina aumenta no sangue.
10 Para pacientes: Você pode utilizar este texto livremente com seus pacientes, inclusive alterando-o, de acordo com a sua prática e experiência. Conheça todos os materiais Para Pacientes disponíveis para auxiliar, educar e esclarecer seus pacientes, colaborando para a melhoria da relação médico-paciente, reunidos no canal Para Pacientes . As informações contidas neste texto são baseadas em uma compilação feita pela equipe médica da Centralx. Você deve checar e confirmar as informações e divulgá-las para seus pacientes de acordo com seus conhecimentos médicos.
11 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
12 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
13 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
14 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
15 Nefrotoxicidade: É um dano nos rins causado por substâncias químicas chamadas nefrotoxinas.
16 Necrose: Conjunto de processos irreversíveis através dos quais se produz a degeneração celular seguida de morte da célula.
17 Tontura: O indivíduo tem a sensação de desequilíbrio, de instabilidade, de pisar no vazio, de que vai cair.
18 Vertigem: Alucinação de movimento. Pode ser devido à doença do sistema de equilíbrio, reação a drogas, etc.
19 Ototoxicidade: Dano causado aos sistemas coclear e/ou vestibular resultante de exposição a substâncias químicas.
20 Paralisia: Perda total da força muscular que produz incapacidade para realizar movimentos nos setores afetados. Pode ser produzida por doença neurológica, muscular, tóxica, metabólica ou ser uma combinação das mesmas.
21 Insuficiência respiratória: Condição clínica na qual o sistema respiratório não consegue manter os valores da pressão arterial de oxigênio (PaO2) e/ou da pressão arterial de gás carbônico (PaCO2) dentro dos limites da normalidade, para determinada demanda metabólica. Como a definição está relacionada à incapacidade do sistema respiratório em manter níveis adequados de oxigenação e gás carbônico, foram estabelecidos, para sua caracterização, pontos de corte na gasometria arterial: PaO2 50 mmHg.
22 Miastenia: Perda das forças musculares ocasionada por doenças musculares inflamatórias. Por ex. Miastenia Gravis. A debilidade pode predominar em diferentes grupos musculares segundo o tipo de afecção (debilidade nos músculos extrínsecos do olho, da pelve, ou dos ombros, etc.).
23 Doença de Parkinson: Doença degenerativa que afeta uma região específica do cérebro (gânglios da base), e caracteriza-se por tremores em repouso, rigidez ao realizar movimentos, falta de expressão facial e, em casos avançados, demência. Os sintomas podem ser aliviados por medicamentos adequados, mas ainda não se conhece, até o momento, uma cura definitiva.
24 Cinética: Ramo da física que trata da ação das forças nas mudanças de movimento dos corpos.
25 Ventilação: 1. Ação ou efeito de ventilar, passagem contínua de ar fresco e renovado, num espaço ou recinto. 2. Agitação ou movimentação do ar, natural ou provocada para estabelecer sua circulação dentro de um ambiente. 3. Em fisiologia, é o movimento de ar nos pulmões. Perfusão Em medicina, é a introdução de substância líquida nos tecidos por meio de injeção em vasos sanguíneos.
26 Hemodiálise: Tipo de diálise que vai promover a retirada das substâncias tóxicas, água e sais minerais do organismo através da passagem do sangue por um filtro. A hemodiálise, em geral, é realizada 3 vezes por semana, em sessões com duração média de 3 a 4 horas, com o auxílio de uma máquina, dentro de clínicas especializadas neste tratamento. Para que o sangue passe pela máquina, é necessária a colocação de um catéter ou a confecção de uma fístula, que é um procedimento realizado mais comumente nas veias do braço, para permitir que estas fiquem mais calibrosas e, desta forma, forneçam o fluxo de sangue adequado para ser filtrado.

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