
INFORMAÇÃO TÉCNICA OMEPRAMIX
O omeprazol reduz a secreção ácida gástrica por um mecanismo de inibição específico da bomba protônica a nível de célula1 parietal. O omeprazol é uma base fraca, concentrada e torna-se ativa num meio ácido dos canalículos intracelulares da célula1 parietal, onde inibe a H+, K+-ATPase da bomba protônica.
Esta ação durante a última etapa do processo de formação do ácido clorídrico2 é dose-dependente e promove uma inibição acentuada e altamente seletiva da secreção ácida, seja da basal, seja da estimulada, independente do secretagogo utilizado.
A longa duração de ação não está correlacionada à concentração plasmática, mas à biodisponibilidade sistêmica.
O efeito é completamente reversível sem aumento da secreção ácida de rebote ao final do tratamento.
O omeprazol não tem efeitos sobre os receptores acetilcolinérgicos e histamínicos, além de não modificar o esvaziamento gástrico; o omeprazol ao contrário dos antagonistas H2 não altera a secreção do fator intrínseco3.
Com relação à inibição da secreção ácida, pode haver variação reversível dos níveis séricos de gastrina4 e secretina.
O omeprazol não altera a concentração plasmática de insulina5, de glucagon6, dos hormônios tireoideanos e paratireoideanos. O omeprazol não tem efeito sobre a prolactina7 nem sobre os hormônios sexuais.
Nas espécies testadas, a toxicidade8 de omeprazol mostrou-se muito baixa.
Pela potente atividade anti-secretora e pela longa duração de ação de omeprazol, o animal permaneceu anácido durante todo o período de tratamento, e consequentemente com hipergastrinemia fisiológica9 e reversível.
Nos casos de insuficiência hepática10, há um aumento dos valores de AUC11, porém sem evidência de acúmulo da substância. Após a fase de absorção, o omeprazol distribui-se rapidamente aos tecidos extravasculares12.
Estudos de auto-radiografia de distribuição de omeprazol marcado, no camundongo, evidenciou as mais altas concentrações tissulares na mucosa13 gástrica, rins14, fígado15 e vias biliares16.
Quase toda a parcela de radioatividade administrada foi eliminada no prazo de 16 horas, exceto uma mínima quantidade que persiste na mucosa13 gástrica.
A meia-vida média da fase final da curva concentração plasmática/tempo é de aproximadamente 40 minutos, sem variações dos valores da meia-vida durante o tratamento.
O omeprazol é totalmente metabolizado, principalmente no fígado15. Os principais metabólitos17 identificados no plasma18 são: sulfona, sulfito e oxi-omeprazol, sem significante atividade sobre a secreção ácida. Cerca de 80% dos metabólitos17 são excretados por via urinária e os 20% restante, por via fecal. Os dois metabólitos17 mais relevantes na urina19 são o oxi-omeprazol e o correspondente ácido carboxílico.
Amoxicilina:
A amoxicilina é uma aminopenicilina semi-sintética do grupo betalactâmico de antibióticos. Tem um amplo espectro de atividade antibacteriana contra muitos microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos, agindo através da inibição da biosíntese do mucopeptídeo das paredes das células20.
Tem rápida ação bactericida e possui o perfil de segurança de uma penicilina.
A amoxicilina é bem absorvida. A administração oral produz altos níveis séricos, independente do horário em que a alimentação é ingerida. A amoxicilina proporciona boa penetração nas secreções brônquicas e altas concentrações urinárias de antibiótico inalterado.
A amoxicilina não possui alta ligação a proteínas21; aproximadamente 18% do teor total do fármaco22 no plasma18. A amoxicilina espalha-se prontamente na maioria dos tecidos e fluidos corporais, com exceção do cérebro23 e fluido espinhal. A inflamação24 geralmente aumenta a permeabilidade25 das meninges26 a penicilinas e isto pode aplicar-se à amoxicilina.
A meia-vida de eliminação é de aproximadamente 1 hora, sendo a principal via de eliminação através dos rins14. Cerca de 60-70% de amoxicilina são excretados inalterados pela urina19 durante as primeiras 6 horas após a administração de uma dose padrão. A amoxicilina também é parcialmente eliminada pela urina19 como ácido penicilóico inativo em quantidades equivalentes a 10-25% da dose inicial.
A administração simultânea de probenecida retarda a excreção de amoxicilina.
Claritromicina:
A claritromicina é rapidamente absorvida do trato gastrintestinal após administração oral. O alimento ligeiramente prolonga tanto o início da absorção da claritromicina como a formação do metabólito27 antimicrobianamente ativo, 14-hidroxiclaritromicina (14-OH claritromicina), mas não afeta a extensão da biodisponibilidade. Portanto, os comprimidos de claritromicina podem ser administrados sem levar em consideração o alimento.
Em pacientes sadios em jejum, as concentrações séricas máximas foram atingidas dentro de duas horas após a dose oral. As concentrações séricas máximas do estado de equilíbrio da claritromicina foram atingidas em dois a três dias e foram de aproximadamente 2 a 3 µg/ml com uma dose de 500 mg administrada a cada 12 horas. A meia-vida de eliminação da claritromicina foi de 5 a 7 horas com 500 mg administrados a cada 8 a 12 horas. A não-linearidade da farmacocinética da claritromicina é insignificante na dose recomendada de 500 mg administrada a cada 12 horas. Com uma dose de 500 mg a cada 8 a 12 horas, a concentração máxima do estado de equilíbrio da 14-OH claritromicina, o principal metabólito27, é de até 1 µg/ml e sua meia-vida de eliminação é cerca de 7 a 9 horas. A concentração do estado de equilíbrio deste metabólito27 é geralmente atingida dentro de 2 a 3 dias.
Após um comprimido de 500 mg a cada 12 horas, a excreção urinária da claritromicina é de aproximadamente 30%. O "clearance" renal28 da claritromicina aproxima-se da taxa de filtração glomerular normal. O principal metabólito27 encontrado na urina19 é a 14-OH claritromicina, que é responsável por um adicional de 10% a 15% da dose com um comprimido de 500 mg administrado a cada 12 horas.
As concentrações do estado de equilíbrio da claritromicina em pacientes com função hepática29 comprometida não diferiram daquelas em pacientes normais; contudo, as concentrações da 14-OH claritromicina foram menores nos pacientes hepaticamente comprometidos. A formação diminuída da 14-OH claritromicina foi no mínimo parcialmente compensada por um aumento no "clearance" renal28 da claritromicina nos pacientes com função hepática29 comprometida quando comparados com pacientes sadios.
A farmacocinética da claritromicina foi também alterada em pacientes com função renal28 comprometida.