POSOLOGIA E ADMINISTRAÇÃO NIMOTOP

Atualizado em 28/05/2016
profilaxia e tratamento das deficiências neurológicas isquêmicas por vasoespasmo cerebral após hemorragia1 subaracnóidea. Salvo indicação médica em contrário, recomenda-se a seguinte dosagem: infusão endovenosa contínua: inicia-se o tratamento com 1 dose de 1 mg (= 5 ml) de Nimotop/h (cerca de 15 Ág/kg de peso/h) nas 2 primeiras horas, e, caso se verifique boa tolerância (especialmente ausência de acentuada queda da pressão arterial2), aumenta-se a dose para 2 mg ( = 10 ml) de Nimotop/h (cerca de 30 Ág/kg de peso/h), depois da 2ª h. Nos casos de doentes com peso corporal pronunciadamente inferior a 70 kg e/ou pressão arterial2 lábil, pode iniciar-se o tratamento com uma dose de 0,5 mg (= 2,5 ml) de Nimotop/h. Em pacientes com sinais3 de intolerância, deve-se reduzir a dose. Na insuficiência renal4 ou hepática5 severa, em especial cirrose6 hepática5, sua ação pode ser potencializada e os efeitos colaterais7 mais pronunciados (p. ex.: hipotensão8). Nestes casos a dose deverá, se necessário, ser reduzida de acordo com os níveis tensionais e o ECG. Infusão endovenosa contínua: Nimotop deve ser infundido em co-infusão com soluções para infusão (glicose9 5%, Ringer lactato10, Ringer lactato10 com magnésio, soluções de dextran 40, solução de aminoácidos e eletrólitos11 para alimentação parenteral, albumina12 humana 5%) e sangue13, através de um cateter central, usando uma bomba de infusão. Para se assegurar a diluição suficiente, recomenda-se que o volume da infusão concomitante não seja inferior a 1000 ml/dia. É conveniente não interromper a administração do Nimotop durante a anestesia14, intervenções cirúrgicas e angiografias. Nimotop solução em infusão endovenosa contínua, pode ser administrada com válvula reguladora de 3 vias. Nesta condição, além das soluções já mencionadas, podem ser utilizadas solução fisiológica15 0,9% por um período de 48 horas e manitol 10% por um período máximo de 24 horas. A válvula de 3 vias deve conectar ao tubo de polietileno de Nimotop com o tubo da co-infusão e o cateter central. Como a substância ativa do nimotop é absorvida pelo cloreto de polivinila (PVC), só se deve usar tubagem de polietileno para a infusão. Instilação intracisternal: durante as intervenções cirúrgicas pode proceder-se à instilação intracisternal de solução diluída de Nimotop (1 ml em 19 ml de solução de Ringer), à temperatura corporal, utilizada imediatamente após a sua preparação. Duração do tratamento: uso profilático: o tratamento endovenoso deverá ser iniciado, o mais tardar, até o 4º dia, inclusive, do episódio da hemorragia1 e prosseguir durante todo o período de maior risco de vasoespasmo,isto é, do 10º ao 14º dia após hemorragia1 subaracnóidea. Após o término do tratamento parenteral, recomenda-se a administração oral diária de 6 vezes 2 comprimidos (360 mg de nimodipina) de 4 em 4 h, durante mais 7 dias. Uso terapêutico nos casos de alterações isquêmico16-neurológicas já existentes devido a vasoespasmos após hemorragia1 subaracnóidea, deverá iniciar-se o tratamento parenteral o mais rápido possível e prosseguir com ele durante o mínimo de 5 dias e o máximo de 14 dias. Decorrido este período, recomenda-se a administração oral diária de 6 vezes 2 comprimidos (360 mg de nimodipina) de 4 em 4 h, durante 7 dias. Se o foco hemorrágico17 for controlado cirurgicamente durante o uso terapêutico ou profilático de Nimotop, deve-se prosseguir com o tratamento endovenoso no pós-operatório durante o mínimo de 5 dias. Nos casos de alterações orgânico-cerebrais decorrentes do envelhecimento, salvo indicação médica contrária, recomenda-se 1 comprimido (30 mg) 3 vezes ao dia. Após uma terapêutica18 de vários meses, deve ser comprovado se o tratamento com Nimotop continua a ser indicado. Nota sobre infusão: como a substância ativa do Nimotop é fotossensível, deve-se evitar a conservação e a administração da solução em presença de luz solar direta. Nos casos em que não puder ser evitada a luz solar direta, proteger a bomba de infusão e os equipos por invólucros ou usar seringas e tubos escuros ou acastanhados. Contudo, pode ser administrado sem qualquer proteção sob exposição à luz natural difusa ou à luz artificial, desde que o período não exceda 10 horas. Atenção: administrar somente com bomba para infusão; usar somente tubagem de polietileno, por risco de perda de substância ativa e contaminação por plastificantes; nunca administrar Nimotop sem co-infusão; não diluir diretamente na co-infusão por risco de precipitação; conectar preferencialmente ao cateter venoso central, risco de tromboflebite19 quando conectado à veia periférica. - Superdosagem: nos casos de intoxicação aguda pode-se esperar queda acentuada da pressão arterial2, acompanhada de taquicardia20 ou bradicardia21. Se decorrente de ingestão oral recomenda-se lavagem gástrica22 imediata, acrescida de carvão. Para o tratamento da hipotensão arterial23 administrar dopamina24, noradrenalina25 ou substâncias simpaticomiméticas. Perfusão de gluconato de cálcio parece indicada. Não existe antídoto26 específico.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Hemorragia: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
2 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
3 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
4 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
5 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
6 Cirrose: Substituição do tecido normal de um órgão (freqüentemente do fígado) por um tecido cicatricial fibroso. Deve-se a uma agressão persistente, infecciosa, tóxica ou metabólica, que produz perda progressiva das células funcionalmente ativas. Leva progressivamente à perda funcional do órgão.
7 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
8 Hipotensão: Pressão sanguínea baixa ou queda repentina na pressão sanguínea. A hipotensão pode ocorrer quando uma pessoa muda rapidamente de uma posição sentada ou deitada para a posição de pé, causando vertigem ou desmaio.
9 Glicose: Uma das formas mais simples de açúcar.
10 Lactato: Sal ou éster do ácido láctico ou ânion dele derivado.
11 Eletrólitos: Em eletricidade, é um condutor elétrico de natureza líquida ou sólida, no qual cargas são transportadas por meio de íons. Em química, é uma substância que dissolvida em água se torna condutora de corrente elétrica.
12 Albumina: Proteína encontrada no plasma, com importantes funções, como equilíbrio osmótico, transporte de substâncias, etc.
13 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
14 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
15 Fisiológica: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
16 Isquêmico: Relativo à ou provocado pela isquemia, que é a diminuição ou suspensão da irrigação sanguínea, numa parte do organismo, ocasionada por obstrução arterial ou por vasoconstrição.
17 Hemorrágico: Relativo à hemorragia, ou seja, ao escoamento de sangue para fora dos vasos sanguíneos.
18 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
19 Tromboflebite: Processo inflamatório de um segmento de uma veia, geralmente de localização superficial (veia superficial), juntamente com formação de coágulos na zona afetada. Pode surgir posteriormente a uma lesão pequena numa veia (como após uma injeção ou um soro intravenoso) e é particularmente frequente nos toxico-dependentes que se injetam. A tromboflebite pode desenvolver-se como complicação de varizes. Existe uma tumefação e vermelhidão (sinais do processo inflamatório) ao longo do segmento de veia atingido, que é extremamante doloroso à palpação. Ocorrem muitas vezes febre e mal-estar.
20 Taquicardia: Aumento da frequência cardíaca. Pode ser devido a causas fisiológicas (durante o exercício físico ou gravidez) ou por diversas doenças como sepse, hipertireoidismo e anemia. Pode ser assintomática ou provocar palpitações.
21 Bradicardia: Diminuição da freqüência cardíaca a menos de 60 batimentos por minuto. Pode estar associada a distúrbios da condução cardíaca, ao efeito de alguns medicamentos ou a causas fisiológicas (bradicardia do desportista).
22 Lavagem gástrica: É a introdução, através de sonda nasogástrica, de líquido na cavidade gástrica, seguida de sua remoção.
23 Hipotensão arterial: Diminuição da pressão arterial abaixo dos valores normais. Estes valores normais são 90 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 50 milímetros de pressão diastólica.
24 Dopamina: É um mediador químico presente nas glândulas suprarrenais, indispensável para a atividade normal do cérebro.
25 Noradrenalina: Mediador químico do grupo das catecolaminas, liberado pelas fibras nervosas simpáticas, precursor da adrenalina na parte interna das cápsulas das glândulas suprarrenais.
26 Antídoto: Substância ou mistura que neutraliza os efeitos de um veneno. Esta ação pode reagir diretamente com o veneno ou amenizar/reverter a ação biológica causada por ele.

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