POSOLOGIA E ADMINISTRAÇÃO CICLOSPORINA

Atualizado em 28/05/2016
em transplante de órgãos: inicialmente, deve ser administrada uma dose oral de 10 a 15 mg/kg/dia, dividida em duas tomadas no dia anterior à cirurgia. Essa dose é mantida durante 1 a 2 semanas no período pós-operatório, antes de ser gradualmente reduzida em cerca de 2 mg/kg/mês, e de acordo com os níveis sangüíneos, até uma dose de manutenção de cerca de 2 a 6 mg/kg/dia. Quando a ciclosporina é administrada com outros imunossupressores (por exemplo: corticosteróides ou como parte de um tratamento medicamentoso triplo ou quádruplo), podem ser usadas doses mais baixas (1 mg/kg/dia IV, seguido de 6 mg/kg/dia oral, inicialmente). O concentrado para infusão IV pode ser usado, caso necessário, mas recomenda-se que os pacientes passem para o tratamento oral sempre que possível. Em transplante de medula óssea1: a dose inicial deve ser administrada no dia anterior ao transplante. Na maioria dos casos, é mais indicada a infusão IV para esse objetivo; a dose recomendada é de 3 a 5 mg/kg/dia. Essa dose é mantida durante o período imediato pós-transplante de até 2 semanas, antes de se passar para o tratamento de manutenção oral em uma dose de aproximadamente 12,5 mg/kg/dia, dividida em duas tomadas. Doses orais mais elevadas, ou o uso de tratamento IV, podem ser necessárias na presença de distúrbios gastrintestinais que possam reduzir a absorção. Caso o tratamento oral seja usado no início, a dose recomendada é de 12,5 a 15 mg/kg/dia, iniciando-se no dia anterior ao transplante. O tratamento de manutenção deve ser mantido durante, no mínimo, 3 a 6 meses (preferivelmente 6 meses), antes de se reduzir gradualmente a dose a zero em um ano após o transplante. Em alguns pacientes ocorre a reação enxerto2-versus-hospedeiro (GVHD) após a descontinuação da ciclosporina. Essa reação geralmente responde favoravelmente à reintrodução do tratamento. Devem ser usadas doses baixas para tratar a reação enxerto2-versus-hospedeiro (GVHD) branda e crônica. Em doenças auto-imunes: uveíte3 endógena: para induzir a remissão, recomenda-se a dose inicial de 5 mg/kg/dia por via oral, em dose única ou dividida, até que se obtenha remissão da inflamação4 e melhora da acuidade visual5. Pode-se aumentar a dose para 7 mg/kg/dia nos casos refratários6, por um período de tempo limitado. Para alcançar remissão inicial, ou neutralizar crises inflamatórias oculares, pode-se acrescentar tratamento com corticosteróide sistêmico7, com doses diárias de 0,2 a 0,6 mg/kg de prednisona ou equivalente, caso apenas Ciclosporina não controle suficientemente a situação. No tratamento de manutenção, deve-se reduzir a dose lentamente, até o nível eficaz mais baixo que, durante as fases de remissão não devem exceder 5 mg/kg/dia. Psoríase8: para induzir a remissão, a dose inicial recomendada é de 2,5 mg/kg/dia em duas doses orais divididas. Se não houver melhora após 1 mês, a dose diária pode ser aumentada gradativamente, mas não deve exceder 5 mg/kg. O tratamento deve ser interrompido em pacientes que não obtenham resposta suficiente das lesões9 psoriáticas no prazo de 6 semanas, na posologia de 5 mg/kg/dia. Doses iniciais de 5 mg/kg/dia são justificadas em pacientes cuja a infecção10 requer melhora rápida. Para o tratamento de manutenção, as doses devem ser tituladas individualmente no nível eficaz mais baixo e não deve exceder 5 mg/kg/dia. Síndrome nefrótica11: para induzir remissão, a dose recomendada é de 5 mg/kg/dia para adultos e 6 mg/kg/dia para crianças se, com exceção da proteinúria12, a função renal13 for normal. Em pacientes com função renal13 prejudicada, a dose inicial não deve exceder 2,5 mg/kg/dia. A combinação de Ciclosporina com baixas doses de corticosteróides orais é recomendada se o efeito somente da Ciclosporina não for satisfatório, especialmente, em pacientes resistentes aos esteróides. Na ausência de eficácia após 3 meses de tratamento, o tratamento com Ciclosporina deve ser abandonado. As doses devem ser ajustadas individualmente, de acordo com a eficácia (proteinúria12) e segurança (principalmente a creatinina14 sérica), mas não deve exceder 5 mg/kg/dia em adultos e 6 mg/kg/dia em crianças. Para o tratamento de manutenção, a dose deve ser reduzida devagar, até a menor dose eficaz. - Nota: crianças com um ano de idade têm recebido ciclosporina na dosagem-padrão sem problemas especiais. Em diversos estudos, pacientes pediátricos necessitaram e toleraram doses de ciclosporina por kg de peso corpóreo mais elevadas do que as usadas em adultos. Conversão para a Ciclosporina Biosintética: nos pacientes de transplante, a administração da Ciclosporina Biosintética deverá iniciar com a mesma dose diária que a dose de outras Ciclosporinas anteriormente empregadas. As concentrações mínimas de Ciclosporina no sangue15 total deverão ser controladas, inicialmente, 4 a 7 dias após a conversão para a Ciclosporina Biosintética. Além disso, os parâmetros de segurança clínica, tais como, a creatinina14 do soro16 e a pressão sangüínea17, devem ser monitorados durante os 2 primeiros meses que se seguem à conversão. Se os níveis sangüíneos mínimos de Ciclosporina estiverem acima e/ou abaixo do nível terapêutico e/ou os parâmetros de segurança clínica abaixarem de nível, a dosagem deverá ser ajustada de acordo. A forma oral pode ser administrada em tomada única diária, mas é mais indicada a administração em duas tomadas igualmente divididas. Para medir-se a quantidade de solução a ser administrada, deve ser usado o dosador graduado existente na embalagem. Atenção: a solução oral não deve ser resfriada e deve ser usada dentro de 2 meses após a abertura do frasco. Como a solução oral contém óleo de oliva, pode haver ligeira variação na cor e/ou sabor. Estas variações de maneira alguma afetam a eficácia de Ciclosporina Biosintética. Superdosagem: a experiência de tratamento de casos de superdosagem é ainda pequena. Caso ocorra superdosagem, aconselha-se um tratamento sintomático18 e medidas gerais de suporte. Podem ocorrer sinais19 de nefrotoxicidade20 e hepatotoxicidade21 que deveriam regredir com a suspensão do tratamento. A eliminação só pode ser conseguida através de medidas não específicas, inclusive lavagem gástrica22. A ciclosporina é pouco dialisável, não sendo bem depurada através de hemoperfusão por carvão.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Medula Óssea: Tecido mole que preenche as cavidades dos ossos. A medula óssea apresenta-se de dois tipos, amarela e vermelha. A medula amarela é encontrada em cavidades grandes de ossos grandes e consiste em sua grande maioria de células adiposas e umas poucas células sangüíneas primitivas. A medula vermelha é um tecido hematopoiético e é o sítio de produção de eritrócitos e leucócitos granulares. A medula óssea é constituída de um rede, em forma de treliça, de tecido conjuntivo, contendo fibras ramificadas e preenchida por células medulares.
2 Enxerto: 1. Na agricultura, é uma operação que se caracteriza pela inserção de uma gema, broto ou ramo de um vegetal em outro vegetal, para que se desenvolva como na planta que o originou. Também é uma técnica agrícola de multiplicação assexuada de plantas florais e frutíferas, que permite associar duas plantas diferentes, mas gerações próximas, muito usada na produção de híbridos, na qual uma das plantas assegura a nutrição necessária à gema, ao broto ou ao ramo da outra, cujas características procura-se desenvolver; enxertia. 2. Na medicina, é a transferência especialmente de células ou de tecido (por exemplo, da pele) de um local para outro do corpo de um mesmo indivíduo ou de um indivíduo para outro.
3 Uveíte: Uveíte é uma inflamação intraocular que compromete total ou parcialmente a íris, o corpo ciliar e a coroide (o conjunto dos três forma a úvea), com envolvimento frequente do vítreo, retina e vasos sanguíneos.
4 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
5 Acuidade visual: Grau de aptidão do olho para discriminar os detalhes espaciais, ou seja, a capacidade de perceber a forma e o contorno dos objetos.
6 Refratários: 1. Que resiste à ação física ou química. 2. Que resiste às leis ou a princípios de autoridade. 3. No sentido figurado, que não se ressente de ataques ou ações exteriores; insensível, indiferente, resistente. 4. Imune a certas doenças.
7 Sistêmico: 1. Relativo a sistema ou a sistemática. 2. Relativo à visão conspectiva, estrutural de um sistema; que se refere ou segue um sistema em seu conjunto. 3. Disposto de modo ordenado, metódico, coerente. 4. Em medicina, é o que envolve o organismo como um todo ou em grande parte.
8 Psoríase: Doença imunológica caracterizada por lesões avermelhadas com descamação aumentada da pele dos cotovelos, joelhos, couro cabeludo e costas juntamente com alterações das unhas (unhas em dedal). Evolui através do tempo com melhoras e pioras, podendo afetar também diferentes articulações.
9 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
10 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
11 Síndrome nefrótica: Doença que afeta os rins. Caracteriza-se pela eliminação de proteínas através da urina, com diminuição nos níveis de albumina do plasma. As pessoas com síndrome nefrótica apresentam edema, eliminação de urina espumosa, aumento dos lipídeos do sangue, etc.
12 Proteinúria: Presença de proteínas na urina, indicando que os rins não estão trabalhando apropriadamente.
13 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
14 Creatinina: Produto residual das proteínas da dieta e dos músculos do corpo. É excretada do organismo pelos rins. Uma vez que as doenças renais progridem, o nível de creatinina aumenta no sangue.
15 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
16 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
17 Pressão sangüínea: Força exercida pelo sangue arterial por unidade de área da parede arterial. É expressa como uma razão (Exemplo: 120/80, lê-se 120 por 80). O primeiro número é a pressão sistólica ou pressão máxima. E o segundo número é a presão diastólica ou mínima.
18 Sintomático: 1. Relativo a ou que constitui sintoma. 2. Que é efeito de alguma doença. 3. Por extensão de sentido, é o que indica um particular estado de coisas, de espírito; revelador, significativo.
19 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
20 Nefrotoxicidade: É um dano nos rins causado por substâncias químicas chamadas nefrotoxinas.
21 Hepatotoxicidade: É um dano no fígado causado por substâncias químicas chamadas hepatotoxinas.
22 Lavagem gástrica: É a introdução, através de sonda nasogástrica, de líquido na cavidade gástrica, seguida de sua remoção.

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