Dulcolax (Bula do profissional de saúde)
SANOFI-AVENTIS FARMACÊUTICA LTDA
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Dulcolax®
bisacodil
Drágeas1
APRESENTAÇÃO
Drágea2
Embalagens com 20 drágeas1
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 4 ANOS
COMPOSIÇÃO
Cada drágea2 de Dulcolax contém:
bisacodil | 5 mg |
excipiente q.s.p. | 1 drágea2 |
Excipientes: lactose3 monoidratada, amido, glicerol, estearato de magnésio, sacarose, talco, acácia, dióxido de titânio, copolímero do ácido metacrílico e metilmetacrilato, óleo de rícino, macrogol, óxido de ferro amarelo, cera branca de abelha, cera de carnaúba, goma laca.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSINAIS DE SAÚDE4
INDICAÇÕES
DULCOLAX é indicado para o tratamento da constipação5 intestinal e para preparo em procedimentos diagnósticos, pré e pós-operatório e em condições que exigem facilitação da evacuação intestinal.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Em estudo duplo-cego6, randomizado7, controlado por placebo8 e multicêntrico para avaliar eficácia e segurança de bisacodil em portadores de constipação5 idiopática9, 55 pacientes divididos em dois grupos foram submetidos a tratamento de 3 dias com bisacodil 10 mg ou placebo8. A frequência de evacuações foi maior e estatisticamente significante no grupo tratado com bisacodil em relação ao grupo tratado com placebo8 (p=0,0061); e a avaliação de melhora da consistência das fezes foi igualmente superior no grupo bisacodil versus o grupo placebo8 (p<0,0001).
- Kienzle-Horn S, Vix JM, Schuijt C, Peil H, Jordan CC, Kamm MA. Efficacy and safety of bisacodyl in the acute treatment of constipation: a double-blind, randomized, placebo8-controlled study. Aliment Pharmacol Ther 2006; 23 (10):1479-1488.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Farmacodinâmica
O bisacodil é um laxante10 de ação local derivado do grupo difenilmetano. Como laxante10 de contato que também apresenta efeitos hidragogo e antirreabsortivo, o bisacodil estimula o peristaltismo11 do cólon12 após hidrólise na mucosa13 do intestino grosso14 e promove acúmulo de água, e consequentemente de eletrólitos15 no lúmen16 colônico. O resultado é a estimulação da defecação, redução do tempo de trânsito intestinal e amolecimento das fezes.
Como laxante10 que atua no cólon12, o bisacodil particularmente estimula o processo natural de evacuação na região inferior do trato gastrointestinal. Portanto, bisacodil mostra-se ineficaz na alteração da digestão17 ou da absorção de calorias18 ou nutrientes essenciais no intestino delgado19.
Farmacocinética
Após a administração oral ou retal, bisacodil é rapidamente hidrolisado para formar o princípio ativo bis- (p-hidroxifenil)-piridil-2-metano (BHPM), principalmente por esterases da mucosa intestinal20.
A administração da drágea2 com revestimento entérico resultou em um nível plasmático máximo de concentração de BHPM entre 4-10 horas após a administração, enquanto o efeito laxativo21 ocorreu entre 6-12 horas após a administração. O efeito laxativo21 do bisacodil não se correlaciona com os níveis plasmáticos de BHPM. Em vez disto, o BHPM atua localmente na região mais distal22 do intestino, e não há a relação entre o efeito laxativo21 e os níveis plasmáticos da porção ativa. Por esse motivo, bisacodil drágeas1 é formulado para ser resistente aos sucos gástrico e do intestino delgado19, resultando na liberação da droga principalmente no cólon12, que é o local de ação desejado.
Após administração oral e retal, apenas pequenas quantidades do fármaco23 são absorvidas e são quase completamente conjugadas na parede intestinal e no fígado24 para formar o glicuronídeo inativo de BHPM.
A meia-vida plasmática de eliminação do glicuronídeo de BHPM foi estimada em cerca de 16,5 horas. Após a administração de bisacodil drágeas1, em média 51,8% da dose foi recuperada nas fezes como BHPM livre e em média 10,5% da dose foi recuperada na urina25 como glicuronídeo de BHPM.
Toxicologia
A toxicidade26 oral aguda do bisacodil é baixa em roedores e não roedores, e excedeu 2 g/kg.
Cães toleraram níveis da dose de até 15 g/kg. Os principais sinais27 clínicos de toxicidade26 aguda foram diarreia28, diminuição da atividade motora e pilo-ereção29.
Estudos de toxicidade26 de dose repetida de até 26 semanas foram realizados em ratos, porcos de pequeno porte e macacos rhesus. Como esperado, o fármaco23 causou diarreia28 severa dose-dependente em todas as espécies, com exceção aos porcos de pequeno porte. Não houve alterações histopatológicas distintas e, em particular, nenhuma nefrotoxicidade30 foi relacionada ao fármaco23. O bisacodil induziu lesões31 proliferativas observadas na bexiga32 de ratos tratados durante 32 semanas. Essas proliferações não são atribuíveis ao bisacodil por si; elas são consideradas secundárias à formação de microcálculos devido às alterações nos eletrólitos15 urinários e, portanto, não possuem relevância biológica para o homem.
Os dados de uma bateria abrangente de estudos de mutagenicidade bacteriana e de mamífero não mostraram potencial genotóxico do bisacodil. Além disso, o bisacodil não causou aumento significativo na transformação morfológica das células33 do embrião de Hamster-Sírio (SHE). Em contraste com o laxante10 genotóxico e carcinogênico da fenolftaleína, o bisacodil não apresentou potencial mutagênico em testes apropriados.
Não estão disponíveis estudos convencionais de carcinogenicidade (durante a vida) para o bisacodil. Devido à semelhança terapêutica34 com a fenolftaleína, o bisacodil foi investigado em modelo de rato transgênico p53 durante 26 semanas.
Nenhuma neoplasia35 relacionada ao tratamento foi observada em doses orais de 8.000 mg/kg/dia.
Não foram encontrados efeitos teratogênicos36 em ratos e coelhos (Categoria B de Risco de gravidez37 no FDA) em doses de até 1.000 mg/kg/dia que excedem a dose diária máxima recomendada (MRHDD- Maximum Recommended Human Daily Dose - Dose Máxima Diária Recomendada em Humanos) (com base em mg/m2) em pelo menos 800 vezes. Em rato, observou-se materno e embriotoxicidade em doses 80 vezes superiores às do MRHDD.
CONTRAINDICAÇÕES
DULCOLAX é contraindicado em pacientes com íleo paralítico38, obstrução intestinal, quadros abdominais agudos incluindo apendicite39, doenças inflamatórias agudas do intestino e dor abdominal grave associada com náusea40 e vômito41, que podem ser sintomas42 de problemas graves.
DULCOLAX também é contraindicado em casos de intensa desidratação43, em pacientes com hipersensibilidade conhecida ao bisacodil ou a qualquer outro componente da fórmula e nos casos de condições hereditárias raras de intolerância a galactose44 e/ou frutose45 (vide item “Advertências e Precauções”).
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Como ocorre com todos os laxantes46, DULCOLAX não deve ser utilizado diariamente por período prolongado sem investigar a causa da constipação5.
O uso excessivamente prolongado pode causar um desequilíbrio hidroeletrolítico47 e hipopotassemia48.
A perda de fluidos por via intestinal pode promover desidratação43. Os sintomas42 podem incluir sede e oligúria49.
Em pacientes que sofrem com perdas líquidas, onde a desidratação43 pode ser prejudicial (como na insuficiência renal50 e em idosos), DULCOLAX deve ser interrompido e seu uso retomado somente sob orientação médica.
Laxantes46 estimulantes, incluindo DULCOLAX, não auxiliam na perda de peso (vide item “Características Farmacológicas”).
Os pacientes podem ter hematoquezia51 (sangue52 nas fezes) que é em geral leve e autolimitada.
Há relatos de tontura53 e/ou síncope54 em pacientes tratados com DULCOLAX. Os dados disponíveis nestes casos sugerem que os eventos podem ser relacionados com a síncope54 da defecação (ou síncope54 atribuível ao esforço para defecar) ou com a resposta vasovagal à dor abdominal relacionada à constipação5, e não necessariamente ao uso do bisacodil.
Crianças não devem utilizar DULCOLAX sem orientação médica.
Cada drágea2 contém 33,2 mg de lactose3, resultando em 66,4 mg de lactose3 por dose diária máxima recomendada para tratamento de constipação5 em adultos e crianças com mais de 10 anos de idade. Para exame radiográfico em adultos, resultará em 132,8 mg por dose diária máxima recomendada. Pacientes com condições hereditárias raras de intolerância à galactose44, por exemplo galactosemia55, não devem tomar este medicamento.
Cada drágea2 contém 23,4 mg de sacarose. Assim, a dose diária máxima recomendada no tratamento da constipação5 em adultos e crianças acima de 10 anos (2 drágeas1) contém 46,8 mg de sacarose e 93,6 mg no preparo para exames diagnósticos em adultos (4 drágeas1). Pacientes com intolerância à frutose45 não devem utilizar este medicamento.
Atenção diabéticos: contém açúcar56.
Fertilidade, gravidez37 e lactação57
Não existem estudos adequados e controlados em mulheres grávidas. A ampla experiência não tem demonstrado efeitos indesejáveis ou prejudiciais durante a gravidez37.
Mesmo assim, como ocorre com todos os medicamentos, DULCOLAX deverá ser administrado durante a gravidez37 somente com recomendação médica.
DULCOLAX está classificado na categoria de risco B na gravidez37. Não há estudos adequados em mulheres. Em experiência em animais não foram encontrados riscos, mas foram encontrados efeitos colaterais58 que não foram confirmados nas mulheres, especialmente durante o último trimestre de gravidez37.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Dados clínicos demonstram que nem a porção ativa do bisacodil, BHPM [bis-(p-hidroxifenil)-piridil-2- metano], nem seus glicuronídeos são excretados no leite de lactantes59 saudáveis.
Assim, DULCOLAX pode ser utilizado durante a amamentação60.
Não foram realizados estudos sobre o efeito na fertilidade humana.
Efeitos na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
Estudos sobre o efeito de DULCOLAX na habilidade de dirigir e operar máquinas não foram realizados. No entanto, os pacientes devem ser advertidos de que, devido a uma resposta vasovagal (por exemplo, espasmo61 abdominal), eles podem sentir tontura53 e/ou síncope54. Se os pacientes tiverem espasmo61 abdominal devem evitar tarefas potencialmente perigosas como dirigir ou operar máquinas.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
O uso concomitante de diuréticos62 (p.ex.furosemida) ou adrenocorticosteroides (p. ex. dexametasona) pode aumentar o risco de desequilíbrio eletrolítico, se forem utilizadas doses excessivas de DULCOLAX.
O desequilíbrio eletrolítico pode aumentar a sensibilidade aos glicosídeos cardíacos (p. ex. digitálicos).
O uso concomitante de DULCOLAX com outros laxantes46 pode aumentar os eventos adversos gastrointestinais.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Manter em temperatura ambiente (15ºC a 30ºC), protegido da luz e da umidade. O prazo de validade de DULCOLAX é de 24 meses após a data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas
As drágeas1 com revestimento entérico são bege-amareladas, redondas, curvas nas duas faces, com superfície lisa e brilhante. A parte interna é branca.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Recomenda-se a seguinte posologia, a menos que o médico prescreva outra dose:
No tratamento da constipação5
As drágeas1 devem ser ingeridas inteiras por via oral com quantidade suficiente de líquido; recomenda-se a ingestão à noite para que se obtenha evacuação na manhã seguinte.
As drágeas1 não devem ser ingeridas com produtos que reduzem a acidez no trato gastrintestinal superior63, como leite, antiácidos64 ou inibidores da bomba de prótons, para que o revestimento entérico não se dissolva prematuramente.
Adultos: 1 a 2 drágeas1 (5-10 mg) diárias.
Recomenda-se utilizar a menor dose como início de tratamento. Pode-se ajustar a dose de acordo com a máxima recomendada para regularizar a evacuação. A dose máxima diária não deverá ser excedida.
Crianças acima de 10 anos: 1 a 2 drágeas1 (5-10 mg) diárias.
Recomenda-se utilizar a menor dose como início de tratamento. Pode-se ajustar a dose de acordo com a máxima recomendada para regularizar a evacuação. A dose máxima diária não deverá ser excedida.
Crianças de 4 a 10 anos: 1 drágea2 (5 mg) diária.
Crianças nessa faixa etária que sofrem de constipação5 crônica ou persistente só devem ser tratados sob orientação médica. A dose máxima diária não deverá ser excedida.
Em procedimentos diagnósticos e no pré-operatório
No preparo para procedimentos diagnósticos, no tratamento pré e pós-operatório e em condições que exigem evacuação facilitada, DULCOLAX só deve ser utilizado sob supervisão médica.
Para que se obtenha uma completa evacuação intestinal, seguem as doses de DULCOLAX recomendadas para:
Adultos: 1 a 4 drágeas1 na noite anterior ao exame, por via oral, seguida de um laxante10 de alívio imediato (supositório) na manhã do exame.
Crianças com 4 anos de idade e acima: recomenda-se uma drágea2 à noite e um supositório pediátrico na manhã seguinte.
Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.
REAÇÕES ADVERSAS
Reação muito comum (≥ 1/10);
Reação comum (≥ 1/100 e < 1/10);
Reação incomum (≥ 1/1.000 e < 1/100);
Reação rara (≥ 1/10.000 e < 1/1.000);
Reação muito rara (< 1/10.000);
Frequência desconhecida (não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis).
Os relatos mais comuns de eventos adversos durante o tratamento são dores abdominais e diarreia28.
Distúrbios do Sistema Imunológico65
- Rara: reações anafiláticas66, angioedema67 e hipersensibilidade.
Distúrbios do Metabolismo68 e Nutrição69
- Rara: desidratação43.
Distúrbios do Sistema Nervoso70
- Incomum: tontura53.
- Rara: síncope54.
Tontura53 e síncope54 ocorreram durante a utilização do bisacodil e parecem ser consistentes com a resposta vasovagal (por exemplo: para espasmos71 abdominais, defecação).
Distúrbios Gastrointestinais
- Comum: cólicas72 abdominais, dor abdominal, diarreia28, náusea40.
- Incomum: hematoquezia51 (sangue52 nas fezes), vômitos73, desconforto abdominal, desconforto anorretal.
- Rara: colite74, incluindo colite74 isquêmica.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou à Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
Sintomas42
No caso da administração de altas doses, podem ocorrer fezes líquidas (diarreia28), cólicas72 abdominais e perda clinicamente significante de líquidos, potássio e de outros eletrólitos15.
Assim como ocorre com os outros laxantes46, a superdose crônica com DULCOLAX pode causar diarreia28 crônica, dor abdominal, hipopotassemia48, hiperaldosteronismo secundário e cálculo75 renal76. Há relatos de dano tubular renal76, alcalose77 metabólica e fraqueza muscular secundária à hipopotassemia48 em associação com o uso crônico78 de laxantes46 em altas doses.
Tratamento
Dentro de um curto período após ingestão das drágeas1 de DULCOLAX, a absorção pode ser minimizada ou impedida pela indução de vômito41 ou lavagem gástrica79. Pode haver necessidade de reposição de líquidos e correção do desequilíbrio eletrolítico. Esta medida é particularmente importante nos pacientes idosos, assim como nos mais jovens.
A administração de antiespasmódicos pode ser útil.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
Siga corretamente o modo de usar, não desaparecendo os sintomas42 procure orientação médica.
MS 1.1300.1169
Farm. Resp.: Silvia Regina Brollo - CRF-SP 9.815
Registrado por:
Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda.
Av. Mj. Sylvio de M. Padilha, 5200 – São Paulo – SP
CNPJ 02.685.377/0001-57
Fabricado por:
Boehringer Ingelheim do Brasil Quím. e Farm. Ltda.
Rod. Régis Bittencourt, km 286 - Itapecerica da Serra – SP
CNPJ 60.831.658/0021-10
Indústria Brasileira
SAC 0800 703 0014