Difosfato de Cloroquina (Comprimido 150 mg) (Bula do profissional de saúde)
CRISTÁLIA PRODUTOS QUÍMICOS FARMACÊUTICOS LTDA.
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
difosfato de cloroquina
Comprimido 150 mg
Medicamento genérico Lei 9.787, de 1999
FORMA FARMACÊUTICA E DE APRESENTAÇÃO:
Comprimido revestido
Embalagem com 10 e 200 comprimidos
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO (acima de 1 ano)
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido contém:
difosfato de cloroquina (equivalente a 150 mg de cloroquina base) | 250 mg |
excipientes q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: lactose1 monoidratada, povidona, dióxido de silício, croscarmelose sódica, silicato de magnésio, estearato de magnésio, hipromelose, macrogol, dióxido de titânio, óxido de ferro vermelho e óxido de ferro amarelo.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AO PROFISSIONAL DE SAÚDE2
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
A cloroquina é uma 4-aminoquinolina com rápida atividade esquizonticida para todas as espécies de Plasmodium e gametocida para P. vivax, P. malariae e P. ovale, sendo eficaz contra as formas eritrocíticas destas três espécies. Não é eficaz contra P. falciparum e não tem atividade contra os estágios hepáticos primários ou latentes dos parasitos. A cloroquina tem efeito tóxico direto sobre trofozoítos de E. histolytica, se concentrando no fígado3, sendo utilizada para tratar abscesso4 hepático amebiano. A cloroquina é ineficaz para a amebíase intestinal, pois alcança baixas concentrações no lúmen5 e na parede do cólon6, sendo absorvida pelo intestino delgado7. A cloroquina é bem absorvida a partir do trato gastrointestinal. A distribuição do fármaco8 é relativamente lenta em um volume aparentemente muito grande (> 100 L/Kg). A cloroquina liga-se moderadamente (60%), às proteínas9 plasmáticas e sofre apreciável biotransformação através das enzimas CYP hepáticas10. A depuração renal11 de cloroquina corresponde a cerca de metade da sua depuração sistêmica total.
A cloroquina exibe em adultos e crianças uma farmacocinética complexa, de modo que os níveis plasmáticos do fármaco8 logo após sua administração são determinados pela velocidade de distribuição e não pela de eliminação. Por causa da extensa ligação com os tecidos, é necessária uma dose de ataque para obter concentrações plasmáticas eficazes. A meia-vida da cloroquina aumenta de poucos dias para semanas, à medida que os níveis plasmáticos declinam. A meia-vida terminal varia de 30 a 60 dias e vestígios do fármaco8 podem ser encontrados na urina12, durante anos após o uso terapêutico.
Além de seu efeito antiparasitário, a cloroquina tem ação antipirética e anti-inflamatória.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
A eficácia da cloroquina declinou nas regiões do mundo onde emergiram cepas13 de P. falciparum relativa ou absolutamente resistentes à sua ação. A cloroquina é muito eficaz na profilaxia e/ou no tratamento de ataques agudos de malária, causadas por P. vivax, P. ovale e P. malariae, exceto em áreas onde se descrevem cepas13 de P. vivax resistentes à sua ação. A cloroquina não tem atividade contra estágios hepáticos primários ou latentes dos parasitas. Para prevenir as recaídas nas infecções14 por P. vivax e P. ovale, se pode administrar primaquina juntamente com a cloroquina. A cloroquina não é tão eficaz quanto o metronidazol para o tratamento da amebíase hepática15, devendo ser utilizada somente quando o metronidazol ou outro composto nitroimidazólico está contraindicado ou indisponível.
INDICAÇÕES
A cloroquina é indicada para profilaxia e tratamento de ataque agudo16 de malária causado por P. vivax, P. ovale e P. malarie. Também está indicada no tratamento de amebíase hepática15, e em conjunto com outros fármacos, têm eficácia clínica na artrite reumatoide17, no lúpus18 eritematoso19 sistêmico20 e lúpus18 discoide, na sarcoidose21 e nas doenças de fotossensibilidade como a porfiria22 cutânea23 tardia e as erupções polimórficas graves desencadeadas pela luz.
CONTRAINDICAÇÕES
A cloroquina não é recomendada para tratar indivíduos com epilepsia24 ou miastenia25 gravis, devendo ser usada com cautela na presença de doença hepática15, distúrbios gastrointestinais, neurológicos e sanguíneos. Em casos raros, pode causar hemólise26 em pacientes com deficiência de glicose27-6- fosfato-desidrogenase. A cloroquina não deve ser prescrita a pacientes com psoríase28 ou outra doença esfoliativa, devido às reações graves que pode provocar. Não deve ser usada para tratar malária em pacientes com porfiria22 cutânea23 tardia.
MODO DE USAR E CUIDADOS DE CONSERVAÇÃO DEPOIS DE ABERTO
O comprimido deve ser ingerido com água.
Este medicamento deve ser guardado em temperatura ambiente, entre 15 e 30°C, protegido da luz e umidade.
POSOLOGIA
O comprimido contém 250 mg de difosfato de cloroquina, o que corresponde a 150 mg de cloroquina base. A dose máxima total para adultos e crianças deve ser de 25 mg/Kg de peso, não devendo ultrapassar a dose total de 1.500 mg no decorrer de três dias de tratamento.
No tratamento agudo16 da malária (P. vivax)
Um regime farmacocineticamente adequado consiste em administrar uma dose inicial de 10 mg de base/Kg de peso, seguida de 5 mg/Kg seis a oito horas após e 5 mg/Kg em cada um dos dois dias seguintes. Outro regime mais prático, utilizado em muitas áreas, consiste em 10 mg de base/Kg de peso no primeiro dia, seguido de 7,5 mg/Kg no segundo e terceiro dias. Ambos os regimes correspondem a uma dose total de 25 mg/Kg de peso (1.500 mg de base para um adulto de 60 Kg).
É apresentado abaixo um esquema geral de tratamento:
Crianças:
- 1 a 2 anos - um comprimido por via oral em um dia (dose única).
- 3 a 6 anos - um comprimido por via oral a cada dia, durante três dias.
- 7 a 11 anos - dois comprimidos por via oral no primeiro dia, um comprimido e meio no segundo e no terceiro dia.
Pacientes com 15 anos ou acima: quatro comprimidos no primeiro dia, três comprimidos no segundo e no terceiro dia.
O tratamento da malária causada por P. vivax e P. ovale com cloroquina deve ser associado com a primaquina pelo seu efeito hipnozoiticida: 0,25 mg de primaquina base/Kg de peso, diariamente por 14 dias ou, alternativamente, na dose de 0,50 mg de base/Kg de peso durante sete dias.
No tratamento do lúpus18 eritematoso19 e artrite reumatoide17:
Adultos: até 4 mg de cloroquina base/Kg de peso ao dia durante um a seis meses, dependendo da resposta do tratamento.
Na amebíase hepática15:
Adultos: 600 mg de cloroquina base no primeiro e no segundo dias, seguidos de 300 mg/dia, por duas a três semanas. A dose pode ser aumentada, ou o esquema pode ser repetido, se necessário.
Crianças: 10 mg/Kg/dia de cloroquina base durante 10 dias ou a critério médico.
ADVERTÊNCIAS
A cloroquina é um fármaco8 que apresenta estreita margem de segurança e uma dose única de 30 mg/Kg pode ser fatal. Os pacientes que recebem tratamento com cloroquina em altas doses em longo prazo, devem ser submetidos às avaliações oftalmológicas e neurológicas a cada 3 ou 6 meses. A dose pode ser ajustada na insuficiência renal29.
Não utilize o difosfato de cloroquina se tiver conhecimento de hipersensibilidade ao difosfato de cloroquina ou a qualquer componente da formulação.
Este medicamento contém lactose1.
Usos em idosos, crianças e outros grupos de risco
Uso na gravidez30, lactação31 e infância: a cloroquina é uma droga considerada isenta de riscos para estes casos quando utilizada nas doses recomendadas. Não há relatos de níveis tóxicos da droga no leite materno. No entanto, deve ser administrada sob orientação médica.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
A cloroquina interage com uma variedade de fármacos. Não deve ser administrada concomitantemente com mefloquina, por aumentar o risco de convulsões. O mesmo é válido para a associação da cloroquina com anticonvulsivantes, pois a cloroquina se opõe à ação dos mesmos. A associação da cloroquina com amiodarona ou halofantrina aumenta o risco de arritmias32 ventriculares. A cloroquina aumenta o risco de toxicidade33 da digoxina e ciclosporina. Deve ser evitado o uso da cloroquina com antiácidos34 à base de trissilicato de magnésio e produtos contendo caolim e pectina, pois provocam diminuição da absorção do medicamento. O uso concomitante com ouro ou fenilbutazona deve ser evitado, devido à tendência de provocar dermatite35. A cloroquina pode interferir na imunogenicidade de certas vacinas.
REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
A toxicidade33 aguda por cloroquina é mais frequente quando administrada muito rapidamente por via parenteral. As manifestações tóxicas estão relacionadas com efeitos cardiovasculares (hipotensão36, vasodilatação, supressão da função miocárdica, arritmias32 cardíacas, parada cardíaca), e do SNC37 (confusão, convulsões e coma38). As doses terapêuticas usadas no tratamento oral podem causar cefaleia39, irritação do trato gastrointestinal, distúrbios visuais e urticária40. Doses diárias altas (> 250 mg), resultando em doses cumulativas de mais de 1 g/Kg de cloroquina base, podem resultar em retinopatia e ototoxicidade41 irreversíveis. O tratamento prolongado com altas doses também pode causar miopatia42 tóxica, cardiopatia e neuropatia periférica43, visão44 borrada, diplopia45, confusão, convulsões, erupções, quineloides na pele46, embranquecimento dos cabelos, alargamento do complexo QRS e anormalidade da onda T, porém com a interrupção do fármaco8 estas reações diminuem. Em casos raros podem ocorrer hemólise26 e discrasias sanguíneas.
SUPERDOSE
O envenenamento por cloroquina é extremamente perigoso e a ingestão de uma única dose de 1.500 mg pode ser fatal em poucas horas. O principal efeito de superdosagem é a toxicidade33 cardiovascular, com hipotensão arterial47, arritmia48 cardíaca e parada cardíaca irreversível. A overdose pode provocar raramente distúrbios neuropsiquiátricos.
No caso de superdosagem, poucas horas após a administração excessiva oral, esvaziar o estômago49 por indução de vômitos50 ou por lavagem gástrica51, o mais rápido possível. Caso contrário, se o atendimento médico não for imediato, o tratamento deve ser sintomático52 e dirigido particularmente para manter as funções cardiovasculares e respiratórias, podendo-se administrar líquidos intravenosos vasopressores para a hipotensão36.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
USO SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
VENDA PROIBIDA AO COMÉRCIO
MS Nº 1.0298.0418
Farm. Resp.: Dr. José Carlos Módolo – CRF-SP N.º 10.446
Registrado por:
CRISTÁLIA Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda.
Rod. Itapira-Lindóia, km 14 Itapira - SP
CNPJ N.º 44.734.671/0001-51 – Indústria Brasileira
Distribuído por:
Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde2/Laboratório Farmacêutico do Estado do Rio Grande do Sul - LAFERGS
Avenida Ipiranga, 5400 - Anexo53 1 - Jardim Botânico Porto Alegre/RS
CNPJ nº 00689359/0004-60
Indústria Brasileira
SAC 0800 7011918