Transamin (Solução injetável) (Bula do profissional de saúde)
ZYDUS NIKKHO FARMACÊUTICA LTDA
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Transamin®
ácido tranexâmico
Solução Injetável
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Solução Injetável de 50 mg/mL
Embalagem contendo 5 ampolas com 5 mL.
VIA ENDOVENOSA
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO:
Cada mL de Transamin® solução injetável contém:
ácido tranexâmico | 50 mg |
veículo q.s.p. | 1 mL |
Veículo: água para injeção1.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SÁUDE:
INDICAÇÕES
Transamin® é destinado ao controle e profilaxia de hemorragias2 provocadas por hiperfibrinólise e ligadas a várias áreas, como cirurgias cardíacas, ortopédicas, ginecológicas, obstétricas, otorrinolaringológicas, odontológicas, urológicas e neurológicas; em pacientes hemofílicos e nas hemorragias2 digestivas e das vias aéreas.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Hemorragia3 digestiva: Metanálise de estudos com o ácido tranexâmico em pacientes com hemorragia digestiva alta4 demonstrou que ele está associado, quando comparado a placebo5, a reduções de 20 a 30% da taxa de recidiva6 do sangramento; 30 a 40% da necessidade de cirurgias e 40% da taxa de mortalidade7. Cirurgia ortopédica: Em estudo controlado com placebo5, pacientes submetidos à artroplastia total do joelho receberam ácido tranexâmico, na dose de 15 mg/kg, por infusão endovenosa, antes da retirada do torniquete e, posteriormente, 10 mg/kg, pela via endovenosa, 3–4 h e 6–7 h após o término da cirurgia. Foi observada uma redução de 65,9% do sangramento pós-operatório, em relação ao observado com placebo5. Ginecologia/obstetrícia: Setenta e três pacientes apresentando descolamento prematuro da placenta foram tratadas com ácido tranexâmico antes da cesariana. Destas, 67 receberam 1 g, pela via endovenosa, imediatamente antes do parto e 6, em fases mais precoces da gestação e com sintomas8 menos intensos, receberam tratamento oral, com 4 g/dia, até o parto. A taxa de mortalidade7 perinatal foi de 8% e não foi observado nenhum caso de fibrinólise9 severa, trombose10 ou óbito11 materno.
Urologia: Em estudo placebo5-controlado, com 63 pacientes submetidos à prostatectomia, a administração endovenosa de 2 g/dia de ácido tranexâmico reduziu o sangramento pós-operatório em 45%, quando comparado ao placebo5.
Transplante hepático: Estudo duplo-cego12 randomizado13 foi realizado com 45 pacientes submetidos a transplante hepático primário e ao uso de dipiridamol e heparina nas primeiras 24 h do pós-operatório. A infusão venosa de 40 mg/kg/h de ácido tranexâmico, até a dose máxima 20 g, durante a cirurgia reduziu significativamente a perda sanguínea pós-operatória média e a média de unidades de hemoderivados transfundidas, em relação ao placebo5: 800 mL vs 1200 mL e 20,5 vs 43,5, respectivamente.
Cirurgia cardíaca: Duzentos e dez pacientes submetidos à cirurgia cardíaca com circulação14 extra-corpórea foram randomizados, em estudo duplo-cego12, para receberem infusão de 10 g de ácido tranexâmico, por 20 minutos, após a indução anestésica, ou placebo5. A perda sanguínea pós-operatória média foi de 474 ± 24 mL, no grupo tratado (n=104), e 906 ± 51 mL, no grupo placebo5 (n=106).
Referências Bibliográficas
Dunn, C.J. e Goa, K.L. – Tranexâmic Acid: a review of its use in surgery and other indications. Drugs; 57(6): 1005–1032, 1999. Wellington, K. e Wagstaff, A.J. – Tranexamic Acid: A review of its use in the management of menorrhagia. Drugs; 63(13): 1417–1433, 2003. Daiichi Pharmaceutical Co. Ltd. – Monograph of Tranexemic Acid. Adis International Ltd. Ed., Osaka, 2001.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Farmacodinâmica
O efeito antifibrinolítico15 do ácido tanexâmico é devido à formação, reversível, do complexo ácido tranexâmico - plasminogênio. Embora os demais sítios de ligação da lisina, no plasminogênio, tenham baixa afinidade [constante de dissociação (Kd) = 750 μmol/L], pelo menos um apresenta alta afinidade com o ácido tranexâmico [Kd = 1,1 μmol/L]. Assim, devido à sua ligação preferencial, o ácido tranexâmico ocupará os sítios de ligação da lisina, antes que ocorra a interação do plasminogênio e da cadeia pesada de plasmina com os monômeros de fibrina16. Este processo retarda a fibrinólise9, já que, embora a plasmina esteja presente, encontra-se bloqueada pelo ácido tranexâmico e incapaz de promover a lise17 da fibrina16, preservando o coágulo18.
Pelo exposto, observa-se que o ácido tranexâmico atua em etapa posterior àquelas envolvidas na cascata de coagulação19, não interferindo na mesma ou nos demais parâmetros da coagulação19, tais como contagem de plaquetas20, tempo de protrombina21 e tempo parcial de tromboplastina22.
Farmacocinética
Nas concentrações plasmáticas terapêuticas (5 a 10 mg/L), o ácido tranexâmico é amplamente distribuído no organismo e apenas 3% encontram-se ligados a proteínas23, sendo em quase totalidade ao plasminogênio.
A principal via de excreção do ácido tranexâmico é renal24. A eliminação, após administração endovenosa, é triexponencial e mais de 95% de cada dose são excretados in natura na urina25: aproximadamente 30% da dose são excretados durante a primeira hora; a excreção total aumenta para 45%, após 3 horas, e, após 24 horas, aproximadamente 90% da dose encontram-se já excretados. A meia-vida de eliminação é de, aproximadamente, 80 minutos. O clearance plasmático é de, aproximadamente, 7 L/h.
O ácido tranexâmico atravessa a barreira hematencefálica e foi localizado, também, no líquido e em membranas sinoviais.
O ácido tranexâmico atravessa a barreira placentária e foi observado em concentração significativa no sangue do cordão umbilical26. Entretanto, não há relatos da significância clínica deste achado sobre o feto27. A excreção no leite é baixa, representando apenas 1% da concentração plasmática, e sem consequências para o lactente28. Uma concentração de 200 mg/L foi obtida na saliva, 30 minutos após bochechos com uma solução a 5%, durante 2 minutos, embora, nestas condições, a concentração plasmática tenha sido de, apenas, 2 mg/L.
CONTRAINDICAÇÕES
Transamin® é contraindicado em portadores de coagulação19 intravascular29 ativa, vasculopatia oclusiva aguda e em pacientes com hipersensibilidade aos componentes da fórmula.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres que estejam amamentando sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS
Específicas ao produto
Transamin® injetável deve ser administrado estritamente pela via endovenosa (vide item Reações Adversas). A administração endovenosa deverá ser o mais lenta possível, devendo sempre ser respeitada a velocidade máxima de infusão de 50 mg/min (vide item Reações Adversas). Transamin® injetável pode ser administrado em infusão venosa ou, dependendo da gravidade, injetado diretamente na veia, sem qualquer diluição, na velocidade máxima de infusão de 50 mg/min. Entretanto, para todos os casos, recomenda-se que a administração seja feita isoladamente. Não associar nenhum outro medicamento a Transamin® injetável, nem administrá-lo no mesmo equipo em que já esteja sendo administrado outro medicamento (vide item Interações Medicamentosas). Para o preparo de soluções para infusão venosa, Transamin® injetável deve ser diluído em soro30 fisiológico31 isotônico32, glicose33 isotônica34, frutose35 a 20%, Dextran 40, Dextran 70 ou solução de Ringer. O volume para diluição dependerá da necessidade de reposição/restrição hídrica do paciente, sendo, então, a critério médico. Entretanto, deverá sempre ser respeitada a velocidade máxima de infusão de 50 mg/min. O ácido tranexâmico é uma molécula estável e, quando mantidas as condições de esterilidade36, a solução preparada poderá ser utilizada pelo tempo necessário à infusão.
Gerais
Pacientes com histórico de tromboembolismo37, ou com fatores predisponentes para tal, devem ser cuidadosamente acompanhados. Não se recomenda a utilização deste medicamento em hemorragias2 secundárias à coagulação19 intravascular29 disseminada, a menos que, confirmadamente, sejam por distúrbios do sistema fibrinolítico38. Nestes casos e sob estrita supervisão, pode ser necessário o uso concomitante de anticoagulantes39. O ácido tranexâmico inibe a lise17 de coágulos, inclusive daqueles intravasculares40. Portanto, pacientes apresentando hematúria41 devem ser cuidadosamente acompanhados, devido ao risco de obstrução renal24 e das vias urinárias pelos coágulos. Pacientes que necessitem utilizar o ácido tranexâmico por longos períodos devem ser periodicamente avaliados e em caso de dificuldade para identificação das cores, o medicamento deve ser descontinuado (vide item Reações Adversas).
Populações especiais
Idosos: Não há advertências ou recomendações especiais, sobre a utilização deste medicamento em idosos.
Insuficiência Renal42: A excreção do ácido tranexâmico é renal24. Portanto, na insuficiência renal42, as doses devem ser ajustadas (vide item Posologia) e o tratamento deve ser sob estrita supervisão.
Gravidez43 e Lactação44
Estudos experimentais não demonstraram efeitos teratogênicos45, mutagênicos ou sobre a fertilidade, com a utilização do ácido tranexâmico. Entretanto, o ácido tranexâmico atravessa a barreira placentária e a experiência clínica com sua utilização em gestantes é limitada. Portanto, este medicamento deve ser utilizado na gestação com cautela e sob estrita supervisão. Não se recomenda sua utilização no primeiro trimestre da gestação. Categoria de risco na gravidez43: B
Lactantes46: Apenas 1% da concentração plasmática do ácido tranexâmico é excretada no leite materno e, em doses terapêuticas, são improváveis efeitos sobre o lactente28. Mesmo assim, durante a lactação44, este medicamento deve ser utilizado sob orientação.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres que estejam amamentando sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Foram observadas turvação e precipitação de soluções de ácido tranexâmico, quando associadas a alguns medicamentos. Como não há relatos sobre a interação com todos aqueles utilizados na prática médica, recomenda-se, então, não associar nenhum outro medicamento a Transamin® injetável, nem administrá-lo no mesmo equipo em que já esteja sendo administrado outro medicamento.
O ácido tranexâmico pode ser utilizado durante a heparinoterpia.
Não foram observadas alterações nos resultados de exames laboratoriais com a utilização do ácido tranexâmico.
A farmacocinética do ácido tranexâmico não se modifica na presença de alimentos.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Transamin® deve ser guardado na sua embalagem original, ao abrigo do calor excessivo (temperatura entre 15° e 30°C), umidade e luz solar direta. Nestas condições, este medicamento possui prazo de validade de 24 (vinte e quatro) meses, a partir da data de fabricação.
Número do lote, data de fabricação e prazo de validade: vide embalagem externa.
Não use medicamento com prazo de validade vencido.
Para sua segurança, mantenha o medicamento na embalagem original.
Depois da embalagem aberta, as ampolas restantes podem ser utilizadas durante seu prazo de validade, desde que mantidos todos os cuidados de conservação e não apresente alteração de seu aspecto.
Características físicas e organolépticas do produto
Transamin injetável é um líquido límpido incolor, livre de partículas estranhas.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO O MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
A dose de Transamin® deve ser ajustada individualmente por paciente. As doses recomendadas devem ser interpretadas como uma diretriz inicial.
Posologia
Adultos:
- Fibrinólise9 local: 500 a 1000 mg por injeção1 endovenosa lenta (50 mg/min) sem diluição, três vezes ao dia. Se o tratamento continuar por mais de 3 dias, recomenda-se o uso da apresentação oral. Alternativamente, após injeção1 endovenosa inicial, o tratamento subsequente pode ser continuado por infusão venosa. Após diluído, pode ser administrado na dose de 25 a 50 mg/kg/dia.
- Fibrinólise9 sistêmica: na coagulação19 intravascular29 disseminada, com ativação predominante do sistema fibrinolítico38, usualmente uma dose única de 1000 mg por injeção1 endovenosa lenta (50 mg/min) é suficiente para controlar o sangramento.
- Neutralização de terapia trombolítica: 10 mg/kg por injeção1 endovenosa lenta (50 mg/min).
Crianças:
- De acordo com o peso corporal: 10 mg/kg/dose, duas a três vezes ao dia.
Insuficiência Renal42: Em pacientes com insuficiência renal42, a dose deve ser corrigida de acordo com a seguinte tabela:
Creatinina47 sérica |
Dose EV |
Frequência |
120 a 150 micromol/L |
10 mg/kg |
2 vezes ao dia |
250 a 500 micromol/L |
10 mg/kg |
1 vez ao dia |
> 500 micromol/L |
5 mg/kg |
1 vez ao dia |
Algumas Indicações e Doses Recomendadas para Adultos:
Prostatectomia: em pacientes de alto risco, a profilaxia e o tratamento da hemorragia3 devem começar durante o período pré-operatório, com TRANSAMIN® injetável, na dose de 25 a 50 mg/kg/dia, seguido de 2 comprimidos, três a quatro vezes ao dia, até que a hematúria41 macroscópica desapareça.
Hemofilia48: no preparo de extrações dentárias, 25 mg/kg/dia.
A dose máxima diária recomendada*, para todas as indicações, é de 3 g/dia. Entretanto, em alguns casos e sob supervisão, poderá ser aumentada até 4,5 g/dia.
(*) Em algumas cirurgias, como, por exemplo, nas cirurgias cardíacas com CEC, nos transplantes hepaticos e cirurgias ortopédicas de grande porte, a dose máxima diária do ácido tranexâmico poderá variar, em acordo com a necessidade do paciente e a experiência profissional individual, ficando, então, a critério médico.
REAÇÕES ADVERSAS
De modo geral, Transamin® injetável é bem tolerado. Entretanto, deve ser administrado estritamente pela via endovenosa. A administração pela via intramuscular pode produzir rabdomiólise49, com mioglobinúria. A administração endovenosa deverá ser o mais lenta possível, devendo sempre ser respeitada a velocidade máxima de infusão de 50 mg/min. A administração endovenosa rápida pode promover náuseas50, vômitos51, hipotensão arterial52 ou bradicardia53.
Outras reações adversas observadas com a utilização do ácido tranexâmico pela via endovenosa, por ordem de incidência54, foram:
Reações comuns (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): náuseas50* e vômitos51*.
Reações incomuns (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento): reações cutâneas55 de hipersensibilidade.
Reações raras (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento): tonteira*, cefaléia56*, alterações da visão57*, hipotensão arterial52* e tromboembolismo37*. Em tratamentos de longo prazo, foi observada, também, dificuldade para identificação das cores**.
(*)Estas reações adversas ocorreram com a utilização de doses elevadas do ácido tranexâmico e desapareceram com a redução das mesmas.
(**) Em caso de dificuldade para identificação das cores, o medicamento deve ser descontinuado.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou à Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
Até o momento, não há relatos de casos de superdose. Entretanto, os sintomas8 podem incluir náuseas50, vômitos51, tonteira, cefaléia56, alteração da visão57 e hipotensão arterial52. É recomendado o aumento da reposição hídrica, com infusão de soluções isotônicas, para aumento da diurese58.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações sobre como proceder.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
Reg. MS nº 1.5651.0045
Farm. Responsável: Dra. Ana Luísa Coimbra de Almeida — CRF/RJ nº 13227
Registrado por:
Zydus Nikkho Farmacêutica Ltda.
C.N.P.J. 05.254.971/0001-81
Estr. Governador Chagas Freitas, 340
Ilha do Governador – RJ
Indústria Brasileira
Fabricado por:
Hypofarma Instituto de Hypodermia e Farmácia Ltda.
Rua Dr. Irineu Marcellini 303, São Geraldo.
Ribeirão das Neves
CEP: 33805-330, Minas Gerais/MG
CNPJ: 17.174.657/0001-78
Indústria Brasileira
SAC 0800 282 9911