Domped (Bula do profissional de saúde)
Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Domped
domperidona
Gotas 5 mg/mL
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Suspensão oral (Gotas)
Frasco gotejador com 10 mL ou 20 mL
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO:
Cada 1 mL (20 gotas) de Domped contém:
domperidona | 5 mg |
veículo q.s.p. | 1 mL |
Veículo: celulose microcristalina, carmelose sódica, metilparabeno, polissorbato 20, propilparabeno, sacarina1 sódica di-hidratada, sorbitol2 e água purificada.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE3
INDICAÇÕES
Este medicamento é destinado ao tratamento de:
- Síndromes dispépticas frequentemente associadas a um retardo de esvaziamento gástrico, refluxo gastroesofágico4 e esofagite5:
- Sensação de empachamento epigástrico, saciedade precoce, distensão abdominal e dor abdominal alta;
- Eructação6 e flatulência;
- Náuseas7 e vômitos8;
- Azia9 e queimação epigástrica com ou sem regurgitação10 de conteúdo gástrico11.
Náuseas7 e vômitos8 de origem funcional, orgânica, infecciosa ou alimentar ou induzidas por radioterapia12 ou tratamento medicamentoso (anti-inflamatórios, antineoplásicos). Uma indicação específica são as náuseas7 e vômitos8 induzidos pelos agonistas dopaminérgicos usados no tratamento da Doença de Parkinson13 como a L-dopa e bromocriptina.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
De Loose realizou um estudo cruzado duplo-cego, controlado por placebo14 e comparativo, em 67 pacientes adultos com dispepsia15 crônica. Os pacientes receberam 10 mg de domperidona, 10 mg de metoclopramida ou de placebo14 4 vezes ao dia durante períodos consecutivos de 2 semanas. A domperidona (91% com resultados bons ou excelentes) foi estatística e significativamente superior à metoclopramida (74% com resultados bons ou excelentes, p < 0,02) e ao placebo14 (31% com resultados bons ou excelentes, p < 0,001) na melhora global dos sintomas16. Além disso, a domperidona foi estatística e significativamente superior ao placebo14 (p ≤ 0,001) para todos os 9 sintomas16 (eructação6, plenitude após uma refeição pesada, incapacidade de terminar uma refeição normal, distensão abdominal, queimação epigástrica, azia9, regurgitações, náuseas7 e vômitos8) e estatística e significativamente superior à metoclopramida (0,001 ≤ p ≤ 0,05) para 7 de 9 sintomas16, excluindo eructação6 e distensão abdominal.
Van de Mierop e colaboradores realizaram um estudo duplo-cego17, controlado por placebo14, em 32 pacientes adultos com dispepsia15 pós-prandial crônica. Os pacientes foram randomizados para receber 20 mg de domperidona (n = 17) ou placebo14 (n = 15) 3 vezes ao dia antes das refeições por 4 semanas. Na avaliação global de eficácia, a domperidona (71% com resultados bons ou excelentes) foi estatística e significativamente superior ao placebo14 (13% com resposta boa ou excelente, p < 0,001). Englert e Schlich conduziram um estudo cruzado de 8 semanas, duplo-cego, controlado por placebo14, em pacientes adultos com dispepsia15 pós-prandial crônica. Os pacientes (n = 48) receberam 10 mg de domperidona ou placebo14 3 vezes ao dia antes das refeições por 4 semanas, antes de serem transferidos à outra medicação em estudo por 4 semanas. A domperidona foi estatística e significativamente superior ao placebo14 (0,001 < p = 0,026) para o alívio de todos os sintomas16 (eructação6, sensação de plenitude após as refeições, distensão abdominal, queimação na parte superior do abdômen, azia9, regurgitação10 ácida, náuseas7 e vômitos8).
De Loore e colaboradores realizaram um estudo duplo-cego17, controlado por placebo14 e ativo, em crianças e lactentes18 que tiveram vômitos8 e regurgitação10 crônicos. Um total de 47 pacientes (3 semanas a 8 anos de idade) foram randomizados para receber 1 gota19/kg de peso corporal 3 vezes por dia antes das refeições de 0,3 mg/gota19 de domperidona, 0,3 mg/gota19 de metoclopramida ou placebo14 por 2 semanas. A domperidona foi estatística e significativamente superior ao placebo14 (p < 0,001) e à metoclopramida (p < 0,05) no controle da náusea20 e vômitos8, após 2 semanas de tratamento.
Clara realizou um estudo duplo-cego17, controlado por placebo14 em crianças que tiveram regurgitação10 excessiva crônica ou vômito21 verdadeiro. Um total de 32 pacientes (2,5 meses a 10 anos de idade) foram randomizados para receber 0,3 mg/gota19 de domperidona ou placebo14 por 4 semanas. Durante as primeiras 2 semanas de tratamento, os pacientes receberam 1 gota19/kg de peso corporal 3 vezes por dia antes das refeições; durante as últimas 2 semanas de tratamento, os pacientes receberam 2 gotas/kg de peso corporal 3 vezes por dia antes das refeições. No final do tratamento, a domperidona foi estatisticamente superior ao placebo14 (p < 0,05) em relação ao desaparecimento de náuseas7 ou ânsia de vômito21, vômitos8 e regurgitação10.
Esseboom e colaboradores realizaram um estudo duplo-cego17, controlado por placebo14 e ativo, para avaliar as náuseas7 e vômitos8 tardios em pacientes adultos com câncer22 de mama23 metastático ou carcinoma24 ovariano avançado que estavam recebendo quimioterapia25 para câncer22 altamente emetogênica. Um total de 60 pacientes (20/grupo) que apresentavam êmese26 totalmente suprimida no dia da quimioterapia25 foram randomizados para receber tratamento em modo cego com 20 mg de domperidona, 8 mg de ondansetrona, ou placebo14 3 vezes por dia durante 5 dias consecutivos após a quimioterapia25. A domperidona (2/20 pacientes sintomáticos) foi estatisticamente superior à ondansetrona (9/20 pacientes sintomáticos, p < 0,05) e ao placebo14 (18/20 pacientes sintomáticos, p < 0,001) no alívio de náuseas7 e vômitos8 tardios em pacientes que estavam recebendo quimioterapia25 para câncer22 altamente emetogênica.
Quinn e colaboradores realizaram um estudo cruzado, cego, controlado por placebo14, em 20 pacientes com parkinsonismo tratados com bromocriptina. Os pacientes receberam 50 mg de domperidona, ou placebo14 3 vezes por dia antes de cada dose de bromocriptina. Os pacientes foram divididos em dois grupos: 1) Grupo A (n = 10) recebeu placebo14, domperidona, placebo14, domperidona, na Fase I, II, III e IV, respectivamente, e 2) Grupo B (n = 10) recebeu domperidona, placebo14, domperidona na Fase I (sem Fase II), III e IV, respectivamente. Os resultados para os pacientes do Grupo A são os seguintes: durante a Fase I (placebo14), 9 de 10 pacientes apresentaram náuseas7 ou náuseas7 e vômitos8; durante a Fase II (domperidona), 7 de 9 pacientes foram protegidos destes eventos gastrintestinais; durante a Fase III (placebo14), 6 de 10 pacientes tiveram náusea20; e durante a Fase IV (domperidona), náusea20 não foi apresentada pelos pacientes que tiveram este evento durante a Fase III. Os resultados para os pacientes do Grupo B são os seguintes: durante a Fase I (domperidona), nenhum paciente apresentou náuseas7, e 1 de 10 pacientes apresentou vômitos8; durante a Fase III (placebo14), 7 de 10 pacientes tiveram náuseas7; durante a Fase IV (domperidona), náusea20 não foi apresentada pelos pacientes que tiveram este evento durante a Fase III.
Referências
- Clara R. Chronic regurgitation and vomiting treated with Domperidone (R 33 812). A multicenter evaluation. Acta Pediatr Belg. 1979; 32:203-207.
- De Loore I, Van Ravensteyn H, Ameryckx L. Domperidone drops in the symptomatic treatment of chronic paediatric vomiting and regurgitation. A comparison with metoclopramide. Postgrad Med J. 1979; 55 (Suppl. 1):40-42.
- De Loose F. Domperidone in chronic dyspepsia: a pilot open study and a multicentre general practice crossover comparison with metoclopramide and placebo14. Pharmatherapeutica 1979; 2:140-146.
- Englert W, Schlich D. A double-blind crossover trial of domperidone in chronic postprandial dyspepsia. Postgrad Med J 1979; 55 (Suppl. 1):28-29.
- Esseboom EU, Rojer RA, Borm JJJ, Statius van Eps LW. Prophylaxis of delayed nausea20 and vomiting after cancer22 chemotherapy. Netherlands J Med. 1995; 47:12-17.
- Quinn N, Illas A, Lhermitte F, Agid Y. Bromocriptine and domperidone in the treatment of Parkinson disease. Neurology. 1981; 31:662-667.
- Van de Mierop L, Rutgeerts B, Van den Langenbergh, Staessen A. Oral domperidone in chronic postprandial dyspepsia: A double-blind placebo14-controlled evaluation. Digestion 1979; 19:244-250.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Os distúrbios digestivos provocados por uma discinesia esôfago27-gastro-duodenal pós-prandial correspondem hoje a uma das síndromes mais frequentes que se apresentam na prática clínica. Pelas suas manifestações funcionais - distensão gástrica, azia9, pirose28 ou mesmo dores epigástricas – esta síndrome29 traduz, frequentemente, uma desarmonia motora do esfíncter30 inferior do esôfago27, das contrações antrais e do ritmo de abertura e fechamento do esfíncter30 pilórico. Consequentemente à sua ação antidopaminérgica, Domped restaura a harmonia rítmica motora do esôfago27, estômago31 e duodeno32, possibilitando a reorganização da sequência das etapas digestivas. Além disso, a domperidona possui potente ação antiemética.
Propriedades farmacodinâmicas
Domped contém domperidona, um antagonista33 da dopamina34 com propriedades antieméticas. A domperidona não atravessa imediatamente a barreira hematoencefálica. Nos usuários de domperidona, especialmente em adultos, os efeitos extrapiramidais são muito raros, mas a domperidona estimula a liberação de prolactina35 a partir da hipófise36. Os seus efeitos antieméticos37 podem ser devidos a uma combinação de um efeito periférico (gastrocinético) com o antagonismo dos receptores dopaminérgicos na zona quimioreceptora de gatilho, que fica fora da barreira hematoencefálica, na área postrema38. Estudos em animais e as baixas concentrações encontradas no cérebro39 indicam um efeito periférico predominante da domperidona nos receptores dopaminérgicos.
Estudos em humanos mostram que a domperidona oral aumenta a pressão esofágica inferior, melhora a motilidade antroduodenal e acelera o esvaziamento gástrico. Não há qualquer efeito sobre a secreção gástrica.
Efeito no intervalo QT/QTc e na eletrofisiologia cardíaca
Conforme estabelecido em guias do ICH-E14, foi realizado um estudo completo de intervalo QT em pacientes saudáveis. Este estudo foi conduzido utilizando as doses supraterapêuticas recomendadas (10 e 20 mg, administrado 4 vezes ao dia) e incluiu um placebo14, um comparador ativo e um controle positivo. Neste estudo observou-se uma diferença máxima do intervalo QTc entre a domperidona e o placebo14 em médias dos mínimos quadrados na alteração em relação ao basal de 3,4 mseg para 20 mg de domperidona administrada 4 vezes ao dia, no Dia 4 e o intervalo de confiança de 90% bicaudal (1,0; 5,9 mseg) não excedeu 10 mseg. O prolongamento no intervalo QT observado neste estudo quando a domperidona foi administrada de acordo com o esquema posológico recomendado, não é clinicamente relevante.
Esta falta de relevância clínica é corroborada pela farmacocinética e pelos dados de intervalo QTc a partir de dois estudos anteriores, os quais envolveram o tratamento de 5 dias com 20 mg e 40 mg de domperidona, administrada 4 vezes ao dia. Os eletrocardiogramas foram gravados antes do estudo, 1 hora após a dose da manhã (aproximadamente no tmáx) no Dia 5 e 3 dias após. Em ambos estudos, não foi observada diferença no intervalo QTc entre o tratamento ativo e o placebo14. Portanto, foi concluído que a administração de doses diárias de 80 e 160 mg de domperidona não teve efeito clinicamente significativo no intervalo QTc de pacientes saudáveis.
Lactentes18 e crianças ≤ 12 anos de idade
Foi realizado um estudo prospectivo40 multicêntrico, duplo-cego, randomizado41, controlado por placebo14 e de grupos paralelos para avaliação da segurança e eficácia da domperidona em 292 crianças com gastroenterite42 aguda com idade entre 6 meses e 12 anos (idade mediana de 7 anos). Além da terapia de reidratação oral (TRO), pacientes randomizados receberam suspensão oral de domperidona a 0,25 mg/kg (até um máximo de 30 mg de domperidona/dia) ou placebo14, 3 vezes ao dia, por até 7 dias. Este estudo não alcançou o objetivo principal, que foi demonstrar que a suspensão de domperidona mais TRO é mais eficaz do que placebo14 mais TRO na redução da porcentagem de indivíduos sem episódios de vômito21 durante as primeiras 48 horas após a primeira administração do tratamento.
Propriedades farmacocinéticas
Absorção: Em pacientes em jejum, a domperidona é rapidamente absorvida após administração oral, com concentrações plasmáticas máximas ocorrendo aproximadamente 60 minutos após administração.
A baixa biodisponibilidade absoluta da domperidona oral (aproximadamente 15%) é devida a um extenso metabolismo43 na primeira passagem pela parede intestinal e fígado44. Apesar da biodisponibilidade da domperidona ser aumentada nos indivíduos normais quando tomada após as refeições, pacientes com queixas gastrintestinais devem tomar a domperidona 15-30 minutos antes das refeições. A redução da acidez gástrica45 altera a absorção da domperidona. A biodisponibilidade oral de domperidona é diminuída pela administração prévia e concomitante de cimetidina e bicarbonato de sódio. O tempo do pico de absorção é ligeiramente retardado e a AUC46 levemente aumentada quando o medicamento é tomado por via oral após as refeições.
Distribuição: A ligação a proteínas47 plasmáticas da domperidona é de 91-93%. Os estudos de distribuição com o fármaco48 radio49 marcado em animais mostrou uma ampla distribuição tecidual, mas baixas concentrações no cérebro39. Pequenas quantidades do medicamento atravessam a placenta em ratas.
Metabolismo43: A domperidona sofre um rápido e extenso metabolismo43 hepático pela hidroxilação e N-dealquilação. Experimentos do metabolismo43 “in vitro” com inibidores diagnósticos revelaram que o CYP3A4 é a principal forma do citocromo P-450 envolvida na N-dealquilação da domperidona, enquanto que o CYP3A4, o CYP1A2 e o CYP2E1 estão envolvidos na hidroxilação aromática da domperidona.
Excreção: As excreções urinária e fecal são respectivamente de 31 e 66% da dose oral. A proporção de medicamento excretado inalterado é pequena (10% da excreção fecal e aproximadamente 1% da excreção urinária). A meia-vida plasmática após a dose oral única é 7-9 horas em indivíduos saudáveis, mas é prolongada em pacientes com insuficiência renal50 severa.
Insuficiência hepática51: Em indivíduos com insuficiência hepática51 moderada (escore de Pugh 7 a 9 e Child-Pugh B), a AUC46 e a Cmáx de domperidona é 2,9 e 1,5 vezes maiores, respectivamente, quando comparadas a indivíduos saudáveis. A fração não ligada é aumentada em 25% e a meia-vida de eliminação terminal é prolongada de 15 para 23 horas. Indivíduos com insuficiência hepática51 leve tem menor exposição sistêmica do que indivíduos saudáveis, baseando na Cmáx e AUC46, sem alteração na ligação às proteínas47 plasmáticas ou na meia-vida terminal. Indivíduos com insuficiência hepática51 severa não foram estudados (vide “Contraindicações”).
Insuficiência renal50: Em pacientes com insuficiência renal50 grave (creatinina52 sérica > 6 mg/100 mL ou >0,6 mmol/L53) a meia-vida de domperidona aumenta de 7,4 para 20,8 horas, mas os níveis plasmáticos do medicamento foram inferiores aos de voluntários com função renal54 normal. Uma pequena quantidade inalterada é excretada pela via renal54 (aproximadamente 1%) (vide “Posologia e Modo de Usar”).
Dados pré-clínicos
Em dose alta e tóxica para as ratas mães de 200 mg/kg/dia, foram observados efeitos teratogênicos55 nos ratos (anormalidades dos órgãos, tais como anoftalmia, microftalmia e deslocamento da artéria56 subclávia). A significância clínica desses achados é desconhecida. Não foi observada teratogenicidade em camundongos e coelhos.
Estudos eletrofisiológicos “in vitro” e “in vivo” mostraram que a domperidona, em concentrações altas, pode prolongar o intervalo QTc.
Em ratos jovens um nível sem eventos adversos observados de 10 mg/kg foi observado após a administração de 30 dias de doses intraperitoniais repetidas, uma vez ao dia. Doses únicas intraperitoniais ou intravenosas mostraram valores de DL50 similares (intervalo médio 53-76 mg/kg) tanto em ratos juvenis como em adultos.
CONTRAINDICAÇÕES
Domped é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida à domperidona ou a qualquer um dos excipientes. Domped não deve ser utilizado sempre que a estimulação da motilidade gástrica possa ser perigosa, por exemplo, na presença de hemorragia57 gastrintestinal, obstrução mecânica ou perfuração. Domped também é contraindicado em pacientes com tumor58 hipofisário secretor de prolactina35 (prolactinoma).
A administração concomitante de Domped com inibidores potentes do CYP3A4 que demonstraram causar um prolongamento do intervalo QT, tais como claritromicina, eritromicina, itraconazol, cetoconazol oral, posaconazol, ritonavir, saquinavir, telitromicina, telaprevir e voriconazol, é contraindicada (vide “Advertências e Precauções” e “Interações Medicamentosas”).
Domped é contraindicado em pacientes com insuficiência hepática51 moderada ou severa (vide “Características Farmacológicas – Propriedades Farmacocinéticas).
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Efeitos cardíacos
Estudos epidemiológicos mostraram que a domperidona pode estar associada a um risco aumentado de arritmias59 ventriculares graves ou morte cardíaca súbita (vide “Reações Adversas”). Esses estudos sugerem que este risco aumentado pode ser maior em pacientes com mais de 60 anos de idade ou em pacientes tomando doses orais maiores que 30 mg por dia. Portanto, Domped deve ser usado com cautela em pacientes idosos.
Devido ao aumento do risco de arritmia60 intraventricular, não é recomendado o uso de Domped em pacientes apresentando prolongamento conhecido dos intervalos de condução cardíaca, particularmente do intervalo QTc, em pacientes com distúrbios eletrolíticos significativos (hipocalemia61, hipercalemia62, hipomagnesemia), ou bradicardia63, ou em pacientes com doenças cardíacas subjacentes, tais como insuficiência cardíaca congestiva64.
Distúrbios eletrolíticos (hipocalemia61, hipercalemia62, hipomagnesemia) e bradicardia63 são condições conhecidas por aumentarem o risco pró-arrítmico.
O tratamento com Domped deve ser interrompido se sinais65 ou sintomas16 que podem estar associados à arritmia60 cardíaca ocorrerem e os pacientes devem contatar o médico imediatamente.
Potencial para interação medicamentosa
A principal via metabólica da domperidona é através da CYP3A4. Os dados em humanos e “in vitro” mostram que o uso concomitante de medicamentos que inibem significativamente esta enzima66 pode resultar em aumento dos níveis plasmáticos de domperidona. A coadministração de domperidona com inibidores potentes da CYP3A4, que demonstraram causar prolongamento do intervalo QT, é contraindicado (vide “Contraindicações”).
Deve-se ter cautela quando domperidona é coadministrada com inibidores potentes da CYP3A4 que não demonstraram causar prolongamento do intervalo QT, tais como indinavir, e os pacientes devem ser monitorados de perto para sinais65 e sintomas16 de reações adversas (vide “Reações Adversas”). Deve-se ter cautela quando domperidona é coadministrada com medicamentos que demonstraram causar prolongamento do intervalo QT, e os pacientes devem ser monitorados de perto para sinais65 e sintomas16 de reações adversas cardiovasculares (vide “Reações Adversas”). Exemplos incluem:
- Antiarrítmicos classe IA (exemplos: disopiramida e quinidina)
- Antiarrítmicos classe III (exemplos: amiodarona, dofetilida, dronedarona, ibutilida e sotalol)
- Certos antipsicóticos (exemplos: haloperidol, pimozida e sertindol)
- Certos antidepressivos (exemplos: citalopram e escitalopram)
- Certos antibióticos (exemplos: levofloxacino e moxifloxacino)
- Certos agentes antifúngicos (exemplo: pentamidina)
- Certos agentes antimaláricos67 (exemplo: halofantrina)
- Certos medicamentos gastrintestinais (exemplo: dolasetrona)
- Certos medicamentos contra câncer22 (exemplos: toremifeno e vandetanibe)
- Outros medicamentos (exemplos: bepridil e metadona) A listagem anterior é representativa e não exaustiva.
Antiácidos68 ou agentes antissecretores não devem ser tomados simultaneamente com Domped, uma vez que eles reduzem a biodisponibilidade oral da domperidona. Quando usados concomitantemente, Domped deve ser tomado antes das refeições e antiácidos68 ou agentes antissecretores, após as refeições.
Informações importantes sobre um dos componentes do medicamento
A suspensão oral contém sorbitol2 e pode ser inadequada para pacientes69 com intolerância ao SORBITOL2.
Efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas
Foram observadas tontura70 e sonolência com o uso de domperidona (vide “Reações Adversas”). Portanto, pacientes devem ser aconselhados a não dirigir veículos ou operar máquinas ou se envolver em outras atividades que necessitam de estado de alerta mental ou coordenação, até que seja estabelecido como Domped afeta esses pacientes.
Gravidez71 e Lactação72
Existem dados pós-comercialização limitados quanto ao uso de domperidona em gestantes. Um estudo em ratas mostrou toxicidade73 reprodutiva em uma dose alta, tóxica para a mãe.
O risco potencial em humanos é desconhecido. Portanto, Domped deve ser usado durante a gravidez71 apenas quando justificado pelo benefício terapêutico antecipado.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
A quantidade de domperidona que poderia ser ingerida por um lactente74 através do leite materno é baixa. A dose máxima relativa para o lactente74 (em %) é estimada como 0,1% do peso materno ajustado à dose. Não se sabe se isto é nocivo ao recém-nascido. Por essa razão a amamentação75 não é recomendável às mulheres que estão tomando Domped.
Categoria C – Não há estudos adequados em mulheres. Em experiências animais ocorreram alguns efeitos colaterais76 no feto77, mas o benefício do produto pode justificar o risco potencial durante a gravidez71.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
A principal via metabólica da domperidona é através do CYP3A4. Dados “in vitro” e em humanos demonstram que o uso concomitante de fármacos que inibem esta enzima66 de forma significativa pode resultar em níveis plasmáticos elevados de domperidona.
Quando a domperidona foi coadministrada com inibidores potentes da CYP3A4 que demonstraram causar prolongamento do intervalo QT, foram observadas alterações clinicamente significativas nos intervalos QT. Portanto, a coadministração de domperidona com certos medicamentos é contraindicada (vide “Contraindicações”).
Deve-se ter cautela quando domperidona é coadministrada com inibidores potentes da CYP3A4 que não demonstraram causar prolongamento do intervalo QT ou medicamentos que demonstraram causar prolongamento do intervalo QT (vide “Advertências e Precauções”).
A administração concomitante de medicamentos anticolinérgicos (exemplos: dextrometorfano, difenidramina) pode antagonizar o efeito antidispéptico de Domped.
Teoricamente, como o Domped tem um efeito gastrocinético, ele pode influenciar na absorção de fármacos administrados concomitantemente por via oral, particularmente aqueles com liberação prolongada ou formulações com comprimidos de liberação entérica. Contudo, em pacientes já estabilizados num tratamento com digoxina ou paracetamol, o uso simultâneo da domperidona não influencia os níveis sanguíneos destes medicamentos.
Domped pode também ser administrado com:
- neurolépticos78, pois a ação deles não é potencializada.
- agonistas dopaminérgicos (bromocriptina, L-dopa), cujos efeitos periféricos indesejáveis, como distúrbios digestivos, náuseas7 e vômitos8, são suprimidos sem neutralização das suas propriedades centrais.
Interação com alimentos: É recomendado o uso de Domped antes das refeições. Se ele for tomado após as refeições, a absorção do medicamento será retardada.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Domped deve ser conservado em temperatura ambiente (15–30°C), protegido da luz e umidade. Domped tem validade de 24 meses a partir da data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas do produto
Domped é apresentado na forma de suspensão oral de coloração branca, homogênea, com sabor levemente adocicado.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Domped deve ser administrado por via oral. Agite antes de usar.
Abra o frasco, inverta e aperte para obter o número de gotas recomendado pelo médico. Tampe o gotejador ao final do uso.
Nota: É recomendado o uso de Domped antes das refeições. Se ele for tomado após as refeições, a absorção do medicamento será retardada;
Síndromes dispépticas
Adultos e adolescentes ≥ 12 anos de idade e com peso ≥ 35 kg e crianças < 12 anos e com peso ≥ 35 kg:
A dose de Domped deve ser a menor dose eficaz para a situação individual (tipicamente 30 mg/dia) e pode ser aumentada, se necessário, a uma dose diária oral máxima de 40 mg.
Geralmente, a duração máxima de tratamento não deve exceder uma semana para o tratamento de náusea20 aguda e vômito21. Se a náusea20 ou o vômito21 persistirem por mais de uma semana, o paciente deverá consultar seu médico.
Para as outras indicações, a duração inicial do tratamento é de até quatro semanas. Se o tratamento exceder quatro semanas, os pacientes e a necessidade de continuação do tratamento devem ser reavaliados.
- 10 mg (40 gotas da suspensão) 3 vezes ao dia, 15 a 30 minutos antes das refeições e, se necessário, 10 mg ao deitar, respeitando a dose diária máxima de 40 mg (160 gotas ou 8 mL).
Adultos e adolescentes ≥ 12 anos de idade e com peso < 35 kg:
A dose de Domped deve ser a menor dose eficaz. A dose diária total é dependente do peso corpóreo. Geralmente, a duração máxima de tratamento não deve exceder uma semana para o tratamento de náusea20 aguda e vômito21. Para as outras indicações, a duração inicial do tratamento é de até quatro semanas. Se o tratamento exceder quatro semanas, os pacientes e a necessidade de continuação do tratamento devem ser reavaliados.
- 10 gotas de Domped para cada 10 quilos de peso corporal (1 gota19/kg) administrados 3 vezes ao dia, 15 a 30 minutos antes das refeições e, se necessário, uma dose ao deitar, respeitando a dose diária máxima de 1,0 mg/kg [não exceder a dose diária máxima de 35 mg (140 gotas ou 7 mL)].
Náuseas7 e vômitos8
Adultos e adolescentes ≥ 12 anos de idade e com peso ≥ 35 kg, e crianças < 12 anos e com peso ≥ 35 kg:
A dose de Domped deve ser a menor dose eficaz para a situação individual (tipicamente 30mg/dia) e pode ser aumentada, se necessário, até uma dose diária oral máxima de 40 mg. A duração inicial do tratamento é de até quatro semanas. Se o tratamento exceder quatro semanas, os pacientes e a necessidade de continuação do tratamento devem ser reavaliados.
- 10 mg (40 gotas) 3 vezes ao dia, 15 a 30 minutos antes das refeições e, se necessário, 10 mg ao deitar, respeitando a dose diária máxima de 40 mg (160 gotas ou 8 mL).
Adultos e adolescentes ≥ 12 anos de idade e com peso < 35 kg:
A dose de Domped deve ser a menor dose eficaz. A dose diária total é dependente do peso. A duração inicial do tratamento é de até quatro semanas. Se o tratamento exceder quatro semanas, os pacientes e a necessidade de continuação do tratamento devem ser reavaliados.
- 10 gotas de Domped para cada 10 quilos de peso corporal (1 gota19/kg), administrados 3 vezes ao dia, 15 a 30 minutos antes das refeições e, se necessário, uma dose ao deitar, respeitando a dose diária máxima de 1,0 mg/kg [não exceder a dose diária máxima de 35 mg (140 gotas ou 7 mL)].
Nota: É recomendado o uso de Domped antes das refeições. Se ele for tomado após as refeições, a absorção do medicamento será retardada;
Lactentes18 e crianças < 12 anos de idade com peso < 35 kg
A eficácia de Domped não foi estabelecida em lactentes18 e crianças < 12 anos de idade e pesando < 35 kg (vide “Características Farmacológicas – Lactentes18 e crianças < 12 anos de idade”).
Insuficiência renal50: Como a meia-vida de eliminação de domperidona é prolongada nos pacientes com insuficiência renal50 grave (creatinina52 sérica > 6 mg/100 mL, ou seja, > 0,6 mmol/L53), a frequência da administração de Domped deve ser reduzida para 1 ou 2 vezes ao dia, dependendo da severidade do distúrbio, e pode ser necessário reduzir a dose. Pacientes com insuficiência renal50 grave devem ser avaliados regularmente (vide “Características Farmacológicas – Propriedades Farmacocinéticas).
Insuficiência hepática51: Domped é contraindicado para pacientes69 com insuficiência hepática51 moderada (Child-Pugh 7 a 9) ou grave (Child-Pugh > 9). Não é necessário ajuste de dose para pacientes69 com insuficiência hepática51 leve (Child-Pugh 5 a 6) (vide “Características Farmacológicas – Propriedades Farmacocinéticas).
REAÇÕES ADVERSAS
Reações adversas são eventos adversos que são considerados como razoavelmente associados ao uso de domperidona, com base na avaliação abrangente das informações disponíveis sobre eventos adversos. A relação causal com domperidona não pode ser estabelecida de forma confiável a partir de casos individuais. Adicionalmente, como os estudos clínicos são conduzidos sob condições amplamente variáveis, taxas de reações adversas observadas em estudos clínicos do medicamento não podem ser diretamente comparadas às taxas em estudos clínicos de outros medicamentos e podem não refletir as taxas observadas na prática clínica.
Dados de estudos clínicos
A segurança de domperidona foi avaliada em 1.221 pacientes com gastroparesia79, dispepsia15, doença do refluxo gatroesofágico (DRGE), ou outra condição relacionada em 45 estudos clínicos incluídos na base de dados de segurança. Todos os pacientes tinham 15 anos ou mais e receberam ao menos uma dose oral de domperidona. Um pouco menos da metade dos pacientes (553/1.221) eram diabéticos. A dose mediana diária total foi de 80 mg (faixa de 10 a 160 mg), sendo que 230 pacientes receberam uma dose maior que a de 80 mg. A mediana da duração de exposição foi de 56 dias (faixa de 1 a 2.248 dias).
As reações adversas relatadas por 1% ou mais dos pacientes tratados com domperidona nesses 45 estudos clínicos são apresentadas na Tabela 1 a seguir.
Tabela 1. Reações adversas relatadas por ≥ 1% de pacientes tratados com domperidona em 45 estudos clínicos
Sistema/Classe de Órgão Reação Adversa |
domperidona |
Distúrbios psiquiátricos |
|
Depressão |
2,5 |
Ansiedade |
1,6 |
Diminuição da libido80/perda da libido80 |
1,5 |
Distúrbios do sistema nervoso81 |
|
Cefaleia82 |
5,6 |
Sonolência |
2,5 |
Acatisia83 |
1,0 |
Distúrbios gastrintestinais |
|
Diarreia84 |
5,2 |
Distúrbios da pele85 e do tecido subcutâneo86 |
|
Erupção87 cutânea88 |
2,8 |
Prurido89 |
1,7 |
Distúrbios do sistema reprodutivo e das mamas90 |
|
Aumento das mamas90/ginecomastia91 |
5,3 |
Sensibilidade das mamas90 ao toque |
4,4 |
Galactorreia92 |
3,3 |
Amenorreia93 |
2,9 |
Dor nas mamas90 |
2,3 |
Menstruação94 irregular |
2,0 |
Distúrbios da lactação72 |
1,6 |
Distúrbios gerais e condições no local da administração |
|
Astenia95 |
1,9 |
As reações adversas ocorridas em <1% de pacientes tratados com domperidona em 45 estudos clínicos (n=1.221) estão listadas a seguir na Tabela 2.
Tabela 2. Reações adversas relatadas por < 1% de pacientes tratados com domperidona em 45 estudos clínicos.
Sistema/Classe de Órgão Reação Adversa |
domperidona |
Distúrbios do sistema imunológico96 |
|
Hipersensibilidade |
0,2 |
Distúrbios da pele85 e do tecido subcutâneo86 |
|
Urticária97 |
0,7 |
Distúrbios do sistema reprodutivo e das mamas90 |
|
Descarga mamilar |
0,8 |
Inchaço98 das mamas90 |
0,5 |
A seguinte reação adversa foi reportada com o uso sem receita: boca99 seca.
Experiência pós-comercialização
Adicionalmente às reações adversas relatadas durante os estudos clínicos e listadas previamente, as seguintes reações adversas também foram relatadas durante a experiência de pós-comercialização (frequência baseada nas taxas de relatos espontâneos).
Reação muito rara (< 1/10.000):
- Distúrbios do sistema imunológico96: reação anafilática100 (incluindo choque anafilático101);
- Distúrbios psiquiátricos: agitação e nervosismo;
- Distúrbios do sistema nervoso81: tontura70, distúrbios extrapiramidais e convulsão102;
- Distúrbios cardíacos: morte cardíaca súbita* e arritmia60 ventricular grave* (vide “Advertências e Precauções”);
- Distúrbios da pele85 e do tecido subcutâneo86: angioedema103;
- Distúrbios renal54 e urinário: retenção urinária104;
- Investigação: testes da função hepatica105 anormais e aumento da prolactina35 no sangue106.
*Baseado em dados epidemiológicos.
População pediátrica
Durante a experiência de pós-comercialização, não houve diferenças entre o perfil de segurança de adultos e crianças.
Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
SUPERDOSE
Superdose tem sido relatada principalmente em lactentes18 e crianças.
Sinais65 e sintomas16
Os sintomas16 da superdose podem incluir agitação, alteração da consciência, convulsão102, desorientação, sonolência e reações extrapiramidais.
Tratamento
Não existe nenhum antídoto107 específico contra a domperidona. Supervisão médica de perto e medidas de suporte são recomendadas. Medicamentos anticolinérgicos ou antiparkinsonianos podem ser úteis no controle das reações extrapiramidais. É aconselhável entrar em contato com um centro de controle de intoxicação para obter as recomendações mais recentes para o tratamento de uma overdose.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
MS - 1.0573.0723
Farmacêutica Responsável: Gabriela Mallmann - CRF-SP nº 30.138
Fabricado por:
Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A.
Guarulhos - SP
Registrado por:
Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A.
Av. Brigadeiro Faria Lima, 201 - 20º andar
São Paulo - SP
CNPJ 60.659.463/0029-92
Indústria Brasileira
SAC 0800 701 6900