Furosantisa (Bula do profissional de saúde)
SANTISA LABORATÓRIO FARMACÊUTICO S/A
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Furosantisa
furosemida
Solução Injetável 10 mg/mL
Medicamento similar equivalente ao medicamento de referência.
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Solução injetável
Ampolas com 2 mL
USO INTRAVENOSO OU INTRAMUSCULAR
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO:
Cada 1 mL de Furosantisa solução injetável contém:
furosemida | 10 mg |
veículo q.s.p. | 1 mL |
Veículo: hidróxido de sódio, cloreto de sódio e água para injetáveis.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE1
INDICAÇÕES
Este medicamento é destinado ao tratamento de:
- edemas2 devido a doenças cardíacas e doenças hepáticas3 (ascite4);
- edemas2 devido a doenças renais (na síndrome nefrótica5, a terapia da doença causal tem prioridade);
- insuficiência cardíaca6 aguda, especialmente no edema pulmonar7 (administração conjunta com outras medidas terapêuticas);
- eliminação urinária reduzida devido à gestose (após restauração do volume de líquidos ao normal);
- edemas2 cerebrais como medida de suporte;
- edemas2 devido a queimaduras;
- crises hipertensivas (em adição a outras medidas anti-hipertensivas);
- indução de diurese8 forçada em envenenamentos.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
O uso da furosemida tem indicação desde o período neonatal (Benitz et al, 1995) até a idade adulta (Avery, 1981) nos casos de edema9 das mais variadas formas, insuficiência cardíaca6, indução de diurese8 e crises hipertensivas.
O estudo de Magrini F et al. (1987) confirma a eficácia de furosemida nos casos de insuficiência cardíaca6 e aumento da resistência vascular10 coronariana. O estudo de Paterna S. et al (1999) também mostrou, com muita propriedade, a eficácia e a boa tolerabilidade de furosemida no tratamento de 30 pacientes adultos, com idades entre 65 e 85 anos portadores de insuficiência cardíaca congestiva11. Este efeito também foi demonstrado no estudo de Gottlieb SS et al. (1998).
O benefício e a segurança do uso de furosemida em 46 crianças que foram submetidas a cirurgias cardíacas e usaram de forma contínua o medicamento furosemida foram confirmadas no estudo randomizado12 de Klinge JM et al. (1997).
O estudo randomizado12 de Van der Vorst MM et al (2006), envolvendo 44 pacientes portadores de insuficiência cardíaca6 nos graus III e IV, demonstrou que furosemida via oral também é eficaz, mesmo em quadros graves, como os envolvidos no estudo. Assim como no estudo de Paterna S et al (1999), Eterno FT et al. (1998) confirmaram que o uso de diuréticos13 como a furosemida melhora a compensação cardíaca, reduz edemas2 e melhora, em curto prazo, a capacidade física e a qualidade de vida dos pacientes.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
- Benitz WE & Tatro DS: The Pediatric Drug Handbook, 3rd. Mosby-Year Book, Inc, St Louis, MO, 1995.
- Avery GB: Neonatology: Pathophysiology and Management of the Newborn, 2nd. JB Lippincott Company, Philadelphia, PA, 1981.
- Magrini F, et al. Converting-enzyme inhibition and coronary blood flow. Circulation 1987 Jan;75(1 Pt 2):I168-74.
- Paterna S, et al. Tolerability and efficacy of high-dose furosemide and small-volume hypertonic saline solution in refractory congestive heart failure. Adv Ther 1999 Sep-Oct;16(5):219-28.
- Klinge JM, et al. Intermittent administration of furosemide versus continuous infusion in the postoperative management of children following open heart surgery. Intensive Care Med 1997 Jun;23(6):693-7.
- Van der Vorst MM, et al. Evaluation of furosemide regimens in neonates treated with extracorporeal membrane oxygenation. Crit Care 2006;10(6):R168.
- Gottlieb SS, et al. The effects of diuresis on the pharmacokinetics of the loop diuretics furosemide and torsemide in patients with heart failure. Am J Med 1998 Jun;104(6):533-8.
- Eterno FT, et al. Diuréticos13 melhoram a capacidade funcional em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva11. Arq Bras Cardiol 1998;70(5):315-20.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Mecanismo de ação
A furosemida é um diurético14 de alça que produz um efeito diurético14 potente com início de ação rápido e de curta duração. A furosemida bloqueia o sistema cotransportador de Na+K+2Cl- localizado na membrana celular15 luminal do ramo ascendente da alça de Henle16; portanto, a eficácia da ação salurética da furosemida depende do fármaco17 alcançar o lúmen18 tubular via um mecanismo de transporte aniônico. A ação diurética resulta da inibição da reabsorção de cloreto de sódio neste segmento da alça de Henle16. Como resultado, a excreção fracionada de sódio pode alcançar 35% da filtração glomerular de sódio. Os efeitos secundários do aumento da excreção de sódio são excreção urinária aumentada (devido ao gradiente osmótico19) e aumento da secreção tubular distal20 de potássio. A excreção de íons21 cálcio e magnésio também é aumentada.
A furosemida interrompe o mecanismo de retorno (feedback) do túbulo glomerular da mácula22 densa, com o resultado de não atenuação da atividade salurética. A furosemida causa estimulação dose-dependente do sistema renina-angiotensina-aldosterona.
Na insuficiência cardíaca6, a furosemida produz uma redução aguda da pré-carga cardíaca (pela dilatação da capacidade venosa). Este efeito vascular10 precoce parece ser mediado por prostaglandina23 e pressupõe uma função renal24 adequada com ativação do sistema renina-angiotensina e síntese de prostaglandina23 intacta. Além disso, devido ao seu efeito natriurético, a furosemida reduz a reatividade vascular10 das catecolaminas, que é elevada em pacientes hipertensos.
A eficácia anti-hipertensiva da furosemida é atribuída ao aumento da excreção de sódio, redução do volume sanguíneo e redução da resposta do músculo liso vascular25 ao estímulo vasoconstritor.
Propriedades farmacodinâmicas
O efeito diurético14 da furosemida ocorre dentro de 15 minutos após a administração da dose intravenosa e dentro de 1 hora após a administração da dose oral.
O aumento dose-dependente da diurese8 e natriurese26 foi demonstrado em indivíduos sadios recebendo doses de furosemida de 10 mg até 100 mg. A duração da ação é de aproximadamente 3 horas após uma dose intravenosa de 20 mg e de 3 a 6 horas após uma dose oral de 40 mg em indivíduos sadios.
Em pacientes, a relação entre as concentrações intratubulares de furosemida livre (estimadas utilizando-se a taxa de excreção urinária de furosemida) e seu efeito natriurético é apresentada na forma de uma curva sigmoide27 com uma taxa mínima efetiva de excreção de furosemida de aproximadamente 10 µg por minuto. Portanto, uma infusão contínua de furosemida é mais efetiva do que repetidas administrações em bolus28. Além disso, não ocorre aumento significativo do efeito acima de certa dose administrada em bolus28. O efeito da furosemida é reduzido, caso ocorra diminuição da secreção tubular ou da ligação da albumina29 intratubular ao fármaco17.
Propriedades farmacocinéticas
A influência da administração concomitante de alimentos na absorção da furosemida depende da forma farmacêutica.
O volume de distribuição de furosemida é de 0,1 a 0,2 litros por kg de peso corpóreo. O volume de distribuição pode ser maior dependendo da doença de base.
A furosemida liga-se fortemente às proteínas30 plasmáticas (mais de 98%), principalmente à albumina29.
A furosemida é eliminada principalmente na forma de fármaco17 inalterado, primariamente pela secreção no túbulo proximal31. Após administração intravenosa, 60 a 70% da dose de furosemida é excretada desta forma. O metabólito32 glicuronideo da furosemida equivale a 10 a 20% das substâncias recuperadas na urina33. O restante da dose é excretado nas fezes, provavelmente após a secreção biliar.
A meia-vida terminal da furosemida após a administração intravenosa é de aproximadamente 1 a 1,5 horas.
A furosemida é excretada no leite materno. A furosemida atravessa a barreira placentária e é transferida ao feto34 lentamente. Por esta razão, observa-se no feto34 e no recém-nascido as mesmas concentrações de furosemida que na mãe.
Populações especiais
Insuficiência renal35: A biodisponibilidade da furosemida não é alterada em pacientes com insuficiência renal35 terminal. Em insuficiência renal35, a eliminação de furosemida é diminuída e a meia-vida prolongada; a meia-vida terminal pode ser de até 24 horas em pacientes com insuficiência renal35 severa.
Na síndrome nefrótica5, a redução na concentração das proteínas30 plasmáticas leva a concentrações mais altas de furosemida livre. Por outro lado, a eficácia de furosemida é reduzida nestes pacientes devido à ligação intratubular da albumina29 e diminuição da secreção tubular.
A furosemida é pouco dialisável em pacientes sob hemodiálise36, diálise peritoneal37 e CAPD (Diálise38 Peritonial Ambulatorial Contínua).
Insuficiência Hepática39: Em insuficiência hepática39, a meia-vida de furosemida é aumentada em 30% a 90%, principalmente devido ao maior volume de distribuição. Além disso, neste grupo de pacientes existe uma ampla variação em todos os parâmetros farmacocinéticos.
Idosos, insuficiência cardíaca congestiva11 e hipertensão40 severa: Em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva11, hipertensão40 severa ou em pacientes idosos, a eliminação de furosemida é diminuída devido à redução na função renal24.
Pacientes pediátricos: Em crianças prematuras ou nascidas à termo, dependendo da maturidade dos rins41, a eliminação de furosemida pode estar diminuída. O metabolismo42 do fármaco17 também é reduzido caso a capacidade de glucuronização da criança esteja prejudicada. A meia-vida terminal é menor do que 12 horas em crianças com mais de 33 semanas de idade pós-concepção43. Em crianças com 2 meses ou mais, o “clearance” terminal é o mesmo dos adultos.
CONTRAINDICAÇÕES
Furosantisa não deve ser usada em pacientes com:
- insuficiência renal35 com anúria44;
- pré-coma45 e coma45 associado à encefalopatia46 hepática47;
- hipopotassemia48 severa (ver item REAÇÕES ADVERSAS);
- hiponatremia49 severa;
- hipovolemia50 (com ou sem hipotensão51) ou desidratação52;
- hipersensibilidade à furosemida, às sulfonamidas ou a qualquer componente da fórmula.
Este medicamento é contraindicado para uso por lactantes53. Não há contraindicação relativa a faixas etárias.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
O fluxo urinário deve ser assegurado. Em pacientes com obstrução parcial do fluxo urinário (por exemplo: em pacientes com alterações de esvaziamento da bexiga54, hiperplasia55 prostática ou estreitamento da uretra56), a produção aumentada de urina33 pode provocar ou agravar a doença. Deste modo, estes pacientes necessitam de monitorização cuidadosa, especialmente durante a fase inicial do tratamento.
O tratamento com Furosantisa necessita de supervisão médica regular. O monitoramento cuidadoso é particularmente necessário em pacientes com:
- hipotensão51;
- indesejável diminuição pronunciada na pressão arterial57 constituir-se-ia em um risco especial (ex.: estenoses58 significantes de artérias coronárias59 ou de vasos cerebrais);
- diabetes mellitus60 latente ou manifesta;
- gota61 ou hiperuricemia assintomática (controle regular do ácido úrico);
- síndrome62 hepatorenal, isto é, comprometimento da função renal24 associado com doença hepática47 severa;
- hipoproteinemia, ex.: associada à síndrome nefrótica5 (o efeito da furosemida pode ser atenuado e sua ototoxicidade63 potencializada). É recomendada a titulação cuidadosa das doses da furosemida.
Durante tratamento com furosemida é geralmente recomendada a monitorização regular dos níveis de sódio, potássio e creatinina64 séricos; é necessária monitorização particularmente cuidadosa em casos de pacientes com alto risco de desenvolvimento de alterações eletrolíticas ou em caso de perda adicional significativa de fluidos (por exemplo, devido a vômitos65, diarreia66 ou suor intenso). Hipovolemia50 ou desidratação52, bem como qualquer alteração eletrolítica ou ácido – base significativas devem ser corrigidas. Isto pode requerer a descontinuação temporária da furosemida.
Existe a possibilidade de agravar ou iniciar manifestação de lúpus67 eritematoso68 sistêmico69.
Gravidez70 e Lactação71
A furosemida atravessa a barreira placentária. Portanto, nãodeve ser administrada durante a gravidez70 a menos que estritamente indicada e por curtos períodos de tempo. O tratamento durante a gravidez70 requer monitorização do crescimento fetal.
A furosemida passa para o leite e pode inibir a lactação71. As mulheres não devem amamentar se estiverem sendo tratadas com furosemida. Categoria de risco na gravidez70: categoria C. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Populações especiais
Pacientes idosos: A eliminação de furosemida é diminuída devido à redução na função renal24. A ação diurética da furosemida pode levar ou contribuir para hipovolemia50 e desidratação52, especialmente em pacientes idosos. A depleção72 grave de fluidos pode levar a hemoconcentração73 com tendência ao desenvolvimento de tromboses74.
Crianças: O monitoramento cuidadoso é necessário em crianças prematuras devido ao possível desenvolvimento de nefrolitíase e nefrocalcinose; a função renal24 deverá ser monitorizada e deverá ser realizada uma ultrassonografia75 renal24. Caso a furosemida seja administrada a crianças prematuras durante as primeiras semanas de vida, pode aumentar o risco de persistência de ducto de Botallo.
Efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas
Alguns efeitos adversos (como queda acentuada indesejável da pressão sanguínea) podem prejudicar a capacidade do paciente em se concentrar e reagir e, portanto, constitui um risco em situações em que suas habilidades são especialmente importantes, como dirigir ou operar máquinas.
Sensibilidade cruzada
Pacientes hipersensíveis a antibióticos do tipo sulfonamidas ou sulfonilureias76 podem apresentar sensibilidade cruzada com o medicamento.
Este medicamento pode causar doping.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Medicamento-Medicamento
Associações desaconselhadas
Hidrato de cloral: sensação de calor, perspiração, agitação, náusea77, aumento da pressão arterial57 e taquicardia78 podem ocorrer em casos isolados após a administração intravenosa da furosemida dentro de 24 horas da ingestão de hidrato de cloral. Portanto, não é recomendado o uso concomitante de furosemida e hidrato de cloral.
Antibióticos aminoglicosídicos e outros medicamentos que podem causar ototoxicidade63: a furosemida pode potencializar a ototoxicidade63 de antibióticos aminoglicosídicos e de outros fármacos ototóxicos, visto que os efeitos resultantes sobre a audição podem ser irreversíveis. Esta combinação de fármacos deve ser restrita à indicação médica.
Precauções de uso
Cisplatina: existe risco de ototoxicidade63 quando da administração concomitante de cisplatina e furosemida. Além disto, a nefrotoxicidade79 da cisplatina pode ser aumentada caso a furosemida não seja administrada em baixas doses (por exemplo, 40 mg em pacientes com função renal24 normal) e com balanço de fluidos positivo quando utilizada para obter-se diurese8 forçada durante o tratamento com cisplatina.
Sais de lítio: a furosemida diminui a excreção de sais de lítio e pode causar aumento dos níveis séricos de lítio, resultando em aumento do risco de toxicidade80 do lítio, incluindo aumento do risco de efeitos cardiotóxicos e neurotóxicos do lítio. Desta forma, recomenda-se que os níveis séricos de lítio sejam cuidadosamente monitorizados em pacientes que recebem esta combinação.
Medicamentos inibidores da ECA: pacientes que estão recebendo diuréticos13 podem sofrer hipotensão51 severa e deterioração da função renal24, incluindo casos de insuficiência renal35, especialmente quando um inibidor da ECA ou antagonista81 do receptor de angiotensina II é administrado pela primeira vez ou tem sua dose aumentada pela primeira vez. Deve-se considerar a interrupção da administração da furosemida temporariamente ou ao menos reduzir a dose de furosemida por 3 dias antes de iniciar o tratamento com ou antes de aumentar a dose de um inibidor da ECA ou antagonista81 do receptor de angiotensina II.
Risperidona: em estudos placebo82 controlados com risperidona em pacientes idosos com demência83, uma maior incidência84 de mortalidade85 foi observada em pacientes tratados com furosemida mais risperidona (7,3%: idade média de 89 anos, entre 75 – 97 anos) quando comparados com pacientes tratados somente com risperidona (3,1%: idade média de 84 anos, entre 70 – 96 anos) ou somente furosemida (4,1%, idade média de 80 anos, entre 67-90 anos). O uso concomitante de risperidona com outros diuréticos13 (principalmente diuréticos13 tiazídicos usados em baixa dose) não foi associado com achados semelhantes. Não foi identificado um mecanismo patofisiológico para explicar este achado, e não foi observado um padrão consistente para a causa das mortes. Todavia, cautela deve ser adotada e os riscos e benefícios desta combinação ou com tratamento concomitante com outros diuréticos13 potentes devem ser considerados antes da decisão de uso. Não houve aumento na incidência84 de mortalidade85 entre pacientes usando outros diuréticos13, assim como em tratamento concomitante com risperidona. Independentemente do tratamento, a desidratação52 foi um fator de risco86 geral de mortalidade85 e, portanto, deve ser evitada em pacientes idosos com demência83.
Levotiroxina87: altas doses de furosemida podem inibir a ligação de hormônios tiroidianos às proteínas30 carreadoras/ transportadoras e, assim, levar a um aumento transitório inicial de hormônio88 tiroidiano livre, seguido de uma redução geral nos níveis de hormônio88 tiroidiano total. Os níveis de hormônio88 tiroidiano devem ser monitorados.
Associações a considerar
Anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs): agentes anti-inflamatórios não esteroidais (incluindo ácido acetilsalicílico) podem atenuar a ação da furosemida e sua administração concomitante pode causar insuficiência renal35 aguda no caso de hipovolemia50 ou desidratação52 pré-existente. Em pacientes com hipovolemia50 ou desidratação52, a administração de AINEs pode causar uma diminuição aguda da função renal24. A toxicidade80 do salicilato pode ser aumentada pela furosemida.
Fenitoína: pode ocorrer diminuição do efeito da furosemida após administração concomitante de fenitoína. Fármacos nefrotóxicos: a furosemida pode potencializar os efeitos nocivos de fármacos nefrotóxicos nos rins41.
Corticosteroides, carbenoxolona, alcaçuz e laxantes89: o uso concomitante de furosemida com corticosteroides, carbenoxolona, alcaçuz em grandes quantidades e o uso prolongado de laxantes89, pode aumentar o risco de desenvolvimento de hipopotassemia48.
Outros medicamentos, por exemplo, preparações de digitálicos e medicamentos que induzem a síndrome62 de prolongamento do intervalo QT: algumas alterações eletrolíticas (por exemplo, hipopotassemia48, hipomagnesemia) podem aumentar a toxicidade80 destes fármacos.
Se agentes anti-hipertensivos, diuréticos13 ou outros fármacos que potencialmente diminuem a pressão sanguínea são administrados concomitantemente com a furosemida, uma queda mais pronunciada da pressão sanguínea pode ser esperada.
Probenecida, metotrexato e outros fármacos que, assim como a furosemida, são secretados significativamente por via tubular renal24, podem reduzir o efeito da furosemida. Por outro lado, a furosemida pode diminuir a eliminação renal24 desses fármacos. Em caso de tratamento com altas doses (em particular, de ambos furosemida e outros fármacos), pode haver aumento dos níveis séricos e dos riscos de efeitos adversos devido à furosemida ou à medicação concomitante.
Antidiabéticos e medicamentos hipertensores simpatomiméticos (ex.: epinefrina, norepinefrina): os efeitos destes fármacos podem ser reduzidos quando administrados com furosemida.
Teofilina ou relaxantes musculares do tipo curare90: os efeitos destes fármacos podem aumentar quando administrados com furosemida.
Cefalosporinas: insuficiência renal35 pode se desenvolver em pacientes recebendo simultaneamente tratamento com furosemida e altas doses de certas cefalosporinas.
Ciclosporina A: o uso concomitante de ciclosporina A e furosemida está associado com aumento do risco de artrite91 gotosa subsequente à hiperuricemia induzida por furosemida e à insuficiência92 da ciclosporina na excreção renal24 de urato.
Radiocontraste: pacientes de alto risco para nefropatia93 por radiocontraste tratados com furosemida demonstraram maior incidência84 de deteriorização na função renal24 após receberem radiocontraste quando comparados a pacientes de alto risco que receberam somente hidratação intravenosa antes de receberem radiocontraste.
Medicamento–Alimento
Não há dados disponíveis até o momento sobre a interação entre alimentos e Furosantisa solução injetável.
Medicamento–Exames laboratoriais
Não há dados disponíveis até o momento sobre a interferência de furosemida em exames laboratoriais.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Furosantisa solução injetável deve ser mantido em temperatura ambiente (15–30°C), proteger da luz.
Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Estabilidade de Furosantisa solução injetável após diluição: Furosantisa solução injetável mantém-se estável por aproximadamente 24 horas, após diluição com solução de cloreto de sódio a 0,9 % ou Solução de Ringer, quando armazenada sob refrigeração ou em temperatura ambiente, protegida da luz.
Características físicas e organolépticas do produto
Solução límpida e incolor.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
A dose deve ser a menor possível para atingir o efeito desejado.
A administração intravenosa de Furosantisa é indicada em todos os casos onde a administração oral (furosemida comprimidos) não é possível ou é ineficaz (por exemplo: absorção intestinal prejudicada) ou em casos onde um rápido efeito é necessário.
A administração intravenosa de Furosantisa solução injetável deve ser realizada lentamente, não excedendo a velocidade de infusão de 4mg/min. Em pacientes com insuficiência renal35 severa (creatinina64 sérica > 5 mg/dL94), recomenda-se não exceder a velocidade de infusão de 2,5mg/min.
A administração intramuscular deve ser restrita a casos excepcionais nos quais a administração oral (furosemida comprimidos) ou intravenosa (Furosantisa solução injetável) não são possíveis. A administração intramuscular não é adequada ao tratamento de condições agudas como edema pulmonar7.
A substituição da administração parenteral (Furosantisa solução injetável) para oral (furosemida comprimidos) deve ser realizada assim que possível.
A solução injetável de Furosantisa tem pH aproximado a 9 sem capacidade de tamponamento. Por esta razão, o ingrediente ativo pode precipitar em valores de pH inferiores a 7. Portanto, no caso de diluição de Furosantisa solução injetável, deve-se ter cautela para que o pH da solução esteja dentro de uma variação de levemente alcalino para neutro. Solução salina normal é adequada como diluente.
Furosantisa solução injetável não deve ser misturada com outros medicamentos na mesma seringa95 de injeção96 ou durante infusão. A menos que seja prescrito de modo diferente, recomenda-se o seguinte esquema:
Adultos e adolescentes acima de 15 anos: A dose inicial para adultos e adolescentes de 15 anos em diante é de 20 a 40 mg (1 a 2 ampolas) de furosemida por via intravenosa ou via intramuscular.
Se após uma dose única de 20 a 40 mg de furosemida (1 a 2 ampolas) o efeito diurético14 não for satisfatório, a dose pode ser gradualmente aumentada, em intervalos de 2 horas, de 20 mg (1 ampola) a cada vez, até que seja obtida diurese8 satisfatória. A dose individual assim estabelecida deve depois ser administrada uma ou duas vezes por dia.
A duração do tratamento deve ser determinada pelo médico, dependendo da natureza e gravidade da doença.
Lactentes97 e crianças abaixo de 15 anos: É indicada a administração parenteral (se necessário, infusão gota61 a gota61) somente em condições de risco de vida.
Para injeção96 intravenosa ou intramuscular, o esquema de posologia é de 1 mg de furosemida por kg de peso corporal até um máximo diário de 20 mg (1 ampola).
A terapia deve ser mudada para administração oral (furosemida comprimidos) tão logo seja possível.
Populações especiais
Edema pulmonar7 agudo98: Administrar uma dose inicial de 40 mg de furosemida (2 ampolas) por via intravenosa. Se a condição do paciente requerer, injetar uma dose adicional de 20 a 40 mg de furosemida (1 a 2 ampolas) após 20 minutos. A posologia indicada para o tratamento é de 100 mg a 300 mg ao dia, por um período máximo de 48 horas.
Diurese8 forçada: Administrar 20 a 40 mg de furosemida (1 a 2 ampolas) em adição à infusão de solução de eletrólitos99. O tratamento posterior depende da eliminação de urina33 e deve incluir a substituição de perdas de líquido e de eletrólitos99. No envenenamento com substâncias ácidas ou básicas, a taxa de eliminação pode ser aumentada ainda mais pela alcalinização ou acidificação da urina33, respectivamente. A posologia indicada para o tratamento é de 100 mg a 300 mg ao dia, por um período máximo de 48 horas.
Não há estudos dos efeitos de Furosantisa solução injetável administrada por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente pela via intravenosa ou intramuscular.
REAÇÕES ADVERSAS
A seguinte taxa de frequência é utilizada, quando aplicável:
Reação muito comum (> 1/10). Reação comum (> 1/100 e ≤ 1/10). Reação incomum (> 1/1.000 e ≤ 1/100) Reação rara (> 1/10.000 e ≤ 1/1.000) Reação muito rara (≤ 1/10.000) Desconhecido: não pode ser estimada por dados disponíveis.
Distúrbios metabólico e nutricional
(ver item ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES)
Muito Comum: distúrbios eletrolíticos (incluindo sintomáticos), desidratação52 e hipovolemia50, especialmente em pacientes idosos, aumento nos níveis séricos de creatinina64 e triglicérides100.
Comum: hiponatremia49, hipocloremia, hipopotassemia48, aumento nos níveis séricos de colesterol101 e ácido úrico, crises de gota61 e aumento no volume urinário. Incomum: tolerância à glicose102 diminuída; o diabetes mellitus60 latente pode se manifestar (ver item ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES).
Desconhecido: hipocalcemia103, hipomagnesemia, aumento nos níveis séricos de ureia104 e alcalose105 metabólica, Síndrome62 de Bartter no contexto de uso inadequado e/ou a longo prazo da furosemida.
Distúrbios vasculares106
Muito comum (para infusão intravenosa): hipotensão51 incluindo hipotensão51 ortostática (ver item ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES).
Raro: vasculite107.
Desconhecido: trombose108
Distúrbios renal24 e urinário
Comum: aumento no volume urinário
Raro: nefrite109 tubulointersticial
Desconhecido: aumento nos níveis de sódio e cloreto na urina33; retenção urinária110 (em pacientes com obstrução parcial do fluxo urinário); nefrocalcinose/nefrolitíase em crianças prematuras (ver item ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES), falência renal24 (ver item INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS).
Distúrbios gastrintestinais
Incomum: náuseas111.
Raro: vômitos65, diarreia66.
Muito raro: pancreatite112 aguda.
Distúrbios hepatobiliares113
Muito raro: colestase114, aumento nas transaminases.
Distúrbios auditivos e labirinto115
Incomum: alterações na audição, embora geralmente de caráter transitório, particularmente em pacientes com insuficiência renal35, hipoproteinemia (por exemplo: síndrome nefrótica5) e/ou quando furosemida intravenosa for administrada rapidamente. Casos de surdez, algumas vezes irreversível, foram reportados após administração oral ou IV de furosemida.
Muito raro: tinido.
Distúrbios no tecido subcutâneo116 e pele117
Incomum: prurido118, urticária119, rash120, dermatites bolhosas, eritema multiforme121, penfigoide, dermatite122 esfoliativa, púrpura123, reação de fotossensibilidade.
Desconhecido: síndrome de Stevens-Johnson124, necrólise epidérmica tóxica125, PEGA (Pustulose Exantemática Generalizada Aguda) e DRESS (rash120 ao fármaco17 com eosinofilia126 e sintomas127 sistêmicos128), reações liquenoides.
Distúrbios do sistema imune129
Raro: reações anafiláticas130 ou anafilactoides severas (por exemplo, com choque131).
Desconhecido: agravamento ou início de manifestação de lúpus67 eritematoso68 sistêmico69.
Distúrbios do sistema nervoso132
Raro: parestesia133.
Comum: encefalopatia46 hepática47 em pacientes com insuficiência92 hepatocelular (ver item CONTRAINDICAÇÕES).
Desconhecido: vertigem134, desmaio ou perda de consciência, cefaleia135.
Distúrbios do sistema linfático136 e sanguíneo
Comum: hemoconcentração73 Incomum: trombocitopenia137.
Raro: leucopenia138, eosinofilia126.
Muito raro: agranulocitose139, anemia140 aplástica ou anemia hemolítica141.
Distúrbios musculoesqueléticos e do tecido conjuntivo142
Desconhecido: casos de rabdomiólise143 foram relatados, muitas vezes na situação de hipopotassemia48 severa (ver item CONTRAINDICAÇÕES).
Distúrbios congênito144 e genético/familiar
Desconhecido: risco aumentado de persistência do ducto arterioso quando furosemida for administrada a crianças prematuras durante as primeiras semanas de vida.
Distúrbios gerais e condições no local da administração
Raro: febre145.
Desconhecido: Dor local após injeção intramuscular146.
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
SUPERDOSE
Sintomas127
O quadro clínico da superdose aguda e crônica com furosemida depende fundamentalmente da extensão e consequências da perda de eletrólitos99 e fluidos
como, por exemplo, hipovolemia50, desidratação52, hemoconcentração73, arritmias147 cardíacas (incluindo bloqueio A-V e fibrilação ventricular). Os sintomas127 destas alterações incluem hipotensão51 severa (progredindo para choque131), insuficiência renal35 aguda, trombose108, estado de delírio148, paralisia149 flácida, apatia150 e confusão.
Tratamento
Não se conhece antídoto151 específico para a furosemida.
Alterações clinicamente relevantes do balanço eletrolítico e de fluidos devem ser corrigidas conjuntamente com a prevenção e tratamento de complicações sérias resultantes de distúrbios e de outros efeitos no organismo, podendo necessitar de monitorização médica intensiva geral e específica e medidas terapêuticas.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
MS 1.0186.0018.0032
MS 1.0186.0018.0040
MS 1.0186.0018.0059
MS 1.0186.0018.0016
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