
Cloridrato de Clorpromazina
Informações adicionais sobre o medicamento Cloridrato de Clorpromazina:
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE. Estas notas são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes dessa substância medicamentosa e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Para saber mais e com mais segurança, consulte a bula do remédio.
1. O que é Cloridrato de Clorpromazina?
Cloridrato de Clorpromazina é a clorpromazina, uma fenotiazina que foi a primeira das substâncias neurolépticas, descoberta em 1947, atuando contra os delírios, as alucinações1, a desorganização do pensamento e a agitação psicomotora2. Inicialmente ela foi utilizada como anti-histamínico, mas logo depois se descobriu que ela tinha, também, ações antipsicóticas. Essa propriedade se dá mediante a inibição dos receptores pós-sinápticos dopaminérgicos no cérebro3. O bloqueio de receptores hipofisários alfa-adrenérgicos4 causa liberação de prolactina5, embora a clorpromazina também aja inibindo o sistema hipotálamo-hipofisário6. A droga atua também como antiemética, por impedimento das zonas medulares do vômito7. Sua ação ansiolítica parece estar ligada à redução de estimulação do sistema reticular8 do tronco cerebral9. Afeta, pois, o metabolismo10, a temperatura corporal, a vigilância, o tônus vasomotor e a êmese11. A clorpromazina é fortemente sedativa, um efeito colateral12 que se tem procurado diminuir com os neurolépticos13 mais modernos. É metabolizada no fígado14 e excretada pelos rins15 e pela bile16.
2. Quando o médico prescreve Cloridrato de Clorpromazina (clorpromazina)?
O principal uso terapêutico da clorpromazina é no tratamento dos distúrbios psicóticos, mormente das esquizofrenias, mas ela também é usada na fase maníaca da psicose17 maníaco-depressiva. Ela também pode ser empregada para combater náuseas18 e vômitos19 persistentes, no controle de soluços duradouros, na terapêutica20 da porfiria21 intermitente22, no tratamento coadjuvante23 do tétano24 e como antídoto25 dos efeitos causados pelo LSD.
3. Como o médico prescreve Cloridrato de Clorpromazina (clorpromazina)?
Cada caso é diferente de outro e exige doses e modos diversos de tomar o medicamento. Lembre-se que muitas vezes uma medicação deixa de fazer efeito porque sua dosagem é muito baixa ou apresenta muitos efeitos colaterais26 ou tóxicos porque sua dosagem é muito alta. Portanto, é importante seguir exatamente as orientações do médico e não modificar as doses ou a forma de tomar o medicamento por conta própria.
4. Quais os efeitos colaterais26 mais comuns de Cloridrato de Clorpromazina (clorpromazina)?
Os efeitos colaterais26 mais comuns da clorpromazina são sedação27, sonolência, discinesia e discinesia tardia28 (uma síndrome29 potencialmente irreversível, caracterizada por movimentos repetitivos, involuntários e não-intencionais dos músculos30 da língua31, boca32, face33, pescoço34 e mais raramente das extremidades), síndrome29 extrapiramidal, hipotensão35 ortostática, secura da boca32, constipação36, problemas de acomodação visual e retenção urinária37. Menos frequentemente podem ocorrer impotência38, frigidez, ginecomastia39, galactorreia40, depósito acastanhado do segmento anterior do olho41 (devido ao acúmulo da clorpromazina), leucopenia42, agranulocitose43, reações alérgicas cutâneas44, fotossensibilidade, icterícia45 colestática, midríase46 ou miose47 e diminuição do tônus ocular. Esses ou outros efeitos colaterais26 que por ventura surjam devem ser prontamente comunicados ao médico.
5. Pode-se dirigir enquanto se faz uso de Cloridrato de Clorpromazina (clorpromazina)?
Os efeitos sedativos da clorpromazina são muito intensos e persistentes, embora mais pronunciados durante os primeiros dias de tratamento. Pelo menos nesse período o paciente não deve dirigir veículos automotores ou operar máquinas perigosas, pois sua coordenação motora e atenção encontram-se muito prejudicadas.
6. Pode-se indicar Cloridrato de Clorpromazina (clorpromazina) na gravidez48 ou na amamentação49?
A clorpromazina atravessa a barreira placentária. Em recém-nascidos cujas mães receberam fenotiazinas no final da gravidez48 foram descritas icterícia45 prolongada, hiporreflexia ou hiperreflexia50 e efeitos extrapiramidais. Por isso, durante a gravidez48 a administração da droga não deve ser feita ou ser feita com muita cautela e supervisão médica.
Há evidências da presença da clorpromazina no leite materno, podendo causar sonolência no bebê. Informe a seu médico a ocorrência de gravidez48 na vigência do tratamento ou após o seu término, bem como se está amamentando. Decida com ele sobre a continuidade ou não do uso da clorpromazina.
7. Quais observações e cuidados especiais devem ser mantidos durante o uso de Cloridrato de Clorpromazina (clorpromazina).
A clorpromazina, especialmente quando administrada por via endovenosa, pode causar hipotensão35 severa. Por isso, o paciente deve manter-se recostado por algum tempo após tomá-la.
A clorpromazina deve ser usada com cautela e sob vigilância médica estrita por pessoas idosas e por aquelas que sofram de doenças cardiovasculares51, hepáticas52 ou renais, asma53, enfisema54, infecções55 respiratórias agudas e distúrbios convulsivos, entre outros.
Todo neuroléptico56 usado cronicamente, inclusive a clorpromazina, pode produzir discinesia tardia28, uma síndrome29 potencialmente irreversível que consiste em movimentos discinéticos involuntários, os quais afetam, sobretudo, os músculos30 da face33, da língua31 e do pescoço34 e mais raramente das extremidades. Não é possível predizer que pacientes são mais suscetíveis ao desenvolvimento desta síndrome29.
Informe a seu médico sobre qualquer medicamento que esteja usando antes do início ou durante o tratamento com a clorpromazina porque algumas interações são desaconselháveis.
A presença de fenotiazinas no organismo (a clorpromazina é uma fenotiazina) pode produzir resultados falso-positivos nos testes de fenilcetonúria57 e de gravidez48.
8. Cloridrato de Clorpromazina (clorpromazina) pode criar dependência?
Como ocorre com as outras fenotiazinas, não se sabe se a clorpromazina pode causar dependência psíquica ou se produz tolerância ou vício.
9. Pode-se suspender bruscamente o uso de Cloridrato de Clorpromazina (clorpromazina)?
Quando o tratamento com altas doses de clorpromazina é interrompido abruptamente podem surgir sintomas58 tais como gastrite59, náuseas18, vômitos19, vertigens60 e tremores. Estes sintomas58 tornam conveniente a redução gradual das doses, a qual deve ser orientada por um médico.
10. Quando Cloridrato de Clorpromazina (clorpromazina) não é indicado?
Cloridrato de Clorpromazina (clorpromazina) não deve ser usado nas pessoas que tenham hipersensibilidade específica à clorpromazina ou às fenotiazinas em geral ou, ainda, a qualquer outro componente de sua fórmula. A clorpromazina também não deve ser usada por pessoas que sofram de glaucoma61 do ângulo agudo62 ou qualquer forma de retenção urinária37 ou que estejam usando bebidas alcoólicas ou depressores intensos do sistema nervoso central63.
A clorpromazina pode suprimir o reflexo da tosse, prejudicando a expectoração64. Pode, também, provocar a aspiração de vômitos19, ocorrência que deve ser cuidadosamente vigiada em pacientes em que a sedação27 seja muito significativa. A clorpromazina pode diminuir o limiar convulsivante, fazendo com que sejam necessários ajustes posológicos nos pacientes susceptíveis a crises convulsivas.
A clorpromazina eleva os níveis da prolactina5 e pode ocasionar uma secreção de leite pelas mamas65 (galactorreia40).