Domperidona (Comprimido 10 mg) (Bula do profissional de saúde)
EMS S/A
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
domperidona
Comprimidos 10 mg
Medicamento Genérico, Lei nº. 9.787, de 1999
APRESENTAÇÕES
Comprimido
Embalagem com 10, 20, 30, 40 e 60 comprimidos
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 35 KG
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido de domperidona contém:
domperidona | 10 mg |
excipiente q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: lactose1 monoidratada, amido pré-gelatinizado, celulose microcristalina, crospovidona, copovidona, laurilsulfato de sódio, óleo vegetal hidrogenado e estearato de magnésio.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE2
INDICAÇÕES
Este medicamento é destinado ao tratamento de:
Síndromes dispépticas frequentemente associadas a um retardo de esvaziamento gástrico, refluxo gastroesofágico3 e esofagite4:
- sensação de empachamento epigástrico, saciedade precoce, distensão abdominal, dor abdominal alta;
- eructação5, flatulência;
- náuseas6 e vômitos7;
- azia8, queimação epigástrica com ou sem regurgitação9 de conteúdo gástrico10.
Náuseas6 e vômitos7 de origem funcional, orgânica, infecciosa ou alimentar ou induzidas por radioterapia11 ou tratamento medicamentoso (anti-inflamatórios, antineoplásicos). Uma indicação específica são as náuseas6 e vômitos7 induzidos pelos agonistas dopaminérgicos usados no tratamento da Doença de Parkinson12 como a L-dopa e bromocriptina.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
De Loose realizou um estudo cruzado duplo-cego, controlado por placebo13 e comparativo, em 67 pacientes adultos com dispepsia14 crônica. Os pacientes receberam 10 mg de domperidona em modo cego, 10 mg de metoclopramida ou de placebo13 4 vezes ao dia durante períodos consecutivos de 2 semanas. A domperidona (91% com resultados bons ou excelentes) foi estatística e significativamente superior à metoclopramida (74% com resultados bons ou excelentes, p < 0,02) e ao placebo13 (31% com resultados bons ou excelentes, p < 0,001) na melhora global dos sintomas15. Além disso, a domperidona foi estatística e significativamente superior ao placebo13 (p ≤ 0,001) para todos os 9 sintomas15 (eructação5, plenitude após uma refeição pesada, incapacidade de terminar uma refeição normal, distensão abdominal, queimação epigástrica, azia8, regurgitações, náuseas6 e vômitos7) e estatística e significativamente superior à metoclopramida (0,001 ≤ p ≤ 0,05) para 7 de 9 sintomas15, excluindo eructação5 e distensão abdominal.
Van de Mierop e colaboradores realizaram um estudo duplo-cego16, controlado por placebo13, em 32 pacientes adultos com dispepsia14 pós- prandial crônica. Os pacientes foram randomizados para receber 20 mg de domperidona (n = 17) ou placebo13 (n = 15) 3 vezes ao dia antes das refeições por 4 semanas. Na avaliação global de eficácia, a domperidona (71% com resultados bons ou excelentes) foi estatística e significativamente superior ao placebo13 (13% com resposta boa ou excelente, p < 0,001).
Englert e Schlich conduziram um estudo cruzado de 8 semanas, duplo-cego, controlado por placebo13, em pacientes adultos com dispepsia14 pós-prandial crônica. Os pacientes (n = 48) receberam 10 mg de domperidona ou placebo13 3 vezes ao dia antes das refeições por 4 semanas, antes de serem transferidos à outra medicação em estudo por 4 semanas. A domperidona foi estatística e significativamente superior ao placebo13 (0,001 < p = 0,026) para o alívio de todos os sintomas15 (eructação5, sensação de plenitude após as refeições, distensão abdominal, queimação na parte superior do abdômen, azia8, regurgitação9 ácida, náuseas6 e vômitos7).
De Loore e colaboradores realizaram um estudo duplo-cego16, controlado por placebo13 e ativo, em crianças e lactentes17 que tiveram vômitos7 e regurgitação9 crônicos. Um total de 47 pacientes (3 semanas a 8 anos de idade) foram randomizados para receber 1 gota18/kg de peso corporal 3 vezes por dia antes das refeições de 0,3 mg/gota18 de domperidona, 0,3 mg/gota18 de metoclopramida ou placebo13 por 2 semanas. A domperidona foi estatística e significativamente superior ao placebo13 (p < 0,001) e à metoclopramida (p < 0,05) no controle da náusea19 e vômitos7, após 2 semanas de tratamento.
Clara realizou um estudo duplo-cego16, controlado por placebo13 em crianças que tiveram regurgitação9 excessiva crônica ou vômito20 verdadeiro.
Um total de 32 pacientes (2,5 meses a 10 anos de idade) foram randomizados para receber 0,3 mg/gota18 de domperidona ou placebo13 por 4 semanas. Durante as primeiras 2 semanas de tratamento, os pacientes receberam 1 gota18/kg de peso corporal 3 vezes por dia antes das refeições; durante as últimas 2 semanas de tratamento, os pacientes receberam 2 gotas/kg de peso corporal 3 vezes por dia antes das refeições. No final do tratamento, a domperidona foi estatisticamente superior ao placebo13 (p < 0,05) em relação ao desaparecimento de náuseas6 ou ânsia de vômito20, vômitos7 e regurgitação9.
Esseboom e colaboradores realizaram um estudo duplo-cego16, controlado por placebo13 e ativo, para avaliar as náuseas6 e vômitos7 tardios em pacientes adultos com câncer21 de mama22 metastático ou carcinoma23 ovariano avançado que estavam recebendo quimioterapia24 para câncer21 altamente emetogênica. Um total de 60 pacientes (20/grupo) que apresentavam êmese25 totalmente suprimida no dia da quimioterapia24 foram randomizados para receber tratamento em modo cego com 20 mg de domperidona, 8 mg de ondansetrona, ou placebo13 3 vezes por dia durante 5 dias consecutivos após a quimioterapia24. A domperidona (2/20 pacientes sintomáticos) foi estatisticamente superior à ondansetrona (9/20 pacientes sintomáticos, p < 0,05) e ao placebo13 (18/20 pacientes sintomáticos, p < 0,001) no alívio de náuseas6 e vômitos7 tardios em pacientes que estavam recebendo quimioterapia24 para câncer21 altamente emetogênica.
Quinn e colaboradores realizaram um estudo cruzado, cego, controlado por placebo13, em 20 pacientes com parkinsonismo tratados com bromocriptina. Os pacientes receberam 50 mg de domperidona, ou placebo13 3 vezes por dia antes de cada dose de bromocriptina. Os pacientes foram divididos em dois grupos: 1) Grupo A (n = 10) recebeu placebo13, domperidona, placebo13, domperidona, na Fase I, II, III e IV, respectivamente, e 2) Grupo B (n = 10) recebeu domperidona, placebo13, domperidona na Fase I (sem Fase II), III e IV, respectivamente. Os resultados para os pacientes do Grupo A são os seguintes: durante a Fase I (placebo13), 9 de 10 pacientes apresentaram náuseas6 ou náuseas6 e vômitos7; durante a Fase II (domperidona), 7 de 9 pacientes foram protegidos destes eventos gastrintestinais; durante a Fase III (placebo13), 6 de 10 pacientes tiveram náusea19; e durante a Fase IV (domperidona), náusea19 não foi apresentada pelos pacientes que tiveram este evento durante a Fase III. Os resultados para os pacientes do Grupo B são os seguintes: durante a Fase I (domperidona), nenhum paciente apresentou náuseas6, e 1 de 10 pacientes apresentou vômitos7; durante a Fase III (placebo13), 7 de 10 pacientes tiveram náuseas6; durante a Fase IV (domperidona), náusea19 não foi apresentada pelos pacientes que tiveram este evento durante a Fase III.
Referências
- Clara R. Chronic regurgitation and vomiting treated with Domperidone (R 33 812). A multicenter evaluation. Acta Pediatr Belg. 1979; 32:203-207.
- De Loore I, Van Ravensteyn H, Ameryckx L. Domperidone drops in the symptomatic treatment of chronic paediatric vomiting and regurgitation. A comparison with metoclopramide. Postgrad Med J. 1979; 55 (Suppl. 1):40-42.
- De Loose F. Domperidone in chronic dyspepsia: a pilot open study and a multicentre general practice crossover comparison with metoclopramide and placebo13. Pharmatherapeutica 1979; 2:140-146.
- Englert W, Schlich D. A double-blind crossover trial of domperidone in chronic postprandial dyspepsia. Postgrad Med J 1979; 55 (Suppl. 1):28-29.
- Esseboom EU, Rojer RA, Borm JJJ, Statius van Eps LW. Prophylaxis of delayed nausea19 and vomiting after cancer21 chemotherapy. Netherlands J Med. 1995; 47:12-17.
- Quinn N, Illas A, Lhermitte F, Agid Y. Bromocriptine and domperidone in the treatment of Parkinson disease. Neurology. 1981; 31:662-667.
- Van de Mierop L, Rutgeerts B, Van den Langenbergh, Staessen A. Oral domperidone in chronic postprandial dyspepsia: A double-blind placebo13-controlled evaluation. Digestion 1979; 19:244-250.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Os distúrbios digestivos provocados por uma discinesia esôfago26-gastro-duodenal pós-prandial, correspondem hoje a uma das síndromes mais frequentes que se apresentam na prática clínica. Pelas suas manifestações funcionais - distensão gástrica, azia8, pirose27 ou mesmo dores epigástricas - esta síndrome28 traduz, frequentemente, uma desarmonia motora do esfíncter29 inferior do esôfago26, das contrações antrais e do ritmo de abertura e fechamento do esfíncter29 pilórico. Consequentemente à sua ação antidopaminérgica, domperidona restaura a harmonia rítmica motora do esôfago26, estômago30 e duodeno31, possibilitando a reorganização da sequência das etapas digestivas. Além disso, a domperidona possui potente ação antiemética.
Propriedades farmacodinâmicas
A domperidona contém domperidona, um antagonista32 da dopamina33 com propriedades antieméticas. A domperidona não atravessa imediatamente a barreira hematoencefálica. Nos usuários de domperidona, especialmente em adultos, os efeitos extrapiramidais são muito raros, mas a domperidona estimula a liberação de prolactina34 a partir da hipófise35. Os seus efeitos antieméticos36 podem ser devidos a uma combinação de um efeito periférico (gastrocinético) com o antagonismo dos receptores dopaminérgicos na zona quimioreceptora de gatilho, que fica fora da barreira hematoencefálica na área postrema37.
Estudos em animais e as baixas concentrações encontradas no cérebro38 indicam um efeito periférico predominante da domperidona nos receptores dopaminérgicos.
Estudos em humanos mostram que a domperidona oral aumenta a pressão esofágica inferior, melhora a motilidade antroduodenal e acelera o esvaziamento gástrico. Não há qualquer efeito sobre a secreção gástrica.
Efeito no intervalo QT/QTc e na eletrofisiologia cardíaca
Conforme estabelecido em guias do ICH-E14, foi realizado um estudo completo de intervalo QT em pacientes saudáveis. Este estudo foi conduzido utilizando as doses supraterapêuticas recomendadas (10 e 20 mg, administrado 4 vezes ao dia) e incluiu um placebo13, um comparador ativo e um controle positivo. Neste estudo observou-se uma diferença máxima do intervalo QTc entre a domperidona e o placebo13 em médias dos mínimos quadrados na alteração em relação ao basal de 3,4 mseg para 20 mg de domperidona administrada 4 vezes ao dia, no Dia 4 e o intervalo de confiança de 90% bicaudal (1,0; 5,9 mseg) não excedeu 10 mseg. O prolongamento no intervalo QT observado neste estudo quando a domperidona foi administrada de acordo com o esquema posológico recomendado, não é clinicamente relevante.
Esta falta de relevância clínica é corroborada pela farmacocinética e pelos dados de intervalo QTc a partir de dois estudos anteriores, os quais envolveram o tratamento de 5 dias com 20 mg e 40 mg de domperidona, administrada 4 vezes ao dia. Os eletrocardiogramas foram gravados antes do estudo, 1 hora após a dose da manhã (aproximadamente no tmáx) no Dia 5 e 3 dias após.Em ambos estudos, não foi observada diferença no intervalo QTc entre o tratamento ativo e o placebo13. Portanto, foi concluído que a administração de doses diárias de 80 e 160 mg de domperidona não teve efeito clinicamente significativo no intervalo QTc de pacientes saudáveis.
Propriedades farmacocinéticas
Absorção Em pacientes em jejum, a domperidona é rapidamente absorvida após administração oral, com concentrações plasmáticas máximas ocorrendo aproximadamente 60 minutos após administração. Os principais parâmetros farmacocinéticos após administração de doses únicas ou múltiplas (administradas 4 vezes ao dia) de comprimidos de 10 mg de domperidona a pacientes saudáveis são apresentados na tabela abaixo. Os valores de Cmax e ASC da domperidona aumentaram proporcionalmente à dose no intervalo de dose de 10 mg a 20 mg.
Parâmetro farmacocinético |
Doses de 10 mg de domperidona administradas quatro vezes ao dia |
|
Média |
Dia 1 |
Dia 4 |
n |
40 |
40 |
Cmín, ng/mL |
NA |
5,26 (CV: 31,1%) |
Cmáx, ng/mL |
11,6 (CV: 50,8%) |
17,3 (CV: 35,4%) |
Tmáx, ha |
1,02 (intervalo: 0,52 – 5,02) |
1,02 (intervalo: 0,50 – 4,03) |
ASC5h, ng.h/mL |
20,4 (CV: 34,4%) |
47,8 (CV: 30,5%) |
a mediana (intervalo)
AUC39: área sob a curva
NA: não aplicável
CV: coeficiente de variação
Fonte: Estudo DOM-DYP-1001
A baixa biodisponibilidade absoluta da domperidona oral (aproximadamente 15%) é devida a um extensivo metabolismo40 na primeira passagem pela parede intestinal e fígado41. Apesar da biodisponibilidade da domperidona ser aumentada nos indivíduos normais quando tomada após as refeições, pacientes com queixas gastrintestinais devem tomar a domperidona 15-30 minutos antes das refeições. A redução da acidez gástrica42 perturba a absorção da domperidona. A biodisponibilidade oral de domperidona é diminuída pela administração prévia e concomitante de cimetidina e bicarbonato de sódio. O tempo do pico de absorção é ligeiramente retardado e a AUC39 levemente aumentada quando o medicamento é tomado por via oral após as refeições.
Distribuição
A ligação a proteínas43 plasmáticas da domperidona é de 91-93%. Os estudos de distribuição com o fármaco44 radiomarcado em animais mostrou uma ampla distribuição tecidual, mas baixas concentrações no cérebro38. Pequenas quantidades do medicamento atravessam a placenta em ratas.
Metabolismo40
A domperidona sofre um rápido e extenso metabolismo40 hepático pela hidroxilação e N-dealquilação. Experimentos do metabolismo40 “in vitro” com inibidores diagnósticos revelaram que o CYP3A4 é a principal forma do citocromo P-450 envolvida na N-dealquilação da domperidona, enquanto que o CYP3A4, o CYP1A2 e o CYP2E1 estão envolvidos na hidroxilação aromática da domperidona.
Excreção
As excreções urinária e fecal são respectivamente de 31 e 66% da dose oral. A proporção de medicamento excretado inalterado é pequena (10% da excreção fecal e aproximadamente 1% da excreção urinária). A meia-vida plasmática após a dose oral única é 7-9 horas em indivíduos saudáveis, mas é prolongada em pacientes com insuficiência renal45 severa.
Insuficiência hepática46
Em indivíduos com insuficiência hepática46 moderada (escore de Pugh 7 a 9 e Child-Pugh B), a AUC39 e a Cmáx de domperidona é 2,9 e 1,5 vezes maiores, respectivamente, quando comparadas a indivíduos saudáveis. A fração não ligada é aumentada em 25% e a meia-vida de eliminação terminal é prolongada de 15 para 23 horas. Indivíduos com insuficiência hepática46 leve tem menor exposição sistêmica do que indivíduos saudáveis, baseando na Cmáx e AUC39, sem alteração na ligação às proteínas43 plasmáticas ou na meia-vida terminal. Indivíduos com insuficiência hepática46 severa não foram estudados (vide “Contraindicações”).
Insuficiência renal45
Em pacientes com insuficiência renal45 severa (creatinina47 sérica > 6 mg/100 mL ou >0,6 mmol/L48) a meia-vida de domperidona aumenta de 7,4 para 20,8 horas, mas os níveis plasmáticos do medicamento foram inferiores aos de voluntários com função renal49 normal. Uma pequena quantidade inalterada é excretada pela via renal49 (aproximadamente 1%) (vide “Posologia e Modo de Usar”).
Dados pré-clínicos
Em dose alta e tóxica para as ratas mães de 200 mg/kg/dia, foram observados efeitos teratogênicos50 nos ratos (anormalidades dos órgãos, tais como anoftalmia, microftalmia e deslocamento da artéria51 subclávia). A significância clínica desses achados é desconhecida. Não foi observada teratogenicidade em camundongos e coelhos.
Estudos eletrofisiológicos “in vitro” e “in vivo” mostraram que a domperidona, em concentrações altas, pode prolongar o intervalo QTc.
Em ratos juvenis, um nível sem eventos adversos observados de 10 mg/kg foi observado após a administração de 30 dias de doses intraperitoniais repetidas, uma vez ao dia. Doses únicas intraperitoniais ou intravenosas mostraram valores de DL50 similares (intervalo médio 53-76 mg/kg) tanto em ratos juvenis como em adultos.
CONTRAINDICAÇÕES
A domperidona é contraindicada em pacientes com hipersensibilidade conhecida à domperidona ou a qualquer um dos excipientes.
A domperidona não deve ser utilizada sempre que a estimulação da motilidade gástrica possa ser perigosa, por exemplo, na presença de hemorragia52 gastrintestinal, obstrução mecânica ou perfuração.
A domperidona também é contraindicada em pacientes com tumor53 hipofisário secretor de prolactina34 (prolactinoma).
A administração concomitante de domperidona com inibidores potentes do CYP3A4 que demonstraram causar um prolongamento do intervalo QT, tais como claritromicina, eritromicina, itraconazol, cetoconazol oral, posaconazol, ritonavir, saquinavir, telitromicina, telaprevir e voriconazol, é contraindicada (vide “Advertências e Precauções” e “Interações Medicamentosas”).
A domperidona é contraindicada em pacientes com insuficiência hepática46 moderada ou severa (vide “Características Farmacológicas – Propriedades Farmacocinéticas”).
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Efeitos cardíacos
Estudos epidemiológicos mostraram que a domperidona pode estar associada a um risco aumentado de arritmias54 ventriculares graves ou morte cardíaca súbita (vide “Reações Adversas”). Esses estudos sugerem que este risco aumentado pode ser maior em pacientes com mais de 60 anos de idade ou em pacientes tomando doses orais maiores que 30 mg por dia. Portanto, domperidona deve ser usado com cautela em pacientes idosos.
Devido ao aumento do risco de arritmia55 intraventricular, não é recomendado o uso de domperidona em pacientes apresentando prolongamento conhecido dos intervalos de condução cardíaca, particularmente do intervalo QTc, em pacientes com distúrbios eletrolíticos significativos (hipocalemia56, hipercalemia57, hipomagnesemia), ou bradicardia58, ou em pacientes com doenças cardíacas subjacentes, tais como insuficiência cardíaca congestiva59).
Distúrbios eletrolíticos (hipocalemia56, hipercalemia57, hipomagnesemia) e bradicardia58 são condições conhecidas por aumentarem o risco pró- arrítmico.
O tratamento com domperidona deve ser interrompido se sinais60 ou sintomas15 que podem estar associados à arritmia55 cardíaca ocorrerem e os pacientes devem contatar o médico imediatamente.
Potencial para interação medicamentosa
A principal via metabólica da domperidona é através da CYP3A4. Os dados em humanos e “in vitro” mostram que o uso concomitante de medicamentos que inibem significativamente esta enzima61 pode resultar em aumento dos níveis plasmáticos de domperidona. A coadministração de domperidona com inibidores potentes da CYP3A4, que demonstraram causar prolongamento do intervalo QT, é contraindicado (vide “Contraindicações”).
Deve-se ter cautela quando domperidona é coadministrada com inibidores potentes da CYP3A4 que não demonstraram causar prolongamento do intervalo QT, tais como indinavir, e os pacientes devem ser monitorados de perto para sinais60 e sintomas15 de reações adversas (vide “Reações Adversas”).
Deve-se ter cautela quando domperidona é coadministrada com medicamentos que demonstraram causar prolongamento do intervalo QT, e os pacientes devem ser monitorados de perto para sinais60 e sintomas15 de reações adversas cardiovasculares (vide “Reações Adversas”). Exemplos incluem:
- Antiarrítmicos classe IA (exemplos: disopiramida, quinidina)
- Antiarrítmicos classe III (exemplos: amiodarona, dofetilida, dronedarona, ibutilida, sotalol)
- Certos antipsicóticos (exemplos: haloperidol, pimozida, sertindol)
- Certos antidepressivos (exemplos: citalopram, escitalopram)
- Certos antibióticos (exemplos: levofloxacino, moxifloxacino)
- Certos agentes antifúngicos (exemplo: pentamidina)
- Certos agentes antimaláricos62 (exemplo: halofantrina)
- Certos medicamentos gastrintestinais (exemplo: dolasetrona)
- Certos medicamentos contra câncer21 (exemplos: toremifeno, vandetanibe)
- Outros medicamentos (exemplos: bepridil, metadona)
A listagem anterior é representativa e não exaustiva.
Antiácidos63 ou agentes antissecretores não devem ser tomados simultaneamente com domperidona, uma vez que eles reduzem a biodisponibilidade oral da domperidona. Quando usados concomitantemente, domperidona deve ser tomado antes das refeições e antiácidos63 ou agentes antissecretores, após as refeições.
Excipientes
Os comprimidos contêm lactose1 e podem ser inadequados para pacientes64 com intolerância à lactose1, galactosemia65 ou má absorção da glicose66 e da galactose67.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
Foram observadas tontura68 e sonolência com o uso de domperidona (vide “Reações Adversas”). Portanto, pacientes devem ser aconselhados a não dirigir veículos ou operar máquinas ou se envolver em outras atividades que necessitam de estado de alerta mental ou coordenação, até que seja estabelecido como domperidona afeta esses pacientes.
Gravidez69 (Categoria C) e lactação70
Existem dados pós-comercialização limitados quanto ao uso de domperidona em gestantes. Um estudo em ratas mostrou toxicidade71 reprodutiva em uma dose alta, tóxica para a mãe.
O risco potencial em humanos é desconhecido. Portanto, domperidona deve ser usado durante a gravidez69 apenas quando justificado pelo benefício terapêutico antecipado.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Lactação70
A quantidade de domperidona que poderia ser ingerida por um lactente72 através do leite materno é baixa. A dose máxima relativa para o lactente72 (em %) é estimada como 0,1% do peso materno ajustado à dose. Não se sabe se isto é nocivo ao recém-nascido. Por essa razão a amamentação73 não é recomendável às mulheres que estão tomando domperidona.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
A principal via metabólica da domperidona é através do CYP3A4. Dados “in vitro” e em humanos demonstram que o uso concomitante de fármacos que inibem esta enzima61 de forma significativa pode resultar em níveis plasmáticos elevados de domperidona.
Quando a domperidona foi coadministrada com inibidores potentes da CYP3A4 que demonstraram causar prolongamento do intervalo QT, foram observadas alterações clinicamente significativas nos intervalos QT. Portanto, a coadministração de domperidona com certos medicamentos é contraindicada (vide “Contraindicações”).
Deve-se ter cautela quando domperidona é coadministrada com inibidores potentes da CYP3A4 que não demonstraram causar prolongamento do intervalo QT ou medicamentos que demonstraram causar prolongamento do intervalo QT (vide “Advertências e Precauções”).
A administração concomitante de medicamentos anticolinérgicos (exemplos: dextrometorfano, difenidramina) pode antagonizar o efeito antidispéptico de domperidona.
Teoricamente, como o domperidona tem um efeito gastrocinético, ele pode influenciar na absorção de fármacos administrados concomitantemente por via oral, particularmente aqueles com liberação prolongada ou formulações com comprimidos de liberação entérica. Contudo, em pacientes já estabilizados num tratamento com digoxina ou paracetamol, o uso simultâneo da domperidona não influencia os níveis sanguíneos destes medicamentos.
A domperidona pode também ser administrado com:
- neurolépticos74, pois a ação deles não é potencializada.
- agonistas dopaminérgicos (bromocriptina, L-dopa), cujos efeitos periféricos indesejáveis, como distúrbios digestivos, náuseas6 e vômitos7, são suprimidos sem neutralização das suas propriedades centrais.
Interação com alimentos
É recomendado o uso de domperidona antes das refeições. Se ele for tomado após as refeições, a absorção do medicamento será retardada.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
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Conversar em temperatura ambiente (temperatura entre 15 a 30°C). Proteger da luz e umidade. O prazo de validade desse medicamento é de 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas do produto
Comprimido circular, branco, biconvexo e monossectado.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Síndromes dispépticas
Adultos e adolescentes ≥ 12 anos de idade e com peso ≥ 35 kg, e crianças < 12 anos e com peso ≥ 35 kg:
A dose de domperidona deve ser a menor dose eficaz para a situação individual (tipicamente 30 mg/dia) e pode ser aumentada, se necessário, a uma dose diária oral máxima de 40 mg.
Geralmente, a duração máxima de tratamento não deve exceder uma semana para o tratamento de náusea19 aguda e vômito20. Se a náusea19 ou o vômito20 persistirem por mais de uma semana, o paciente deverá consultar seu médico.
Para as outras indicações, a duração inicial do tratamento é de até quatro semanas. Se o tratamento exceder quatro semanas, os pacientes e a necessidade de continuação do tratamento devem ser reavaliados.
- 10 mg (1 comprimido) 3 vezes ao dia, 15 a 30 minutos antes das refeições e, se necessário, 10 mg ao deitar, respeitando a dose diária máxima de 40 mg (4 comprimidos de 10 mg).
Adultos e adolescentes ≥ 12 anos de idade e com peso < 35 kg:
A dose de domperidona deve ser a menor dose eficaz. A dose diária total é dependente do peso corpóreo.
Geralmente, a duração máxima de tratamento não deve exceder uma semana para o tratamento de náusea19 aguda e vômito20. Para as outras indicações, a duração inicial do tratamento é de até quatro semanas. Se o tratamento exceder quatro semanas, os pacientes e a necessidade de continuação do tratamento devem ser reavaliados.
Os comprimidos de domperidona são inadequados para o uso em crianças, adultos e adolescentes com menos de 35 kg.
Náuseas6 e vômitos7
Adultos e adolescentes ≥ 12 anos de idade e com peso ≥ 35 kg e crianças < 12 anos e com peso ≥ 35 kg:
A dose de domperidona deve ser a menor dose eficaz para a situação individual (tipicamente 30mg/dia) e pode ser aumentada, se
necessário, até uma dose diária oral máxima de 40mg. A duração inicial do tratamento é de até quatro semanas. Se o tratamento exceder quatro semanas, os pacientes e a necessidade de continuação do tratamento devem ser reavaliados.
- 10 mg (1 comprimido) 3 vezes ao dia, 15 a 30 minutos antes das refeições e, se necessário, 10 mg ao deitar, respeitando a dose diária máxima de 40 mg (4 comprimidos de 10 mg).
Adultos e adolescentes ≥ 12 anos de idade e com peso < 35 kg:
A dose de domperidona deve ser a menor dose eficaz. A dose diária total é dependente do peso corpóreo.
A duração inicial do tratamento é de até quatro semanas. Se o tratamento exceder quatro semanas, os pacientes e a necessidade de continuação do tratamento devem ser reavaliados.
Os comprimidos de domperidona são inadequados para o uso em adultos e adolescentes com menos de 35 kg.
Observações:
- É recomendado o uso de domperidona antes das refeições. Se ele for tomado após as refeições, a absorção do medicamento será retardada.
- Os comprimidos não devem ser administrados em crianças com peso inferior a 35 kg.
Insuficiência renal45
Como a meia-vida de eliminação de domperidona é prolongada nos pacientes com insuficiência renal45 grave (creatinina47 sérica > 6 mg/100 mL, ou seja, > 0,6 mmol/L48), a frequência da administração de domperidona deve ser reduzida para 1 ou 2 vezes ao dia, dependendo da severidade do distúrbio, e pode ser necessário reduzir a dose. Pacientes com insuficiência renal45 grave devem ser avaliados regularmente (vide “Características Farmacológicas – Propriedades Farmacocinéticas”).
Insuficiência hepática46
A domperidona é contraindicado para pacientes64 com insuficiência hepática46 moderada (Child-Pugh 7 a 9) ou grave (Child-Pugh > 9) (vide “Contraindicações”). Não é necessário ajuste de dose para pacientes64 com insuficiência hepática46 leve (Child-Pugh 5 a 6) (vide “Características Farmacológicas – Propriedades Farmacocinéticas”).
REAÇÕES ADVERSAS
Reações adversas são eventos adversos que são considerados como razoavelmente associados ao uso de domperidona, com base na avaliação abrangente das informações disponíveis sobre eventos adversos. A relação causal com domperidona não pode ser estabelecida de forma confiável a partir de casos individuais. Adicionalmente, como os estudos clínicos são conduzidos sob condições amplamente variáveis, taxas de reações adversas observadas em estudos clínicos do medicamento não podem ser diretamente comparadas às taxas em estudos clínicos de outros medicamentos e podem não refletir as taxas observadas na prática clínica.
Dados de estudos clínicos
A segurança de domperidona foi avaliada em 1.221 pacientes com gastroparesia75, dispepsia14, doença do refluxo gatroesofágico (DRGE), ou outra condição relacionada em 45 estudos clínicos incluídos na base de dados de segurança. Todos os pacientes tinham 15 anos ou mais e receberam ao menos uma dose oral de domperidona. Um pouco menos da metade dos pacientes (553/1.221) eram diabéticos. A dose mediana diária total foi de 80 mg (faixa de 10 a 160 mg), sendo que 230 pacientes receberam uma dose maior que a de 80 mg. A mediana da duração de exposição foi de 56 dias (faixa de 1 a 2.248 dias).
As reações adversas relatadas por 1% ou mais dos pacientes tratados com domperidona nesses 45 estudos clínicos são apresentadas na Tabela 1 a seguir.
Tabela 1 – Reações adversas relatadas por ≥ 1% de pacientes tratados com domperidona em 45 estudos clínicos.
Sistema/Classe de Órgão |
domperidona |
Distúrbios psiquiátricos |
|
Depressão |
2,5 |
Ansiedade |
1,6 |
Diminuição da libido76/perda da libido76 |
1,5 |
Distúrbios do sistema nervoso77 |
|
Cefaleia78 |
5,6 |
Sonolência |
2,5 |
Acatisia79 |
1,0 |
Distúrbios gastrintestinais |
|
Diarreia80 |
5,2 |
Distúrbios da pele81 e do tecido subcutâneo82 |
|
Erupção83 cutânea84 |
2,8 |
Prurido85 |
1,7 |
Distúrbios do sistema reprodutivo e das mamas86 |
|
Aumento das mamas86/ginecomastia87 |
5,3 |
Sensibilidade das mamas86 ao toque |
4,4 |
Galactorreia88 |
3,3 |
Amenorreia89 |
2,9 |
Dor nas mamas86 |
2,3 |
Menstruação90 irregular |
2,0 |
Distúrbios da lactação70 |
1,6 |
Distúrbios gerais e condições no local da administração |
|
Astenia91 |
1,9 |
As reações adversas ocorridas em <1% de pacientes tratados com domperidona em 45 estudos clínicos (n=1.221) estão listadas a seguir na Tabela 2.
Tabela 2 – Reações adversas relatadas por < 1% de pacientes tratados com domperidona em 45 estudos clínicos.
Sistema/Classe de Órgão |
domperidona |
Distúrbios do sistema imunológico92 |
|
Hipersensibilidade |
0,2 |
Distúrbios da pele81 e do tecido subcutâneo82 |
|
Urticária93 |
0,7 |
Distúrbios do sistema reprodutivo e das mamas86 |
|
Descarga mamilar |
0,8 |
Inchaço94 das mamas86 | 0,5 |
A seguinte reação adversa foi reportada com o uso sem receita: boca95 seca.
Experiência pós-comercialização
Adicionalmente às reações adversas relatadas durante os estudos clínicos e listadas previamente, as seguintes reações adversas também foram relatadas durante a experiência de pós-comercialização (frequência baseada nas taxas de relatos espontâneos).
Reação muito rara (< 1/10.000):
- Distúrbios do sistema imunológico92: reação anafilática96 (incluindo choque anafilático97);
- Distúrbios psiquiátricos: agitação, nervosismo;
- Distúrbios do sistema nervoso77: tontura68, distúrbios extrapiramidais, convulsão98;
- Distúrbios cardíacos: morte cardíaca súbita*, arritmia55 ventricular grave* (vide “Advertências e Precauções”);
- Distúrbios da pele81 e do tecido subcutâneo82: angioedema99;
- Distúrbios renal49 e urinário: retenção urinária100;
- Investigação: testes da função hepatica101 anormais, aumento da prolactina34 no sangue102.
*Baseado em dados epidemiológicos.
População pediátrica
Durante a experiência de pós-comercialização, não houve diferenças entre o perfil de segurança de adultos e crianças.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou à Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
Superdose tem sido relatada principalmente em lactentes17 e crianças.
Sinais60 e sintomas15
Os sintomas15 da superdose podem incluir agitação, alteração da consciência, convulsão98, desorientação, sonolência e reações extrapiramidais.
Tratamento
Não existe nenhum antídoto103 específico contra a domperidona.
Supervisão médica de perto e medidas de suporte são recomendadas. Medicamentos anticolinérgicos ou antiparkinsonianos podem ser úteis no controle das reações extrapiramidais.
É aconselhável entrar em contato com um centro de controle de intoxicação para obter as recomendações mais recentes para o tratamento de uma overdose.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações sobre como proceder.
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