

Amplospec (Bula do profissional de saúde)
INSTITUTO BIOCHIMICO INDÚSTRIA FARMACÊUTICA LTDA
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Amplospec
ceftriaxona dissódica hemieptaidratada
Injetável 1 g
Medicamento similar equivalente ao medicamento de referência.
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Pó para solução injetável
Caixas com 50 frascos-ampola de 1 g
VIA INTRAVENOSA
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO:
Cada frasco-ampola de Amplospec contém:
ceftriaxona dissódica hemieptaidratada (equivalente a 1 g de ceftriaxona) | 1,19 g |
Contém aproximadamente 83 mg (3,6 mEq) de SÓDIO por grama1 de ceftriaxona.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE2
INDICAÇÕES
Este medicamento é indicado para o tratamento de infecções3 causadas por microrganismos sensíveis à ceftriaxona, como por exemplo: sepse4; meningite5; borreliose de Lyme disseminada (estágios iniciais e tardios da doença) (Doença de Lyme); infecções3 intra - abdominais (peritonites, infecções3 do trato gastrintestinal e biliar); infecções3 ósseas, articulares, tecidos moles, pele6 e feridas; infecções3 em pacientes imunocomprometidos; infecções3 renais e do trato urinário7; infecções3 do trato respiratório, particularmente pneumonia8 e infecções3 otorrinolaringológicas; infecções3 genitais, inclusive gonorreia9; profilaxia perioperatória de infecções3.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
O tratamento com ceftriaxona é eficaz em infecções3 de gravidade variável, incluindo a sepse4 neonatal e em adultos, causadas por microrganismos sensíveis.38, 11, 41 É indicado no tratamento empírico da meningite5 em crianças acima de 1 ano associado à ampicilina.9 Sua eficácia em adultos é comparável à da associação ampicilina e cloranfenicol12 e, em crianças, aos seguintes antibióticos: cloranfenicol, ampicilina (isolados ou em associação), cefepima e cefotaxima, com a vantagem de posologia apenas uma vez ao dia.9, 35, 32 No tratamento das infecções3 respiratórias agudas ou crônicas agudizadas sua eficácia é observada em crianças, adultos e idosos, na pneumonia8 comunitária e hospitalar, de gravidade variável, e em casos graves.33, 15,10, 21, 4, 25 Seu uso em dose única no tratamento da otite média10 aguda em crianças tem eficácia similar à do tratamento com amoxicilina durante 7 a 10 dias, associação amoxicilina e ácido clavulânico e sulfametoxazol e trimetoprima e tem sua indicação como alternativa quando a aderência ao tratamento for questionável.40, 5 ,3 Ceftriaxona mostrou-se eficaz no tratamento das infecções3 renais e do trato urinário7, não-complicadas e complicadas.4,19 Sua eficácia e segurança também foram demonstradas em mulheres grávidas,42 crianças e adolescentes.23 No tratamento da peritonite11 bacteriana espontânea em pacientes cirróticos, ocorre cura bacteriológica de até 100% em 48 horas.14 Na febre tifóide12 seu uso é seguro e eficaz, em adultos e crianças, comparável ao cloranfenicol.29 Nas diarréias causadas por Shigella, Salmonella, coli e Campylobacter, em crianças, tem eficácia similar quando comparado ao ciprofloxacino.24 Sua eficácia também é observada no tratamento empírico de infecções3 bacterianas em crianças e adultos imunocomprometidos com neutropenia13 febril e câncer14.18, 27, 1 Nesses pacientes, o uso de ceftriaxona diário, uma vez ao dia, é mais custo-efetivo do que a ceftazidima, três doses ao dia, ambos em associação à amicacina.34, 1 Na profilaxia perioperatória de infecções3, sua administração em dose única no pré- operatório tem eficácia superior ou igual a outros antibióticos administrados em múltiplas doses. É superior à associação de gentamicina e metronidazol em cirurgias intestinais30 e a cefoxitina, em cirurgias abdominais.31 Em relação a cefepime (este também em dose única), a eficácia nas cirurgias colorretais é semelhante.43 Nas cirurgias ginecológicas, biliares e cardiovasculares, a eficácia de sua administração em dose única é similar a cefazolina em múltiplas doses.17, 22, 37 Nas cirurgias mamárias, observou-se menor incidência15 de infecção16 pós- operatória quando comparado a ceftazidima.39 Nas cirurgias ortopédicas sua eficácia é semelhante à de cefuroxima.28 Na profilaxia de infecção16 após trauma penetrante, a administração precoce (dentro de 2 horas) de ceftriaxona 2 g em dose única tem eficácia semelhante ao uso de cefoxitina na dose de 2 g, 3 vezes ao dia por 3 dias associado a um menor custo de tratamento.36 Ceftriaxona em uma única dose é eficaz para o tratamento da gonorreia9 com resultados de erradicação da bactéria17 que variam de 98% a 100% .16,19 Sua eficácia em dose única no tratamento do cancróide é similar à azitromicina.26 Sua associação com doxicilina é tão eficaz quanto a associação clindamicina e ciprofloxacino no tratamento da doença inflamatória pélvica18.2 No tratamento da Doença de Lyme, mostra-se superior à penicilina e pode ser considerada droga de escolha.6, 7, 8 No tratamento das celulites, sua eficácia é comparável a cefazolina.13
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CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
FARMACODINÂMICA
Mecanismo de Ação
A atividade bactericida da ceftriaxona deve-se à inibição da síntese da parede celular. A ceftriaxona, in vitro, é ativa contra um amplo espectro de microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos, sendo altamente estável à maioria das betalactamases, tanto cefalosporinases quanto penicilinases desses microrganismos. A ceftriaxona é normalmente ativa in vitro contra os seguintes microrganismos e suas respectivas infecções3:
Aeróbios Gram-positivos: Staphylococcus aureus (sensíveis à meticilina); Staphylococci coagulase-negativo; Streptococcus pyogenes (Beta hemolítico grupo A); Streptococcus agalactiae (Beta hemolítico grupo B); Streptococci beta hemolítico (grupo não- A ou B); Streptococcus viridans; Streptococcus pneumoniae.
Obs: Os estafilococos resistentes à meticilina são resistentes às cefalosporinas, inclusive à ceftriaxona. Em geral, Enterococos faecalis, Enterococos faecium e Listeria monocytogenes também são resistentes.
Aeróbios Gram-negativos: Acinetobacter lwoffi; Acinetobacter anitratus (principalmente Acinetobacter baumanii)*; Aeromonas hydrophila; Alcaligenes faecalis; Alcaligenes odorans; Bactéria17 Alcaligenes-like; Borrelia burgdorferi; Capnocytophaga spp.; Citrobacter diversus (incluindo C. amalonaticus); Citrobacter freundii*; Escherichia coli; Enterobacter aerogenes*; Enterobacter cloacae*; Enterobacter spp. (outros)*; Haemophilus ducreyi; Haemophilus influenzae; Haemophilus parainfluenzae; Hafnia alvei; Klebsiella oxytoca; Klebsiella pneumoniae**; Moraxella catarrhalis (antiga Branhamella catarrhalis); Moraxella osloensis; Moraxella spp. (outras); Morganella morganii; Neisseria gonorrhoeae; Neisseria meningitidis; Pasteurella multocida; Plesiomonas shigelloides; Proteus mirabilis; Proteus penneri*; Proteus vulgaris*; Pseudomonas fluorescens*; Pseudomonas spp. (outras)*; Providentia rettgeri*; Providentia spp. (outras); Salmonella typhi; Salmonella spp (não-tifóide); Serratia marcescens*; Serratia spp. (outras)*; Shigella spp.;Vibrio spp.; Yersinia enterocolitica; Yersinia spp. (outras).
* Alguns isolados dessas espécies são resistentes à ceftriaxona, principalmente por causa da produção de betalactamase codificada cromossomicamente.
** Alguns isolados dessas espécies são resistentes por causa da produção de betalactamase de espectro ampliado mediada por plasmídio.
Obs: Muitas cepas20 de microrganismos anteriormente mencionados que apresentam resistência a outros antibióticos, como amino e ureido-penicilina, cefalosporinas mais antigas e aminoglicosídeos, são sensíveis à ceftriaxona. Treponema pallidum é sensível à ceftriaxona in vitro e em experimentação animal. Trabalhos clínicos indicam que tanto a sífilis21 primária como a secundária respondem bem ao tratamento com ceftriaxona. Com poucas exceções clínicas, isolados de P. aeruginosa são resistentes à ceftriaxona.
Microrganismos anaeróbicos: Bacteroides spp. (sensíveis à bile22)*; Clostridium spp.(exceto C. difficile); Fusobacterium nucleatum, Fusobacterium spp (outros); Gaffkia anaerobica (anteriormente Peptococcus);Peptostreptococcus spp.
* Alguns isolados dessa espécie são resistentes por causa da produção de betalactamase.
Obs: Muitas cepas20 de Bacteroides spp. produtoras de betalactamases (especialmente B. fragillis) são resistentes. Clostridium difficile é resistente.
A sensibilidade à ceftriaxona pode ser determinada por meio do teste de difusão com disco ou do teste de diluição com ágar ou caldo que utiliza técnicas padronizadas para testes de sensibilidade como as recomendadas pelo National Committee for Clinical Laboratory Standards (NCCLS).
O NCCLS fornece os seguintes parâmetros para a ceftriaxona:
Teste de sensibilidade por diluição (concentrações inibitórias em mg/L): sensível = 8 mg/L; moderadamente sensível 16–32 mg/L; resistentes = 64 mg/L.
Teste de sensibilidade por difusão usando disco com 30 mcg de ceftriaxona (diâmetro da zona de inibição em mm): sensível = 21 mm, moderadamente sensível = 20–14 mm, resistentes = 13 mm.
Os microrganismos devem ser testados com os discos de ceftriaxona uma vez que ficou demonstrado in vitro, que a ceftriaxona é ativa contra certas cepas20 que se mostraram resistentes em discos da classe cefalosporina. Quando as normas recomendadas pelo NCCLS não estão disponíveis, pode-se utilizar outras normas bem padronizadas de sensibilidade e interpretação dos testes.
FARMACOCINÉTICA
A farmacocinética da ceftriaxona não é linear e todos os parâmetros farmacocinéticos básicos, exceto a meia vida de eliminação, são dependentes da dose se baseados nas concentrações totais do fármaco23, aumentando menos do que proporcionalmente com a dose. A não linearidade é devida à saturação da ligação com as proteínas24 plasmáticas e é observada, portanto, para a ceftriaxona plasmática total, mas não para a ceftriaxona livre (não ligada).
Absorção: Após a administração intravenosa em bolus25 de 500 mg e 1 g de ceftriaxona, o pico plasmático médio dos níveis de ceftriaxona é aproximadamente 120 e 200 mg/L, respectivamente. Após infusão intravenosa de 500 mg, 1 g e 2 g de ceftriaxona, os níveis plasmáticos de ceftriaxona são aproximadamente 80, 150 e 250 mg/L, respectivamente.
Distribuição: O volume de distribuição da ceftriaxona é de 7 a 12 litros. Ceftriaxona mostrou excelente penetração tissular26 e nos líquidos orgânicos após dose de 1–2 g. Alcança concentrações bem acima da concentração inibitória mínima contra a maioria dos patógenos responsáveis pela infecção16 e é detectável por mais de 24 horas em mais de 60 tecidos ou líquidos orgânicos, incluindo pulmões27, coração28, fígado29 e vias biliares30, amígdalas31, ouvido médio32, mucosa33 nasal, ossos e fluidos cérebro34-espinhal, pleural, prostático e sinovial. Na administração intravenosa, a ceftriaxona difunde-se rapidamente para o líquido intersticial35, onde a concentração bactericida contra organismos sensíveis é mantida por 24 horas (vide figura).

Ligação protéica: A ceftriaxona liga-se de modo reversível à albumina36. A ligação com proteínas24 plasmáticas é de aproximadamente 95% em concentrações plasmáticas menores que 100 mg/L. Essa ligação é saturável e a porção ligada diminui com o aumento da concentração (até 85% em concentrações de 300 mg/L).
Penetração em tecidos específicos: A ceftriaxona atravessa meninges37 e essa penetração é maior em meninges37 inflamadas. A média das concentrações de pico de ceftriaxona no líquido cefalorraquidiano38 (LCR) reportada corresponde a até 25% dos níveis plasmáticos em pacientes com meningite5 bacteriana comparada com 2% de níveis plasmáticos em pacientes com meninges37 não inflamadas. As concentrações de pico de ceftriaxona no LCR são atingidas em, aproximadamente, quatro a seis horas após injeção39 intravenosa. A ceftriaxona atravessa a placenta e é excretada pelo leite em baixas concentrações.
Metabolização: A ceftriaxona não é metabolizada sistemicamente, mas convertida a metabólitos40 microbiologicamente inativos pela flora intestinal.
Eliminação: A depuração total do plasma41 é 10–22 mL/min. A depuração renal42 é 5–12 mL/min.
Em adultos, cerca de 50–60% de ceftriaxona é excretada sob a forma inalterada na urina43, enquanto 40–50% são excretados sob a forma inalterada na bile22. A meia-vida de eliminação em adultos sadios é de aproximadamente 8 horas.
Farmacocinética em situações clínicas especiais
População pediátrica: a meia-vida da ceftriaxona é prolongada em neonatos44. Em pacientes desde o nascimento até 14 dias de idade, os níveis de ceftriaxona livre podem ser aumentados por fatores como a filtração glomerular reduzida e a ligação proteica alterada. Durante a infância, a meia-vida é menor que em neonatos44 ou adultos. A depuração plasmática e o volume de distribuição da ceftriaxona total são maiores em neonatos44, lactentes45 e crianças do que em adultos.
População geriátrica: em indivíduos idosos, com mais de 75 anos, a média da meia-vida de eliminação é cerca de 2 a 3 vezes mais longa que em pacientes adultos.
Insuficiência renal46: em pacientes com insuficiência renal46, a farmacocinética da ceftriaxona é minimamente alterada, sendo a meia- vida de eliminação apenas discretamente aumentada (menos que duas vezes), mesmo em pacientes com insuficiência renal46 grave. O modesto aumento na meia-vida em pacientes com insuficiência renal46 é devido ao aumento compensatório na depuração não renal42, originado por uma redução na ligação proteica e por aumento correspondente na depuração não renal42 da ceftriaxona total.
Insuficiência hepática47: em pacientes com insuficiência hepática47, a farmacocinética da ceftriaxona é minimamente alterada, sendo a meia-vida de eliminação apenas discretamente aumentada (menos que duas vezes). Em pacientes com insuficiência hepática47, a meia- vida de eliminação da ceftriaxona não é aumentada, por causa de um aumento compensatório na depuração renal42. Isto ocorre também por causa de um aumento na fração de ceftriaxona livre no plasma41, que contribuiu para o aumento paradoxal48 observado na depuração de ceftriaxona total, paralelamente a um aumento do volume de distribuição.
Segurança não-clínica
Os dados não clínicos não revelam riscos especiais para o ser humano, segundo estudos convencionais de farmacologia49 de segurança, toxicidade50 de dose aguda e repetida, genotoxicidade ou toxicidade50 reprodutiva.
Carcinogenicidade
Não foram conduzidos estudos de carcinogenicidade para estabelecer o potencial carcinogênico de Amplospec®.
Genotoxicidade
Nenhuma evidência de mutagenicidade foi encontrada in vitro ou in vivo.
Toxicidade50 reprodutiva
Estudos reprodutivos em animais não demostraram evidência de embriotoxicidade, fetotoxicidade, teratogenicidade, no nascimento ou no desenvolvimento perinatal e pós-natal. Em primatas, não foi observada embriotoxicidade ou teratogenicidade.
CONTRAINDICAÇÕES
Hipersensibilidade: Amplospec® é contraindicado a pacientes com conhecida hipersensibilidade à ceftriaxona, a qualquer um dos excipientes da formulação ou a qualquer outro cefalosporínico. Pacientes com histórico de reações de hipersensibilidade à penicilina e outros agentes betalactâmicos podem apresentar maior risco de hipersensibilidade à ceftriaxona (vide item 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES - Hipersensibilidade).
Lidocaína: Soluções de ceftriaxona que contém lidocaína nunca devem ser administradas por via intravenosa.
Neonatos44 prematuros: Amplospec® é contraindicado a neonatos44 prematuros com idade pós-menstrual (idade corrigida) de até 41 semanas (idade gestacional + idade cronológica).
Recém-nascidos com hiperbilirrubinemia: recém-nascidos com hiperbilirrubinemia não devem ser tratados com ceftriaxona. Estudos in vitro mostraram que a ceftriaxona pode deslocar a bilirrubina51 de sua ligação com a albumina36 sérica, levando a um possível risco de encefalopatia52 bilirrubínica nesses pacientes.
Neonatos44 e soluções intravenosas que contém cálcio: Amplospec® é contraindicado a neonatos44 (≤ 28 dias) caso eles requeiram (ou possam requerer) tratamento com soluções IV que contêm cálcio, incluindo infusão contínua de cálcio como a nutrição parenteral53, por causa do risco de precipitação de ceftriaxona cálcica (vide itens 8. POSOLOGIA E MODO DE USAR, 6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS e 9. REAÇÕES ADVERSAS – Interação com cálcio).
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Hipersensibilidade: assim como para todos os agentes antibacterianos betalactâmicos, reações de hipersensibilidade sérias e, ocasionalmente, fatais foram reportadas em pacientes tratados com Amplospec® (vide item 9. REAÇÕES ADVERSAS). No caso de reações de hipersensibilidade graves, o tratamento com Amplospec® deve ser descontinuado imediatamente e medidas de emergência54 adequadas devem ser iniciadas. Antes do início do tratamento, deve-se concluir se o paciente apresenta histórico de reações de hipersensibilidade à ceftriaxona, outros cefalosporínicos ou qualquer outro tipo de agente betalactâmico. Deve-se tomar precauções, caso Amplospec® seja administrado em pacientes com histórico de hipersensibilidade a outros agentes betalactâmicos.
Anemia hemolítica55: anemia hemolítica55 imune mediada foi observada em pacientes que receberam antibacterianos da classe das cefalosporinas, incluindo Amplospec®. Casos graves de anemia hemolítica55, incluindo óbitos, foram relatados durante o tratamento em adultos e crianças. Caso um paciente desenvolva anemia56 durante o uso de ceftriaxona, o diagnóstico57 de uma anemia56 associada à cefalosporina deve ser considerado e o uso da ceftriaxona interrompido até que a etiologia58 seja determinada.
Diarreia59 associada ao Clostridium difficile (CDAD): CDAD foi relatada com o uso de quase todos os agentes antibacterianos, incluindo Amplospec®, e pode variar na gravidade, de diarreia59 leve à colite60 fatal. O tratamento com agentes antibacterianos altera a flora normal do cólon19, levando a um crescimento exacerbado do C. difficile. C. difficile produz toxinas61 A e B, as quais contribuem para o desenvolvimento de CDAD. Cepas20 de C. difficile hiperprodutoras de toxina62 causam aumento da morbidade63 e mortalidade64, pois essas infecções3 podem ser refratárias65 à terapia antimicrobiana, podendo requerer colectomia. CDAD deve ser considerada em todos os pacientes que apresentarem diarreia59 após uso de antibióticos. É necessário histórico médico cuidadoso porque já foi relatada a ocorrência de CDAD mais de dois meses após a administração de agentes antibacterianos. Caso haja suspeita de CDAD ou o diagnóstico57 seja confirmado, o antibiótico não específico em uso contra C. difficile talvez necessite ser descontinuado. O manejo adequado de líquidos e eletrólitos66, suplementação67 proteica, tratamento antibiótico para C. difficile e a avaliação cirúrgica devem ser instituídos.
Superinfecções68: superinfecções68 com os microrganismos sensíveis podem ocorrer como com outros agentes antibacterianos. Precipitados de ceftriaxona cálcica: precipitados de ceftriaxona cálcica na vesícula biliar69 foram observados durante exames ultrassonográficos em pacientes que, particularmente, estavam recebendo doses de ceftriaxona iguais ou superiores a 1 g/dia. A probabilidade de surgimento desses precipitados, aparentemente, é maior em pacientes pediátricos. Os precipitados desaparecem após descontinuação do tratamento com Amplospec® e são raramente sintomáticos. Em casos sintomáticos, o gerenciamento não cirúrgico conservador é recomendado e a descontinuação do tratamento com Amplospec® deve ser considerada pelo médico com base na avaliação individual do risco-benefício. À luz da evidência científica atual, não foram observados casos de precipitações intravasculares70 em pacientes, exceto em recém-nascidos tratados com ceftriaxona e soluções ou produtos que contenham cálcio. No entanto, Amplospec® não deve ser misturado ou administrado simultaneamente com soluções ou produtos que contenham cálcio, a qualquer paciente, mesmo por diferentes cateteres ou acessos venosos para infusão (vide itens 6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS e 9. REAÇÕES ADVERSAS).
Pancreatite71: casos de pancreatite71, possivelmente de etiologia58 biliar obstrutiva, foram raramente relatados em pacientes tratados com Amplospec®. A maior parte desses pacientes apresentava fatores de risco para estase72 / aglutinação biliar, como tratamento prévio intenso, doença grave e nutrição parenteral53 total. O papel de fator desencadeante ou de cofator de Amplospec® relacionado à precipitação biliar não pode ser descartado.
Monitoramento hematológico: durante tratamentos prolongados, hemograma completo deve ser feito regularmente.
Comprometimento da infertilidade73: Nenhum efeito na infertilidade73 masculina ou feminina foi detectado.
Gravidez74 e Lactação75
Categoria de risco na gravidez74: B. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se ocorrer gravidez74 ou iniciar amamentação76 durante o uso deste medicamento.
Apesar dos estudos não demonstrarem defeitos físicos no feto77 ou indução de mutação genética78, é necessário cautela nos três primeiros meses de gestação, a não ser em casos absolutamente necessários.
Ceftriaxona atravessa a barreira placentária. A segurança durante a gravidez74 não foi estabelecida em seres humanos.
Estudos de reprodução79 em animais não evidenciaram embrio ou fetotoxicidade nem teratogenicidade, ou eventos adversos sobre a fertilidade (tanto masculina quanto feminina), o nascimento ou o desenvolvimento peri ou pós-natal. Em primatas, não foi observada embriotoxicidade ou teratogenicidade.
Lactação75: Como Amplospec® é excretado no leite humano em baixas concentrações, é recomendada cautela em mulheres que amamentam.
Populações especiais
Uso geriátrico: As doses para adultos não precisam ser alteradas para pacientes80 geriátricos.
Uso em pacientes pediátricos: A segurança e a eficácia de Amplospec® em recém-nascidos, lactentes45 e crianças foram estabelecidas para as doses descritas no item
5. POSOLOGIA E MODO DE USAR. Estudos mostraram que a ceftriaxona, assim como outras cefalosporinas, pode deslocar a bilirrubina51 da albumina36 sérica. Amplospec® não é recomendado para neonatos44, especialmente prematuros, que apresentem risco de desenvolver encefalopatia52 por causa da hiperbilirrubinemia (vide item 4. CONTRAINDICAÇÕES).
Insuficiência hepática47 e renal42: Vide item 8.POSOLOGIA E MODO DE USAR.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas
Durante o tratamento com Amplospec®, efeitos indesejados podem ocorrer (por exemplo, tontura81), os quais podem influenciar a habilidade de dirigir e operar máquinas (vide item 9. REAÇÕES ADVERSAS). Pacientes devem ser cautelosos ao dirigir ou operar máquinas.
Até o momento não há informações de que ceftriaxona possa causar doping.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Até o momento, não se observaram alterações da função renal42 após administração simultânea de doses elevadas de ceftriaxona e potentes diuréticos82, como a furosemida. Há evidências conflitantes sobre o potencial aumento na toxicidade50 renal42 dos aminoglicosídeos, quando administrados com cefalosporinas. O monitoramento dos níveis de aminoglicosídeos e da função renal42 descritos na prática clínica devem ser rigorosamente cumpridos, quando houver administração em combinação com ceftriaxona. Ceftriaxona não apresentou efeito similar ao provocado pelo dissulfiram após administração de álcool. Ceftriaxona não contém o radical N-metiltiotetrazol, que está associado a uma possível intolerância ao álcool e a sangramentos observados com outras cefalosporinas. A probenicida não tem influência sobre a eliminação de ceftriaxona. Em estudos in vitro, efeitos antagônicos foram observados com o uso combinado de cloranfenicol e ceftriaxona.
O uso concomitante de Amplospec® com antagonistas da vitamina83 K pode aumentar o risco de sangramentos. Os parâmetrosde coagulação84 devem ser monitorados frequentemente e a dose do anticoagulante85 deve ser ajustada adequadamente durante e após o tratamento com Amplospec® (vide item “Reações adversas”).
Diluentes que contêm cálcio, como as soluções de Ringer ou Hartmann, não devem ser utilizados para a reconstituição de ceftriaxona ou para diluições posteriores de soluções reconstituídas para administração IV, pois pode ocorrer a formação de precipitado. A precipitação de ceftriaxona cálcica também é possível quando ceftriaxona é misturado com soluções que contêm cálcio no mesmo acesso de administração IV. Ceftriaxona não deve ser administrado simultaneamente com soluções IV que contêm cálcio, inclusive infusões contínuas que contêm cálcio, tais como as de nutrição parenteral53, através de equipo em Y. No entanto, em outros pacientes, exceto em recém-nascidos, ceftriaxona e soluções que contenham cálcio podem ser administrados sequencialmente, se as linhas de infusão forem bem lavadas com um líquido compatível. Em estudos in vitro que utilizaram plasma41 adulto e neonatal do sangue do cordão umbilical86, foi demonstrado que recém-nascidos apresentam um risco aumentado de precipitação de ceftriaxona cálcica (vide itens 8. POSOLOGIA E MODO DE USAR e 4.CONTRAINDICAÇÕES).
Interações com exames laboratoriais
Em pacientes tratados com ceftriaxona, o teste de Coombs pode se tornar falso positivo. Assim como com outros antibióticos, pode ocorrer resultado falso positivo para galactosemia87. Os métodos não enzimáticos para a determinação de glicose88 na urina43 podem fornecer resultados falsos positivos. Por esse motivo, a determinação de glicose88 na urina43 durante o tratamento com ceftriaxona deve ser feita por métodos enzimáticos. A presença da ceftriaxona pode falsamente reduzir os valores estimados de glicose88 no sangue89, quando obtidos a partir de alguns sistemas de monitoramento da glicose sanguínea90. Favor consultar as informações de uso para cada sistema utilizado. Métodos de análise alternativos devem ser utilizados, se necessário.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Características físicas e organolépticas do produto
Amplospec® deve ser mantido em temperatura ambiente (15–30°C). Manter o frasco-ampola dentro do cartucho.
Prazo de validade: Este medicamento possui prazo de validade de 36 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
As soluções reconstituídas permanecem estáveis física e quimicamente por 6 horas à temperatura ambiente (ou por 24 horas no refrigerador entre 2 e 8°C). Entretanto, como regra geral, as soluções devem ser usadas imediatamente após a preparação. Depois de reconstituída, a solução apresenta coloração que varia do amarelo-pálido ao âmbar, dependendo da concentração e do tempo de estocagem; esta particularidade da ceftriaxona não tem qualquer significado quanto à tolerabilidade e eficácia do medicamento.
Após preparo, manter no refrigerador, entre 2 e 8°C, por até 24 horas ou manter a temperatura ambiente por até 6 horas.
Características físicas e organolépticas do produto
Amplospec® é constituído de pó cristalino91 de branco a amarelo – alaranjado e solução aquosa clara verde amarelada a amarelo alaranjado não possui características organolépticas marcantes que permitam sua diferenciação em relação a outros pós e soluções.
A solução recém reconstituída deve ser límpida, com coloração variando entre incolor e ligeiramente amarelada.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Descarte de medicamentos não utilizados e/ou com data de validade vencida
O descarte de medicamentos no meio ambiente deve ser minimizado. Os medicamentos não devem ser descartados no esgoto e o descarte em lixo doméstico deve ser evitado. Utilize o sistema de coleta local estabelecido, se disponível.
Descarte de seringas / materiais perfurocortantes
Os seguintes pontos devem ser rigorosamente respeitados quanto ao uso e descarte de seringas e outros materiais perfurocortantes:
- As agulhas e seringas nunca devem ser reaproveitadas.
- Todas as agulhas e seringas utilizadas devem ser colocadas em um recipiente de descarte apropriado, à prova de perfurações.
- Manter o recipiente de descarte fora do alcance das crianças.
Qualquer medicamento não utilizado ou resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Geral
Adultos e crianças acima de 12 anos: a dose usual é de 1–2 g de Amplospec® em dose única diária (cada 24 horas). Em casos graves ou em infecções3 causadas por patógenos moderadamente sensíveis, a dose pode ser elevada para 4 g, uma vez ao dia.
Uso pediátrico
Os seguintes esquemas posológicos são recomendados para administração uma vez ao dia:
Recém-nascidos (abaixo de 14 dias): dose única diária de 20–50 mg/kg. Não ultrapassar 50 mg/kg. Amplospec® é contraindicado a neonatos44 prematuros com idade pós-menstrual (idade gestacional + idade cronológica) de até 41 semanas (vide item 4. CONTRAINDICAÇÕES). Amplospec® também é contraindicado a recém-nascidos (≤ 28 dias) caso eles requeiram (ou possam requerer) tratamento com soluções IV que contêm cálcio, incluindo infusão de cálcio contínua como a nutrição parenteral53, devido ao risco de precipitação de ceftriaxona cálcica (vide item 4. CONTRAINDICAÇÕES).
Recém-nascidos, lactentes45 e crianças (15 dias a 12 anos): dose única diária de 20–80 mg/kg. Para crianças de 50 kg ou mais, deve ser utilizada a posologia de adultos.Doses intravenosas maiores ou iguais a 50 mg/kg de peso corpóreo, em lactentes45 e crianças com até 12 anos de idade, devem ser administradas por períodos de infusão iguais ou superiores a 30 minutos. Em neonatos44, doses intravenosas devem ser administradas durante 60 minutos para reduzir o risco potencial de encefalopatia52 bilirrubínica.
Duração do tratamento
O tempo de tratamento varia de acordo com a evolução da doença. Como se recomenda na antibioticoterapia em geral, a administração de Amplospec® deve ser mantida durante um período mínimo de 48 a 72 horas após o desaparecimento da febre92 ou após obterem-se evidências de erradicação da bactéria17.
Tratamento combinado: tem sido demonstrado, em condições experimentais, um sinergismo entre Amplospec® e aminoglicosídeos, para muitos bacilos Gram-negativos. Embora não se possa prever sempre um aumento de atividade com essa associação, esse sinergismo deve ser considerado nas infecções3 graves com risco de morte causadas por microrganismos, como Pseudomonas aeruginosa. Por causa da incompatibilidade química entre Amplospec® e aminoglicosídeos, esses medicamentos devem ser administrados separadamente, nas doses recomendadas. A incompatibilidade química também foi observada na administração intravenosa da amsacrina, vancomicina e fluconazol com Amplospec®.
Modo de usar
Administração intravenosa: Amplospec IV 1 g em 10 mL de água para injetáveis e então administrar por via intravenosa direta, durante 2 a 4 minutos.
Infusão contínua
Infusão contínua: a infusão deve ser administrada durante, no mínimo, 30 minutos. Para infusão intravenosa, 2 g de Amplospec® são dissolvidos em 40 mL das seguintes soluções que não contenham cálcio: cloreto de sódio 0,9%, glicose88 5%, glicose88 10% e água estéril para injeção39. A solução de Amplospec® não deve ser diluída em frasco com outros antimicrobianos ou com outras soluções que não as citadas acima, devido à possibilidade de incompatibilidades.
O volume final do medicamento preparado, segue abaixo:
Amplospec® IV |
Volume final |
1g |
10,7mL |
A dose de substância ativa por kg de peso corpóreo segue abaixo:
Massa de Amplospec® |
Quantidade de substância ativa na forma de ceftriaxona |
Dose Max. Teórica de substância ativa por Kg* |
1 g |
1192,9 mg |
17,04 mg/Kg |
*Para este cálculo93 foi considerado o peso médio corpóreo de 70 Kg.
Instruções posológicas especiais
Meningite5: na meningite5 bacteriana de lactentes45 e crianças, deve-se iniciar o tratamento com 100 mg/kg em dose única diária (dose máxima de 4 g). Logo que o germe94 responsável tenha sido identificado e sua sensibilidade determinada, pode-se reduzir a posologia. Os melhores resultados foram obtidos com os seguintes tempos de tratamento:
Neisseria meningitides 4 dias
Haemophilus influenzae 6 dias
Streptococcus pneumoniae 7 dias
Uso geriátrico: não é necessário ajuste de dose de Amplospec® para pacientes80 com 65 anos ou mais, desde que o paciente não apresente insuficiência renal46 e hepática95 graves.
Insuficiência renal46: não é requerido ajuste da dose de Amplospec® em pacientes com insuficiência renal46 desde que a função hepática95 não esteja prejudicada. Somente nos casos de insuficiência renal46 pré-terminal (depuração de creatinina96 < 10 mL/min), a dose de Amplospec® não deve ser superior a 2 g/dia. A ceftriaxona não é removida por diálise peritoneal97 ou hemodiálise98. Pacientes submetidos à diálise99 não necessitam de dose suplementar após o procedimento
Insuficiência hepática47: não é requerido ajuste da dose de Amplospec®, desde que a função renal42 não esteja prejudicada.
Insuficiência hepática47 e renal42 graves: no caso de insuficiência hepática47 e renal42 graves e concomitantes, recomenda-se realizar o monitoramento clínico da segurança e eficácia de Amplospec®.
Borreliose de Lyme (Doença de Lyme): a dose preconizada100 é de 50 mg/kg até o total de 2 g em crianças e adultos, durante 14 dias, em dose única diária.
Gonorreia9: para o tratamento da gonorreia9 causada por cepas20 produtoras e não produtoras de penicilinase, recomenda-se uma dose única intramuscular de 250 mg.
Profilaxia no perioperatório: para prevenir infecção16 pós-operatória em cirurgia contaminada ou potencialmente contaminada, recomenda-se dose única de 1 a 2 g de Amplospec® 30 a 90 minutos antes da cirurgia. Em cirurgia colorretal, a administração de Amplospec® com ou sem um derivado 5-nitroimidazólico (por exemplo, ornidazol) mostrou-se eficaz.
Incompatibilidades
Diluentes que contêm cálcio, como as soluções de Ringer ou Hartmann, não devem ser utilizados para a reconstituição de Amplospec® ou para diluições posteriores de soluções reconstituídas para administração IV, pois pode ocorrer formaçãode precipitado. A precipitação de ceftriaxona cálcica também pode ocorrer quando Amplospec® é misturado com soluções que contêm cálcio no mesmo equipo de administração IV. Amplospec® não deve ser administrado simultaneamente com soluções IV que contêm cálcio, inclusive infusões contínuas que contêm cálcio, tais como as de nutrição parenteral53, através de equipo em Y. No entanto, em outros pacientes, exceto em recém-nascidos, Amplospec® e soluções que contenhamcálcio podem ser administrados sequencialmente, entre as infusões, se as linhas de infusão forem bem lavadas com um líquido compatível.
Até o momento não houve relatos de interação entre ceftriaxona e produtos orais contendo cálcio ou interação entre ceftriaxona intramuscular e produtos que contêm cálcio (IV ou oral).
Baseado em artigos da literatura, ceftriaxona não deve ser diluída em frasco com outros antimicrobianos tais como, amsacrina, vancomicina, fluconazol e aminoglicosídeos.
REAÇÕES ADVERSAS
Estudos clínicos
As reações adversas mais frequentemente reportadas para ceftriaxona são eosinofilia101, leucopenia102, trombocitopenia103, diarreia59, fezes amolecidas, erupção104 cutânea105 e aumento das enzimas hepáticas106. Os dados para determinar a frequência das reações adversas de ceftriaxona foram obtidos de estudos clínicos.
Resumo tabular das reações adversas de estudos clínicos
As reações adversas ao medicamento dos estudos clínicos (Tabela 1) foram listadas de acordo com a classe de sistemas e órgãos MedDRA. A categoria de frequência correspondente para cada reação adversa ao medicamento é baseada na seguinte convenção: muito comum (≥ 1/10), comum (≥ 1/100 a <1/10), incomum (≥ 1/1.000 a <1/100) , rara (≥ 1/10.000 a <1/1000).
Tabela 1 - Resumo das reações adversas que ocorrem em pacientes tratados com Amplospec® em ensaios clínicos107:
Reação Adversa |
Categoria de frequência |
Distúrbios do sangue89 e do sistema linfático108 |
|
Eosinofilia101 |
Comum |
Leucopenia102 |
Comum |
Trombocitopenia103 |
Comum |
Granulocitopenia |
Incomum |
Anemia56 |
Incomum |
Coagulopatia |
Incomum |
Distúrbios gastrintestinais |
|
Diarreia59 |
Comum |
Fezes amolecidas |
Comum |
Náusea109 |
Incomum |
Vômito110 |
Incomum |
Distúrbios gerais e condições de administração |
|
Flebite111 |
Incomum |
Reações no local da administração |
Incomum |
Febre92 |
Incomum |
Edema112 |
Rara |
Calafrios113 |
Rara |
Distúrbios hepatobiliares114 |
|
Aumento das enzimas hepáticas106 |
Comum |
Infecções3 e infestações |
|
Infecção16 fúngica115 no trato genital |
Incomum |
Colite60 pseudomembranosa |
Rara |
Investigações |
|
Aumento da creatinina96 sérica |
Incomum |
Distúrbios do sistema nervoso116 |
|
Cefaleia117 |
Incomum |
Tontura81 |
Incomum |
Distúrbios renais e urinários |
|
Hematúria118 |
Rara |
Glicosúria119 |
Rara |
Distúrbios respiratórios, torácicos e mediastinais |
|
Broncoespasmo120 |
Rara |
Distúrbios de pele e tecido subcutâneo121 |
|
Erupção104 Cutânea105 |
Comum |
Prurido122 |
Incomum |
Urticária123 |
Rara |
Experiência Pós-comercialização
As reações adversas a seguir foram identificadas a partir da experiência de pós-comercialização de ceftriaxona. Essas reações foram reportadas por uma população de tamanho incerto, portanto, não é possível estimar com segurança sua frequência e/ou estabelecer uma relação causal com a exposição ao fármaco23.
Problemas gastrintestinais: pancreatite71, estomatite124 e glossite125.
Alterações hematológicas: casos isolados de agranulocitose126 (< 500/mm3) foram relatados, a maior parte deles após 10 dias de tratamento e doses totais de 20 g ou mais.
Reações cutâneas127: pustulose exantemática generalizada aguda (PEGA) e casos isolados de graves reações cutâneas127, como eritema multiforme128, síndrome129 de Stevens Johnson ou síndrome de Lyell130 / necrólise epidérmica tóxica131.
Alterações no sistema nervoso116: convulsão132, encefalopatia52.
Encefalopatia52 reversível foi relatada com o uso de cefalosporinas, incluindo ceftriaxona, particularmente quando altas doses são administradas em pacientes com insuficiência renal46 e fatores predisponentes adicionais, como idade avançada, distúrbios pré-existentes do sistema nervoso central133.
Infecções3 e infestações: superinfecção134.
Outros efeitos colaterais135 raros: sedimento sintomático136 de ceftriaxona cálcica na vesícula biliar69 (litíase137 biliar), icterícia138, kernicterus139, oligúria140, reações anafiláticas141 e anafilactoides.
Interação com cálcio: dois estudos in vitro, um utilizando plasma41 de adultos e outro plasma41 neonatal do sangue do cordão umbilical86, foram realizados para avaliar a interação de ceftriaxona e cálcio. Concentrações de ceftriaxona de até 1 mM (em excesso de concentrações obtidas in vivo, após administração de 2 g de ceftriaxona em perfusão durante 30 minutos) foram usadas em combinação com concentrações de cálcio de até 12 mM (48 mg/dL142). A recuperação de ceftriaxona do plasma41 foi reduzida com concentrações de cálcio de 6 mM (24 mg/dL142) ou superior no plasma41 de adultos ou 4 mM (16 mg/dL142) ou superior no plasma41 neonatal. Isso pode ser reflexo da precipitação de ceftriaxona cálcica. Em recém-nascidos que receberam ceftriaxona e soluções que continham cálcio, foi relatado um pequeno número de casos fatais, nos quais um material cristalino91 foi observado nos pulmões27 e rins143 durante a autópsia144. Em alguns desses casos, a mesma linha de infusão intravenosa foi usada para ceftriaxona e para as soluções contendo cálcio e, em algumas dessas vias de infusão, foi observado um precipitado. Pelo menos uma fatalidade foi relatada com um recém-nascido no qual ceftriaxona e soluções que continham cálcio foram administrados em diferentes momentos, em vias de infusão diferentes; e nenhum material cristalino91 foi observado na autópsia144 desse neonato145. Não houve relatos semelhantes em pacientes não neonatos44. Foram relatados casos de precipitação de ceftriaxona no trato urinário7, principalmente em crianças que foram tratadas com altas doses (por exemplo, doses maiores ou iguais a 80 mg/kg/dia ou com dose total excedendo 10 g) e que apresentavam outros fatores de risco (por exemplo, desidratação146, confinamento a cama). Esse evento pode ser assintomático ou sintomático136, e pode levar à obstrução da uretra147 e insuficiência renal46 aguda, mas é geralmente reversível com a descontinuação de ceftriaxona dissódica hemieptaidratada.
Efeitos colaterais135 locais: em raros casos, reações de flebite111 ocorrem após administração intravenosa. Essas podem ser minimizadas pela prática de injeção39 lenta do produto (2–4 min).
Investigações: resultados falso positivos para os testes de Coombs, galactosemia87 e métodos não enzimáticos para determinação da glicose88.
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
SUPERDOSE
Em casos de superdose, a concentração da droga não deve ser reduzida por hemodiálise98 ou diálise peritoneal97. Não há antídoto148 específico. O tratamento deve ser sintomático136.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
USO RESTRITO A HOSPITAIS
MS 1.0063.0003
Farmacêutico Responsável: Rafael Nunes Princesval CRF-RJ nº 17295
Fabricado e Registrado por:
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Rua Antônio João n° 168, 194 e 218 Cordovil, Rio de Janeiro - RJ
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