

Atrace (Bula do profissional de saúde)
EUROFARMA LABORATÓRIOS S.A.
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Atrace
cloridrato de tramadol + paracetamol
Comprimidos 37,5 mg + 325 mg
Medicamento similar equivalente ao medicamento de referência.
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Comprimidos revestidos
Embalagens com 10 ou 20 comprimidos
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido de Atrace contém:
cloridrato de tramadol | 37,5 mg |
paracetamol | 325 mg |
excipiente q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: amido, povidona, crospovidona, ácido esteárico, celulose microcristalina, amidoglicolato de sódio, estearato de magnésio, macrogol, triglicérides1 cáprico caprílico, polidextrose, hipromelose, copovidona, dióxido de titânio e óxido de ferro amarelo.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE2
INDICAÇÕES
Atrace é indicado para dores moderadas a severas de caráter agudo3, subagudo4 e crônico5.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Estudos de dose única
Em estudos duplo-cegos controlados por placebo6 e ativo, de grupos paralelos, de dose única e com desenho fatorial, dois comprimidos de cloridrato de tramadol + paracetamol administrados em pacientes com dor após procedimentos cirúrgicos orais proporcionaram melhor alívio do que o placebo6 ou até mesmo que uma mesma dose dos componentes ativos isolados. O início do alívio da dor após a administração de cloridrato de tramadol + paracetamol foi mais rápido que o tramadol isolado. O início da analgesia ocorreu em menos de uma hora. A duração do alívio da dor após administração de cloridrato de tramadol + paracetamol foi maior que a do paracetamol isolado. A analgesia foi, em geral, comparável ao ibuprofeno, o comparador. Em outro estudo de dose única em indivíduos com dor houve uma dose-resposta estatisticamente significativa para o alívio da dor proveniente de procedimentos cirúrgicos orais em relação ao placebo6; 37,5 mg de cloridrato de tramadol/325 mg de paracetamol; e 75 mg de cloridrato de tramadol/650 mg de paracetamol.
Estudos para o tratamento de dor aguda
O estudo CAPSS-105 avaliou a segurança e eficácia de cloridrato de tramadol + paracetamol no tratamento de crises dolorosas de osteoartrite7 no joelho e quadril. Todos os 308 indivíduos randomizados foram incluídos na população a ser tratada (intenção de tratamento) e na população a ser avaliada quanto à segurança. Desses indivíduos, 197 foram randomizados com cloridrato de tramadol/paracetamol (102 com 37,5 mg de cloridrato de tramadol/325 mg de paracetamol; 95 com 75 mg de cloridrato de tramadol/ 650 mg de paracetamol para a dose inicial) e 111 foram randomizados com placebo6. Os grupos de tratamento foram semelhantes em relação às características demográficas, como sexo e idade. A maioria dos indivíduos teve o joelho designado como articulação8 alvo do estudo (77,9%). Após uma dose inicial, os indivíduos receberam 1 a 2 comprimidos de 37,5 mg de cloridrato de tramadol/325 mg de paracetamol ou placebo6 correspondente a cada 4 a 6 horas, conforme necessário. Em geral, o cloridrato de tramadol/paracetamol foi mais efetivo que o placebo6 em ajudar os indivíduos em gerenciar as crises dolorosas de osteoartrite7. Durante os Dias 1 ao 5, o cloridrato de tramadol/paracetamol foi significativamente mais efetivo que o placebo6 em diminuir a média diária do Escore de Intensidade da Dor (p < 0,001) e em aumentar a média diária do Escore para Alívio da Dor (p < 0,001).
O estudo CAPSS-115 comparou o cloridrato de tramadol/paracetamol e paracetamol/codeína em indivíduos com dor pós-cirúrgica (ortopédica ou abdominal). De 306 indivíduos randomizados, 98 foram randomizados com cloridrato de tramadol/paracetamol, 99 com placebo6 e 109 com paracetamol com fosfato de codeína (30 mg). Não houve diferenças clinicamente significativas entre os três grupos de tratamento para qualquer característica demográfica ou de linha de base. O cloridrato de tramadol/paracetamol foi estatisticamente superior ao placebo6 para todas as três variáveis primárias, ou seja, TOTPAR (alívio total da dor) (p = 0,004), SPID (soma da diferença da intensidade da dor) (p = 0,015) e SPRID (soma do total de alívio da dor e soma das diferenças da intensidade da dor) (p = 0,005).
Estudos de tratamento de dor crônica
Os comprimidos de cloridrato de tramadol + paracetamol (37,5 mg de cloridrato de tramadol/325 mg de paracetamol) foram avaliados em três estudos controlados por placebo6, em 960 pacientes com osteoartrite7 do quadril e joelho, e dor lombar.
Cada estudo controlado por placebo6 iniciou com um período de titulação de dose de aproximadamente 10 dias, seguidos por uma fase de manutenção com doses de 1 a 2 comprimidos (37,5 mg de tramadol/325 mg de paracetamol para 75 mg de tramadol/650 mg de paracetamol) a cada 4 a 6 horas, não excedendo o máximo de 8 comprimidos ao dia. Todos os três estudos tiveram uma duração de tratamento de 90 dias. A dose diária média decloridrato de tramadol + paracetamol para os estudos controlados variou de 4,1 para 4,2 comprimidos.
Dores de osteoartrite7 (CAPSS-114) e dor lombar (TRP-CAN-1 e CAPSS-112)
Todos os três estudos tiveram a intensidade final da dor medida pela Escala Visual Analógica da Dor (100 mm) (VAS) como desfecho primário (veja Tabela 1 a seguir).
CAPSS-114: O estudo CAPSS-114 incluiu 306 indivíduos que tiveram osteoartrite7 sintomática9 durante pelo menos 1 ano e continuaram a ter ao menos dor moderada devido à osteoartrite7 (≥ 50/100 mm na VAS) apesar do tratamento com doses estabelecidas de celecoxibe (≥ 200 mg/dia) ou rofecoxibe (25 mg/dia) por pelo menos 2 semanas. Nenhuma outra medicação para dor ou outro tratamento que não fosse o medicamento estudado e os inibidores seletivos da COX-2 foram permitidos durante o andamento do estudo. Os indivíduos tratados com cloridrato de tramadol + paracetamol receberam uma média de 155 mg de tramadol/1346 mg de paracetamol durante o período de estudo.
CAPSS-112 e TRP-CAN-1: Nos estudos CAPSS-112 e TRP-CAN-1 foram incluídos 654 pacientes com dor lombar crônica que foi suficientemente grave para requerer medicação diariamente nos três meses anteriores e ao menos dor moderada (40/100 mm) na VAS. A média diária de doses de cloridrato de tramadol + paracetamol para CAPSS-112 e TRP-CAN-1 foi 159 mg de tramadol/1391 mg de paracetamol e 158 mg de tramadol/1369 mg de paracetamol, respectivamente.
Tabela 1. Intensidade final da dor medida pela Escala Visual Analógica (100 mm), estudos de longa duração de dor de osteoartrite7 (CAPSS-114), dor lombar (TRP-CAN-1 e CAPSS-112)
Nº do estudo |
Idade média em anos (Faixa) |
Desfecho primário |
Teste |
Comparador |
|
|
|
cloridrato de tramadol + paracetamol |
Placebo6 |
PRI/TRPCAN-1 |
55,7 (22-76) |
Intensidade Final da Dor (100 mm VAS) |
|
|
Linha de base |
67,9±14,95 |
67,6±15,53 |
||
Final |
47,4±31,39 |
62,9±27,50 |
||
|
cloridrato de tramadol + paracetamol vs. Placebo6, p<0,001 |
|||
CAPSS-112 |
57,5 (25-82) |
Intensidade Final Dor (100 mm VAS) |
|
|
Linha de Base |
71,1±14,54 |
68,8±14,87 |
||
Final |
44,4±30,59 |
52,3±29,11 |
||
|
cloridrato de tramadol + paracetamol vs. Placebo6, p=0,015 |
|||
CAPSS-114 |
49,6 (19-75) |
Intensidade Final Dor (100 mm VAS) |
|
|
Linha de Base |
69,0±12,52 |
69,5±13,17 |
||
Final |
41,5±26,0 |
48,3±26,63 |
||
|
cloridrato de tramadol + paracetamol vs. Placebo6, p=0,025 |
A média dos Escores de Intensidade Final da Dor com três meses de tratamento estão apresentadas na Figura 1 a seguir.
Figura 1: Média da intensidade final da dor com três meses de tratamento vs. Dor final na Escala Visual Analógica.

Referências bibliográficas:
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CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Propriedades Farmacodinâmicas
O tramadol é um analgésico10 sintético de ação central. Embora o seu modo de ação não seja totalmente conhecido, a partir de testes em animais pelo menos dois mecanismos complementares parecem aplicáveis: ligação do fármaco11 e do metabólito12 M1 aos receptores de µ-opioide e inibição fraca da recaptação da norepinefrina e da serotonina.
O paracetamol é outro analgésico10 de ação central. Embora o sítio e os mecanismos de ação exatos não estejam claramente definidos, parece que o paracetamol produz analgesia através da elevação do limiar da dor. O mecanismo potencial pode envolver inibição da via do óxido nítrico mediada por uma variedade de receptores de neurotransmissores incluindo N-metil-D-aspartato e Substância P.
Quando avaliada em modelo animal padrão, a combinação de tramadol e paracetamol exibiu um efeito sinérgico. Isto é, quando tramadol e paracetamol são administrados em conjunto, uma quantidade significativamente menor de cada fármaco11 foi necessária para produzir um determinado efeito analgésico10 que seria esperado se seus efeitos fossem meramente aditivos. O tramadol atinge atividade de pico em 2 a 3 horas com um efeito analgésico10 prolongado, de forma que a sua combinação com paracetamol, um agente analgésico10 de início de ação rápido e de curta duração, fornece benefício substancial aos pacientes em relação aos componentes isolados.
Propriedades Farmacocinéticas
Geral: O tramadol é administrado sob a forma de racemato e tanto a forma (-) como a (+) do tramadol e do metabólito12 M1 são detectadas na circulação13. A farmacocinética do tramadol e do paracetamol no plasma14, após administração oral de um comprimido de cloridrato de tramadol + paracetamol (37,5 mg /325 mg) é apresentada na Tabela 2. Embora o tramadol seja absorvido rapidamente após a administração, a sua absorção é mais lenta (e a meia-vida mais longa) quando comparado ao paracetamol.
Após dose oral única da combinação de tramadol e paracetamol (37,5 mg/325,0 mg), concentrações plasmáticas de pico de 64,3 ng/mL / 55,5 ng/mL de (+) tramadol/(-) tramadol e 4,2 mcg/mL de paracetamol são alcançadas após 1,8 horas e 0,9 hora respectivamente. As médias das meias-vidas de eliminação (t1/2) são 5,1 h / 4,7 h para (+) tramadol / (-) tramadol e 2,5 horas para o paracetamol.
Estudos farmacocinéticos de dose única e múltipla realizados com cloridrato de tramadol + paracetamol em voluntários não mostraram interações medicamentosas significativas entre tramadol e paracetamol.
Tabela 2. Resumo dos Parâmetros Farmacocinéticos da Média (± DP) dos Enantiômeros (+)- e (-) do tramadol e M1 e paracetamol após uma Dose Única oral de um Comprimido de tramadol/paracetamol (37,5 mg/325 mg) em Voluntários
Parâmetro1 |
(+)-tramadol |
(-)-tramadol |
(+)-M1 |
(-)-M1 |
Paracetamol |
Cmáx (ng/mL) |
64,3 (9,3) |
55,5 (8,1) |
10,9 (5,7) |
12,8 (4,2) |
4,2 (0,8) |
tmáx (h) |
1,8 (0,6) |
1,8 (0,7) |
2,1 (0,7) |
2,2(0,7) |
0,9 (0,7) |
CL/F (mL/min) |
588 (226) |
736 (244) |
- |
- |
365 (84) |
t1/2 (h) |
5,1 (1,4) |
4,7 (1,2) |
7,8 (3,0) |
6,2 (1,6) |
2,5 (0,6) |
Absorção: O cloridrato de tramadol apresenta biodisponibilidade absoluta média de aproximadamente 75% após a administração de uma única dose oral de tramadol comprimido de 100 mg. A concentração plasmática máxima média de tramadol racêmico15 e M1 após administração de dois comprimidos de cloridrato de tramadol + paracetamol ocorre aproximadamente duas e três horas, respectivamente, após a dose em adultos saudáveis. A absorção oral de paracetamol após a administração de cloridrato de tramadol + paracetamol é rápida e quase completa e ocorre, principalmente, no intestino delgado16. O pico de concentração plasmática do paracetamol ocorre dentro de 1 hora e não é afetado pela coadministração com tramadol.
Efeito da alimentação: A administração oral de cloridrato de tramadol + paracetamol com alimentos não afeta de forma significativa a concentração plasmática máxima ou a extensão de absorção de tramadol ou paracetamol, de modo que o cloridrato de tramadol + paracetamol pode ser tomado independentemente das refeições.
Distribuição: Após dose intravenosa de 100 mg, o volume de distribuição de tramadol foi 2,6 e 2,9 L/kg em homens e mulheres, respectivamente. A ligação de tramadol às proteínas17 plasmáticas é aproximadamente 20% e a ligação parece ser independente da concentração até 10 mcg/mL. A saturação da ligação à proteína plasmática ocorre apenas em concentração fora da faixa clinicamente relevante. O paracetamol parece ser amplamente distribuído para a maioria dos tecidos, exceto para a gordura18. O seu volume de distribuição aparente é 0,9 L/kg. Uma porção relativamente pequena (~20%) do paracetamol liga-se às proteínas17 plasmáticas.
Metabolismo19: Os perfis de concentração plasmática de tramadol e seu metabólito12 M1 medidos após a administração de cloridrato de tramadol
+ paracetamol em voluntários, não mostraram alteração significativa comparado à administração de tramadol isolado. Aproximadamente 30% da dose é excretada na urina20 como fármaco11 inalterado, enquanto que 60% da dose é excretada como metabólitos21. As principais vias metabólicas parecem ser a N- e a O-desmetilação e a glicuronidação ou sulfatação no fígado22. O tramadol é extensivamente metabolizado por diversas vias, incluindo a CYP2D6. Os pacientes que são metabolizadores ultrarrápidos através da CYP2D6 podem converter tramadol no seu metabólito12 ativo (M1) de maneira mais rápida e completa do que outros pacientes. A prevalência23 deste genótipo24 CYP2D6 varia de acordo com a população e tem sido relatada na literatura de 1% a 10% em afroamericanos, americanos caucasianos, asiáticos e europeus (incluindo estudos específicos em gregos, húngaros e europeus do Norte) até cifras tão altas quanto 29% em africanos / etíopes.
Aproximadamente 7% da população tem atividade reduzida da isoenzima CYP2D6 do citocromo P450 e são considerados “metabolizadores pobres” de debrisoquina, dextrometorfano, antidepressivos tricíclicos, entre outros medicamentos. Após uma dose oral única de tramadol, as concentrações de tramadol foram apenas ligeiramente maiores em “metabolizadores pobres” em relação aos “metabolizadores extensivos”, enquanto que as concentrações de M1 foram menores.
O paracetamol é metabolizado principalmente no fígado22 pela cinética25 de primeira ordem e envolve 3 vias principais separadas:
a) conjugação com glicuronídeo; b) conjugação com sulfato e c) oxidação via citocromo, P450-dependente, via enzima26 oxidase de função mista para formar um metabólito12 intermediário reativo, o qual se conjuga com glutationa e é metabolizado para formar cisteína e conjugados do ácido mercaptúrico. A principal isoenzima do citocromo P450 envolvida parece ser a CYP2E1, com vias adicionais da CYP1A2 e CYP3A4.
Em adultos, a maior parte do paracetamol é conjugada com ácido glicurônico, e em menor extensão, com sulfato. Estes metabólitos21 derivados de glicuronídeo, sulfato e glutationa não têm atividade biológica. Em bebês27 prematuros, recém-nascidos e crianças pequenas, o conjugado de sulfato predomina.
Excreção: O tramadol e seus metabólitos21 são eliminados principalmente pelo rim28. As meias-vidas de eliminação do tramadol racêmico15 e de M1 são aproximadamente 6 e 7 horas, respectivamente. A meia-vida de eliminação plasmática do tramadol racêmico15 aumentou de aproximadamente 6 para 7 horas com doses múltiplas.
A meia-vida do paracetamol é cerca de 2 a 3 horas em adultos, sendo um pouco mais curta em crianças e um pouco mais longa em recém-nascidos e pacientes cirróticos. O paracetamol é eliminado principalmente pela formação de conjugados de glicuronídeo e sulfato de maneira dose-dependente. Menos de 9% do paracetamol é excretado inalterado na urina20.
Informação não-clínica Combinação de tramadol/paracetamol
Não há estudos em animais (in vivo) ou em laboratório (in vitro) sobre o produto (tramadol e paracetamol) para avaliar a carcinogênese, mutagênese ou comprometimento da fertilidade.
Não foram observados efeitos teratogênicos29 relacionados à droga na progênie de ratos tratados oralmente com a combinação de tramadol e paracetamol durante a gravidez30. O produto tramadol/paracetamol mostrou ser embriotóxico e fetotóxico em ratos com uma dose maternalmente tóxica (50/434 mg/kg de tramadol/paracetamol) 1,6 vezes a dose diária máxima recomendada em humanos de 300 mg para tramadol e 2600 mg para paracetamol (baseado na comparação da área superficial corporal), mas não foi teratogênica31 com este nível de dose. A toxicidade32 embrionária e fetal consistiu em diminuição do peso fetal e aumento de costelas33 supranumerárias. Doses maternalmente tóxicas menores e menos graves (10/87 e 25/217 mg/kg de tramadol/paracetamol), correspondentes à 0,3 e 0,8 vezes a dose diária máxima recomendada em humanos, não produziram toxicidade32 embrionária ou fetal.
Paracetamol
Carcinogenicidade e Mutagenicidade: Muitos estudos in vivo e in vitro de clastogenicidade (micronúcleos, aberrações cromossômicas e trocas entre cromátides irmãs) foram realizados com paracetamol. Entretanto, resultados positivos, ou seja, com evidência de potencial carcionagênico/mutagênico, foram encontrados apenas em doses ou concentrações muito acima dos níveis citotóxicos34 em estudos que foram conduzidos adequadamente.
Efeito na reprodução35: Em um estudo de reprodução35 contínua, camundongos grávidos receberam 0,25, 0,5 ou 1,0% de paracetamol por meio da dieta (357, 715 ou 1430 mg/kg/dia). Essas doses são aproximadamente 0,7, 1,3 e 2,7 vezes a dose diária máxima recomendada em humanos, respectivamente, baseado na comparação da área superficial corporal. Uma redução relacionada a dose nos pesos corporais da prole da quarta e quinta ninhada do par de acasalamento tratado ocorreu durante a lactação36 e após o desmame em todas as doses. Os animais no grupo de alta dose tiveram um número reduzido de ninhadas por par de acasalamento, descendentes machos com uma porcentagem aumentada de espermatozoides37 anormais e pesos de nascimentos reduzidos nos filhotes da geração seguinte.
Fertilidade: Em estudos de paracetamol conduzidos pelo National Toxicology Program, avaliações da fertilidade foram realizados em camundongos da linhagem Swiss (suíços) por meio de um estudo de reprodução35 contínua. Não houve efeitos nos parâmetros em camundongos recebendo até 2,7 vezes a dose diária máxima recomendada em humanos de paracetamol, baseada na comparação da área superficial corporal. Embora não houve efeito na motilidade ou densidade do esperma38 no epidídimo39, houve um aumento significante na porcentagem de esperma38 anormal em camundongos recebendo 2,7 vezes a dose diária máxima recomendada em humanos (baseada na comparação da área superficial corporal) e houve uma redução no número de pares de acasalamento produzindo uma quinta ninhada nesta dose, sugerindo o potencial de toxicidade32 cumulativa com a administração crônica de paracetamol próximo ao limite superior da dose diária.
Cloridrato de tramadol
Carcinogenicidade e Mutagenicidade: Observou-se um pequeno aumento, mas estatisticamente significativo, em dois tumores murinos comuns, pulmonares e hepáticos, num estudo de carcinogenicidade em camundongos, particularmente em camundongos idosos (dose oral até 30 mg/kg, correspondente a 0,5 vezes a dose diária máxima recomendada em humanos) durante aproximadamente dois anos. Este achado não indica risco em humanos. Nenhum desses achados ocorreu em um outro estudo de carcinogenicidade em ratos avaliados por 2 anos com doses orais de 30 mg/kg, correspondente à dose diária máxima recomendada em humanos.
O tramadol não foi mutagênico nos seguintes ensaios: teste de ativação microssomal de Ames Salmonella, ensaio de células40 de mamíferos CHO/HPRT, ensaio de linfoma41 de camundongos (na ausência de ativação metabólica), testes de mutação42 letal dominante em camundongos, teste de aberração cromossômica em hamsters chineses e testes de micronúcleo medula43 em camundongos e hamsters chineses.
Ocorreram resultados mutagênicos fracos na presença de ativação metabólica no ensaio de linfoma41 em camundongos e no teste do micronúcleo em ratos. Em geral, o peso da evidência desses testes indica que o tramadol não representa um risco genotóxico para humanos.
Fertilidade: Não foram observados efeitos na fertilidade para o tramadol a níveis de dose oral até 50 mg/kg em ratos machos e 75 mg/kg em ratos fêmeas. Essas doses são 1,6 e 2,4 vezes a dose diária máxima recomendada em humanos baseada na comparação da área superficial corporal.
Efeito na reprodução35: O tramadol foi avaliado em estudos peri e pós-natais em ratos. A progênie de mães de que receberam doses orais (gavagem) de 50 mg/kg (1,6 vezes a dose diária máxima recomendada em humanos baseada na comparação da área superficial corporal) ou mais tiveram pesos diminuídos e a sobrevivência44 das crias diminuiu no início da lactação36 a 80 mg/kg (2,6 vezes a dose diária máxima recomendada em humanos baseada na comparação da área superficial corporal). Não foi observada toxicidade32 para progênie de mães recebendo 8, 10, 20, 25 ou 40 mg/kg (até 1,3 vezes a dose diária máxima recomendada baseada na comparação da área superficial corporal). Toxicidade32 materna foi observada em todos os níveis de dose de tramadol neste estudo, mas os efeitos sobre a progênie foram evidentes apenas em níveis mais altos de dose onde a toxicidade32 materna era mais severa.
CONTRAINDICAÇÕES
Este medicamento é contraindicado:
- em pacientes que demonstraram previamente hipersensibilidade ao tramadol, paracetamol ou a qualquer componente da fórmula deste produto ou aos opioides;
- em casos de intoxicações agudas pelo álcool, hipnóticos, narcóticos, analgésicos45 de ação central, opioides ou psicotrópicos46;
- em pacientes em tratamento com inibidores da monoaminoxidase47 (MAO48) ou tratados com estes agentes nos últimos 14 dias;
- em pacientes com depressão respiratória significativa (vide item 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES).
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Convulsões
Convulsões foram relatadas em pacientes recebendo tramadol na dose recomendada. Relatos espontâneos pós-comercialização indicam que o risco de convulsões aumenta com doses de tramadol acima das recomendadas. O uso concomitante de tramadol aumenta o risco de convulsões em pacientes tomando medicamentos serotoninérgicos, incluindo:
- inibidores seletivos da recaptação da serotonina (antidepressivos ISRS ou anoréticos);
- antidepressivos tricíclicos (ATCs) e outros compostos tricíclicos (ex.: ciclobenzaprina, prometazina, etc) ou;
- opioides.
A administração de tramadol pode aumentar o risco de convulsão49 em pacientes tomando inibidores da monoaminoxidase47 (IMAOs), neurolépticos50 ou outros fármacos que reduzem o limiar convulsivo.
O risco de convulsões também pode aumentar em pacientes com epilepsia51, aqueles com história de convulsões ou em pacientes com risco reconhecido para convulsões [tais como trauma craniano, distúrbios metabólicos, abstinência de álcool ou drogas, infecções52 do Sistema Nervoso Central53 (SNC54)]. Na superdose de tramadol, a administração de naloxona pode aumentar o risco de convulsão49.
Reações anafiláticas55
Pacientes com história de reações anafiláticas55 à codeína e a outros opioides podem estar sob risco aumentado, e, portanto, não devem ser tratados com cloridrato de tramadol + paracetamol.
Reações anafiláticas55 sérias e raramente fatais foram relatadas em pacientes que receberam terapia com tramadol. Aconselhe os pacientes a procurar atendimento médico imediato caso desenvolvam algum sintoma56 de reação de hipersensibilidade.
Depressão respiratória
Pacientes com depressão respiratória significativa (vide item 4. CONTRAINDICAÇÕES) ou asma57 brônquica aguda e grave apresentam maior risco de depressão respiratória com risco de vida, quando tratados com opioides. O cloridrato de tramadol + paracetamol só deve ser utilizado nesta população de pacientes em um ambiente monitorado e com disponibilidade de equipamento de ressuscitação. Este medicamento deve ser administrado com cautela em pacientes sob risco de depressão respiratória. Quando doses elevadas de tramadol são administradas com medicamentos anestésicos ou álcool, pode ocorrer depressão respiratória e tais casos devem ser tratados como superdose. Se naloxona for administrada, deve-se ter cautela, pois ela pode precipitar a ocorrência de convulsões.
Os opioides podem causar distúrbios respiratórios relacionados ao sono, como síndromes da apneia58 do sono [incluindo apneia58 central do sono (ACS)] e hipóxia59 (incluindo hipóxia59 relacionada ao sono) (vide item 9. REAÇÕES ADVERSAS). O uso de opioides aumenta o risco de ACS de maneira dose-dependente. Avalie os pacientes de maneira contínua em relação ao desenvolvimento recente de apneia58 do sono ou piora da apneia58 do sono existente. Nesses pacientes, considere reduzir ou interromper o tratamento com opioides, se apropriado, usando as melhores práticas para redução gradual de opioides (vide “Posologia e Modo de Usar – Tratamento de abstinência e “Advertências e Precauções - Tratamento de abstinência”).
Metabolismo19 ultrarrápido do tramadol pela CYP2D6
Pacientes que são metabolizadores ultrarrápidos através da CYP2D6, podem converter o tramadol para seu metabólito12 ativo (M1) de maneira mais rápida e completa do que outros pacientes. Esta rápida conversão pode resultar em níveis séricos de M1 maiores que os esperados, o que pode levar a maior risco de depressão respiratória (vide item 10. SUPERDOSE – Sintomas60 e sinais61 - O tramadol). Nesses pacientes, conhecidos como metabolizadores ultrarrápidos por CYP2D6, recomenda-se medicação alternativa, redução da dose e/ou monitorização frequente dos sinais61 de superdose por tramadol, tais como depressão respiratória (vide Propriedades farmacocinéticas). Mesmo com regimes de dose definidos em bula, pacientes metabolizadores ultrarrápidos podem apresentar depressão respiratória potencialmente fatal ou fatal, ou apresentar sinais61 de superdosagem (como sonolência extrema, confusão ou respiração superficial) (vide Superdose -–sinais e sintomas60 - tramadol).
Uso com depressores do Sistema Nervoso Central53 (SNC54), incluindo álcool
O uso concomitante de tramadol com depressores do SNC54, incluindo o álcool, pode causar efeitos aditivos aos depressores do SNC54, incluindo sedação62 profunda e depressão respiratória. O cloridrato de tramadol + paracetamol deve ser usado com cautela e em dose reduzida em pacientes recebendo depressores do SNC54, ambos pelo menor tempo possível (vide item 6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS).
Aumento da pressão intracraniana ou traumatismo63 craniano
Este medicamento deve ser usado com cautela em pacientes com pressão intracraniana aumentada ou traumatismo63 craniano.
Alterações das pupilas (miose64) provocadas pelo tramadol podem mascarar a existência, extensão ou o curso da patologia65 intracraniana. Deve-se suspeitar fortemente de reação adversa se for observado estado mental alterado em pacientes em uso de cloridrato de tramadol + paracetamol.
A administração deste medicamento pode complicar a avaliação clínica de pacientes com condições abdominais agudas.
Dependência de drogas e potencial de abuso
Este medicamento contém tramadol como princípio ativo. Parte do efeito analgésico10 de cloridrato de tramadol + paracetamol é atribuível à ligação do princípio ativo, tramadol, ao receptor mµ-opioide. Após administrações repetidas de opioides, pode ocorrer o desenvolvimento de tolerância, dependência física e dependência psicológica, mesmo nas doses recomendadas. Avaliar o risco de cada paciente para dependência e abuso de opioides antes de prescrever cloridrato de tramadol + paracetamol e monitorar todos os pacientes que recebem este medicamento em relação ao desenvolvimento destes comportamentos. Os riscos são maiores em pacientes com história pessoal ou familiar de abuso de substâncias (incluindo abuso ou dependência de drogas ou álcool) ou doença mental (por exemplo, depressão maior).
Este medicamento não deve ser administrado a pacientes dependentes de opioides. O tramadol demonstrou reiniciar a dependência física em alguns pacientes previamente dependentes de outros opioides.
Risco aumentado de hepatotoxicidade66 com o uso de álcool
Alcoólatras crônicos podem estar sob risco aumentado de toxicidade32 hepática67 com o uso excessivo de paracetamol.
Tratamento da abstinência
Sintomas60 de abstinência podem ocorrer se cloridrato de tramadol + paracetamol for descontinuado abruptamente. Ataques de pânico, ansiedade grave, alucinação68, parestesia69, zumbido e sintomas60 do SNC54 não usuais foram também raramente relatados com a descontinuação abrupta do cloridrato de tramadol. A experiência clínica sugere que os sintomas60 de abstinência podem ser aliviados pela redução gradual da medicação.
Uso com medicamentos serotoninérgicos
O cloridrato de tramadol + paracetamol deve ser usado com bastante cautela em pacientes sob tratamento com medicamentos serotoninérgicos (ISRSs). O uso concomitante de tramadol com medicamentos serotoninérgicos, incluindo os ISRSs, aumenta o risco de eventos adversos, incluindo convulsões e síndrome serotoninérgica70 (vide item 6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS).
Disfunção renal71
O cloridrato de tramadol + paracetamol não foi estudado em pacientes com disfunção renal71. A experiência com tramadol sugere que a disfunção renal71 resulta em decréscimo da taxa e da extensão de excreção do tramadol e seu metabólito12 ativo, M1. Em pacientes com depuração de creatinina72 menor que 30 mL/min, recomenda-se que o intervalo de administração de cloridrato de tramadol + paracetamol seja aumentado, de forma a não exceder 2 comprimidos a cada 12 horas.
Disfunção hepática67
O uso de cloridrato de tramadol + paracetamol em pacientes com disfunção hepática67 grave não é recomendado.
Reações cutâneas73 graves
Reações cutâneas73 graves, tais como pustulose exantematosa aguda generalizada, síndrome74 de Stevens-Johnson, e necrólise epidérmica tóxica75, foram relatadas muito raramente em pacientes recebendo paracetamol. Os pacientes devem ser informados sobre os sinais61 de reações cutâneas73 graves e o uso do medicamento deve ser descontinuado no primeiro aparecimento de erupção76 cutânea77 ou de qualquer outro sinal78 de hipersensibilidade.
Hiponatremia79
A hiponatremia79 foi relatada muito raramente com o uso de cloridrato de tramadol + paracetamol, geralmente em pacientes com fatores de risco predisponentes, como pacientes idosos e / ou em pacientes em uso de medicações concomitantes que podem causar hiponatremia79. Em alguns relatórios, a hiponatremia79 pareceu ser o resultado da síndrome74 de secreção inapropriada de hormônio80 antidiurético (SIADH) e resolvida com a descontinuação de cloridrato de tramadol + paracetamol e do tratamento apropriado (por exemplo, restrição de fluidos). Durante o tratamento com cloridrato de tramadol + paracetamol, monitorização de sinais61 e sintomas60 da hiponatremia79 é recomendado para pacientes81 com fatores de risco predisponentes.
Uso em crianças
A segurança e a eficácia de cloridrato de tramadol + paracetamol não foram estudadas na população pediátrica.
Precauções gerais
A dose recomendada de cloridrato de tramadol + paracetamol não deve ser excedida.
Este medicamento não deve ser coadministrado com outros produtos à base de tramadol ou paracetamol.
Fertilidade, Gravidez30 e Lactação36
Foi demonstrado que tramadol atravessa a placenta.
Não existem estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas. Não foi estabelecida a utilização segura durante a gravidez30.
O uso de opioides durante o parto pode resultar em depressão respiratória no recém-nascido.
O uso prolongado de cloridrato de tramadol + paracetamol ou outros opioides durante a gravidez30, pode levar à síndrome74 de abstinência neonatal. Este risco é particularmente aumentado durante o último trimestre da gravidez30.
O cloridrato de tramadol + paracetamol não é recomendado para mães que estejam amamentando, pois a segurança em crianças e recém-nascidos não foi estudada.
O tramadol está sujeito ao mesmo metabolismo19 polimórfico que a codeína, estando os metabolizadores ultrarrápidos de substratos da CYP2D6 potencialmente expostos a níveis de O-desmetiltramadol (M1) de risco de vida. Pelo menos uma morte foi relatada em uma criança amamentada exposta a altos níveis de morfina no leite materno, porque a mãe era uma metabolizadora ultrarrápida de codeína. Um bebê amamentado por mãe metabolizadora ultrarrápida em uso de cloridrato de tramadol + paracetamol pode ser potencialmente exposto a níveis elevados de M1 e apresentar depressão respiratória com risco de vida. Por este motivo, a amamentação82 não é recomendada durante o tratamento com cloridrato de tramadol + paracetamol.
O uso crônico5 de opioides pode causar uma redução na fertilidade em mulheres83 e homens com potencial reprodutivo. Não é conhecido se esses efeitos na fertilidade podem ser revertidos.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas
Este medicamento pode afetar a habilidade mental ou física necessária para a realização de tarefas potencialmente perigosas como dirigir ou operar máquinas.
Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas.
Não use outro produto que contenha paracetamol.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Com base em suas propriedades farmacodinâmicas e farmacocinéticas, o tramadol e o paracetamol exibem potencial para interações farmacodinâmicas e farmacocinéticas. Os vários tipos de interação, recomendações gerais associadas e listas de exemplos são descritos abaixo. Essas listas de exemplos não são abrangentes e, portanto, recomenda-se que a bula de cada medicamento coadministrado com tramadol e paracetamol seja consultada para informações relacionadas às vias de interação, riscos potenciais e ações específicas a serem tomadas com relação coadministração.
Interações medicamentosas com tramadol + paracetamol: Inibidores da CYP2D6
Mecanismo: Inibição enzimática, resultando em diminuição da taxa de metabolismo19 do tramadol.
Impacto Clínico: A utilização concomitante de inibidores da CYP2D6 e cloridrato de tramadol + paracetamol pode resultar em aumento da concentração plasmática de tramadol e em diminuição da concentração plasmática de M1, particularmente quando é adicionado um inibidor após ter-se alcançado uma dose estável de cloridrato de tramadol + paracetamol. Como M1 é um agonista84 opioide-μ mais potente, a diminuição da exposição ao M1 pode resultar em diminuição dos efeitos terapêuticos e resultar em sinais61 e sintomas60 de abstinência ao opioide em pacientes que desenvolveram dependência física ao tramadol. O aumento da exposição ao tramadol pode resultar em efeitos terapêuticos aumentados ou prolongados e em aumento do risco de eventos adversos graves, incluindo convulsões e síndrome serotoninérgica70. Após descontinuar um inibidor do CYP2D6, à medida que os efeitos do inibidor diminuem, a concentração plasmática de tramadol diminuirá e a concentração plasmática de M1 aumentará, o que poderá aumentar ou prolongar os efeitos terapêuticos, mas também aumentar as reações adversas relacionadas à toxicidade32 dos opiáceos, podendo causar depressão respiratória potencialmente fatal (vide item 3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS - Propriedades farmacocinéticas).
Intervenção: Se for necessário o uso concomitante de um inibidor da CYP2D6, acompanhe atentamente os pacientes quanto às reações adversas, incluindo abstinência aos opiáceos, convulsões e síndrome serotoninérgica70 (vide item 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES - Metabolismo19 ultrarrápido do tramadol pela CYP2D6). Se um inibidor da CYP2D6 for descontinuado, considere reduzir a dose de cloridrato de tramadol + paracetamol até que seja alcançada a estabilidade dos efeitos do medicamento. Acompanhe os pacientes de perto para eventos adversos, incluindo depressão respiratória e sedação62.
Exemplos: Rifampicina, carbamazepina, fenitoína.
Benzodiazepínicos e outros depressores do Sistema Nervoso Central53 (SNC54) incluindo álcool
Mecanismo: Efeito farmacodinâmico aditivo ou sinérgico.
Impacto Clínico: O uso concomitante de tramadol com depressores do sistema nervoso central53, como benzodiazepínicos e outros sedativos/hipnóticos, agentes anestésicos, fenotiazinas, tranquilizantes, opioides ou álcool, pode produzir efeitos depressores do SNC54 aditivos, como sedação62 profunda e depressão respiratória. Se o uso concomitante de cloridrato de tramadol + paracetamol com um depressor do SNC54 for clinicamente necessário, utilize as menores doses efetivas e pelo menor tempo de ambos os medicamentos e siga atentamente os pacientes em busca de sinais61 de depressão respiratória. Devido ao efeito farmacodinâmico aditivo, o uso concomitante de benzodiazepínicos ou outros depressores do SNC54, incluindo o álcool, pode aumentar o risco de hipotensão85, depressão respiratória, sedação62 profunda, coma86 e morte.
Intervenção: Limitar a prescrição concomitante desses medicamentos para uso em pacientes para os quais opções alternativas de tratamento são inadequadas. Limite as doses e duração ao mínimo necessário. Acompanhe os pacientes atentamente quanto a sinais61 de depressão respiratória e sedação62 (vide item 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES).
Exemplos: Benzodiazepínicos e outros sedativos/hipnóticos, tranquilizantes, relaxantes musculares, anestésicos gerais, outros opioides, álcool.
Medicamentos Serotoninérgicos
Mecanismo: Efeito farmacodinâmico aditivo ou sinérgico.
Impacto Clínico: O uso concomitante de tramadol com medicamentos serotoninérgicos aumenta o risco de eventos adversos, incluindo convulsões e síndrome serotoninérgica70.
Intervenção: Tenha cautela ao administrar cloridrato de tramadol + paracetamol em pacientes que estejam tomando medicamentos serotoninérgicos e monitore sinais61 de eventos adversos. Descontinuar o cloridrato de tramadol + paracetamol caso se suspeite de síndrome serotoninérgica70.
Exemplos: Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), inibidores de recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSNs), antidepressivos tricíclicos (ATCs), triptanos, antagonistas do receptor 5-HT3, medicamentos que afetam o sistema neurotransmissor de serotonina (por exemplo, mirtazapina e trazodona) e alguns relaxantes musculares (por exemplo, ciclobenzaprina, metaxalona).
Inibidores da monoamina oxidase (IMAOs)
Mecanismo: Efeito farmacodinâmico aditivo ou sinérgico.
Impacto Clínico: A utilização concomitante de cloridrato de tramadol + paracetamol com inibidores da MAO48, ou a utilização no prazo de 14 dias após sua descontinuação, é contraindicada devido ao risco aumentado de convulsões e síndrome serotoninérgica70 (vide item 4. CONTRAINDICAÇÕES). As interações de IMAO87 com opioides podem manifestar-se como síndrome serotoninérgica70 (vide item 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES - Uso com inibidores de receptação de serotonina) ou toxicidade32 por opioides (por exemplo, depressão respiratória, coma86) (vide item 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES- Depressão respiratória).
Intervenção: Não use cloridrato de tramadol + paracetamol em pacientes que tomam inibidores da MAO48 ou dentro de 14 dias após o término de tal tratamento.
Exemplos: fenelzina, tranilcipromina, linezolida.
Varfarina
Impacto Clínico: Conforme clinicamente apropriado, avaliação periódica do tempo de protrombina88 deve ser realizada quando cloridrato de tramadol + paracetamol e esses agentes são administrados concomitantemente devido a relatos de aumento da Razão Normalizada Internacional (INR) em alguns pacientes. A vigilância pós-comercialização do tramadol revelou relatos raros de alteração do efeito da varfarina, incluindo elevação do tempo de protrombina88. Houve vários relatos sugestivos de que o paracetamol pode produzir hipoprotrombinemia quando administrado com compostos do tipo varfarina.
Intervenção: Monitore o tempo de protrombina88 dos pacientes em tratamento com varfarina em busca de sinais61 de interação e ajuste a dose de varfarina, conforme necessário.
Flucloxacilina
Mecanismo: Efeito farmacodinâmico aditivo ou sinérgico.
Impacto clínico: Acidose metabólica89 de alto gap aniônico (AMAGA) do ácido piroglutâmico (5-oxoprolinemia) tem sido relatado com o uso concomitante de doses terapêuticas de paracetamol e flucloxacilina. Pacientes relatados como de maior preocupação são mulheres idosas com doenças subjacentes como sepse90, anormalidades da função renal71 e desnutrição91. A maioria dos pacientes melhoram após interromper a utilização de um ou de ambos os medicamentos.
Intervenção: Cuidado deve ser exercido quando flucloxacilina é utilizado concomitante com paracetamol, uma vez que a ingestão concomitante tem sido associada como AMAGA, especialmente em pacientes com fatores de risco. Descontinue cloridrato de tramadol + paracetamol e/ou flucloxacilina se houve suspeita de AMAGA.
Cimetidina
Impacto Clínico: A administração concomitante de tramadol e cimetidina não resulta em alterações clinicamente significativas na farmacocinética do tramadol.
Uso com anticonvulsivantes
Alguns relatos sugerem que os pacientes tomando anticonvulsivantes a longo prazo que excedem a dose de paracetamol podem estar sob risco aumentado de hepatotoxicidade66 devido ao metabolismo19 acelerado do paracetamol.
Uso com diflunisal e paracetamol
A administração concomitante de diflunisal e paracetamol produz aumento de 50% nos níveis plasmáticos de paracetamol em voluntários normais. O cloridrato de tramadol + paracetamol deve ser usado com cautela e os pacientes monitorados cuidadosamente.
Interação com alimentos
A administração de cloridrato de tramadol + paracetamol com alimentos não afeta de forma significativa a sua taxa ou extensão de absorção.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Você deve conservar este medicamento em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C). Proteger da umidade. O prazo de validade é de 36 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas do produto
Atrace apresenta-se como comprimido revestido oblongo sem vinco de cor amarela.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
Devido aos riscos associados à ingestão acidental, uso indevido e abuso, aconselhe os pacientes a armazenar este medicamento com segurança, em um local não acessível a outros.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Administração
Os comprimidos de Atrace devem ser administrados por via oral. Este medicamento pode ser administrado independentemente das refeições.
Posologia
A dose diária máxima de Atrace é 1 a 2 comprimidos a cada 4 a 6 horas, de acordo com a necessidade para alívio da dor, até o máximo de 8 comprimidos ao dia. A menor dose eficaz deve ser usada pelo menor período de tempo.
Nas condições dolorosas crônicas, o tratamento deve ser iniciado com 1 comprimido ao dia e aumentado em 1 comprimido a cada 3 dias, conforme a tolerância do paciente, até atingir a dose de 4 comprimidos ao dia. Depois disso, Atrace pode ser administrado na dose de 1-2 comprimidos a cada 4-6 horas, até o máximo de 8 comprimidos ao dia.
Nas condições dolorosas agudas, o tratamento pode ser iniciado com a dose terapêutica92 completa (1-2 comprimidos a cada 4-6 horas), até o máximo de 8 comprimidos ao dia.
Tratamento de Abstinência
Não pare de usar este medicamento abruptamente. Os sintomas60 de abstinência podem ser aliviados pela redução gradual da medicação (vide item 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES – Tratamento de abstinência).
Populações especiais
Uso em crianças: A segurança e eficácia de cloridrato de tramadol + paracetamol não foram estudadas na população pediátrica.
Idosos (65 anos ou mais): Não foram observadas diferenças gerais em relação à segurança ou à farmacocinética entre indivíduos ≥ 65 anos de idade e indivíduos mais jovens.
Disfunção renal71: Em pacientes com depuração de creatinina72 inferior a 30 mL/min, recomenda-se aumentar o intervalo entre as administrações de cloridrato de tramadol + paracetamol de forma a não exceder 2 comprimidos a cada 12 horas.
Insuficiência hepática93: Não é recomendado o uso de cloridrato de tramadol + paracetamol em pacientes com insuficiência hepática93 grave.
Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.
REAÇÕES ADVERSAS
Visão94 Geral das Reações Adversas ao Medicamento
Os efeitos adversos dos comprimidos de cloridrato de tramadol + paracetamol são similares aos de outros analgésicos45 opioides e representam uma extensão dos efeitos farmacológicos da classe de medicamentos. Os principais riscos dos opioides incluem depressão do sistema respiratório95 e nervoso central e, em menor grau, depressão circulatória, parada respiratória, choque96 e parada cardíaca.
Os efeitos adversos mais frequentemente observados com cloridrato de tramadol + paracetamol são dores de cabeça97, tonturas98, náuseas99, constipação100 e sonolência, conforme apresentado na Tabela 3.
Reações adversas ao medicamento em estudos clínicos
Como os estudos clínicos são conduzidos sob condições muito específicas, as taxas dos eventos adversos em estudos clínicos podem não refletir as taxas observadas na prática e não devem ser comparados com taxas de estudos clínicos de outros fármacos. As informações provenientes de estudos clínicos são úteis para identificar os eventos adversos relacionados ao medicamento e para aproximação das taxas.
O cloridrato de tramadol + paracetamol foi administrado a 1.597 pacientes durante estudos duplo-cegos ou abertos em períodos longos para dor crônica não oncológica. Destes pacientes, 539 tinham 65 anos de idade ou mais. Os eventos adversos relatados com maior frequência foram no sistema nervoso central53 e gastrintestinal. Estes são efeitos comuns associados a outros fármacos com atividade agonista84 opioide.
Tabela 3. Eventos adversos relatados em pelo menos 2% dos indivíduos que receberam cloridrato de tramadol + paracetamol para dor crônicaa e com incidência101 maior que o placebo6.
Sistema corpóreo |
Cloridrato de tramadol + paracetamol |
Placebo6 |
Corpo como um todo |
||
Fadiga102 Ondas de calor Sintomas60 gripais |
7 2 3 |
2 0 2 |
Distúrbios cardiovasculares Hipertensão103 |
3 |
1 |
Distúrbios do sistema nervoso central e periférico |
||
Dor de cabeça97 Tontura104 Hipoestesia105 |
15 11 2 |
10 4 0 |
Distúrbios do sistema gastrintestinal |
||
Náusea106 Constipação100 Boca107 seca Vômito108 Dor abdominal Diarreia109 |
18 16 8 5 5 5 |
5 5 1 1 4 3 |
Distúrbios psiquiátricos
|
||
Sonolência Insônia Anorexia110 Nervosismo |
14 5 4 2 |
2 1 1 0 |
Distúrbios da pele111 e anexos112 |
||
Prurido113 Sudorese114 aumentada Erupção76 cutânea77 |
6 4 3 |
1 0 1 |
a em estudos controlados com placebo6 com duração de 3 meses.
Incidência101 de pelo menos 1% - Relação de causalidade pelo menos possível ou maior.
A lista a seguir contém reações adversas que ocorreram com incidência101 de pelo menos 1% em estudos clínicos com uma população exposta ao tramadol/paracetamol de 2.836 indivíduos em 18 estudos combinados para tratamento da dor aguda e crônica.
- Corpo como um todo: astenia115, fadiga102, ondas de calor.
- Sistema nervoso central53 e periférico: tontura104, dor de cabeça97, tremor.
- Sistema gastrintestinal: dor abdominal, constipação100, diarreia109, dispepsia116, flatulência, boca107 seca, náusea106, vômito108.
- Distúrbios psiquiátricos: anorexia110, ansiedade, confusão, euforia, insônia, nervosismo, sonolência.
- Pele111 e anexos112: prurido113, erupção76 cutânea77, sudorese114 aumentada.
Entre estes, os eventos adversos mais comuns (≥ 5% dos indivíduos) emergentes do tratamento foram náusea106 (14%), tontura104 (10%), sonolência (9%), constipação100 (8%), vômito108 (5%) e dor de cabeça97 (5%). Estes dados estão consistentes com os dados apresentados na Tabela 3.
Sedação62: A sedação62 é um efeito colateral117 comum dos analgésicos45 opioides, especialmente em indivíduos sem uso anterior de opioides. Sedação62 também pode ocorrer, em parte, porque os pacientes geralmente se recuperam de uma fadiga102 prolongada após alívio de dor persistente. A maioria dos pacientes desenvolve tolerância aos efeitos sedativos dos opioides dentro de três a cinco dias e, se a sedação62 não for excessiva, não necessitará de nenhum tratamento, apenas deve-se garantir a segurança do paciente. Se a sedação62 excessiva persistir além de alguns dias, a dose do opioide deve ser reduzida e as causas alternativas devem ser investigadas. Algumas delas são: medicamentos concomitantes depressores do sistema nervoso central53, disfunção hepática67 ou renal71, metástases118 cerebrais, hipercalcemia e insuficiência respiratória119. Se for necessário reduzir a dose, pode-se aumentar cuidadosamente novamente após três ou quatro dias se for óbvio que a dor não está bem controlada. Tontura104 e instabilidade podem ser causadas por hipotensão85 postural, particularmente em pacientes idosos ou debilitados, e podem ser aliviadas se o paciente se deitar.
Náusea106 e vômito108: Náusea106 é um efeito colateral117 comum no início da terapia com analgésicos45 opioides e acredita-se que ocorra por ativação da zona de gatilho do quimiorreceptor, estimulação do aparelho vestibular120 e pelo retardo do esvaziamento gástrico. A prevalência23 de náusea106 diminui após o tratamento continuado com analgésicos45 opioides. Ao instituir terapia com opioide para dor crônica, a prescrição rotineira de um antiemético121 deve ser considerada. No paciente com câncer122, a investigação da náusea106 deve incluir causas como constipação100 intestinal, obstrução intestinal, uremia123, hipercalcemia, hepatomegalia124, invasão tumoral do plexo celíaco e uso concomitante de medicamentos com propriedades emetogênicas. Náusea106 persistente que não responde à redução da dose pode ser causada por estase125 gástrica induzida por opioides e pode ser acompanhada por outros sintomas60, incluindo anorexia110, saciedade precoce, vômito108 e plenitude abdominal. Esses sintomas60 respondem ao tratamento crônico5 com agentes procinéticos gastrintestinais.
Constipação100: Praticamente todos os pacientes ficam constipados enquanto tomam opioides de forma persistente. Em alguns pacientes, particularmente nos idosos ou acamados, pode ocorrer impactação fecal. É essencial alertar os pacientes quanto a isso e instituir um regime apropriado para controle intestinal no início da terapia prolongada com opioides. Laxantes126 estimulantes, amolecedores de fezes e outras medidas apropriadas devem ser usadas conforme necessário. Como a impactação fecal pode se apresentar como diarreia109 paradoxal127, a presença de constipação100 deve ser excluída em pacientes em tratamento com opioide antes do início do tratamento para diarreia109.
Os seguintes efeitos adversos ocorrem menos frequentemente com analgésicos45 opioides e incluem aqueles relatados em estudos clínicos com cloridrato de tramadol + paracetamol, relacionados ou não ao tramadol e paracetamol.
Reações Adversas Medicamentosas Menos Comuns nos Estudos Clínicos (<1%).
A lista a seguir contém eventos adversos clinicamente relevantes que ocorreram com incidência101 menor que 1% com tramadol/paracetamol em estudos clínicos.
- Corpo como um todo: dor no peito128, rigidez, síncope129, síndrome74 de abstinência, reação alérgica130.
- Distúrbios cardiovasculares: hipertensão103, agravamento da hipertensão103, hipotensão85, edema131 dependente.
- Sistema nervoso central53 e periférico: ataxia132, convulsões, hipertonia133, enxaqueca134, agravamento da enxaqueca134, contração involuntária135 dos músculos136, parestesia69, estupor, vertigem137.
- Sistema gastrintestinal: disfagia138, melena139, edema131 de língua140.
- Distúrbios auditivos e vestibulares141: zumbido.
- Distúrbios do ritmo e batimentos cardíacos: arritmia142, palpitação143, taquicardia144.
- Distúrbios do sistema hepático e biliar: função hepática67 anormal, aumento da TGP (ALT), aumento da TGO (AST).
- Distúrbios do metabolismo19 e nutricionais: perda de peso, hipoglicemia145, aumento da fosfatase alcalina146, aumento de peso.
- Distúrbios musculoesqueléticos: artralgia147.
- Distúrbios plaquetários, hemorrágicos148 e da coagulação149: aumento do tempo de coagulação149, púrpura150.
- Distúrbios psiquiátricos: amnésia151, despersonalização, depressão, abuso de drogas, labilidade emocional, alucinação68, impotência152, pesadelos, pensamento anormal.
- Distúrbios das células40 vermelhas sanguíneas: anemia153.
- Sistema respiratório95: dispneia154, broncoespasmo155.
- Distúrbios da pele111 e anexos112: dermatite156, erupção76 cutânea77 eritematosa157.
- Sistema urinário158: albuminúria159, distúrbios da micção160, oligúria161, retenção urinária162.
- Distúrbios da visão94: visão94 anormal.
- Distúrbios das células40 brancas e sistema retículo-endotelial: granulocitopenia e leucocitose163.
Outros eventos adversos clinicamente significativos relatados previamente em estudos clínicos ou em relatos pós-comercialização com cloridrato de tramadol
Outros eventos adversos que foram relatados durante o tratamento com medicamentos à base de tramadol e cuja relação de causalidade não foi bem determinada incluem: vasodilatação, hipotensão85 ortostática, isquemia164 do miocárdio165, edema pulmonar166, reações alérgicas (incluindo anafilaxia167, urticária168, síndrome74 de StevensJohnson/síndrome74 da necrólise epidérmica tóxica75), disfunção cognitiva169, dificuldade de concentração, depressão, tendência suicida, hepatite170, insuficiência hepática93, agravamento da asma57 e sangramento gastrintestinal. Relatos de anormalidades em exames laboratoriais incluíram elevação nos testes de creatinina72 e função hepática67.
Síndrome serotoninérgica70 (cujos sintomas60 podem incluir alteração da situação mental, hiperreflexia171, febre172, calafrios173, tremor, agitação, diaforese174, convulsões, coma86) foi relatada quando o tramadol foi utilizado concomitantemente com outros agentes serotoninérgicos como inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRSs) e inibidores da MAO48. A experiência pós-comercialização com o uso de produtos que contenham tramadol incluiu raros relatos de delírio175, miose64, midríase176, transtornos da fala e, muito raramente, de transtornos de movimento, incluindo discinesia e distonia177. A vigilância pós-comercialização revelou raras alterações do efeito da varfarina, incluindo elevação do tempo de protrombina88. QT prolongado no eletrocardiograma178, fibrilação ventricular e taquicardia144 ventricular foram relatados durante o uso pós-comercialização.
Foram relatados casos de hipoglicemia145 em pacientes fazendo uso de tramadol. A maioria dos relatos foi em pacientes com fatores de risco predisponentes, incluindo diabetes179 ou insuficiência renal180, ou em pacientes idosos. Deve-se ter cautela ao prescrever tramadol a pacientes diabéticos. Monitorização mais frequente dos níveis de glicose181 no sangue182 pode ser apropriada, inclusive no início ou no aumento da dose.
Casos de hiponatremia79 e/ou SIADH foram notificados muito raramente em pacientes que tomaram tramadol, geralmente em pacientes com fatores de risco predisponentes, tais como os idosos ou aqueles que utilizaram medicações concomitantes e que podem causar hiponatremia79.
Deficiência androgênica: O uso crônico5 de opioides pode influenciar o eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, levando à deficiência androgênica que pode se manifestar como libido183 baixa, impotência152, disfunção erétil, amenorreia184 ou infertilidade185. O papel dos opioides na síndrome74 clínica do hipogonadismo é desconhecido, porque os vários estressores186 clínicos, físicos, de estilo de vida e psicológicos que podem influenciar os níveis dos hormônios gonadais não foram adequadamente controlados nos estudos realizados até o momento. Pacientes com sintomas60 de deficiência de andrógenos187 devem ser submetidos a avaliação laboratorial.
Outros eventos adversos clinicamente significativos previamente relatados em estudos clínicos ou relatos pós-comercialização com paracetamol
Reações alérgicas (principalmente erupção76 cutânea77) ou relatos de hipersensibilidade secundária ao paracetamol foram raros e geralmente controlados pela descontinuação do medicamento e, quando necessário, tratamento sintomático188. Houve vários relatos que sugerem que o paracetamol pode produzir hipoprotrombinemia quando administrado com compostos com ação semelhante à varfarina. Em outros estudos, o tempo da protrombina88 não foi alterado.
Foi verificado através do Netherlands Pharmacovigilance Center Lareb, consulta ao banco de dados do CNMM – Centro
Nacional de Monitorização de Medicamentos e Micromedex® (Drugdex Evaluation), que há registro da reação adversa rubor associada ao uso da substância tramadol.
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
SUPERDOSE
Ingestão acidental
A ingestão acidental de tramadol pode resultar em depressão respiratória e convulsões devido a uma superdose de tramadol. Depressão respiratória e convulsões foram relatadas em uma criança após a ingestão de um único comprimido. Fatalidades devido à superdose de tramadol também foram relatadas.
Sintomas60 e sinais61
Uma vez que cloridrato de tramadol + paracetamol é uma associação de dois fármacos, o quadro clínico de uma dose excessiva pode incluir sinais61 e sintomas60 de toxicidade32 de tramadol, de paracetamol ou de ambos. Os sintomas60 iniciais da superdose de tramadol incluem depressão respiratória e/ou convulsões e do paracetamol, observados dentro das primeiras 24 horas, incluem: irritação gastrintestinal, anorexia110, náusea106, vômito108, mal-estar, palidez e diaforese174.
tramadol: As consequências potenciais sérias da superdose do componente tramadol são depressão respiratória, letargia189, coma86, convulsão49, parada cardíaca e morte. Adicionalmente, casos de prolongamento do intervalo QT foram relatados durante superdose.
paracetamol: O paracetamol na superdose maciça pode causar toxicidade32 hepática67 em alguns pacientes. Os primeiros sintomas60 após uma superdose potencialmente hepatotóxica podem incluir: irritação gastrintestinal, anorexia110, náuseas99, vômitos190, mal-estar, palidez e diaforese174. Evidência clínica e laboratorial de toxicidade32 hepática67 pode não ser aparente antes de 48 a 72 horas após a ingestão.
Tratamento
Uma superdose única ou múltipla com cloridrato de tramadol + paracetamol pode ser uma superdose polimedicamentosa potencialmente letal, e recomenda-se consultar especialistas apropriados, se disponível. Embora a naloxona reverta alguns, mas não todos, os sintomas60 causados pela superdose com tramadol, o risco de convulsões também aumenta com a administração de naloxona. Com base na experiência com tramadol, não se espera que a hemodiálise191 seja útil em uma superdose porque remove menos de 7% da dose administrada em um período de diálise192 de 4 horas.
No tratamento de uma superdose com cloridrato de tramadol + paracetamol, deve-se dar atenção inicial à manutenção adequada da ventilação193 juntamente com tratamento geral de suporte. Dado que as estratégias para o controle da superdose evoluem continuamente, é aconselhável entrar em contato com uma central de controle de intoxicação para obter as recomendações mais recentes para o controle de uma superdose. A hipotensão85 é, em geral, hipovolêmica e deve responder à administração de fluidos. Vasopressores e outras medidas de suporte devem ser empregados, conforme necessário. Intubação endotraqueal deve ser realizada quando necessário, para fornecer respiração assistida.
Em pacientes adultos e pediátricos, ou em qualquer indivíduo que apresente uma quantidade desconhecida de paracetamol ingerido ou com uma história questionável ou pouco confiável sobre o momento da ingestão, deve-se obter o nível plasmático de paracetamol e ser tratado com acetilcisteína194. Se um teste não puder ser obtido e a ingestão estimada de paracetamol exceder de 7,5 a 10 gramas para adultos e adolescentes ou 150 mg/kg para crianças, a administração de N-acetilcisteína194 deve ser iniciada e continuada durante um ciclo completo de terapia.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
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SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA
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