

Clonidin (Bula do profissional de saúde)
CRISTÁLIA PRODUTOS QUÍMICOS FARMACÊUTICOS LTDA.
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Clonidin®
cloridrato de clonidina
Injetável 150 mcg/mL
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Solução Injetável
Ampola de 1 mL
USO INTRATECAL, EPIDURAL1, INTRAMUSCULAR E INTRAVENOSO
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada mL de Clonidin® contém:
cloridrato de clonidina (equivalente a 129,482 mcg de clonidina) | 150 mcg |
veículo q.s.p. | 1 mL |
Veículo: cloreto de sódio e água para injetáveis.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE2
INDICAÇÕES
Clonidin® solução injetável possui ação analgésica e ação sinérgica com anestésicos opioides lipofílicos, morfina e anestésicos locais. Atua na estabilização hemodinâmica3. Dentre suas aplicações podemos destacar:
- Analgésico4 potente de curta duração (4 a 6 horas) por via intratecal ou epidural1.
- Adjuvante em analgesia intratecal ou epidural1: potencializa a ação de anestésicos tais como a lidocaína e a bupivacaína, favorecendo diminuição de dose e prolongamento da ação. Associada à bupivacaína isobárica, diminui a incidência5 de "Tourniquet Pain".
- Adjuvante em analgesia pós-operatória: redução de morfina e opioides lipofílicos com consequente diminuição de seus efeitos colaterais6.
A medicação pré-anestésica com Clonidin® já é rotineira e inclui ainda as seguintes indicações:
- Promover estabilização hemodinâmica3
- Reduzir níveis plasmáticos de catecolaminas
- Reduzir a demanda por anestésicos opioides e anestésicos gerais
- Prolongar a anestesia7 intratecal por tetracaína
- Reduzir a pressão intraocular8 em cirurgia oftálmica
RESULTADOS DE EFICÁCIA
A clonidina foi comparada com benzodiazepínicos e mostrou-se superior na pré-medicação (OR = 0,49 [0,27, 0,89]). Clonidina apresentou maior efeito na indução da sedação9, diminuiu a incidência5 de agitação (OR = 0,25 [0,11, 0,58]) e produziu uma analgesia pós-operatória mais efetiva (OR = 0,33 [0,21, 0,58]). Dahmani S, Brasher C, Stany I, Golmard J, Skhiri A, Bruneau B, Nivoche Y, Constant I, Murat I. Premedication with clonidine is superior to benzodiazepines. A meta analysis of published studies. Acta Anaesthesiol Scand. 2010; 54(4):397–402
Em cirurgias oftálmicas, a clonidina reduziu a pressão intraocular8 de 20 +/- 3 para 12 +/- 3 mmHg (P menor que 0,01), sistólica e diastólica, a frequência cardíaca de forma não significante, além de apresentar características sedativas e ansiolíticas. Ghignone M, Noe C, Calvillo O, Quintin L. Anesthesia for Ophtalmic surgery in elderly: the effects of clonidine in intraocular pressure, perioperative hemodynamics, and anesthetic requirements. Anesth. 1988; 68: 707–716.
A Clonidina tem ação de potencializar os efeitos dos anestésicos locais, venosos e inalatórios. Simonetti MPB, Valinetti EA, Ferreira FMC. Clonidina: de descongestionante nasal a analgésico4 potente. Considerações históricas e farmacológicas. Rev. Bras Anestesiol, 1997; 47(1): 37–47. Stocche RM, Klamt JG, Rodrigues AM, Garcia LV. Clonidina por via venosa diminui a dose de indução do Propofol. Rev Bras Anestesiol, 1999: 49(24): cba 015b.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
A clonidina é um agonista10 α2 adrenérgico11 parcial (α2 / α1 = 200:1), interagindo também com receptores imidazolínicos. O perfil farmacológico é complexo, tendo como variáveis principais: a dose; a distribuição dos receptores no SNC12, tecidos vasculares13 e órgãos; via de administração e interação com outros fármacos. Em doses terapêuticas pela via sistêmica age de forma sinérgica com anestésicos opioides lipofílicos e com benzodiazepínicos. A demanda de oxigênio é diminuída. Através das vias intratecal e epidural1, a clonidina exerce efeito analgésico4 de ação opioide, por interação com receptores adrenérgicos14 localizados no corno dorsal da medula15.
Atua sinergicamente com opioides lipofílicos e anestésicos locais.
Em doses baixas, o efeito hipotensivo é predominante e está relacionado com a inibição dos neurônios16 catecolaminérgicos na região dos núcleos reticulares17 no tronco cerebral18. Receptores imidazolínicos, situados ventro-lateralmente na medula15 oblonga também estariam envolvidos neste efeito.
A elevada lipossolubilidade da clonidina (coeficiente de partição octanol/água de 114:1) explica a sua distribuição predominante no sistema nervoso19.
Após 10 minutos de infusão intravenosa de 300 mcg de clonidina a cinco voluntários do sexo masculino, os níveis plasmáticos de clonidina mostraram uma fase de distribuição inicial rápida (média ± DP t1/2 = 11 ± 9 minutos) seguido de uma fase de eliminação mais lenta (t1/2 = 9 ± 2 horas) durante 24 horas.
A meia-vida de eliminação está entre 9 a 12 horas. Cerca de 50% são metabolizados para componentes inativos no fígado20 e o restante é eliminado inalterado pelos rins21. O desempenho insuficiente da função renal22 pode alterar estes valores, prolongando a retenção do fármaco23.
O efeito analgésico4 inicia-se 15 minutos após a aplicação intratecal, epidural1, intramuscular ou intravenosa.
A analgesia é potente e de curta duração (4 a 6 horas) para as aplicações intratecais e epidurais; é menos consistente nas aplicações intramuscular e intravenosa.
Apenas a administração intratecal segue um perfil dose-dependente: o tempo para o início da analgesia pode ser reduzido para 3 minutos e a duração prolongada para até 14 horas em função da dose.
CONTRAINDICAÇÕES
Este medicamento é contraindicado em pacientes com histórico de reações de hipersensibilidade à clonidina, bem como a outros componentes do medicamento.
A administração epidural1 é contraindicada na presença de infecção24 no local da injeção25, em pacientes sob terapia anticoagulante26 e naqueles com diátese hemorrágica27.
A administração de Clonidin® acima de C4 é contraindicada uma vez que não existem dados de segurança suficientes para este uso.
O medicamento também é contraindicado em caso de:
- Diferentes formas de agitação e perturbações do coração28, como por exemplo, "síndrome de Sinusknoten" ou bloqueio átrioventricular II e III
- Pacientes portadores de doença no nó sinusal29
- Frequência cardíaca abaixo de 50 batidas por minuto
- Período de amamentação30
- Depressão
Risco na gravidez31: Categoria C.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
As indicações para o produto não preveem tratamento prolongado.
O uso prolongado (6 ou mais dias) requer cuidados especiais: o tratamento não deve ser interrompido abruptamente; pode haver efeito rebote, com desestabilização do quadro hemodinâmico. Em portadores de hipertensão32, a interrupção brusca pode levar as crises hipertensivas graves, de consequências imprevisíveis.
O fármaco23 deve ser usado com cautela em portadores de doenças vasculares13 cerebrais, nos casos de insuficiência33 coronária ou de infarto do miocárdio34 recente, nos portadores de distúrbios vasculares13 periféricos oclusivos tais como a doença de Raynaud35 e em casos de histórico depressivo.
Durante o tratamento com Clonidin®, a frequência cardíaca não deve estar abaixo de 56 batimentos por minuto. Os portadores de lentes de contato devem ocasionalmente observar a diminuição do fluxo lacrimal.
Gerais
Efeitos Cardíacos: a clonidina epidural1 causa frequentemente diminuição na frequência cardíaca. A bradicardia36 sintomática37 pode ser tratada com atropina. Raramente foi relatado bloqueio atrioventricular maior do que o do I Grau. O fármaco23 não altera a resposta hemodinâmica3 ao exercício, mas pode mascarar o aumento do batimento cardíaco associado com a hipovolemia38.
Depressão Respiratória e Sedação9: a administração de clonidina pode resultar em sedação9 através da ativação dos alfa- adrenoceptores no tronco cerebral18. Altas doses de clonidina causam sedação9 e anormalidades ventilatórias normalmente moderadas. Pode haver desenvolvimento de tolerância a esses efeitos com a administração crônica. Esses efeitos têm sido relatados com doses em bolus39, que são significativamente maiores que a velocidade de infusão recomendada para o tratamento da dor no câncer40.
Depressão: tem ocorrido depressão em pequena porcentagem de pacientes tratados com clonidina oral ou transdérmica. A depressão ocorre normalmente em pacientes com câncer40 e pode ser exacerbada pelo tratamento com a clonidina. Os pacientes, especialmente aqueles com história conhecida de desordens afetivas, devem ser monitorados em relação aos sinais41 e sintomas42 de depressão.
Dor de Origem Visceral ou Somática: em pesquisas clínicas, nas doses testadas, a clonidina mostrou-se mais efetiva na dor neuropática43 bem localizada, caracterizada como de natureza elétrica, de queimação, pontada, localizada nos dermátomos44 ou distribuida ao longo do nervo periférico. O medicamento pode ser menos efetivo, ou possivelmente inefetivo no tratamento da dor difusa, pouco localizada ou de origem visceral.
Hipotensão45
Pode ocorrer grave hipotensão45 após a administração de Clonidin® e, portanto, cuidados devem ser tomados com todos os pacientes. O produto não é recomendado na maioria dos pacientes com doença cardiovascular grave ou para aqueles que são hemodinamicamente instáveis. O benefício de sua administração nesses pacientes deve ser cuidadosamente calculado contra os potenciais riscos resultantes da hipotensão45.
Os sinais vitais46 devem ser frequentemente monitorados, especialmente durante os primeiros dias da terapia epidural1 com Clonidin®. Quando a clonidina é infundida nos segmentos espinhais torácicos superiores, podem ser verificadas quedas mais pronunciadas na pressão sanguínea.
A clonidina diminui o estímulo simpático47 do sistema nervoso central48 resultando em diminuição da resistência periférica49, resistência vascular50 renal22, frequência cardíaca e pressão sanguínea. Contudo, na ausência de hipotensão45 profunda, o fluxo arterial renal22 e a taxa de filtração glomerular permanecem essencialmente inalterados.
Em um estudo duplo-cego51, aleatório, de pacientes com câncer40, no qual foi administrado por via epidural1 a 38 pacientes, 30 mcg/h de clonidina, após administração de morfina epidural1, houve ocorrência de hipotensão45 em cerca de 45% dos pacientes. A maioria dos episódios de hipotensão45 ocorreu nos primeiros quatro dias após o início da administração epidural1 de clonidina. Entretanto, episódios de hipotensão45 ocorreram durante todo o estudo. Estes episódios tenderam a ocorrer mais comumente em mulheres e com pacientes com níveis séricos mais altos de clonidina. Os pacientes que apresentaram hipotensão45 tendiam a ser mais leves do que aqueles que não tiveram hipotensão45. A hipotensão45 responde normalmente aos fluídos intravenosos e, se necessário, à efedrina parenteral.
Os relatos publicados sobre o uso de clonidina epidural1 na analgesia intra e pós-operatória, também demonstram hipotensão45 consistente e marcante como resposta ao fármaco23. Pode ocorrer hipotensão45 grave mesmo se houver pré-tratamento com fluído intravenoso.
Abstinência
A interrupção repentina do tratamento com clonidina, independente da via de administração, tem resultado, em alguns casos, em sintomas42 como nervosismo, agitação, cefaleia52 e tremor, acompanhado ou seguido por uma rápida elevação na pressão sanguínea. A probabilidade de tais reações parece ser maior com o uso de doses mais altas ou com o tratamento concomitante com beta-bloqueadores. Nestas situações devem ser tomados cuidados especiais. Após a retirada abrupta de clonidina foram relatados casos raros de encefalopatia hipertensiva53, acidentes cerebrovasculares e óbito54. Pacientes com histórico de hipertensão32 e/ou outras condições cardiovasculares subjacentes podem estar sob risco das consequências da descontinuação abrupta da clonidina. Em estudo randomizado55 e duplo-cego de dor em pacientes com câncer40, dos 38 pacientes que receberam 720 mcg de clonidina por dia, 4 apresentaram hipertensão32 de rebote após retirada abrupta da clonidina.
O monitoramento cuidadoso do funcionamento da bomba de infusão e a inspeção56 do cateter, verificando a existência de obstrução ou deslocamento, pode reduzir o risco de supressão abrupta inadvertida de clonidina epidural1. Os pacientes devem comunicar imediatamente seu médico se houver interrupção inadvertida, por qualquer razão, da administração de clonidina. Os pacientes também devem ser instruídos para não descontinuar a terapia sem consultar o médico.
Quando houver descontinuação da terapia epidural1 com clonidina, o médico deve reduzir a dose gradualmente por 2 a 4 dias para evitar os sintomas42 de abstinência.
Um excessivo aumento na pressão arterial57, após a descontinuação da clonidina epidural1, pode ser tratado com clonidina ou fentolamina intravenosa. Se a terapia tiver que ser descontinuada em pacientes sob tratamento concomitante com clonidina e beta-bloqueadores, o beta-bloqueador deve ser interrompido vários dias antes da descontinuação gradual da clonidina epidural1.
Infecções58
As infecções58 relacionadas com os cateteres epidurais implantados são um sério risco. A ocorrência de febre59 em paciente que esteja recebendo clonidina epidural1 deve incluir a possibilidade de infecção24 relacionada com o cateter, tal como a meningite60 ou abcesso epidural1.
Informação para pacientes61
Os pacientes devem ser instruídos sobre os riscos da hipertensão32 rebote e avisados para não descontinuar a clonidina, exceto sob a supervisão de um médico. Os pacientes devem notificar o seu médico imediatamente se o uso de clonidina for inadvertidamente interrompido por qualquer razão. Os pacientes que se envolvem em atividades potencialmente perigosas, tais como a utilização de máquinas ou de condução, devem ser aconselhados sobre os efeitos sedativo e hipotensor potenciais da clonidina epidural1. Eles também devem ser informados de que os efeitos sedativos podem ser aumentados por fármacos depressores do SNC12 como o álcool e barbitúricos, e que os efeitos hipotensores podem ser aumentados por opiaceos.
Carcinogenicidade, Mutagenicidade e Diminuição da Fertilidade
Em um estudo de 132 semanas em ratos, o cloridrato de clonidina administrado como mistura dietética, em concentrações de 5 a 8 vezes (baseado na superfície corporal) a dose máxima humana recomendada diária de 50 mcg/kg, para hipotensão45, não mostrou nenhum potencial carcinogênico. A clonidina mostrou-se negativa no teste de mutagenicidade de Ames.
A fertilidade de ratos machos ou fêmeas não foi afetada pelas doses de cloridrato de clonidina de 150 mcg/kg, ou cerca de 0,5 vez a dose máxima humana recomendada. A fertilidade de ratos fêmeas, contudo, pareceu ser afetada em outra experiência com níveis de doses orais de 500 a 2000 mcg/kg, ou 2 a 7 vezes a dose máxima humana recomendada.
Uso em Analgesia Pós-Operatória ou Obstétrica
Clonidin® não é recomendado para o controle da analgesia do parto, pós-parto ou perioperatória. O risco de instabilidade hemodinâmica3, especialmente hipotensão45 e bradicardia36, após clonidina epidural1, pode ser inaceitável nesses pacientes.
Gravidez31 e Lactação62
Gravidez31 – Categoria de Risco C
Os estudos de reprodução63 em coelhos, com doses de cloridrato de clonidina em concentrações de até a dose máxima humana recomendada, não demonstraram evidência de potencial teratogênico64 ou embriotóxico. Em ratos, contudo, doses baixas de até 1/3 da dose máxima humana recomendada, foram associadas com reabsorções aumentadas, em um estudo no qual as ratas foram tratadas continuamente dois meses antes do acasalamento. As reabsorções aumentadas não foram associadas com o tratamento, com a mesma ou maior dose de até 0,5 vezes da dose máxima humana recomendada, quando as ratas foram tratadas entre 6 e 15 dias da gestação. As reabsorções aumentadas foram observadas em níveis maiores (7 vezes a dose máxima humana recomendada em ratos e camundongos tratados entre 1 e 14 dias de gestação).
A clonidina atravessa rapidamente a placenta e suas concentrações são similares no plasma65 materno e no do cordão umbilical66; as concentrações do fluído amniótico podem ser 4 vezes àquelas encontradas no soro67. Não existem estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas durante o início da gestação, quando ocorre a formação dos órgãos. Os estudos utilizando clonidina epidural1 durante o parto, não têm demonstrado reações adversas aparentes na criança no momento do parto. Contudo, esses estudos não monitoram os efeitos hemodinâmicos na criança, nos dias após o parto. O cloridrato de clonidina injetável deve ser usado durante a gravidez31 somente se os potenciais benefícios justificarem o potencial risco ao feto68.
Parto e trabalho de parto
Não existem estudos clínicos adequadamente controlados avaliando a segurança, eficácia e dose da clonidina em procedimentos obstétricos. O uso de clonidina como analgésico4 durante o parto e trabalho de parto não é indicado, pelo fato de a perfusão materna da placenta ser criticamente dependente da pressão sanguínea.
Amamentação30
As concentrações de clonidina no leite humano são de aproximadamente duas vezes àquelas encontradas no plasma65 materno. Deve haver muito cuidado ao se administrar clonidina a mulheres em fase de amamentação30. Deve-se tomar a decisão de descontinuar a amamentação30 ou a administração de clonidina, em função do potencial para a ocorrência de reações adversas nas crianças lactentes69.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Uso pediátrico
A segurança e a eficácia da clonidina, nesta indicação e população clínica é limitada.
Gravidez31 e Lactação62
Durante o tratamento com Clonidin® o paciente não deve dirigir veículos, operar máquinas ou trabalhar em serviços contínuos, pois a sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
A clonidina potencializa os efeitos depressivos do SNC12 do álcool, barbitúricos ou outros fármacos sedativos. Os analgésicos70 narcóticos podem potencializar os efeitos hipotensivos da clonidina.
Não deve ser usada com antidepressivos tricíclicos, agentes bloqueadores beta-adrenérgicos14. Os primeiros podem antagonizar os efeitos hipotensivos da clonidina, sendo que seus efeitos sobre a ação analgésica da clonidina são desconhecidos. Os agentes beta-bloqueadores podem contribuir com a hipotensão45 aguda e também podem exacerbar a resposta hipertensiva verificada com a supressão da clonidina. Também, devido ao potencial para efeitos aditivos como a bradicardia36 e o bloqueio AV, cuidados devem ser tomados em pacientes recebendo clonidina que estejam sob tratamento com agentes que afetem a função do nó sinusal29 ou a condução AV nodal, isto é, digitálicos, bloqueadores do canal de cálcio e beta-bloqueadores.
Existe um relato de caso de paciente com delírio71 agudo72 associado com o uso simultâneo de flufenazina e clonidina oral. Os sintomas42 cessaram quando houve a suspensão da clonidina e houve recorrência73 quando a clonidina foi reinstituída.
A clonidina epidural1 pode prolongar a duração dos efeitos farmacológicos dos anestésicos locais epidurais, incluindo tanto o bloqueio sensitivo quanto o motor.
Nota: O medicamento é restrito ao uso hospitalar e sua administração somente deve ser feita por profissionais familiarizados com os procedimentos anestésicos.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Conservar o produto em temperatura ambiente, entre 15 e 30°C, protegido da luz. O medicamento não contém conservantes.
O prazo de validade é de 24 meses a partir da data de fabricação impressa na embalagem.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas do produto
Solução límpida, incolor, praticamente isenta de partículas.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
As necessidades posológicas são variáveis e devem ser individualizadas conforme a indicação e perfil clínico do paciente.
Na medicação pré-anestésica: as aplicações mais aconselháveis são IM profunda, IV lenta (7 a 10 minutos) ou diluída, por gotejamento intravenoso. Clonidina é compatível com cloreto de sódio 0,9% para diluição. Em procedimentos cirúrgicos de longa duração, dose adicional de 150 mcg ou manutenção por gotejamento intravenoso pode ser necessário.
Na analgesia pós-operatória: a dose inicial recomendada de Clonidin® para infusão epidural1 contínua é de 30 mcg/h. Embora a dose possa ser titulada para mais ou menos, dependendo do alívio da dor e ocorrência de reações adversas, a experiência com doses acima de 40 mcg/h é limitada. É essencial estar familiarizado com os dispositivos de infusãoepidural contínua, e os pacientes devem ser cuidadosamente monitorados nos primeiros dias, avaliando sua resposta.
A dose usual está entre 2–4 mcg/kg por via epidural1 e 0,5–1 mcg/kg por via intratecal produz analgesia de curta duração (4 a 6 horas) e deverá ser repetida de acordo com as respostas do paciente. Na aplicação intratecal, a analgesia é de duração dose dependente.
Em associação com outros fármacos: a posologia deve ser individualizada para cada caso. Nas associações com anestésicos locais (lidocaína, bupivacaína e mepivacaína) o procedimento e a dose mais usual consiste na adição de 150 mcg de Clonidin® solução injetável à dose escolhida do anestésico local, antes da aplicação.
IMPORTANTE: Ampola com ponto de corte
INSTRUÇÕES

REAÇÕES ADVERSAS
Reação muito comum (>1/10): Hipotensão45, hipotensão45 ortostática, náuseas74, xerostomia75, astenia76, confusão, tontura77, sonolência
Reação comum (>1/100 e <1/10): Bradiarritmia, precordialgia, diminuição ou aumento do débito cardíaco78, taquicardia79, sudorese80, obstipação81, zumbido, agitação, nervosismo, alucinações82, disfunção erétil, diminuição da atividade sexual, perda da libido83, fadiga84
Reação incomum (>1/1.000 e <1/100): Palpitação85, alopecia86, erupções na pele87, Prurido88, rash89, urticaria90, ginecomastia91, pseudo-obstrução intestinal crônica, parotidite92, cefaléia52, insônia, depressão, dificuldade de micção93, noctúria, retenção urinária94, angioedema95, mal-estar.
Reação rara (>1/10.000 e <1.000): Bloqueio atrioventricular, bradicardia36 atrioventricular - nó sinoatrial96, insuficiência cardíaca congestiva97, fenômeno de Raynaud98, bradicardia36 sinusal, ritmo nodal sinusal, síncope99, trombocitopenia100, hepatite101, acidente vascular cerebral102, visão103 embaçada, sensação de queimação nos olhos104, olhos104 ressecados, delírio71, distúrbios do sonho, inquietação, ressecamento de mucosa105 nasal, acidente vascular cerebral102 após abrupta interrupção do tratamento com clonidina, morte após abrupta interrupção do tratamento com clonidina.
Relatos de casos: Prolongamento do intervalo QT, hipertensão32 rebote, obstrução gastrointestinal, aumento da pressão intracraniana, episódios de apneia106, abuso do fármaco23, arritmias107 ventriculares sérias após abruptas interrupções do tratamento com clonidina.
Sem informação detalhada: Diminuição da pressão arterial diastólica108 e sistólica, lúpus109 eritematoso110 sistêmico111, desordens psicóticas agudas (exacerbação de tiques ou alucinações82 visuais e auditivas), depressão respiratória, depressão respiratória, retirada da droga: o aumento agudo72 da pressão arterial57 (crise hipertensiva) após a interrupção abrupta da terapêutica112 clonidina é bem documentado, síndrome113 de abstinência aguda da clonidina (dor de cabeça114, tonturas115, transpiração116, palpitações117, ansiedade, insônia, tremores, dispneia118 e compressão do peito119, aumento da excreção de adrenalina120 e noradrenalina121 urinária (catecolaminas) e aumento da atividade da renina plasmática), eventos adversos neurológicos associados com a privação de clonidina (cefaleia52), eventos adversos psiquiátricos associados com a privação de clonidina (ansiedade, suor, palpitações117 e tremores).
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou à Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
Pode haver desenvolvimento de hipertensão32 precoce seguida de hipotensão45, bradicardia36, depressão respiratória, hipotermia122, sonolência, reflexos diminuídos ou ausentes, irritabilidade e miose123. Com doses orais excessivas foram relatadas alterações na condução cardíaca reversível ou arritmias107, apneia106, coma124 e convulsões.
Inexiste antídoto125 específico para a superdose de clonidina. A terapia de suporte pode incluir sulfato de atropina para a bradicardia36, fluídos intravenosos e/ou agentes vasopressores para a hipotensão45. A hipertensão32 associada com a superdose tem sido tratada com furosemida intravenosa, diazóxido ou agentes alfa-bloqueadores como a fentolamina. A naloxona pode ser um auxiliar no tratamento da hipotensão45 e/ou coma124 induzida pela clonidina; a pressão arterial57 deve ser monitorada pois a administração de naloxona pode resultar ocasionalmente em hipertensão32 paradoxal126. A administração de tolazolina forneceu resultados inconsistentes e não é recomendada como terapia de primeira linha. A diálise127 não parece aumentar significativamente a eliminação de clonidina.
A maior superdose relatada até agora envolveu um paciente branco de 28 anos de idade, que ingeriu 100 mg de cloridrato de clonidina em pó. Este paciente desenvolveu hipertensão32 seguida de hipotensão45, bradicardia36, apneia106, alucinações82, semicoma e contrações ventriculares prematuras. O paciente recuperou-se completamente após tratamento intensivo. Os níveis plasmáticos de clonidina foram de 60 ng/mL após 1 hora, 190 ng/mL após 1,5 horas, 370 ng/mL após 2 horas e 120 ng/mL após 5,5 e 6,5 horas.
Em camundongos e ratos a DL50 oral de clonidina é de 206 e 465 mg/kg, respectivamente.
Em casos de superdose observa-se uma baixa considerável da pressão arterial57 (sem colapso128) acompanhada de uma sonolência profunda, podendo levar a um estado semicomatoso com hipotermia122 e bradicardia36. Este estado é revertido espontaneamente em 24 a 48 horas.
A normalização dos valores tensionais pode ser obtida rapidamente por administração de agentes alfa-inibidores.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
USO RESTRITO A HOSPITAIS
MS nº 1.0298.0193
Farm. Resp.: Dr. José Carlos Módolo - CRF-SP nº 10.446
Registrado por:
CRISTÁLIA - Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda.
Rodovia Itapira-Lindóia, km 14 – Itapira / SP
CNPJ N.º 44.734.671/0001–51
Indústria Brasileira
Fabricado por:
CRISTÁLIA - Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda.
Av. Nossa Senhora da Assunção, 574 - Butantã - São Paulo - SP
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SAC 0800 7011918
