

Naropin (Bula do profissional de saúde)
ASPEN PHARMA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA LTDA
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Naropin®
cloridrato de ropivacaína
Injetável 0,2%; 0,75% e 1%
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Solução estéril injetáve
Embalagem com 5 ampolas plásticas contendo 10 mL ou 20 mL, em estojos individuais estéreis.
VIA INFILTRAÇÃO LOCAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO:
Cada mL de Naropin 2 mg/mL contém:
cloridrato de ropivacaína | 2,0 mg |
veículo q.s.p. | 1 mL |
Veículo: cloreto de sódio, água para injeção1 e hidróxido de sódio/ácido clorídrico2.
Cada mL de Naropin 7,5 mg/mL contém:
cloridrato de ropivacaína | 7,5 mg |
veículo q.s.p. | 1 mL |
Veículo: cloreto de sódio, água para injeção1 e hidróxido de sódio/ácido clorídrico2.
Cada mL de Naropin 10 mg/mL contém:
cloridrato de ropivacaína | 10,0 mg |
veículo q.s.p. | 1 mL |
Veículo: cloreto de sódio, água para injeção1 e hidróxido de sódio/ácido clorídrico2.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE3
INDICAÇÕES
Naropin é indicado para:
Anestesia4 em cirurgia
- bloqueio peridural5, incluindo cesárea;
- bloqueio nervoso maior; e,
- bloqueios infiltrativo e do campo operatório.
Estados dolorosos agudos
- infusão peridural5 contínua ou administração intermitente6 em bolus7, como por exemplo, em dor pós-operatória ou trabalho de parto;
- bloqueios infiltrativo e do campo operatório;
- injeção1 intra-articular; e,
- bloqueio nervoso periférico em infusão contínua ou em injeções intermitentes8, como por exemplo, em dor pós-operatória.
Estados dolorosos agudos em pediatria
Para o controle da dor peri e pós-operatória em:
- bloqueio peridural5 caudal.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Adultos e crianças acima de 12 anos de idade
Em bloqueio peridural5 para cirurgia, doses únicas de até 250 mg de ropivacaína foram usadas e são bem toleradas (FINUCANE BT et al. Can J Anaesth 1996; 43:442).
Para o tratamento da dor pós-operatória recomenda-se a seguinte técnica: a menos que seja instituído antes da operação, induzir o bloqueio peridural5 com Naropin 7,5 mg/mL pelo catéter peridural5. A analgesia é mantida com infusão de Naropin 2 mg/mL. Os estudos clínicos demonstraram que velocidades de infusão de 6–14 mL/h (12–28 mg/h) proporcionam analgesia adequada, com somente leve bloqueio motor não-progressivo na maioria dos casos de dor pós-operatória de grau moderado a grave. Com essa técnica, foi observada redução significativa da necessidade de opioides (FINUCANE BT et al. Reg Anesth 1995;20(Suppl.2):35; BADNER NH et al. Can J Anaesth 1996;43:17; MULDOON T et al. Acute Pain 1998;1:13; FRIED M et al. Int Monit Reg Anaesth 1994(Spec Iss):36(abstr); SCOTT DA et al. Anesth Analg 1995;81:928; SCHUG SA et al. Br J Anaesth. 1996; 76(4):487; ETCHES RC et al. Anesth Analg 1997;84:784; TURNER G et al. Br J Anaesth. 1996;76(5):606; SCOTT DA et al. Anesth Analg 1997;85:1322; FINUCANE BT et al. Anesth Analg 2001;92:1276; SCOTT DA et al. Anesth Analg. 1999;88(4):857).
Em estudos clínicos uma infusão peridural5 de Naropin 2 mg/mL isolado ou associado a 1–4 mcg/mL de fentanila foi administrada por até 72 horas para o controle da dor pós-operatória. Naropin 2 mg/mL (6–14 mL/h) proporcionou alívio da dor adequado para a maioria dos pacientes. A combinação de Naropin e fentanila proporcionou melhor alívio da dor, mas causou efeitos colaterais9 de opioides (FINUCANE BT et al. Anesth Analg 2001;92:1276; SCOTT DA et al. Anesth Analg. 1999;88(4):857).
Quando bloqueios nervosos periféricos prolongados são aplicados, seja por infusão contínua ou através de injeções repetidas, os riscos de atingir a concentração plasmática tóxica ou induzir a lesão10 neural local, devem ser considerados. Em estudos clínicos, o bloqueio do nervo femoral11 foi estabelecido com 300 mg de Naropin 7,5 mg/mL e o bloqueio interescalênico com 225 mg de Naropin 7,5 mg/mL, respectivamente, antes da cirurgia. Então, a analgesia foi mantida com Naropin 2 mg/mL. Taxas de infusão ou injeções intermitentes8 de 10–20 mg/h durante 48 horas proporcionaram analgesia adequada e foram bem toleradas (ELEDJAM JJ et al. Reg Anesth Pain Med. 2002;27(6):604; EKATODRAMIS G et al. Anesthesiology 2003;98:143).
Pediatria
Uma injeção1 peridural5 caudal única de ropivacaína 2 mg/mL produz analgesia pós-operatória adequada abaixo da T12 na maioria dos pacientes, quando é usada uma dose de 2 mg/kg em volume de 1 mL/kg (LÖNNQVIST PA et al. Br J Anaesth 2000;85(4):506; BOSENBERG A et al. Paediatr Anaesth 2002;12:53; RAPP H-J, et al. Pediatr Anasth 2004;14:724).
Em crianças acima de 4 anos de idade, doses de até 3 mg/kg têm sido usadas com segurança (BOSENBERG A et al. Paediatr Anaesth 2002;12:53).
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Propriedades Farmacodinâmicas
A ropivacaína é um anestésico local do tipo amida de longa duração com efeitos anestésico e analgésico12. A administração de altas doses produz anestesia4 cirúrgica, enquanto que em baixas doses produz bloqueio sensitivo (analgesia) com bloqueio motor limitado e não progressivo.
O início e a duração do efeito anestésico local de Naropin dependem da dose e do local de administração, enquanto que a presença de um vasoconstritor (ex.: epinefrina) tem pouca ou nenhuma influência.
A ropivacaína, como outros anestésicos locais, causa bloqueio reversível da propagação do impulso pelas fibras nervosas, impedindo a entrada dos íons13 sódio através da membrana celular14 das fibras nervosas.
Os anestésicos locais podem apresentar efeitos similares em outras membranas excitáveis, como por exemplo, no cérebro15 e miocárdio16. Se uma quantidade excessiva do fármaco17 alcançar a circulação18 sistêmica, sintomas19 e sinais20 de toxicidade21 provenientes dos Sistemas Nervoso Central e Cardiovascular podem aparecer.
Os efeitos sobre o coração22 medidos in vivo, em estudos em animais, mostraram que a toxicidade21 cardíaca da ropivacaína é menor que a da bupivacaína.
Ovelhas prenhes não apresentaram sensibilidade maior aos efeitos sistêmicos23 tóxicos da ropivacaína do que as ovelhas não prenhes.
Voluntários sadios expostos a infusões intravenosas de doses tóxicas para o Sistema Nervoso Central24 (SNC25) mostraram significativamente menos efeitos cardíacos após a ropivacaína do que após a bupivacaína.
Efeitos cardiovasculares indiretos (hipotensão26, bradicardia27) podem ocorrer após a administração peridural5, dependendo da extensão do bloqueio simpático28 concomitante, mas são menos comuns em crianças.
Propriedades Farmacocinéticas
A ropivacaína tem um centro quiral e é o S-(-)-enantiômero puro. A ropivacaína possui pKa de 8,1 e razão de distribuição de 141 (25°C n-octanol/tampão fosfato pH 7,4). Os metabólitos29 têm atividade farmacológica menor que a ropivacaína.
A concentração plasmática da ropivacaína depende da dose, via de administração e vascularização do local da injeção1. A ropivacaína apresenta farmacocinética linear e a concentração plasmática máxima é proporcional à dose.
A ropivacaína apresenta absorção completa e bifásica do espaço peridural5, sendo as meias-vidas de ambas as fases de 14 min e 4 horas."A absorção lenta é um fator limitante na eliminação da ropivacaína, o que explica porque a meia-vida de eliminação aparente é maior após a administração peridural5 do que após a administração intravenosa. A ropivacaína também mostra uma absorção bifásica no espaço peridural5 caudal em crianças.
A ropivacaína apresenta depuração plasmática total média de 440 mL/min, depuração de fração livre de 8 L/min, depuração renal30 de 1 mL/min, volume de distribuição no estado de equilíbrio de 47 L e meia-vida de eliminação terminal de 1,8 h após a administração i.v.. A ropivacaína tem uma razão de extração hepática31 intermediária de aproximadamente 0,4. Está principalmente ligada a α1-glicoproteína ácida no plasma32, com fração livre de aproximadamente 6%.
Um aumento das concentrações plasmáticas totais foi observado durante infusão peridural5 contínua e interescalênica, relacionado ao aumento pós-operatório da α1-glicoproteína ácida.
Variações na concentração da fração livre, isto é, farmacologicamente ativa, foram muito menores do que na concentração plasmática total.
A ropivacaína atravessa imediatamente a placenta e o equilíbrio em relação à concentração livre é rapidamente alcançado. A taxa de ligação às proteínas33 plasmáticas no feto34 é menor do que na mãe, o que resulta em menores concentrações plasmáticas no feto34.
A ropivacaína é extensivamente metabolizada no fígado35 em 3-hidroxi-ropivacaína, principalmente por hidroxilação aromática mediada pelo citocromo P4501A2, e em PPX por N-desalquilação mediada pela CYP3A4. Após administração intravenosa única, aproximadamente 37% da dose total é excretada na urina36 como 3-hidroxi-ropivacaína livre e conjugada, o metabólito37 principal. Concentrações baixas de 3-hidroxi-ropivacaína foram encontradas no plasma32. A excreção urinária de PPX e outros metabólitos29 representa menos de 3% da dose.
Durante a infusão peridural5, tanto o PPX como a 3-hidroxi-ropivacaína são os principais metabólitos29 excretados na urina36. A concentração total de PPX no plasma32 foi cerca de metade da concentração de ropivacaína total, entretanto, as concentrações médias de PPX livre foram cerca de 7 a 9 vezes maiores que a da ropivacaína livre após infusão peridural5 contínua por até 72 horas. O limiar para concentrações plasmáticas de PPX livre tóxicas para o SNC25 em ratos é cerca de 12 vezes maior que aquele para a ropivacaína livre.
A insuficiência renal38 tem pouca ou nenhuma influência na farmacocinética da ropivacaína. A depuração renal30 de PPX é significativamente correlacionada com a depuração de creatinina39. A ausência de correlação entre a exposição total, expressa como AUC40, com a depuração de creatinina39 indica que a depuração total de PPX contempla uma eliminação não renal30 em adição à excreção renal30. Alguns pacientes com a função renal30 comprometida podem apresentar uma exposição aumentada à PPX, resultante da baixa depuração não renal30. Devido à reduzida toxicidade21 de PPX ao sistema nervoso central24 em comparação à ropivacaína, as consequências clínicas são consideradas insignificantes em tratamentos em curto prazo.
Não há evidências de racemização in vivo da ropivacaína.
Pediatria
A farmacocinética da ropivacaína foi caracterizada em uma população agrupada pela análise de dados de PK a partir de seis estudos com 192 crianças em idades entre 0 e 12 anos. A depuração da ropivacaína livre e do PPX e o volume de distribuição da ropivacaína livre dependem tanto do peso corpóreo quanto da idade até a maturidade da função hepática31, após os quais dependem em grande parte do peso corpóreo. A maturação da depuração da ropivacaína livre parece estar completa aos 3 anos de idade, a do PPX a 1 ano de idade e o do volume de distribuição da ropivacaína livre aos 2 anos de idade. O volume de distribuição de PPX livre depende apenas do peso corpóreo.
A depuração da ropivacaína livre aumenta de 2,4 e 3,6 L/h/kg em recém-nascidos e em neonatos41 de um mês para cerca de 8–16 L/h/kg em crianças acima de 6 meses de idade, valores que estão dentro daqueles no adulto. Os valores da depuração da ropivacaína total por kg de peso corpóreo aumentam a partir de aproximadamente 0,10 e 0,15 L/h/kg em recém-nascidos e neonatos41 de um mês para aproximadamente 0,3–0,6 L/h/kg em crianças acima de 6 meses de idade. O volume de distribuição da ropivacaína livre por kg de peso corpóreo aumenta de 22 e 26 L/kg em
recém-nascidos e neonatos41 de um mês para 42–66 L/kg em crianças acima de 6 meses de idade. O volume de distribuição da ropivacaína total por kg de peso corpóreo aumenta de 0,9 e 1,0 L/kg em recém-nascidos e em neonatos41 de um mês para 1,7–2,6 L/kg em crianças acima de 6 meses de idade. A meia-vida terminal da ropivacaína é maior em recém-nascidos e em neonatos41 de um mês (6 horas a 5 horas) em comparação à observada em crianças maiores (cerca de 3 horas). A meia-vida terminal do PPX também é maior em recém-nascidos e em neonatos41 de um mês (43 horas e 26 horas, respectivamente) que em crianças maiores (cerca de 15 horas).
Aos 6 meses, ponto de mudança para alterações na faixa de dose recomendada para infusão peridural5 contínua, a depuração da ropivacaína livre alcança 34% e o PPX livre alcança 71% dos seus valores maduros. A exposição sistêmica é maior em neonatos41 e é também um pouco maior em crianças entre 1 a 6 meses comparada com crianças maiores, as quais estão relacionadas à imaturidade de suas funções hepáticas42. Entretanto, isto é parcialmente compensado pela diminuição de 50% da faixa de dose recomendada para infusão contínua em crianças abaixo de 6 meses de idade.
Simulações na soma das concentrações plasmáticas livres de ropivacaína e PPX, baseadas nos parâmetros de PK e suas variações na análise da população, indicam que para um bloqueio caudal único a dose recomendada deve ser aumentada por um fator de 2,7 no grupo mais jovem e por um fator de 7,4 no grupo de 1 a 10 anos de idade com o objetivo de que no máximo 90% do limite do intervalo de confiança previsível atinja o limiar da toxicidade21 sistêmica. Fatores correspondentes para a infusão peridural5 contínua são 1,8 e 3,8, respectivamente.
Dados de segurança pré-clínica
Baseado em estudos convencionais de farmacologia43 de segurança, toxicidade21 de doses únicas e repetidas, toxicidade21 reprodutiva, potencial mutagênico e toxicidade21 local, nenhum risco para humanos foi identificado além daqueles que podem ser esperados com relação à ação farmacodinâmica de altas doses de ropivacaína (ex.: sinais20 do SNC25, incluindo convulsões e cardiotoxicidade).
CONTRAINDICAÇÕES
Hipersensibilidade aos anestésicos locais do tipo amida.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Os procedimentos anestésicos regionais devem sempre ser realizados em local com pessoal, equipamentos e medicamentos adequados para monitorização e ressuscitação de emergência44. Os pacientes que serão submetidos a bloqueios maiores devem estar em ótimas condições e ter um acesso venoso instalado antes do início do bloqueio. O médico responsável deverá tomar as precauções necessárias para evitar a administração intravascular45 (vide item 8. Posologia e Modo de Usar), ser devidamente treinado e estar familiarizado com o diagnóstico46 e tratamento de efeitos colaterais9, toxicidade21 sistêmica e outras complicações (vide item 10. Superdose).
O bloqueio nervoso periférico maior pode implicar na administração de grande volume de anestésico local em áreas altamente vascularizadas, frequentemente perto de grandes vasos onde existe um risco aumentado de injeção1 intravascular45 e/ou absorção sistêmica rápida, a qual pode desencadear altas concentrações plasmáticas.
Certos procedimentos anestésicos locais, tais como injeções nas regiões da cabeça47 e pescoço48, podem estar associados com uma maior frequência de reações adversas graves, independentemente do anestésico local utilizado.
Pacientes em condição geral debilitada devido à idade ou outros fatores, tais como bloqueio parcial ou completo da condução cardíaca, hepatopatia avançada ou disfunção renal30 grave, requerem especial atenção, embora a anestesia4 regional seja frequentemente a técnica anestésica ótima nesses pacientes. Pacientes tratados com fármacos antiarrítmicos classe III (ex.: amiodarona) devem ser devidamente monitorados através do ECG (eletrocardiograma49), uma vez que os efeitos cardíacos podem ser aditivos.
Existem raros relatos de paradas cardíacas durante o uso de Naropin para anestesia4 peridural5 ou bloqueio do nervo periférico, especialmente após administração intravascular45 acidental e não-intencional, em pacientes idosos e em pacientes com doença cardíaca. Em alguns casos, pode ser difícil a ressuscitação. Caso ocorra parada cardíaca, podem ser necessários esforços de ressuscitação prolongados para melhorar a possibilidade de um resultado satisfatório.
A ropivacaína é metabolizada pelo fígado35, portanto, deve ser usada com cuidado em pacientes com hepatopatia grave. Pode ser necessário reduzir as doses repetidas devido à demora na eliminação. Geralmente, não é necessário modificar a dose em pacientes com insuficiência renal38, quando Naropin é utilizado em dose única ou em tratamento de curta duração. A acidose50 e a redução da concentração das proteínas33 plasmáticas, frequentemente observadas em pacientes com insuficiência renal38 crônica, podem aumentar o risco de toxicidade21 sistêmica.
A anestesia4 peridural5 pode ocasionar hipotensão26 e bradicardia27. O risco de tais efeitos pode ser reduzido, por exemplo, pela injeção1 de um vasopressor. A hipotensão26 deve ser tratada imediatamente com um medicamento simpatomimético por via intravenosa, sendo repetido se necessário
Cuidado especial deve ser tomado com neonatos41, devido à imaturidade de alguns órgãos e suas funções. Este cuidado é especialmente importante durante infusão peridural5 contínua.
Quando Naropin é administrado como injeção1 intra-articular, recomenda-se cautela quando há suspeita de traumatismo51 intra-articular recente maior ou quando, pelo procedimento cirúrgico, houver formação de superfícies cruentas extensas no interior da articulação52, uma vez que isto pode acelerar a absorção e resultar em concentrações plasmáticas maiores.
A administração prolongada de ropivacaína deve ser evitada em pacientes tratados com inibidores potentes da CYP1A2, como a fluvoxamina e a enoxacina (vide item 6. Interações Medicamentosas).
Naropin é possivelmente um porfirinogênico e deve ser somente prescrito a pacientes com porfiria53 aguda quando nenhuma alternativa segura estiver disponível. Precauções apropriadas devem ser tomadas para todos pacientes vulneráveis.
Houve relatos pós-comercialização de condrólise em pacientes recebendo infusão contínua intra-articular de analgésicos54 locais no pós-operatório. A maioria dos casos de condrólise relatados envolveu a articulação do ombro55. Devido aos múltiplos fatores contribuintes e à inconsistência da literatura científica em relação ao mecanismo de ação, a causalidade não pôde ser estabelecida. A infusão contínua intra-articular não é uma indicação aprovada para Naropin.
Efeitos na habilidade de dirigir e usar máquinas
Além do efeito anestésico direto, os anestésicos locais podem ter efeitos muito leves na função mental e coordenação até mesmo na ausência evidente de toxicidade21 do SNC25 e podem temporariamente prejudicar a locomoção e vigília.
Gravidez56 e Lactação57
Categoria de risco na gravidez56: B
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Gravidez56: Exceto pelo uso obstétrico, não existem dados adequados sobre o uso de ropivacaína durante a gestação. Estudos em animais não indicam efeitos nocivos diretos ou indiretos em relação à gestação, desenvolvimento embrionário/fetal, parto ou desenvolvimento pós-natal (vide item 3. Características Farmacológicas – Dados de segurança pré-clínica).
Lactação57: Não existem estudos sobre a excreção de ropivacaína ou de seus metabólitos29 no leite humano. Baseado na relação leite/concentração plasmática em ratos fêmeas, a dose diária estimada para um filhote será de aproximadamente 4% da dose administrada à mãe. Assumindo que a relação leite/concentração plasmática em humanos é da mesma grandeza, a dose total de ropivacaína a qual o recém-nascido é exposto pelo aleitamento é bem menor que a exposição intra-útero58 em mulheres grávidas a termo.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Naropin deve ser usado com cuidado em pacientes em tratamento com outros anestésicos locais ou outras substâncias estruturalmente relacionadas com os anestésicos locais do tipo amida, como por exemplo, certos antiarrítmicos como a lidocaína e a mexiletina, uma vez que os efeitos sistêmicos23 tóxicos são aditivos. Não foram realizados estudos de interação específica com ropivacaína e fármacos antiarrítmicos classe III (ex.: amiodarona), porém recomenda-se precaução (vide item 5. Advertências e Precauções).
Em voluntários sadios, a depuração da ropivacaína foi reduzida em até 77% durante a administração concomitante de fluvoxamina, um inibidor competitivo potente da P4501A2. A CYP1A2 está envolvida na formação da 3-hidroxi-ropivacaína, um metabólito37 importante.
Portanto, inibidores potentes da CYP1A2 como a fluvoxamina e a enoxacina, administrados concomitantemente com Naropin, podem causar uma interação metabólica que leva ao aumento da concentração plasmática de ropivacaína. Deste modo, a administração da ropivacaína em longo prazo deve ser evitada em pacientes tratados com inibidores potentes da CYP1A2 como a fluvoxamina e a enoxacina (vide item 5. Advertências e Precauções).
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Conservar em temperatura ambiente (15–30°C).
Naropin tem validade de 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas do produto
Naropin é uma solução límpida e incolor.
Não contém conservantes. Destinado à aplicação única. Qualquer solução restante de uma embalagem já aberta deve ser descartada.
Apresentações estéreis até a abertura da embalagem. Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Modo de usar
Naropin deve ser apenas utilizado por ou sob a supervisão de médicos experientes em anestesia4 regional (vide item 5. Advertências e Precauções).
Não contém conservantes. Destinado a aplicação única. Qualquer solução restante de uma embalagem já aberta deve ser descartada.
As ampolas de Naropin não devem ser reautoclavadas. Embalagens em estojos individuais estéreis devem ser empregadas quando a manipulação em condições estéreis for desejada.
Apresentações estéreis até a abertura da embalagem.
As ampolas são desenhadas para ajuste às seringas do tipo Luer Lock e Luer Fit.
NÃO USAR POR VIA INTRAVENOSA.
Podem ocorrer sintomas19 de toxicidade21 do SNC25 se Naropin for administrado por via intravenosa (Ver item 9. Reações Adversas). Incompatibilidades: a alcalinização pode causar precipitação, pois a ropivacaína é pouco solúvel em pH superior a 6.
Posologia
A tabela a seguir é um guia de dose para os bloqueios mais usados. A dose deve ser baseada na experiência do anestesista e no conhecimento da condição física do paciente (vide item 5. Advertências e Precauções).
Em geral, a anestesia4 cirúrgica (ex.: administração peridural5) requer o uso de altas concentrações e doses. Para analgesia recomenda-se o uso de Naropin 2mg/mL, exceto para a administração de injeção1 intra-articular onde Naropin 7,5 mg/mL é recomendado.
Vias de administração
- Naropin 2 mg/mL: peridural5 lombar, peridural5 torácica, bloqueio de campo e bloqueio nervoso periférico.
- Naropin 7,5 mg/mL: peridural5 lombar para cirurgia e cesárea, peridural5 torácica, bloqueio nervoso maior, bloqueio de campo e injeção1 intra-articular.
- Naropin 10 mg/mL: peridural5 lombar para cirurgia.
Recomendação de dose para Naropin em adultos e maiores de 12 anos de idade
|
Concentração |
Volume |
Dose |
Início da ação |
Duração do efeito |
ANESTESIA4 CIRÚRGICA |
|||||
Administração peridural5 lombar |
7,5 (0,75%) |
15–25 |
113–188 |
10–20 |
3–5 |
10,0 (1%) |
15–20 |
150–200 |
10–20 |
4–6 |
|
Administração peridural5 lombar |
7,5 (0,75%) |
15–20 |
113–150 |
10–20 |
3–5 |
Administração peridual torácica |
7,5 (0,75%) |
5–15 |
38–113 |
10–20 |
n/a |
Bloqueio nervoso maior |
7,5 (0,75%) |
10–40 |
75–300a |
10–25 |
6–10 |
Bloqueio de campo |
7,5 (0,75%) |
1–30 |
7,5–225 |
1–15 |
2–6 |
TRATAMENTO DE DOR AGUDA |
|||||
Administração peridural5 lombar |
|||||
Bolus7 |
2,0 (0,2%) |
10–20 |
20–40 |
10–15 |
0,5–1,5 |
Injeções intermitentes8 (ex.: controle da dor de parto) |
2,0 (0,2%) |
10–15 |
20–30 |
|
|
Administração peridural5 lombar |
|||||
Dor do parto |
2,0 (0,2%) |
6–10 mL/h |
12–20 mg/h |
n/a |
n/a |
Dor pós-operatória |
2,0 (0,2%) |
6–14 mL/h |
12–28 mg/h |
n/a |
n/a |
Administração peridual torácica |
|||||
Infusão contínua |
2,0 (0,2%) |
6–14 mL/h |
12–28 mg/h |
n/a |
n/a |
Bloqueio de campo |
2,0 (0,2%) |
1–100 |
2–200 |
1–5 |
2–6 |
Injeção1 intra-articularc |
7,5 (0,75%) |
20 |
150b |
n/a |
2–6 |
Bloqueio nervoso periférico |
|||||
Infusão contínua ou injeções intermitentes8 |
2,0 (0,2%) |
5–10 mL/h |
10–20 mg/h |
n/a |
n/a |
n/a: não se aplica.
a: a dose para bloqueio nervoso maior deve ser ajustada de acordo com o local de administração e a condição do paciente. Os bloqueios interescalênico e do plexo braquial59 supraclavicular podem estar associados à frequência maior de reações adversas graves, independentemente do anestésico local utilizado (vide item 5. Advertências e Precauções).
b: se for utilizada quantidade adicional de ropivacaína por outras técnicas no mesmo paciente, não exceder a dose limite de 225 mg.
c: Houve relatos pós-comercialização de condrólise em pacientes recebendo infusão contínua intra-articular de
anestésicos locais no pós-operatório. Esta indicação não é aprovada para Naropin (vide item 5. Advertências e Precauções).
As doses apresentadas na tabela acima são aquelas consideradas como necessárias à produção de bloqueio com sucesso, devendo ser utilizadas como guia para uso em adultos. Podem ocorrer variações individuais no início e duração do efeito. Os dados mostram a faixa de dose média necessária esperada. Literatura padrão deve ser consultada para fatores que afetam as técnicas específicas de bloqueio e para necessidades individuais do paciente.
A fim de evitar a injeção1 intravascular45, recomenda-se aspiração cuidadosa antes e durante a administração da dose principal, a qual deve ser injetada lentamente ou em doses crescentes, na velocidade de 25–50 mg/min, sempre observando atentamente as funções vitais do paciente e mantendo contato verbal. Quando se pretende administrar uma dose peridural5, recomenda-se uma dose teste prévia de 3–5 mL de lidocaína com epinefrina (lidocaína 1–2%). A injeção1 intravascular45 acidental pode ser reconhecida pelo aumento temporário da frequência cardíaca e em caso de injeção1 intratecal acidental, por sinais20 de bloqueio espinhal. A injeção1 deve ser interrompida imediatamente se ocorrerem sintomas19 tóxicos.
Em bloqueio peridural5 para cirurgia, doses únicas de até 250 mg de ropivacaína foram usadas e são bem toleradas.
Quando bloqueios peridurais prolongados são utilizados, tanto por infusão contínua como por administração repetida em bolus7, devem ser considerados os riscos de indução de lesão10 neural local ou de atingir concentração plasmática tóxica. Doses acumulativas de até 800 mg de ropivacaína administradas em cirurgia e analgesia pós-operatória por mais de 24 horas foram bem toleradas em adultos, assim como infusão peridural5 contínua pós-operatória de até 28 mg/h por 72 horas.
Para o tratamento da dor pós-operatória, recomenda-se a seguinte técnica: a menos que seja instalado antes da operação, induzir o bloqueio peridural5 com Naropin 7,5 mg/mL (0,75%) pelo cateter peridural5. A analgesia é mantida com infusão de Naropin 2 mg/mL (0,2%).
Estudos clínicos demonstraram que taxas de infusão de 6–14 mL/h (12–28 mg/h) proporcionam analgesia adequada com somente leve bloqueio motor não progressivo na maioria dos casos de dor pós-operatória de grau moderado a grave. Com essa técnica, foi observada redução significativa da necessidade de opioides.
Em estudos clínicos uma infusão peridural5 de Naropin 2 mg/mL isolado ou associado a 1–4 mcg/mL de fentanila foi administrada por até 72 horas para o controle da dor pós-operatória. Naropin 2 mg/mL (6–14 mL/h) proporcionou alívio da dor adequado para a maioria dos pacientes. A combinação de Naropin e fentanila proporcionou melhor alívio da dor, mas causou efeitos colaterais9 de opioides.
A administração peridural5 de ropivacaína em concentrações de 10 mg/mL não foi documentada para uso em cesárea.
Quando bloqueios nervosos periféricos prolongados são aplicados, seja por infusão contínua ou através de injeções repetidas, os riscos de atingir a concentração plasmática tóxica ou induzir a lesão10 neural local, devem ser considerados. Em estudos clínicos, o bloqueio do nervo femoral11 foi estabelecido com 300 mg de Naropin 7,5 mg/mL e o bloqueio interescalênico com 225 mg de Naropin 7,5 mg/mL, respectivamente, antes da cirurgia. Então, a analgesia foi mantida com Naropin 2 mg/mL. Taxas de infusão ou injeções intermitentes8 de 10–20 mg/h durante 48 horas proporcionaram analgesia adequada e foram bem toleradas.
Pacientes pediátricos
Recomendações de dose de Naropin em pacientes pediátricos com 0 a 12 anos de idade (incluindo crianças com 12 anos de idade):
Concentração |
Volume |
Dose |
|
Tratamento da dor aguda (peri e pós-operatória) | |||
Administração peridural5 caudal Bloqueio abaixo de T12, em crianças com peso corpóreo até 25 kg |
2,0 (0,2%) | 1 | 2 |
A dose na tabela serve como guia para uso em pediatria, pois ocorrem variações individuais. Em crianças com peso corpóreo alto, em geral, é necessária redução gradual da dose com base no peso corpóreo ideal. O volume para um único bloqueio peridural5 caudal e o volume para administração peridural5 em bolus7 não deve exceder 25 mL em nenhum paciente. Literatura padrão deve ser consultada para fatores que afetam técnicas específicas de bloqueio e para as necessidades individuais do paciente.
Recomenda-se aspiração cuidadosa antes e durante a injeção1 para prevenir a administração intravascular45. As funções vitais do paciente devem ser observadas de perto durante a administração. Se ocorrerem sintomas19 de toxicidade21, a injeção1 deve ser imediatamente interrompida.
Uma injeção1 peridural5 caudal única de ropivacaína 2 mg/mL produz analgesia pós-operatória adequada abaixo de T12 na maioria dos pacientes quando é usada uma dose de 2 mg/kg em volume de 1 mL/kg. Em crianças acima de 4 anos de idade, doses de até 3 mg/kg têm sido usadas com segurança. O volume da injeção1 peridural5 caudal pode ser ajustado para obter uma distribuição diferente do bloqueio sensório, conforme recomendado na literatura padrão.
O fracionamento da dose calculada do anestésico local é recomendado, qualquer que seja a via de administração.
Concentrações maiores que 5 mg/dL61 em crianças não foram documentadas. O uso de ropivacaína em bebês62 prematuros não foi documentado.
REAÇÕES ADVERSAS
O perfil de reações adversas de Naropin é similar a de outros anestésicos locais do tipo amida.
As reações adversas causadas pela ropivacaína são difíceis de distinguir dos efeitos fisiológicos do bloqueio nervoso (ex.: hipotensão26, bradicardia27), eventos causados diretamente (ex.: trauma nervoso) ou indiretamente (ex.: abscesso63 peridural5) pela introdução da agulha.
Tabela de reações adversas (dados agrupados de todos os tipos de bloqueio):
Tabela de reações adversas (dados agrupados de todos os tipos de bloqueio)
Frequência |
Sistemas |
Reações adversas |
Muito comum (ocorre em 10% ou mais dos pacientes que utilizam este medicamento) |
Alterações vasculares64 |
Hiptensãoc (pressão baixa) |
Alterações gastrointestinais |
Náusea65 |
|
Comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento) |
Alterações do sistema nervoso66 |
Parestesia67 (sensação de dormência68); Vertigem69, Cefaleia70a (dor de cabeça47) |
Alterações cardíacas |
Bradicardia27a (diminuição dos batimentos cardíacos) Taquicardia71 (aumento dos batimentos cardíacos) |
|
Alterações vasculares64 |
Hipertensão72 (pressão alta) |
|
Alterações gastrointestinais |
Vômito73a,d |
|
Alterações renal30 e urinária |
Retenção urinária74a |
|
Alterações gerais e do local de aplicação |
Hipertermia; Rigor; Lombalgia75 (dor nas costas76) |
|
Incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento) |
Alterações psiquiátricas |
Ansiedade |
Alterações do sistema nervoso66 |
Sintomas19 de toxicidade21 do SNC25; Convulsões; Convulsões do tipo grande mal; Crises epiléticas; sensação de tontura77 e/ou desmaio; Parestesia67 perioral (sensação de dormência68 ao redor da boca78); Dormência68 da língua79; Hiperacusia (acuidade auditiva anormalmente alta); Zumbidos; Alterações visuais; Disartria80 (dificuldade na pronúncia das palavras); Contratura muscular; Tremorb; Hipoestesia81a (diminuição da sensibilidade tátil) |
|
Alterações vasculares64 |
Síncope82a (desmaio) |
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Alterações respiratória, torácica e do mediastino83 |
Dispneia84a (dificuldade respiratória) |
|
Alterações gerais e do local de aplicação |
Hipotermia85a |
|
Raras (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento)
|
Alterações cardíacas |
Parada cardíaca; |
Alterações gerais e do local de aplicação |
Reações alérgicas; Reações anafiláticas87 (reação alérgica88 intensa); Edema angioneurótico89 (inchaço90 da pele91, mucosas92, vísceras e cérebro15) Urticária93 (coceira) |
a Estas reações são mais frequentes após anestesia4 espinhal.
b Estes sintomas19 ocorrem, em geral, por injeção1 intravascular45 acidental, superdose ou absorção rápida (ver item “10. Superdose”).
c A hipotensão26 é menos frequente em crianças (> 1%).
d O vômito73 é mais frequente em crianças (>10%).
Reações adversas relacionadas à classe terapêutica94
Este item inclui complicações relacionadas com a técnica anestésica independente do anestésico local utilizado.
Complicações neurológicas: Neuropatia95 e disfunção medular (ex.: síndrome96 da artéria97 espinhal anterior, aracnoidites, síndrome da cauda equina98) têm sido associadas à anestesia4 peridural5.
Bloqueio espinhal total: O bloqueio espinhal total pode ocorrer se uma dose peridural5 é inadvertidamente administrada intratecalmente ou se uma grande dose é administrada.
Toxicidade21 Sistêmica Aguda
As reações sistêmicas tóxicas envolvem, primariamente, o SNC25 e o Sistema Cardiovascular99. Tais reações são causadas pela alta concentração sanguínea do anestésico local, que pode ocorrer devido à injeção1 intravascular45 (acidental), superdose ou por absorção excepcionalmente rápida de áreas altamente vascularizadas (vide item 5. Advertências e Precauções). As reações do SNC25 são similares para todos os anestésicos locais do tipo amida, enquanto que as reações cardíacas são mais dependentes do fármaco17, tanto quantitativamente quanto qualitativamente.
A toxicidade21 do SNC25 é uma resposta gradual com sinais20 e sintomas19 de gravidade crescente. Em geral, os primeiros sintomas19 são: sensação de tontura77 e/ou desmaio, parestesia67 perioral, dormência68 da língua79, hiperacusia, zumbidos e alterações visuais. Disartria80, contraturas musculares ou tremores são mais graves e precedem o início de convulsões generalizadas. Estes sinais20 não devem ser confundidos com comportamento neurótico. Em sequência, podem ocorrer inconsciência100 e convulsões do tipo grande mal, podendo durar de poucos segundos até muitos minutos. Hipóxia101 e hipercarbia ocorrem rapidamente durante as convulsões devido ao aumento da atividade muscular, em conjunto com a interferência com a respiração e possível perda da função respiratória. Em casos graves, pode ocorrer apneia102. Acidose50, hipercalemia103, hipocalcemia104 e hipóxia101 aumentam e prolongam os efeitos tóxicos dos anestésicos locais.
A recuperação é devida à redistribuição do anestésico local no SNC25 e subsequente metabolismo105 e excreção. A recuperação pode ser rápida a menos que tenha sido administrada uma grande quantidade de anestésico.
A toxicidade21 do sistema cardiovascular99 pode ser vista em casos graves e, em geral, é precedida por sinais20 de toxicidade21 no SNC25. Em pacientes sob sedação106 pesada ou recebendo anestesia4 geral, podem estar ausentes os sintomas19 prodrômicos107 do SNC25. Podem ocorrer hipotensão26, bradicardia27, arritmia86 e até mesmo parada cardíaca como resultado de altas concentrações sistêmicas de anestésicos locais, mas casos raros de parada cardíaca ocorreram sem efeitos prodrômicos107 do SNC25.
Em crianças, os sinais20 iniciais de toxicidade21 do anestésico local podem ser de difícil detecção quando elas são submetidas à anestesia4 geral ou ainda porque elas podem não ser capazes de expressar verbalmente os sinais20 (vide item 5. Advertências e Precauções).
Tratamento da Toxicidade21 Sistêmica Aguda
Se sinais20 de toxicidade21 sistêmica aguda aparecerem, a administração do anestésico local deve ser interrompida imediatamente e sintomas19 do SNC25 (convulsão108, depressão do SNC25) devem ser tratados imediatamente com suporte ventilatório adequado e a administração de fármacos anticonvulsivantes.
Em caso de parada circulatória, instituir ressuscitação cardiopulmonar imediatamente. Adequada oxigenação, ventilação109 e suporte cardiovascular, bem como o tratamento da acidose50 são de importância vital.
Se ocorrer depressão cardiovascular (hipotensão26, bradicardia27), deve-se considerar um tratamento adequado com fluidos intravenosos, vasopressor e/ou agentes inotrópicos. Crianças devem receber doses proporcionais à idade e ao peso.
Se ocorrer parada cardíaca, podem ser necessários esforços de ressuscitação prolongados para que se obtenha um resultado satisfatório.
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
SUPERDOSE
As injeções intravasculares110 acidentais de anestésicos locais podem causar reações tóxicas sistêmicas imediatas (dentro de segundos a poucos minutos). Na ocorrência de superdose, a toxicidade21 sistêmica aparece mais tarde (15–60 minutos após a injeção1) por causa do aumento mais lento do anestésico local na concentração sanguínea (vide item 9. Toxicidade21 Sistêmica Aguda e Tratamento da Toxicidade21 Sistêmica Aguda em Reações Adversas).
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
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