

Mafusa (Bula do profissional de saúde)
DR. REDDYS FARMACÊUTICA DO BRASIL LTDA
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Mafusa®
cloridrato de valganciclovir
Comprimido450 mg
Medicamento similar equivalente ao medicamento de referência.
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Comprimidorevestido
Frasco com 60 comprimidos
VIA ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO A PARTIR DE 4 MESES
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido de Mafusa® contém:
cloridrato de valganciclovir (equivalente à 450 mg de valganciclovir) | 496,3 mg |
excipiente q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: povidona, crospovidona, celulose microcristalina, cloreto de metileno, estearato de magnésio, mistura de revestimento (hipromelose, dióxido de titânio, macrogol, óxido de ferro vermelho e polissorbato).
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE1
INDICAÇÕES
O Mafusa® é indicado para o tratamento de retinite por citomegalovírus2 (CMV) em pacientes adultos com síndrome3 da imunodeficiência4 adquirida (AIDS).
O Mafusa® é indicado como profilaxia da doença por CMV em pacientes adultos e pediátricos receptores de transplante de órgãos sólidos (TOS) de risco alto (D+/R-) a risco moderado (D+/R+ ou D-/R+).
RESULTADOS DE EFICÁCIA
PACIENTES ADULTOS
Tratamento da retinite por CMV
Estudos clínicos de cloridrato de valganciclovir foram realizados em pacientes com AIDS e retinite por CMV. O cloridrato devalganciclovir apresentou eficácia comparável à do ganciclovir intravenoso para tratamento de retinite por CMV. 1,5
Pacientes com retinite por CMV recém-diagnosticada foram randomizados em um estudo, para terapia de indução com cloridrato de valganciclovir ou ganciclovir intravenoso. A proporção de pacientes com progressão da retinite por CMV na quarta semana foi a mesma em ambos os grupos de tratamento.1
Depois do tratamento de indução (dose de ataque), os pacientes receberam nesse estudo tratamento de manutenção com cloridrato de valganciclovir na dose de 900 mg ao dia. O tempo médio (mediana) desde a randomização até a progressão da retinite por CMV no grupo que recebeu tratamento de indução e de manutenção com cloridrato de valganciclovir foi de 226 (160) dias e no grupo que recebeu tratamento de indução com ganciclovir intravenoso e tratamento de manutenção com cloridrato de valganciclovir foi de 219 (125) dias.1,6
O cloridrato de valganciclovir promove exposição sistêmica de ganciclovir similar à atingida com as doses recomendadas de ganciclovir intravenoso, sendo demonstrado que o mesmo é eficaz no tratamento de retinite por CMV. Observou-se que a ASC de ganciclovir correlaciona-se ao tempo de progressão da retinite por CMV.3,7,8
Prevenção da doença por CMV em pacientes transplantados
Um estudo comparativo duplo-cego, controlado por placebo5, foi realizado em pacientes receptores de transplante de coração6, fígado7 e rim8 com alto risco de doença pelo CMV (D+/R-). Os pacientes receberam cloridrato de valganciclovir 900 mg, uma vez ao dia, ou ganciclovir oral 1.000 mg, três vezes ao dia, iniciando até o 10º dia após o transplante e mantido até o 100º dia pós-transplante. A incidência9 de doença por CMV (síndrome3 causada pelo CMV e doença invasiva) nos seis meses após o transplante foi de 12,1% no grupo tratado com cloridrato de valganciclovir (n = 239) e de 15,2% no grupo tratado com ganciclovir oral (n = 125). Os resultados não foram uniformes nos diferentes tipos de transplante. A incidência9 de doença causada por CMV nos diferentes tipos de transplante, grupo tratado com cloridrato de valganciclovir e no grupo tratado com ganciclovir, foi, respectivamente, 6,0% e 23,0% no transplante de rim8, 6,0% e 10,0% no transplante de coração6, 19,0% e 12,0% no transplante de fígado7, e 0,0% e 17,0% no transplante de pâncreas10 e rim8. Não foi esclarecido o porquê da maior incidência9 de doença causada por CMV em receptores de transplante de fígado7 no grupo tratado com cloridrato de valganciclovir. A maioria dos casos ocorreu após o término da profilaxia (100 dias após o transplante). Os casos no grupo tratado com cloridrato de valganciclovir ocorreram, em média, mais tardiamente que no grupo tratado com ganciclovir. A incidência9 de rejeição aguda nos primeiros seis meses foi 29,7% em pacientes do grupo tratado com cloridrato de valganciclovir, comparado com 36,0% no grupo tratado com ganciclovir oral.2
Um estudo duplo-cego11, controlado por placebo5 foi realizado em 326 pacientes transplantados renais com alto risco de doença por CMV (D+ /R-) para avaliar a eficácia e a segurança de se estender a profilaxia para CMV com valganciclovir de 100 para 200 dias pós-transplante. Os pacientes foram randomizados (1:1) para receber cloridrato de valganciclovir comprimidos (900 mg ao dia) no prazo de 10 dias do transplante, até 200 dias após o transplante ou até 100 dias após o transplante, seguido por 100 dias de placebo5. Estender a terapia profilática para CMV com valganciclovir até 200 dias pós-transplante demonstrou ser superior na prevenção da doença CMV nos primeiros 12 meses após o transplante renal12 em pacientes de alto risco em relação ao regime de dose 100 dias 12.
A proporção de pacientes que desenvolveram doença por CMV nos primeiros 12 meses pós-transplante é mostrada na Tabela 1 a seguir.
Tabela 1.Porcentagem de pacientes com transplante de rim8 com doença CMV*, 12 meses - população com intenção de tratamento (ITT)
|
Valganciclovir 900 mg ao dia / 100 dias |
Valganciclovir 900 mg ao dia / 200 dias |
Valor de p |
Pacientes com doença CMV suspeita ou confirmada** |
71/163 (43,6%) |
36/155 (23,2%) |
0,0001 |
Pacientes com doença CMV confirmada |
60/163 (36,8%) |
25/155 (16,1%) |
<0,0001 |
* Doença por CMV é definida como síndrome3 CMV ou invasão tecidual por CMV.
** CMV confirmado é um caso de doença por CMV clinicamente confirmado. Os pacientes foram considerados como tendo doença por CMV caso não tenha sido feito avaliação na semana 52 ou não tenha sido confirmada doença por CMV antes desse momento.
A taxa de sobrevida13 do enxerto14 em 12 meses pós-transplante foi de 98,2% (160/163) para o esquema posológico de 100 dias e 98,1% (152/155) para o esquema posológico de 200 dias. A incidência9 de rejeição aguda comprovada por biópsia15 em 12 meses pós-transplante foi de 17,2% (28/163) para o esquema posológico de 100 dias e 11,0% (17/155) para o esquema posológico de 200 dias.
Prevenção da doença por CMV em pacientes de TOS de risco moderado (D+/R+, D-/R+)
Estudos clínicos foram avaliados para compreender a eficácia de valganciclovir na prevenção da doença por CMV em pacientes adultos receptores de TOS de risco moderado.
Em um estudo prospectivo16 e randomizado17, 13 dos 98 pacientes pós-transplante renal12 avaliados, 69 (70%) apresentavam risco moderado (D±/ R+) e desses, 33 receberam profilaxia e 36 foram tratados com terapia preemptiva. Os pacientes randomizados para profilaxia receberam valganciclovir 900 mg/dia por 3 meses após o transplante, enquanto os pacientes que receberam terapia preemptiva foram monitorados semanalmente por PCR18 para detectar a carga viral de CMV durante 16 semanas e, posteriormente, nos meses 5, 6, 9 e 12. Quando detectado o CMV no grupo que recebeu terapia preemptiva, os pacientes receberam valganciclovir 900 mg 2x/dia por 21 dias, seguido de manutenção até a negativação do CMV no sangue19. A incidência9 de infecção20 por CMV nos pacientes D±/R+ foi menor no grupo que recebeu profilaxia (21%) em comparação com o grupo que recebeu terapia preemptiva (61%). A maioria das infecções21 de CMV (95%) foi assintomática.
O segundo estudo14 foi realizado com o objetivo de determinar se receptores de transplante renal12 R+ tinham maior taxa de infecção20 ativa e doença por CMV quando tratados preemptivamente comparados aos receptores sob profilaxia primária com valganciclovir; e se houve correlação com disfunção crônica do enxerto14 e sobrevida13 do enxerto14/paciente em longo prazo. Duzentos e noventa e seis receptores foram analisados (168 D+/R+, 128 D-/R+, 146 receberam profilaxia e 150 terapias preemptiva). Os resultados do estudo mostraram que a profilaxia com valganciclovir oral reduziu significativamente infecção20 e doença por CMV e suportam a profilaxia de rotina para pacientes22 R+.
Uma revisão realizada pela Sociedade Americana de Doenças Infecciosas de Transplante descreve a importância da prevenção de CMV em pacientes de TOS e explica que o risco de desenvolver doença por CMV varia de acordo com o órgão transplantado (maior risco em receptores de transplante de pulmão23 e intestino delgado24), o nível de imunossupressão25 e o estado sorológico do doador e receptor. Esta revisão recomenda o uso de valganciclovir profilático com nível de evidência I / II para pacientes22 com risco alto (D+/R-) e moderado (D+/R+ ou D-/R+) para CMV que são receptores de transplante de fígado7, pulmão23, coração6, coração6- pulmão23, rim8, pâncreas10, rim8-pâncreas10 ou intestino.19
A recomendação de uma diretriz de consenso sobre o manejo da infecção20 por CMV descreve a profilaxia em receptores de TOScom risco alto (D+/R-) ou moderado (D+/R+ ou D-/R+), detalhando o uso preferencial de valganciclovir em receptores de transplante de rim8 e coração6 (forte recomendação e alta evidência); fígado7, intestino delgado24 e pâncreas10 (forte recomendação e baixaevidência) e; pulmão23 (forte recomendação e evidência moderada).20
Essas recomendações são endossadas por uma diretriz de consenso internacional que recomenda valganciclovir para profilaxia universal em receptores de TOS de risco moderado a alto para CMV e reconhece que os receptores de transplante de pulmão23 têm um alto risco de desenvolver CMV. 19,20,21
PACIENTES PEDIÁTRICOS
Prevenção da doença por CMV em pacientes transplantados
O cloridrato de valganciclovir foi estudado em cinco estudos clínicos abertos e multicêntricos em pacientes pediátricos receptores de transplante de órgãos sólidos (TOS) de risco moderado (D+/R+, D-/R+) a alto (D+/R-).
Dois estudos avaliaram o desenvolvimento da doença por CMV, como medida de eficácia, após profilaxia com valganciclovir por até 100 e 200 dias pós-transplante utilizando o algoritmo de dose pediátrica (vide item Posologia).15,16
Um estudo de transplante de órgãos sólidos (WV16726) incluiu 63 pacientes pediátricos receptores de rim8, fígado7 e coração6 com idade média de 9 anos (quatro meses a 16 anos) que receberam doses diárias de valganciclovir por até 100 dias. Nenhum evento de CMV relatado durante o estudo foi enquadrado na definição de doença por CMV. Eventos de CMV foram relatados em sete pacientes durante o estudo, entre os quais três não necessitaram de ajuste do medicamento em estudo ou não foram tratados e, portanto, não foram considerados clinicamente significativos (vide itens Reações Adversas e Farmacocinética em Populações Especiais).15
O segundo estudo em pacientes de TOS (NV25409) foi um estudo multicêntrico, aberto, não comparativo, com braço único que avaliou a tolerabilidade por até 200 dias de profilaxia com cloridrato de valganciclovir tanto para solução oral quanto para comprimidos revestidos em 57 pacientes pediátricos receptores de transplante renal12 entre 4 meses e 16 anos de idade, com acompanhamento do período sem tratamento até a 52° semana pós-transplante. Nenhum evento de CMV relatado durante o estudo foi enquadrado na definição de doença por CMV. Dos quatro pacientes que relataram eventos de CMV, um não pôde ser confirmadopelo laboratório central e um dos outros três eventos não necessitou de tratamento e, portanto, não foi considerado clinicamente significativo (vide item Reações Adversas).16
Resistência viral
A resistência viral ao ganciclovir pode surgir depois de administração crônica de valganciclovir por seleção de mutações, tanto no gene da quinase viral (UL97), responsável pela monofosforilação de ganciclovir, como no gene da polimerase viral (UL54). As mutações no gene UL97 surgem antes e mais frequentemente que as mutações em UL54. Vírus26 com mutações no gene UL97 são resistentes ao ganciclovir isolado, sendo M460V/I, H520Q, C592G, A594V, L595S, C603W as mutações mais frequentemente reportadas com resistência a gangiclovir associada a substituições. Mutações no gene UL54 podem levar à resistência cruzada a outros antivirais que têm a polimerase viral como alvo, e vice-versa. Substituições de aminoácidos no UL54 que conferem resistência cruzada a ganciclovir e cidofovir são geralmente localizadas no domínio da exonuclease e região V. As substituições de aminoácidos que conferem resistência cruzada ao foscarnete são diversas, mas concentram-se nas regiões II (códon 696-742) e III (códon 805-845) e entre elas.4,9,10
Tratamento da retinite por CMV em adultos
Uma análise genotípica do CMV em isolados de leucócitos polimorfonucleares27 (LPMN) de 148 pacientes com retinite causada por CMV incluídos em um estudo clínico mostrou que 2,2%, 6,5%, 12,8% e 15,3% desses isolados apresentam mutações UL97 após 3, 6, 12 e 18 meses, respectivamente, de tratamento com valganciclovir.11
Prevenção da doença por CMV em pacientes transplantados adultos
A resistência também foi estudada por análise genotípica do CMV em amostras de LPMN coletadas no 100º dia (fim da profilaxia) e em casos suspeitos de doença causada por CMV até seis meses após o transplante. Dos 245 pacientes randomizados para receber o cloridrato de valganciclovir, 198 amostras do 100º dia estavam disponíveis para teste e nenhuma mutação28 de resistência ao ganciclovir foi identificada. Em 103 amostras testadas no braço de pacientes tratados com ganciclovir oral, foram observadas duas mutações (1,9%) de resistência ao ganciglovir.2
Dos 245 pacientes randomizados para receber cloridrato de valganciclovir, amostras de 50 pacientes com suspeita de doença causada por CMV foram testadas e nenhuma mutação28 de resistência foi observada. Dos 125 pacientes do braço comparador de ganciclovir oral, 29 amostras de pacientes com suspeita de doença causada pelo CMV foram testadas, e duas mutações de resistência foram identificadas (incidência9 de resistência de 6,9%).2
A resistência foi avaliada em um estudo para estender a profilaxia de CMV com valganciclovir de 100 para 200 dias pós-transplante em pacientes adultos receptores de transplante renal12 de alto risco para doença por CMV (D+/R-). Cinco pacientes do grupo que recebeu 100 dias de tratamento e quatro pacientes do grupo que recebeu 200 dias de tratamento, os quais atingiram o critério de análise da resistência, apresentaram substituições de aminoácidos sabidamente associadas com resistência a ganciclovir. Em seis pacientes, foram detectadas as seguintes substituições de aminoácidos associadas com resistência em pUL97: A440V, M460V e C592G no grupo que recebeu 100 dias de tratamento, e M460V e C603W no grupo que recebeu 200 dias de tratamento. Em três pacientes, foram detectadas as seguintes substituições de aminoácidos associadas com resistência em pUL54: E315D no grupo que recebeu 100 dias de tratamento e E315D e P522S no grupo que recebeu 200 dias de tratamento. Em geral, a detecção de substituições de aminoácidos sabidamente associadas com resistência a ganciclovir foi observada mais frequentemente em pacientesdurante a terapia profilática que após o fim dessa terapia (5/12 [42%] durante a terapia versus 4/58 [7%] após a terapia). A possibilidade de resistência viral deve ser considerada em pacientes que apresentam resposta clínica insatisfatória ou excreção viral persistente durante a terapia.17,18
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CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Farmacodinâmica
Mecanismo de ação:O valganciclovir é um L-valil éster (pró-fármaco30) de ganciclovir o qual, após administração oral, é rapidamente convertido para ganciclovir pelas esterases intestinais e hepáticas31. O ganciclovir é um análogo sintético da 2’-desoxiguanosina, a qual inibe a replicação dos vírus26 do herpes, in vitro e in vivo. Os vírus26 humanos sensíveis incluem o citomegalovírus2 humano (HCMV), os vírus26 herpes simples 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2), os vírus26 herpes humano 6, 7 e 8 (HHV-6, HHV-7, HHV-8), o vírus26 de Epstein-Barr (EBV), o vírus26 da varicela32-zóster (VZV) e o vírus26 da hepatite33 B.
Nas células34 infectadas por CMV, o ganciclovir é inicialmente fosforilado para ganciclovir monofosfato pela quinase da proteína viral, UL97. As fosforilações adicionais são realizadas pelas quinases celulares, para produzir trifosfato de ganciclovir, o qual passa a ser lentamente metabolizado intracelularmente. Foi demonstrado que isso ocorre nas células34 infectadas por HSV e HCMV com meias- vidas de 18 e entre 6 e 24 horas, respectivamente, após a remoção do ganciclovir extracelular. Como a fosforilação é muito dependente da quinase viral, a fosforilação do ganciclovir ocorre preferencialmente nas células34 infectadas por vírus26.
A atividade virustática do ganciclovir é devida à inibição da síntese do DNA viral pela inibição competitiva da incorporação da desoxiguanosina trifosfato ao DNA viral pela DNA polimerase viral e pela incorporação do trifosfato de ganciclovir ao DNA viral, causando a finalização ou o prolongamento muito limitado do DNA viral. O IC50, antiviral típico contra o CMV in vitro, encontra-se na faixa de 0,08 μM (0,02 mcg/mL) até 14 μM (3,5 mcg/mcL).
O efeito antiviral de cloridrato de valganciclovir foi clinicamente comprovado no tratamento de pacientes com AIDS e com diagnóstico35 recente de retinite causada pelo CMV (estudo clínico WV15376). A prevalência36 do CMV diminuiu de 46% (32/69), no início do estudo, para 7% (4/55) quatro semanas após o tratamento com cloridrato de valganciclovir.
Farmacocinética
As propriedades farmacocinéticas de valganciclovir foram avaliadas em pacientes soropositivos para HIV29 e CMV, em pacientes com AIDS e retinite causada por CMV e em receptores de transplante de órgão sólido.
Os parâmetros que controlam a exposição de ganciclovir a partir de valganciclovir são biodisponibilidade e função renal12. A biodisponibilidade de ganciclovir a partir de valganciclovir é comparável em todas as populações estudadas (pacientes adultos e pediátricos). A exposição sistêmica de ganciclovir em pacientes receptores de transplante de coração6, rim8 e fígado7 foi similar apósadministração oral de valganciclovir, conforme algoritmo de dose para função renal12 em adultos e algoritmo de dose para pacientes22 pediátricos (vide item Posologia).
A proporcionalidade da dose em relação à ASC do ganciclovir, após administração de valganciclovir na faixa de dose de 450 a 2.625 mg, foi demonstrada somente quando administrada no estado alimentado.
Absorção:A biodisponibilidade de ganciclovir, a partir de cloridrato de valganciclovir, é dez vezes maior que a partir de cápsulas de ganciclovir. O valganciclovir é o pró-fármaco30 do ganciclovir, e é bem absorvido no trato gastrintestinal e rapidamente metabolizado na parede intestinal e no fígado7 para ganciclovir. A biodisponibilidade de ganciclovir, a partir da administração oral de valganciclovir, é de aproximadamente 60% no estado em jejum. A exposição sistêmica ao valganciclovir é temporária e baixa, com valores da ASC0-24h e Cmáx de, aproximadamente, 1% e 3% daquelas do ganciclovir, respectivamente.
Efeito de alimentos:Quando os comprimidos de cloridrato de valganciclovir foram administrados na dose recomendada de 900 mg, foram observados aumentos no valor médio da ASC24 de ganciclovir (aproximadamente 30%) e no valor médio da Cmáx de ganciclovir (aproximadamente 14%). Portanto, é recomendável que o Mafusa® seja administrado com alimentos (vide item Posologia).
Distribuição:Devido à rápida conversão de valganciclovir para ganciclovir, a ligação proteica de valganciclovir não foi determinada. A ligação de ganciclovir às proteínas37 plasmáticas é de 1% a 2% para concentrações de 0,5 e 51 mcg/mL. O volume de distribuição de ganciclovir no estado de equilíbrio, após administração intravenosa, foi de 0,680 ± 0,161 L/kg.
Metabolismo38:O valganciclovir é rapidamente hidrolisado à ganciclovir. Outros metabólitos39 não foram detectados. Nenhum metabólito40 de ganciclovir radiomarcado administrado por via oral (dose única de 1.000 mg) foi responsável por mais que 1% a 2% da radioatividade recuperada nas fezes ou na urina41.
Eliminação:Após uma dose de cloridrato de valganciclovir, excreção renal12 de ganciclovir por filtração glomerular e secreção tubular ativa é a principal via de eliminação de cloridrato de valganciclovir. A depuração renal12 responde por 81,5% ± 22% da depuração sistêmica de ganciclovir.
Farmacocinética em populações especiais
Pacientes com insuficiência renal42:A diminuição da função renal12 resultou em decréscimo na depuração de ganciclovir a partir do valganciclovir, com aumento correspondente da meia-vida terminal. Portanto, são necessários ajustes de dose em pacientes com insuficiência renal42 (vide item Instruções de dose em populações especiais e Advertências e Precauções).
Para pacientes22 em hemodiálise43 (ClCr < 10 mL/min), recomenda-se o uso de ganciclovir intravenoso no lugar de Mafusa®, pois a dose individual de cloridrato de valganciclovir requerida para esses pacientes é inferior à dose do comprimido de 450 mg (vide item Instruções de dose em situações especiais e Advertências e precauções). Aproximadamente metade do ganciclovir presente no início de uma sessão de diálise44 é removida durante o procedimento. A meia-vida média intradiálise e a meia-vida média interdiálise são estimadas em 3,47 horas e 51,0 horas, respectivamente.
Pacientes com insuficiência hepática45:A farmacocinética do ganciclovir a partir do valganciclovir em receptores de transplante hepático estáveis foi investigada em um estudo cruzado, aberto, de quatro partes (n = 28). A biodisponibilidade absoluta do ganciclovir a partir de valganciclovir, após uma dose única de 900 mg de valganciclovir com alimento, foi de, aproximadamente, 60%, de acordo com estimativas obtidas em outras populações de pacientes.
A ASC0-24h de ganciclovir foi comparável àquela atingida com uma dose de 5 mg/kg de ganciclovir intravenoso em receptores de transplante hepático.
População geriátrica:As características farmacocinéticas de cloridrato de valganciclovir em pacientes idosos não foram estabelecidas. A função renal12 deve ser avaliada antes e durante a administração de Mafusa® nestes pacientes, pois indivíduos idosos têm frequentemente uma taxa de filtração glomerular reduzida.
Pacientes com fibrose cística46:Em um estudo farmacocinético de fase I, a exposição a ganciclovir no estado de equilíbrio foi avaliada em receptores de transplante de pulmão23 com ou sem fibrose cística46 (n=31) que estavam recebendo 900 mg/dia de cloridrato de valganciclovir como parte da profilaxia pós-transplante. O estudo indicou que a presença de fibrose cística46 não teve influência estatisticamente significativa na exposição sistêmica global média a ganciclovir em receptores de transplante de pulmão23. A exposição a ganciclovir em receptores de transplante de pulmão23 foi comparável à exposição demonstrada como sendo eficaz na prevenção da doença por CMV em outros pacientes receptores de transplante de órgãos sólido.
Pacientes pediátricos - prevenção da doença por CMV no transplante:A farmacocinética de ganciclovir foi avaliada após a administração de valganciclovir em 63 pacientes pediátricos de transplante de órgãos sólidos com idades entre 4 meses e 16 anos e em 16 pacientes pediátricos de transplante de coração6 com menos de 4 meses de idade. Nestes estudos, os pacientes receberam doses orais de valganciclovir para solução oral ou comprimidos) para produzir exposição equivalente a uma dose de 900 mg de adulto. A farmacocinética de ganciclovir foi semelhante entre os tipos de órgãos e faixas etárias. Com base em uma avaliação farmacocinética da população, a depuração é influenciada pelo peso corporal e função renal12, enquanto que os volumes de distribuição central e periférica foram influenciados pelo peso (vide item Posologia). A depuração total média foi 5,3 L/h (88,3 mL/min) para um paciente com depuração de creatinina47 de 70,4 mL/min. O valor médio de Cmáx, ASC e meia-vida de ganciclovir por idade e tipo de órgão em estudos que utilizaram o algoritmo de dosagem pediátrica de valganciclovir estão listados na Tabela 2. Em relação aos pacientes adultos transplantados, os valores de ASC em pacientes pediátricos foram ligeiramente aumentados, mas mantiveram-se dentro do intervalo considerado seguro e eficaz em adultos.
Tabela 2.Resumo da farmacocinética média (±DP) de ganciclovir em pacientes pediátricos estimada por modelo por grupo etário
Órgão |
Parâmetro farmacocinético |
Grupo etário |
|||
|
|
< 4 meses |
4 meses a ≤2 anos |
> 2 anos a <12 anos |
≥ 12 anos |
Coração6 |
N |
14b |
6 |
2 |
4 |
AUC480-24h |
66,3(20,5)c |
55,4 (22,8) |
59,6 (21,0) |
60,6 (25,0) |
|
Cmax (mcg/mL) |
10,8 (3,30) |
8,2 (2,5) |
12,5 (1,2) |
9,5 (3,3) |
|
t1/2 (h) |
3,5 (0,87) |
3,8 (1,7) |
2,8 (0,9) |
4,9 (0,8) |
|
Rim8 |
N |
Não aplicável |
2 |
10d,e |
19 |
AUC480-24h |
67,6 (13,0) |
55,9 (12,1) |
47,8 (12,4) |
||
Cmax (mcg/mL) |
10,4 (0,4) |
8,7 (2,1) |
7,7 (2,1) |
||
t1/2 (h) |
4,5 (1,5) |
4,8 (1,0) |
6,0 (1,3) |
||
Fígado7 |
N |
Não aplicável |
9 |
6 |
2 |
AUC480-24h |
69,9 (37,0) |
59,4 (8,1) |
35,4 (2,8) |
||
Cmax (mcg/mL) |
11,9 (3,7) |
9,5 (2,3) |
5,5 (1,1) |
||
t1/2 (h) |
2,8 (1,5) |
3,8 (0,7) |
4,4 (0,2) |
N= número de pacientes
a Parâmetros farmacocinéticos foram estimados utilizando modelo farmacocinética populacional.
b 14 Pacientes de transplante de coração6 com 26 a 124 dias de idade foram incluídos no desenvolvimento do modelo de farmacocinética populacional.
c 19 observações, alguns pacientes contribuíram com mais de um valor.
d Houve um paciente neste grupo etário que recebeu transplante de rim8 e fígado7. O perfil farmacocinético deste paciente não foi incluído na tabela, visto que não é possível determinar se os efeitos observados são do transplante de rim8 / fígado7 ou nenhum deles.
e Os perfis farmacocinéticos para dois pacientes neste grupo etário que receberam transplantes de rim8 não foram incluídos nesta tabela, visto que os dados foram determinados como não-avaliáveis.
CONTRAINDICAÇÕES
O Mafusa® é contraindicado a pacientes com hipersensibilidade conhecida ao valganciclovir, ganciclovir ou a qualquer componente da fórmula.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
A biodisponibilidade de ganciclovir a partir de cloridrato de valganciclovir é dez vezes maior que a partir de cápsulas de ganciclovir. O ganciclovir oral NÃO pode ser substituído pelo cloridrato de valganciclovir comprimidos com base equitativa (um para um). Os pacientes que estejam mudando de ganciclovir cápsulas para cloridrato de valganciclovir devem ser advertidos quanto ao risco de superdose, em caso de ingestão maior que o número prescrito de comprimidos de cloridrato de valganciclovir (vide itens Posologia e modo de usar e Superdose).
Hipersensibilidade cruzada
Por causa da semelhança da estrutura química de ganciclovir e de aciclovir49 e penciclovir, uma reação de hipersensibilidade cruzada entre esses medicamentos é possível. Portanto, deve-se ter cautela ao prescrever Mafusa® a pacientes com hipersensibilidade conhecida a aciclovir49 ou penciclovir (ou aos seus pró-fármacos, valaciclovir ou famciclovir, respectivamente).
Genotoxicidade, toxicidade50 reprodutiva, carcinogenicidade, impacto na fertilidade e contracepção51
Valganciclovir e ganciclovir foram mutagênicos em células34 de linfoma52 de rato e clastogênicos em células34 de mamíferos. Esses resultados são consistentes com os resultados positivos de um estudo de carcinogenicidade em ratos com ganciclovir. Ganciclovir é um potencial carcinógeno.
Em estudos com animais, foi constatado que ganciclovir é mutagênico, teratogênico53, carcinogênico e compromete a fertilidade. Os estudos de toxicidade50 reprodutiva com valganciclovir não foram repetidos por causa da rápida e extensa conversão para ganciclovir. A mesma advertência sobre toxicidade50 reprodutiva é considerada aplicável a ganciclovir e valganciclovir (vide item Advertências e Precauções). Portanto, o cloridrato de valganciclovir deve ser considerado potencialmente teratogênico53 e carcinogênico em humanos, com potencial para causar defeitos de nascimento e câncer54. Antes do início do tratamento com valganciclovir, os pacientes devem ser orientados a respeito dos possíveis riscos ao feto55 e a utilizar medidas contraceptivas.
Baseado em estudos com animais, nos quais a azoospermia56 foi induzida com exposições sistêmicas a ganciclovir abaixo das concentrações terapêuticas, ganciclovir (e valganciclovir) possa causar inibição da espermatogênese humana. Com base em estudos clínicos e não-clínicos, o cloridrato de valganciclovir pode causar inibição temporária ou permanente da espermatogênese (vide itens Dados de segurança pré-clínicos, Gravidez57 e lactação58 e Reações adversas). O cloridrato de valganciclovir pode causar supressão da fertilidade em mulheres59. As pacientes devem ser aconselhadas sobre o prejuízo à fertilidade com o uso do medicamento.
Mielossupressão
Leucopenia60, neutropenia61, anemia62, trombocitopenia63 e pancitopenia64 graves, falência da medula óssea65 e anemia62 aplástica foram observadas em pacientes tratados com cloridrato de valganciclovir (e ganciclovir). A terapia não deve ser iniciada se a contagem absoluta de neutrófilos66 for inferior a 500 células34/mcL, se a contagem de plaquetas67 for inferior a 25.000/mcL ou se a hemoglobina68 for inferior a 8 g/dL (vide item Reações adversas).
O cloridrato de valganciclovir deve ser usado com precaução em pacientes com citopenia hematológica preexistente, ou que tenham recebido ou estão recebendo medicamentos mielossupressores ou irradiação. Citopenia pode ocorrer a qualquer momento durante o tratamento e pode piorar com a dosagem contínua.
Recomenda-se que a contagem de sangue19 total e de plaquetas67 seja monitorada em todos os pacientes durante a terapia com Mafusa®, particularmente em pacientes com insuficiência renal42 e em recém-nascidos e crianças. Devido à frequência de neutropenia61, anemia62 e trombocitopenia63 em pacientes que estão em tratamento com cloridrato de valganciclovir, contagem de sangue19 total e contagem de plaquetas67 devem ser realizadas frequentemente, especialmente em pacientes nos quais ganciclovir ou outros análogos de nucleosídeos tenham resultado em leucopenia60, ou nos quais a contagem de neutrófilos66 tenha sido inferior a 1.000 células34/mcL no início do tratamento.
Em pacientes com leucopenia60, neutropenia61, anemia62 e/ ou trombocitopenia63 graves, o tratamento com fator de crescimento hematopoiético e/ou a interrupção do tratamento é recomendado (vide item Reações adversas).
Uso com outros medicamentos
Foram relatadas convulsões em pacientes que receberam imipenem-cilastatina e ganciclovir. O cloridrato de valganciclovir não deve ser usado concomitantemente com imipenem-cilastatina, a menos que os benefícios potenciais se sobreponham aos riscos potenciais (vide item Interações Medicamentosas).
O cloridrato de valganciclovir e zidovudina apresentam potencial para causar neutropenia61 e anemia62. Alguns pacientes podem não tolerar terapia concomitante com dose plena (vide item Interações Medicamentosas).
As concentrações plasmáticas de didanosina podem aumentar durante o uso concomitante com cloridrato de valganciclovir . Portanto, os pacientes devem ser monitorados cuidadosamente quanto à toxicidade50 por didanosina (vide item Interações Medicamentosas).
O uso concomitante de Mafusa® com outros medicamentos sabidamente mielossupressores ou associados com insuficiência renal42 pode resultar em toxicidade50 adicional (vide item Interações Medicamentosas).
Efeitos sobre a capacidade de conduzir veículos ou operar máquinas
Reações adversas como convulsões, tontura69 e confusão foram relatadas em decorrência do uso de cloridrato de valganciclovir e/ ou ganciclovir. Caso ocorram, tais efeitos podem afetar tarefas que requerem agilidade, inclusive a habilidade do paciente para dirigir veículos ou operar máquinas.
Até o momento, não há informações de que o cloridrato de valganciclovir possa causar doping.
Gravidez57 e Lactação58
Categoria de risco na gravidez57: C
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
A segurança de cloridrato de valganciclovir para uso em mulheres grávidas não foi estabelecida. No entanto, ganciclovir se dispersa rapidamente através da placenta humana. O uso de Mafusa® deve ser evitado por mulheres grávidas, a menos que os benefícios para a mãe justifiquem os riscos potenciais ao feto55. Em estudos com animais, o ganciclovir foi associado à toxicidade50 reprodutiva e à teratogenicidade.
O uso seguro de cloridrato de valganciclovir durante o trabalho de parto e o parto não foi estabelecido.
O desenvolvimento peri e pós-natal não foi estudado com valganciclovir ou com ganciclovir, mas a possibilidade de ganciclovir ser excretado no leite materno, causando reações adversas sérias no lactente70, não pode ser excluída. Dados em humanos não estão disponíveis, mas dados em animais indicam que ganciclovir é excretado no leite de ratas lactantes71. Portanto, deve ser tomada a decisão de descontinuar o medicamento ou a amamentação72, levando em conta o benefício potencial de cloridrato de valganciclovir para a mãe lactante73.
Indivíduos do sexo masculino e feminino em idade fértil
Fertilidade:Em estudos com animais, verificou-se que ganciclovir prejudicava a fertilidade. Em um estudo clínico, os pacientes com transplante renal12 que receberam cloridrato de valganciclovir para profilaxia de infecção20 por CMV por até 200 dias foram comparados com um grupo controle não tratado. A espermatogênese foi inibida durante o tratamento com cloridrato de valganciclovir. No acompanhamento, aproximadamente seis meses após a interrupção do tratamento, a densidade média do esperma74 em pacientes tratados foi comparável à observada no grupo controle não tratado. No grupo de pacientes tratados com Cloridrato de valganciclovir,todos os pacientes com densidade normal do esperma74 (n = 7) e 8/13 dos pacientes com baixa densidade do esperma74 no início do estudo, recuperaram as contagens normais após a cessação do tratamento. No grupo controle, todos os pacientes com densidade normal do esperma74 (n = 6) e 2/4 dos pacientes com baixa densidade do esperma74 no início do tratamento, apresentaram densidade normal no final do acompanhamento.
Contracepção51:Mulheres em idade fértil devem ser orientadas a utilizar métodos de contracepção51 eficazes durante o tratamento e por, no mínimo, 30 dias após o término do tratamento. Recomenda-se que homens sexualmente ativos utilizem preservativo durante o tratamento e por, no mínimo, 90 dias após o término do tratamento com Mafusa®, salvo se houver confirmação de que a parceira do sexo feminino não apresenta risco de engravidar (vide item Advertências e Precauções e Genotoxicidade, toxicidade50 reprodutiva, carcinogenicidade, fertilidade e contracepção51).
Populações especiais
Uso geriátrico:A segurança e a eficácia não foram estabelecidas nessa população de pacientes (vide item Instruções de dose em populações especiais).
Uso pediátrico:Recém-nascidos e lactentes75 requerem um cuidadoso acompanhamento da contagem das células sanguíneas76 devido ao maior risco de citopenias hematológicas nessa população. É recomendável também o monitoramento de anormalidades na função hepática77, função renal12 e perda de fluidos gastrintestinais em pacientes pediátricos.
Falência renal12 aguda:Em pacientes com insuficiência renal42, é necessário manter a hidratação adequada durante o tratamento e são requeridos ajustes de dose baseados na depuração de creatinina47 (vide Instruções de dose em populações especiais e Farmacocinética em populações especiais). Os níveis de creatinina47 sérica ou da depuração de creatinina47 devem ser monitorados cuidadosamente.
Para pacientes22 em hemodiálise43 (ClCr < 10 mL/min), é recomendado o uso de ganciclovir intravenoso no lugar de cloridrato de valganciclovir, de acordo com o algoritmo de redução de dose citado na bula aprovada de ganciclovir intravenoso.
Considerando que ganciclovir é excretado através dos rins78 por filtração glomerular e secreção tubular ativa (vide Características Farmacológicas - Eliminação), a coadministração de valganciclovir com fármacos que compartilham a via de secreção tubular, como o tacrolimo, ciclosporina e nucleos(t)ídeos inibidores da transcriptase inversa, pode alterar as concentrações plasmáticas de valganciclovir e / ou do medicamento coadministrado.
Insuficiência hepática45:A segurança e eficácia de cloridrato de valganciclovir não foram estabelecidas em pacientes com insuficiência hepática45.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Interações medicamentosas com cloridrato de valganciclovir
Valganciclovir é o pró-fármaco30 de ganciclovir; portanto, as interações associadas ao ganciclovir são esperadas para Mafusa®. Interações medicamentosas com ganciclovir
Imipenem-cilastatina: Convulsões têm sido relatadas em pacientes que receberam ganciclovir e imipenem-cilastatina concomitantemente e uma interação farmacodinâmica entre esses dois medicamentos não pode ser descartada. Esses medicamentos não devem ser utilizados concomitantemente, a menos que os benefícios potenciais superem os riscos potenciais (vide item Advertências e Precauções).
Interações medicamentosas potenciais
A toxicidade50 pode ser aumentada quando ganciclovir / valganciclovir é administrado concomitantemente com outros medicamentos conhecidos por serem mielossupressores ou por estarem associados à insuficiência renal42. Isso inclui análogos de nucleosídeos (ex.: zidovudina, didanosina, estavudina), imunossupressores (ex.: ciclosporina, tacrolimo, micofenolato de mofetila), agentes antineoplásicos (ex.: doxorrubicina, vimblastina, vincristina, hidroxiureia), anti-infecciosos (ex.: trimetoprima/sulfonamidas, dapsona, anfotericina B, flucitosina, pentamidina) e interferons peguilados / ribavirina. Portanto, esses medicamentos só devem ser considerados para uso concomitante com valganciclovir se os potenciais benefícios superarem os riscos potenciais (vide item Advertências e Precauções).
Zidovudina: zidovudina e ganciclovir possuem o potencial de causar neutropenia61 e anemia62; pode haver uma interação farmacodinâmica durante a administração concomitante desses medicamentos e alguns pacientes podem não tolerar a terapia concomitante na dose completa (vide item Advertências e Precauções).
Didanosina: as concentrações plasmáticas da didanosina encontradas foram consistentemente aumentadas, quando administrada com ganciclovir i.v. Em doses intravenosas de 5 e 10 mg/kg/dia, observou-se aumento da ASC da didanosina que variou de 38% a 67%, confirmando uma interação farmacocinética durante a administração concomitante desses medicamentos. Não se observou efeito significativo sobre as concentrações de ganciclovir.
Pacientes devem ser monitorados cuidadosamente quanto à toxicidade50 por didanosina (por exemplo, pancreatite79) (vide item Advertências e Precauções).
Probenecida: a probenecida administrada com ganciclovir oral resultou em diminuição estatisticamente significativa da depuração renal12 de ganciclovir (20%), levando a aumento estatisticamente significativo da exposição (40%). Essas mudanças foram consistentes com o mecanismo de interação que envolve excreção tubular renal12 competitiva. Portanto, os pacientes que recebem probenecida e valganciclovir devem ser monitorados cuidadosamente quanto à toxicidade50 por ganciclovir.
CUIDADOS DE ARMAZENAGEM
Cuidados de conservação
O Mafusa® deve ser conservado em temperatura ambiente (15–30°C).
O Mafusa® possui prazo de validade de 24 meses a partir da data de fabricação. Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original. Após aberto, válido por 30 dias.
Descarte de medicamentos não utilizados e/ou com data de validade vencida.
O descarte de medicamentos no meio ambiente deve ser minimizado. Os medicamentos não devem ser descartados no esgoto, e o descarte em lixo doméstico deve ser evitado.
Características físicas e organolépticas do produto
Os comprimidos revestidos de Mafusa® são ovais, de coloração cor-de-rosa, com “RDY” gravado de um lado e “762” do outro.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Tendo em vista que o cloridrato de valganciclovir é potencialmente teratogênico53 e carcinogênico em humanos, devem ser adotadas precauções com o manuseio de comprimidos quebrados (vide item Advertências e Precauções). Evite contato direto dos comprimidos quebrados ou esmagados com a pele80 ou com as membranas mucosas81. Caso ocorra contato, lave minuciosamente a pelecom água e sabão e enxague os olhos82 abundantemente com água estéril ou água corrente, caso água estéril não esteja disponível.
A duração do tratamento de manutenção deve ser determinada individualmente.
Dose padrão
O Mafusa® deve ser administrado por via oral e junto com alimentos (vide itens Farmacocinética e Farmacocinética em populações especiais).
A dose e administração de Mafusa® devem ser seguidas rigorosamente (vide Superdose).
Pacientes adultos
Tratamento de indução para retinite por CMV em adultos:Para pacientes22 com retinite ativa por CMV, a dose recomendada é de 900 mg (dois comprimidos de 450 mg), duas vezes ao dia, durante 21 dias. O tratamento de indução prolongado pode aumentar o risco de toxicidade50 na medula óssea65 (vide item Advertências e Precauções).
Tratamento de manutenção para retinite por CMV em adultos:Após o tratamento de indução, ou em pacientes com retinite inativa por CMV, a dose recomendada é de 900 mg (dois comprimidos de 450 mg), uma vez ao dia. Os pacientes com piora da retinite podem repetir o tratamento de indução (vide Tratamento de indução para retinite por CMV em pacientes adultos).
Tratamento para retinite por CMV em pacientes pediátricos:A eficácia e segurança de cloridrato de valganciclovir no tratamento da retinite por CMV ainda não foram estabelecidas em estudos clínicos controlados com pacientes pediátricos.
Prevenção da doença causada pelo CMV no transplante de órgãos:Em pacientes receptores de transplante renal12, a dose recomendada é 900 mg (dois comprimidos de 450 mg), uma vez ao dia. O tratamento deve ser iniciado até o 10º dia após o transplante e mantido até o 200º dia pós-transplante.
Em pacientes receptores de transplante de órgão sólido que não seja o rim8, a dose recomendada é de 900 mg (dois comprimidos de 450 mg), uma vez ao dia. O tratamento deve ser iniciado até o 10º dia após o transplante e mantido até o 100º dia pós-transplante.
Pacientes pediátricos
Prevenção da doença causada pelo CMV no transplante de órgãos:Antes da prescrição, os pacientes pediátricos devem ser avaliados quanto à capacidade de engolir os comprimidos inteiros. Em pacientes pediátricos receptores de transplante de órgão sólido a partir de 4 meses, com risco de desenvolvimento da doença causada pelo CMV, a dose recomendada é baseada na área de superfície corporal (BSA) e depuração de creatinina47 derivada da fórmula de Schwartz (CrCLS).
Deve-se utilizar a seguinte equação: Dose pediátrica (mg) = 7 × BSA × CrCLS (vide fórmulas de Mosteller BSA e CrCLS a seguir).
Caso o cálculo83 do CrCLS exceda 150 mL/min/1,73m2 , deve-se utilizar o valor máximo de 150 mL/min/1,73m2 na equação.

Tabela 3.Valores de k conforme a idade do paciente pediátrico*
Valor de k |
Idade do paciente pediátrico |
0,33 |
Lactentes75 de menos que 1 ano de idade e com peso de nascimento baixo para a idade gestacional |
0,45 |
Lactentes75 de menos que 1 ano de idade e com peso de nascimento apropriado para a idade gestacional |
0,45 |
Crianças de 1 a menos que 2 anos de idade |
0,55 |
Meninos de 2 a menos que 13 anos de idade Meninas de 2 a menos que 16 anos de idade |
0,7 |
Meninos de 13 a 16 anos de idade |
* Os valores de k fornecidos são baseados no método de medição da creatinina47 sérica de Jaffe e pode requerer ajuste quando
Métodos enzimáticos são utilizados. Para pacientes22 maiores que 16 anos, consulte a posologia para pacientes22 adultos.
Em pacientes pediátricos receptores de transplante renal12 (a partir de 4 meses até 16 anos de idade), o tratamento com a dose única diária recomendada (7 x BSA x CrCLS) deve ser iniciado até o 10º dia após o transplante e mantido até o 200º dia pós-transplante. Em pacientes receptores de transplante de órgão sólido que não seja o rim8, o tratamento com a dose única diária recomendada (7 x BSA x CrCLS) deve ser iniciado até o 10º dia após o transplante e mantido até o 100º dia pós-transplante.
Caso a dose calculada exceda 900 mg, deve-se administrar a dose máxima de 900 mg. É possível administrar os comprimidos revestidos caso a dose calculada esteja dentro do limite de 10% a mais ou a menos da dose dos comprimidos e desde que o paciente consiga engolir os comprimidos. Por exemplo, se a dose calculada estiver entre 405 mg e 495 mg, deve-se administrar um comprimido de 450 mg. Recomenda-se o monitoramento regular dos níveis da creatinina47 sérica, a avaliação de alterações no peso e altura e o ajuste de dose apropriado durante o período de prevenção.
Instruções de dose em populações especiais Pacientes adultos com insuficiência renal42
Os níveis de creatinina47 sérica ou da depuração estimada de creatinina47 devem ser monitorados cuidadosamente. É necessário realizar o ajuste de dose de acordo com a depuração de creatinina47, conforme tabela a seguir.
A depuração estimada de creatinina47 pode ser relacionada à creatinina47 sérica, pela seguinte fórmula:

Tabela 4.Dose de Cloridrato de valganciclovir para pacientes22 com insuficiência renal42
ClCr (mL/min) |
Dose de indução |
Dose de manutenção |
60 |
900 mg, duas vezes ao dia |
900 mg, uma vez ao dia |
40 – 59 |
450 mg, duas vezes ao dia |
450 mg, uma vez ao dia |
25 – 39 |
450 mg, uma vez ao dia |
450 mg, a cada 2 dias |
10 – 24 |
450 mg, a cada 2 dias |
450 mg, duas vezes por semana |
< 10 |
Não recomendado |
Não recomendado |
Pacientes geriátricos
A segurança e a eficácia não foram estabelecidas nessa população de pacientes (vide item Advertências e Precauções). Não foram realizados estudos em adultos com mais de 65 anos de idade. Uma vez que a depuração renal12 diminui com a idade, Mafusa® deve ser administrado em pacientes idosos com especial atenção ao seu estado renal12.
REAÇÕES ADVERSAS
As seguintes categorias de frequência serão utilizadas nesta seção: muito comum (≥10%), comum (≥1% a < 10%), incomum (≥0,1% a < 1%), raro (≥0,01% a < 0,1%) e muito raro (< 0,01%).
Experiência dos estudos clínicos
Experiência com Cloridrato de valganciclovir:O valganciclovir é um pró-fármaco30 do ganciclovir, o qual é rapidamente convertido em ganciclovir, após sua administração oral. Portanto, espera-se que os efeitos indesejáveis sabidamente associados ao uso de ganciclovir ocorram com Mafusa®. Todas as reações adversas observadas nos estudos clínicos de cloridrato de valganciclovir foram observadas previamente com ganciclovir. Dessa forma, reações adversas reportadas com ganciclovir i.v. ou oral ou com valganciclovir estão incluídas na tabela de reações adversas (vide “Tabela 5”).
Em pacientes tratados com valganciclovir / ganciclovir, as reações adversas mais sérias e frequentes ao medicamento são reações hematológicas e incluem neutropenia61, anemia62 e trombocitopenia63.
As frequências apresentadas na tabela de reações adversas são derivadas de uma população agrupada de pacientes (n=1704) que receberam terapia de manutenção com ganciclovir (GAN1697, GAN1653, GAN2304, GAN1774, GAN2226, AVI034, GAN041) ou valganciclovir (WV1537, WV15705). A exceção aplica-se para reação anafilática84, agranulocitose85 e granulocitopenia, cujas frequências são derivadas da experiência pós-comercialização. As frequências são apresentadas na forma de porcentagens e de categorias de frequência do CIOMS [Conselho de Organizações Internacionais de Ciências Médicas], definidas como muito comum (≥1/10), comum (≥1/100 a < 1/10), incomum (≥1/1.000 a < 1/100), rara (≥1/10.000 a < 1/1.000) e muito rara (< 1/10.000).
O perfil global de segurança de ganciclovir / valganciclovir é consistente em populações com HIV29 e em receptores de transplante, com exceção de descolamento de retina86, que foi relatado somente em pacientes com retinite por CMV. No entanto, existem algumas diferenças na frequência de determinadas reações. Valganciclovir está associado a um maior risco de diarreia87 em comparação com ganciclovir intravenoso. Pirexia88, infecções21 por Candida, depressão, neutropenia61 grave (ANC < 500 μL) e reações cutâneas89 são relatadas com mais frequência em pacientes com HIV29. Disfunções renal12 e hepática77 são relatadas com mais frequência em receptores de transplante de órgão.
Tabela 5.Frequência das reações adversas de ganciclovir / valganciclovir reportadas em pacientes com HIV29 que receberam terapia de manutenção (n=1704).
RAM (MedDRA) |
Porcentagem |
Categoria de frequência |
Infecções21 e infestações: |
||
Infecções21 por Candida, incluindo candidíase90 oral |
22,42% |
Muito comum |
Infecção20 do trato respiratório superior |
16,26% |
|
Sepse91 |
6,92% |
Comum |
Gripe92 |
3,23% |
|
Infecção20 do trato urinário93 |
2,35% |
|
Celulite94 |
1,47% |
|
Distúrbios do sangue19 e do sistema linfático95: |
||
Neutropenia61 |
26,12% |
Muito comum |
Anemia62 |
19,89% |
|
Trombocitopenia63 |
7,34% |
Comum |
Leucopenia60 |
3,93% |
|
Pancitopenia64 |
1,06% |
|
Falência da medula óssea65 |
0,29% |
Incomum |
Anemia62 aplástica |
0,06% |
Rara |
Agranulocitose85* |
0,02% |
|
Granulocitopenia* |
0,02% |
|
Distúrbios do sistema imunológico96: |
||
Hipersensibilidade |
1,12% |
Comum |
Reação anafilática84* |
0,02% |
Rara |
Distúrbios do metabolismo38 e da nutrição97: |
||
Redução de apetite |
12,09% |
Muito comum |
Redução de peso |
6,46% |
Comum |
Distúrbios psiquiátricos: |
||
Depressão |
6,69% |
Comum |
Estado de confusão |
2,99% |
|
Ansiedade |
2,64% |
|
Agitação |
0,59% |
Incomum |
Transtorno psicótico |
0,23% |
|
Pensamento anormal |
0,18% |
|
Alucinações98 |
0,18% |
|
Distúrbios do sistema nervoso99: |
||
Cefaleia100 |
17,37% |
Muito comum |
Insônia |
7,22% |
Comum |
Neuropatia periférica101 |
6,16% |
|
Tontura69 |
5,52% |
|
Parestesia102 |
3,58% |
|
Hipoestesia103 |
2,58% |
|
Convulsão104 |
2,29% |
|
Disgeusia105 (distúrbio do paladar106) |
1,35% |
|
Tremor |
0,88% |
Incomum |
Distúrbios oculares: |
||
Comprometimento visual |
7,10% |
Comum |
Descolamento de retina86** |
5,93% |
|
Moscas volantes |
3,99% |
|
Dor ocular |
2,99% |
|
Conjuntivite107 |
1,58% |
|
Edema macular108 |
1,06% |
|
Distúrbios do ouvido e do labirinto109: |
||
Dor de ouvido |
1,17% |
Comum |
Surdez |
0,65% |
Incomum |
Distúrbios cardíacos: |
||
Arritmias110 |
0,47% |
Incomum |
Distúrbios vasculares111: |
||
Hipotensão112 |
2,05% |
Comum |
Distúrbios respiratórios, torácicos e mediastinais: |
||
Tosse |
18,31% |
Muito comum |
Dispneia113 |
11,80% |
|
Distúrbios gastrointestinais |
||
Diarreia87 |
34,27% |
Muito comum |
Náusea114 |
26,35% |
|
Vômito115 |
14,85% |
|
Dor abdominal |
10,97% |
|
Dispepsia116 |
4,81% |
Comum |
Flatulência |
4,58% |
|
Dor abdominal superior |
4,58% |
|
Constipação117 |
3,70% |
|
Ulceração118 na boca119 |
3,17% |
|
Disfagia120 |
2,93% |
|
Distensão abdominal |
2,41% |
|
Pancreatite79 |
1,64% |
|
Distúrbios hepatobiliares121: |
||
Aumento da fosfatase alcalina122 sanguínea |
3,58% |
Comum |
Função hepática77 anormal |
3,23% |
|
Aumento de aspartato aminotransferase |
1,88% |
|
Aumento de alanina aminotransferase |
1,23% |
|
Distúrbios da pele80 e do tecido subcutâneo123: |
||
Dermatite124 |
11,80% |
Muito comum |
Sudorese125 noturna |
7,92% |
Comum |
Prurido126 |
4,58% |
|
Erupção127 cutânea128 |
2,52% |
|
Alopecia129 |
1,29% |
|
Pele80 seca |
0,94% |
Incomum |
Urticária130 |
0,70% |
|
Distúrbios musculoesqueléticos e do tecido conjuntivo131: |
||
Dor nas costas132 |
4,46% |
Comum |
Mialgia133 |
3,52% |
|
Artralgia134 |
3,35% |
|
Espasmos135 musculares |
2,99% |
|
Distúrbios renais e urinários: |
||
Insuficiência renal42 |
2,52% |
Comum |
Redução da depuração de creatinina47 renal12 |
2,35% |
|
Aumento de creatinina47 sanguínea |
1,88% |
|
Insuficiência renal42 |
0,76% |
Incomum |
Hematúria136 |
0,70% |
|
Distúrbios do sistema reprodutor e da mama137: |
||
Infertilidade138 masculina |
0,23% |
Incomum |
Distúrbios gerais e condições no local de administração: |
||
Pirexia88 |
33,51% |
Muito comum |
Fadiga139 |
18,96% |
|
Dor |
5,81% |
Comum |
Calafrios140 |
5,40% |
|
Mal-estar |
2,11% |
|
Astenia141 |
2,00% |
|
Dor torácica |
0,88% |
Incomum |
* As frequências dessas reações adversas são derivadas da experiência pós-comercialização.
** Descolamento de retina86 foi relatado somente em estudos em pacientes com HIV29 tratados para retinite por CMV.
Descrição de reações adversas selecionadas
Neutropenia61:O risco de neutropenia61 não é previsível com base no número de neutrófilos66 antes do tratamento. A neutropenia61 ocorre geralmente durante a primeira ou segunda semana da terapia de indução. A contagem de células34 é em geral normalizada no período de 2 a 5 dias após a descontinuação do medicamento ou a redução da dose (vide item Advertências e Precauções).
Trombocitopenia63:Pacientes com baixa contagem de plaquetas67 (< 100.000/μl) apresentam um risco maior de desenvolver trombocitopenia63. Pacientes com imunossupressão25 iatrogênica142 decorrente do tratamento com medicamentos imunossupressores estão em risco mais elevado de trombocitopenia63 do que os pacientes com HIV29 (vide item Advertências e Precauções). A trombocitopenia63 grave pode estar associada a sangramento com possível risco à vida.
Influência da duração do tratamento ou indicação nas reações adversas
Neutropenia61 grave (CAN <500/μL) é observada com maior frequência em pacientes com retinite por CMV (16%) submetidos a tratamento com valganciclovir do que em pacientes de transplante de órgãos sólidos que receberam valganciclovir ou ganciclovir oral. Em pacientes que receberam valganciclovir ou ganciclovir oral até o dia 100 pós-transplante, a incidência9 de neutropenia61 gravefoi de 5% e 3%, respectivamente, enquanto que em pacientes que receberam valganciclovir até o dia 200 pós-transplante, a incidência9 de neutropenia61 grave foi de 10%. Houve um aumento maior na creatinina47 sérica observada em pacientes de transplante deórgãos sólidos tratados até o dia 100 ou dia 200 pós-transplante com ambos valganciclovir e ganciclovir oral, quando comparado com pacientes com retinite por CMV. No entanto, insuficiência renal42 é uma característica mais frequente em pacientes de transplante de órgãos sólidos. O perfil de segurança global de cloridrato de valganciclovir não se alterou com a extensão da profilaxia até 200 dias em pacientes transplantados renais de alto risco. Leucopenia60 foi relatada com uma incidência9 ligeiramente mais elevada no braço de 200 dias, enquanto a incidência9 de neutropenia61, anemia62 e trombocitopenia63 foram semelhantes em ambos os braços.
Pacientes pediátricos
O cloridrato de valganciclovir foi estudado em 179 pacientes de transplante de órgão sólido com risco de desenvolver doença por CMV (com idade entre três semanas e 16 anos) e em 24 neonatos143 com doença congênita144 sintomática145 por CMV (com idade entre oito e 34 dias) com duração de exposição a ganciclovir de dois a 200 dias.
Em geral, o perfil de segurança global em pacientes pediátricos foi similar ao perfil em adultos. Neutropenia61 foi reportada com uma incidência9 ligeiramente maior nos dois estudos pediátricos em comparação aos estudos com adultos, porém neutropenia61 e eventos adversos infecciosos não foram, em geral, correlacionados nas populações pediátricas.
Em pacientes pediátricos receptores de transplante de rim8, a extensão da exposição de valganciclovir até 200 dias não foi associada ao aumento da incidência9 de eventos adversos.
CMV congênita144
A segurança e eficácia de cloridrato de valganciclovir comprimidos revestidos não foram estabelecidos em crianças para tratamento de infecção20 por CMV congênita144. Uma avaliação farmacocinética e farmacodinâmica de cloridrato de valganciclovir solução oral foi realizada em 24 neonatos143 com infecção20 por CMV congênita144 envolvendo o sistema nervoso central146. Todos os pacientes foram tratados por 6 semanas com uma combinação de ganciclovir intravenoso 6 mg/kg duas vezes ao dia ou cloridrato de valganciclovir solução oral em doses variando entre 14 mg/kg a 20 mg/kg duas vezes ao dia. A eficácia e segurança do ganciclovir intravenoso e decloridrato de valganciclovir não foram estabelecidas para o tratamento de infecção20 por CMV congênita144 em crianças e nenhuma doença semelhante ocorre em adultos; portanto, a eficácia não pode ser extrapolada a partir da utilização do ganciclovir intravenoso em adultos.
Anormalidades laboratoriais
As anormalidades laboratoriais relatadas em pacientes adultos com retinite por CMV e com transplante de órgãos sólidos que receberam valganciclovir até o 100º dia pós-transplante estão listadas na Tabela 6. A incidência9 de anormalidades laboratoriais foi comparável com a extensão da profilaxia em até 200 dias em pacientes transplantados renais de alto risco (vide Tabela 7).
Tabela 6. Anormalidades laboratoriais em adultos
|
Pacientes com retinite causada por CMV em terapia de manutenção (resultados agrupados) |
Pacientes TOS (Dosagem até o 100º dia pós-transplante) |
|
valganciclovir |
valganciclovir |
ganciclovir oral |
|
Anormalidades laboratoriais |
(n = 370) |
(n = 244) |
(n = 126) |
Neutropenia61: CAN/mcL < 500 500 – < 750 750 – < 1.000 |
19 17 17 |
5 3 5 |
3 2 2 |
Anemia62: hemoglobina68 g/dL < 6,5 6,5 – < 8,0 8,0 – < 9,5 |
7 13 16 |
1 5 31 |
2 7 25 |
Trombocitopenia63: plaquetas67/mcL < 25.000 25.000 – < 50.000 50.000 – < 100.000 |
4 6 22 |
0 1 18 |
2 3 21 |
Creatinina47 sérica: mg/dL147 > 2,5 > 1,5 – 2,5 |
3 12 |
14 45 |
21 47 |
Tabela 7.Anormalidades laboratoriais selecionadas relatadas em um estudo com pacientes adultos de transplante de rim8*
|
cloridrato de valganciclovir Dosagem até o 100ºdia pós-transplante |
cloridrato de valganciclovir Dosagem até o 200º dia pós-transplante |
Anormalidades laboratoriais |
(n = 164) |
(n = 156) |
Neutropenia61: CAN/mcL < 500 500–<750 750–<1.000 |
9 6 7 |
10 6 5 |
Anemia62: hemoglobina68 g/dL < 6,5 6,5–<8,0 8,0–<9,5 |
0 5 17 |
1 1 15 |
Trombocitopenia63: plaquetas67/mcL < 25.000 25.000–<50.000 50.000–<100.000 |
0 1 7 |
0 0 3 |
Creatinina47 sérica: mg/dL147 > 2,5 > 1,5–2,5 |
17 50 |
14 48 |
* As alterações laboratoriais são aquelas relatadas pelos investigadores.
As anormalidades laboratoriais reportadas em pacientes pediátricos de TOS estão listadas na Tabela 8. A incidência9 de neutropenia61 grave (CAN < 500 / mcL) foi maior em pacientes pediátricos de transplante de rim8 tratados até o 200º dia (17/57, 30%) em comparação com pacientes pediátricos de transplante de rim8 tratados até o 100º dia (3/63, 5%) ou pacientes adultos de transplante derim tratados até o 100º ou 200º dia.
Tabela 8.Anormalidades laboratoriais em pacientes pediátricos de TOS
|
Valganciclovir em pacientes pediátricos de TOS |
|
Dosagem até o 100º dia pós-transplante |
Dosagem até o 200º dia pós-transplante |
|
Anormalidades laboratoriais |
(n = 63) |
(n = 56) |
Neutropenia61: CAN/mcL < 500 500 – <7500 750 – < 1.000 |
5 8 5 |
30 7 11 |
Anemia62: hemoglobina68 g/dL < 6,5 6,5 – < 8,0 8,0 – < 9,5 |
0 14 38 |
0 5 29 |
Trombocitopenia63: plaquetas67/mcL < 25.000 25.000 – < 50.000 50.000 – < 100.000 |
0 10 3 |
0 0 4 |
Creatinina47 sérica: mg/dL147 > 2,5 > 1,5 – 2,5 |
2 11 |
5 20 |
Experiência pós-comercialização
Os relatórios de segurança de pós-comercialização são consistentes com dados de segurança de ensaios clínicos148 com ganciclovir e valganciclovir.
Atenção: este produto é um medicamento que possui uma ampliação de uso no país e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
SUPERDOSE
Experiência de superdose com valganciclovir e com ganciclovir intravenoso
Espera-se que a superdose de valganciclovir também possa resultar em aumento da toxicidade50 renal12 (vide itens Advertências e Precauções e Posologia).
Relatos de superdose com ganciclovir intravenoso, com alguns desfechos fatais, provêm de estudos clínicos e da experiência pós- comercialização. Em alguns desses casos, não foram relatados eventos adversos. A maioria dos pacientes apresentou um ou mais dos seguintes eventos adversos:
- toxicidade50 hematológica: mielossupressão incluindo pancitopenia64, falência da medula óssea65, leucopenia60, neutropenia61 e granulocitopenia;
- hepatotoxicidade149: hepatite33, distúrbio da função hepática77;
- toxicidade50 renal12: agravamento da hematúria136 em um paciente com insuficiência renal42 preexistente, lesão150 renal12 aguda e creatinina47 elevada;
- toxicidade50 gastrintestinal: dor abdominal, diarreia87 e vômito115;
- neurotoxicidade: tremor generalizado e convulsão104.
A hemodiálise43 e a hidratação podem ser benéficas para reduzir a concentração plasmática do fármaco30 em pacientes que tenham recebido superdose de valganciclovir (vide item Farmacocinética em populações especiais).
Em caso de intoxicação, ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
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MS – 1.5143.0052
Farmacêutico Responsável: Meire H. Fujiwara CRF - SP N° 35.146
Fabricado por:
Dr. Reddy's Laboratories Ltd., FTO Unit III, Survey No.41,
Bachupally Village, Bachupally Mandal, Medchal Malkajgiri district,
500 090 Telangana State, India
Importado por:
Dr. Reddy’s Farmacêutica do Brasil Ltda.
Av. Guido Caloi, 1.985 Gp.11
Jd. São Luís,
São Paulo-SP - CEP: 05802-140
CNPJ: 03.978.166/0001-75
SAC 0800 878 90 55
