

Restiva (Bula do profissional de saúde)
MUNDIPHARMA BRASIL PRODUTOS MÉDICOS E FARMACÊUTICOS LTDA
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE1
INDICAÇÕES
Restiva® é indicado no tratamento de dor moderada a forte intensidade (quando é necessário terapia contínua com opioide para obter analgesia adequada).
RESULTADOS DE EFICÁCIA
A eficácia de Restiva® (buprenorfina) foi comparada com placebo2 em um estudo duplo-cego3 randomizado4 com grupo paralelo em pacientes com osteoartrite5 do joelho ou quadril (n=315) cuja dor não era controlada apenas com não opioides (400 mg de ibuprofeno 4 vezes ao dia). As chances de tratamento bem sucedido foram 1,66 vezes maiores nos pacientes tratados com o Restiva® (buprenorfina) do que nos pacientes que receberam placebo2.[1]
Em outro estudo multicêntrico, randomizado4, duplo-cego, controlado com placebo2 e com controle ativo e grupo paralelo de longo prazo (84 dias) foi conduzido em 134 pacientes com dor lombar crônica não controlada com não-opioides. Os pacientes foram mantidos em suas doses de AINE pré-estudo e randomizados para receber um dos seguintes: adesivo transdérmico Restiva® (buprenorfina) a cada 7 dias, comprimidos de oxicodona 5 mg/paracetamol 325 mg a cada 6 horas ou placebo2 equivalente. O controle da dor obtido com Restiva® (buprenorfina) em pacientes com dor lombar crônica foi superior estatisticamente ao placebo2 e não inferior aos comprimidos de oxicodona/paracetamol. [2]
Um estudo multicêntrico, duplo-cego com grupo paralelo comparou a eficácia e o perfil de segurança de Restiva® (buprenorfina) e do placebo2 em pacientes com dor persistente (≥2 meses) não relacionada ao câncer6 que precisaram de analgésicos7 opioides. Os resultados mostraram que as chances de tratamento ineficaz foram 1,79 (95% IC, 1,09–2,95) vezes maior para placebo2 em relação ao adesivo transdérmico Restiva® (buprenorfina) (p=0,022). Demonstrando que em pacientes com dor crônica não relacionada ao câncer6 que precisavam de terapia com opioides, o uso do adesivo transdérmico Restiva® (buprenorfina) proporcionou analgesia eficaz. [3]
A eficácia e a tolerabilidade de longo prazo do Restiva® (buprenorfina) foram investigadas em um estudo aberto de acompanhamento de pacientes de dor crônica. Dos 385 pacientes inscritos, 98% foram recrutados de estudos anteriores do Restiva® (buprenorfina) e a maioria tinha dor devido a doenças articulares ou ósseas degenerativas8. Os pacientes no estudo receberam o Restiva® (buprenorfina) por entre 1 e 609 dias; a exposição média foi de 234 dias. A maioria dos pacientes começou com o adesivo de 5 mg e as doses foram tituladas até o controle eficaz da dor com o adesivo de 10 ou 20 mg. No 3º mês, 14% dos pacientes estavam com Restiva® (buprenorfina) inicial de 5 mg, 35% com o adesivo de 10 mg e 48% com o adesivo de 20 mg. A maioria das doses permaneceu inalterada após mais 3 meses. Os escores médios de dor permaneceram constantes durante todo o estudo, indicando que o Restiva® (buprenorfina) proporcionou controle consistente por longo prazo da dor dos pacientes. Também há evidências de alguma melhora na funcionalidade, qualidade de vida e resultados de saúde1. No longo prazo, o adesivo transdérmico Restiva® (buprenorfina) proporcionou controle consistente da dor em pacientes com dor crônica devido a doenças articulares ou ósseas degenerativas8.[5]
Referências
- Spyker D, St Ville J, Lederman M, et al. Analgesic efficacy and safety of buprenorphine transdermal system (BTDS) in patients with osteoarthritis. J Pain 2002;3(Suppl 1):12. Abstract 645.
- Spyker DA, Hale ME, Karpow SE, et al. Efficacy of buprenorphine transdermal system (BTDS) compared with oxycodone/acetaminophen and placebo2 in the treatment of patients with chronic back pain [abstract]. Anesthesiology 2001;95:A-826.
- Landau CJ, Carr WD, Razzatti AJ, et al. Buprenorphine transdermal delivery system in adults with persistent noncancer-related pain syndromes who require opioid-therapy. A multi-centre, 5-week run-in and randomized, double-blind maintenance-of-analgesia study. Clin Ther 2007;29:2179–2193.
- Spyker DA, Hale ME, Lederman M, et al. Long-term use of buprenorphine transdermal system (BTDS) in patients with chronic pain [abstract]. J Am Geriatr Soc 2002;50 (Suppl 4):S66.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Propriedades farmacodinâmicas
A buprenorfina é um agonista9 opioide parcial, que age no receptor opioide mµ. Ela também possui atividade antagonista10 no receptor opioide kappa. É classificada como uma substância psicotrópica por convenção internacional.
Sistema endócrino11: Os opioides podem influenciar os eixos hipotalâmico-pituitário-adrenal ou -gonadal. Algumas alterações que podem ser observadas durante o uso de opioides são aumento na prolactina12 sérica e diminuição no cortisol e na testosterona plasmáticos. Sintomas13 clínicos podem se manifestar devido a essas alterações hormonais.
Outros efeitos farmacológicos: Estudos in vitro e em animais indicam vários efeitos dos opioides naturais, como por exemplo a morfina, nos componentes do sistema imune14; a significância clínica desses efeitos é desconhecida. Não se sabe se a buprenorfina, um opioide semissintético, tem efeitos imunológicos semelhantes aos da morfina.
Assim como outros analgésicos7 opioides, a buprenorfina apresenta um risco potencial de depressão respiratória. No entanto, as evidências sugerem que a buprenorfina é um agonista9 parcial no que diz respeito à sua atividade depressora respiratória, sendo observado um efeito teto após a administração de doses intravenosas maiores que 2 μg/kg. A depressão respiratória parece ser um evento raro em doses terapêuticas da apresentação transdérmica (até 40 μg/h).
Em alguns pacientes, a buprenorfina pode causar retenção urinária15 e miose16 relacionadas com a dose.
Em comparação com outros analgésicos7, a buprenorfina tem uma longa duração de ação. Isso está relacionado à alta afinidade que possui pelos receptores opioides e sua lenta dissociação deles.
Propriedades farmacocinéticas
Cada adesivo transdérmico de Restiva® fornece uma quantidade constante de buprenorfina por até 7 dias. O estado de equilíbrio (steady state) é atingido em 72 horas (3 dias), momento a partir do qual se pode iniciar a titulação da dose, conforme a necessidade de cada paciente.
Após a remoção de Restiva®, as concentrações de buprenorfina declinam, diminuindo aproximadamente 50% em 12 horas (variação 10–24 h).
A taxa de liberação de buprenorfina de cada adesivo é proporcional à área superficial. Cada adesivo transdérmico de Restiva® 5 mg libera 5 microgramas de buprenorfina por hora. Cada adesivo transdérmico de Restiva® 10 mg libera 10 microgramas de buprenorfina por hora . Cada adesivo transdérmico de Restiva® 20 mg libera 20 microgramas de buprenorfina por hora.
Absorção: após a aplicação de Restiva®, a buprenorfina se difunde do adesivo para a corrente sanguínea através da pele17. A absorção não varia significativamente entre os locais de aplicação18 especificados. A exposição média (ASC) em cada local de aplicação está dentro de aproximadamente ± 11% da exposição média para os quatro locais.
Em estudos de farmacologia19 clínica, o tempo mediano para que Restiva® 10 mg depositasse concentrações detectáveis de buprenorfina (25 picogramas/mL) foi de aproximadamente 17 horas. A biodisponibilidade de buprenorfina de um adesivo de Restiva® em relação à buprenorfina IV é de 15% (para todas as três concentrações).
Distribuição: aproximadamente 96% da buprenorfina se liga a proteínas20 plasmáticas.
Em um estudo no qual foi administrada buprenorfina IV a indivíduos saudáveis, o volume de distribuição no estado de equilíbrio (steady state) foi de 430 L, refletindo o grande volume de distribuição e alta lipofilicidade da substância.
As concentrações de buprenorfina no líquor21 parecem ser de aproximadamente 15% a 25% das concentrações plasmáticas.
Metabolismo22 e Eliminação: o metabolismo22 de buprenorfina na pele17 após a aplicação do adesivo de Restiva® é desprezível.
A buprenorfina absorvida pelo organismo sofre metabolismo22 hepático, e subsequente excreção biliar e renal23 dos metabólitos24 solúveis. O metabolismo22 hepático através das enzimas CYP3A4 e UGT1A1/1A3 resulta em 2 metabólitos24 primários, norbuprenorfina e buprenorfina 3-O-glicuronídeo, respectivamente. A norbuprenorfina é o único metabólito25 ativo conhecido da buprenorfina. Esta é glicuronizada antes de sua eliminação.
A buprenorfina livre é eliminada nas fezes em 7 dias.
Em um estudo em pacientes pós-operatórios, a depuração total de buprenorfina foi de 55 L/h.
Local de Aplicação
Um estudo realizado em indivíduos saudáveis demonstrou que o perfil farmacocinético de buprenorfina depositada por Restiva® é semelhante quando aplicado na parte externa superior do braço, no tórax26 superior, nas costas27 ou no lado do tórax26 (linha axilar média, 5o espaço intercostal28).
Dados de Segurança Pré-clínicos
Toxicidade29 sistêmica e dérmica: Em estudos de toxicidade29 de dose única e de doses repetidas em ratos, coelhos, porquinhos da índia, cães e mini porcos, Restiva® causou nenhuma ou poucas reações adversas sistêmicas, enquanto irritação da pele17 foi observada em todas as espécies analisadas.
Dados toxicológicos disponíveis não indicam um potencial de sensibilização dos aditivos dos sistemas transdérmicos.
Genotoxicidade e carcinogenicidade: Uma bateria padrão de testes de genotoxicidade indicou que a buprenorfina não é genotóxica. Em estudos a longo prazo em ratos e camundongos, não houve evidência de qualquer potencial carcinogênico relevante para seres humanos.
Toxicidade29 reprodutiva e no desenvolvimento: Não foram observados efeitos na fertilidade ou na capacidade reprodutiva em ratos tratados com buprenorfina. Não foram observados efeitos tóxicos embriofetais em ratos ou coelhos. Em um estudo de toxicidade29 no desenvolvimento pré e pós natal realizado com buprenorfina, houve morte da prole e redução do peso dos filhotes quando foram administradas doses maternas que produziam redução no consumo de alimentos e sintomas13 clínicos.
CONTRAINDICAÇÕES
Restiva® é contraindicado a pacientes com hipersensibilidade conhecida à buprenorfina ou a qualquer um dos excipientes.
Restiva® é contraindicado a pacientes com função respiratória gravemente comprometida ou a pacientes que recebem concomitantemente inibidores não-seletivos da monoamina oxidase (IMAOs) ou dentro de 14 dias da parada do tratamento com IMAOs não-seletivos.
Restiva® não deve ser utilizado em pacientes com miastenia30 gravis e delirium tremens31.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Febre32
Doença febril grave pode aumentar a taxa de absorção de buprenorfina de Restiva®.
Aumento da pressão intracraniana ou traumatismo33 craniano
Restiva® deve ser usado com precaução em pacientes com lesão34 cerebral, lesões35 intracranianas ou aumento na pressão intracraniana, choque36, nível reduzido de consciência de origem indeterminada.
Convulsões
A buprenorfina pode diminuir o limiar para convulsão37 em pacientes com histórico de distúrbios convulsivos.
Depressão respiratória
Apesar de Restiva® estar disponível apenas na forma transdérmica, com tecnologia que impede a extração da medicação, é importante ressaltar que depressão respiratória significante foi associada à buprenorfina, particularmente quando administrada pela via intravenosa. Ocorreram inúmeras mortes quando dependentes abusaram de buprenorfina por via intravenosa, normalmente com o uso concomitante de benzodiazepínicos. Mortes adicionais por superdose foram relatadas, devido à combinação de etanol e benzodiazepínicos com buprenorfina (vide “10. SUPERDOSE”). Deve se ter especial cautela quando Restiva® for prescrito para pacientes38 que sabidamente têm, ou suspeita-se que têm, problemas com abuso de drogas ou álcool ou doença mental séria.
Intervalo QT
Em um estudo realizado em 131 homens saudáveis para avaliar o efeito de Restiva® no intervalo QTc, as dosagens terapêuticas (10 mcg/h) não tiveram nenhum efeito sobre o intervalo QTc. Tanto dosagens maiores (40 mcg/h) como o controle ativo (moxifloxacina 400 mg) produziram aumentos de 5,9 m segundos no intervalo QTc, cada um. Essa observação deve ser levada em consideração quando se prescrever Restiva® para pacientes38 com prolongamento congênito39 de intervalo QT e para pacientes38 tomando medicamentos antiarrítmicos de Classe 1A (por exemplo, quinidina, procainamida) ou de Classe III (por exemplo, amiodarona, sotalol) ou qualquer outro medicamento que prolongue o intervalo QT.
Outras condições
Utilizar com precaução em pacientes com hipotensão40, hipovolemia41, doença do trato biliar42, pancreatite43, distúrbios inflamatórios intestinais, hipertrofia44 prostática, insuficiência45 adrenocortical.
Restiva® deve ser usado com precaução em pacientes com comprometimento hepático grave (vide “8. POSOLOGIA E MODO DE USAR”)
Restiva® deve ser utilizado com precaução após cirurgia abdominal, já que os opioides são conhecidos por comprometer a motilidade intestinal.
Assim como recomendado para todos os opioides, uma redução na dosagem pode ser aconselhável para pacientes38 com hipotireoidismo46.
Restiva® não é recomendado para analgesia no período pós-operatório imediato ou em outras situações caracterizadas por necessidade de analgesia rapidamente variante.
ATENÇÃO: PODE CAUSAR DEPENDÊNCIA FÍSICA OU PSÍQUICA
Dependência de drogas
Estudos controlados realizados em humanos e animais indicam que a buprenorfina tem uma menor probabilidade de causar dependência quando comparada aos analgésicos7 agonistas puros. Em homens, efeitos euforigênicos limitados foram observados com buprenorfina. Isso pode resultar em certo abuso do produto e deve-se ter cautela ao prescrever o medicamento para pacientes38 que sabidamente têm, ou suspeita-se que têm um histórico de abuso de drogas.
O uso crônico47 de buprenorfina pode resultar no desenvolvimento de dependência física.
Após a descontinuação do uso do Restiva®, sintomas13 de retirada (síndrome48 de abstinência) são incomuns, provavelmente devido à lenta dissociação da buprenorfina dos receptores opiodes e sua gradual diminuição da concentração sérica (geralmente por um período de 30 horas após a remoção do adesivo). No entanto, após uso prolongado,sintomas13 de retirada similares aos que ocorrem com outros opioides não podem ser desconsiderados. Dentre estes sintomas13, incluem-se: agitação, ansiedade, nervosismo, insônia, hipercinesia49, tremor e transtornos gastrointestinais. Tais sintomas13, quando ocorrem, geralmente são leves, começam após 2 dias e podem durar até 2 semanas.
Uso em pacientes dependentes de narcóticos
A buprenorfina é um agonista9 parcial de receptor µ-opioide.
A buprenorfina produz efeitos semelhantes aos da morfina, incluindo euforia e dependência física, porém a magnitude destes efeitos é menor quando comparado aos efeitos observados com doses semelhantes de agonistas puros. A administração de buprenorfina a pessoas que são fisicamente dependentes de agonistas puros pode levar à síndrome48 de abstinência dependendo do nível de dependência física, do tempo e da dose de buprenorfina.
Efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas
A buprenorfina pode prejudicar a habilidade de dirigir veículos e operar máquinas.
Durante o tratamento, e 24 horas após a retirada do adesivo, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas.
Carcinogenicidade, mutagenicidade e comprometimento da fertilidade
Quatro testes de toxicidade29 genética [um ensaio de mutação50 reversa bacteriana (teste de Ames), um ensaio de mutação50 para frente com linfoma51 de camundongo, um ensaio de aberração cromossômica usando linfócitos humanos e um ensaio in vivo com micronúcleo de camundongos] indicam que buprenorfina é não-genotóxica.
Não foi observada nenhuma evidência de carcinogenicidade decorrente da buprenorfina em estudos com camundongos recebendo doses PO de até 100 mg/kg/dia. Em ratos, entretanto, foi observada uma maior incidência52 de tumores testiculares em doses maiores do que 5,5 mg/kg/dia. A dose na qual não se observam efeitos em ambos os estudos é pelo menos 80 vezes maior do que a dose sistêmica diária esperada de buprenorfina em humanos durante tratamento com Restiva® 20 mg.
A buprenorfina não mostrou nenhuma evidência de atividade genotóxica em ensaios para mutações genéticas (mutações reversas em células53 bacterianas, mutações para frente em células53 de mamíferos e fungos), dano cromossômico (linfócitos humanos, teste de micronúcleo de camundongos, célula54 de hamster chinês in vivo e in vitro) ou conversão genética (fungo55).
Entretanto, em outros ensaios, a buprenorfina foi positiva para mutações estruturais no teste de Ames e causou inibição da síntese normal de DNA e aumentos na síntese não programada de DNA em estudos usando testículos56 de camundongos.
Estudos de reprodução57 em ratos não demonstraram evidência de comprometimento na fertilidade com doses VO diárias de até 80 mg/kg/dia ou doses SC diárias de até 5 mg/kg/dia de buprenorfina. Essas doses são, pelo menos, 75 vezes maiores do que a dose sistêmica diária esperada de buprenorfina em humanos durante o tratamento com Restiva® 20 mg.
Gravidez58 e Lactação59
Restiva® deve ser usado durante a gravidez58 apenas se os benefícios justificarem o potencial risco para o feto60.
Demonstrou-se que a buprenorfina cruza a placenta em humanos. A buprenorfina foi detectada no sangue61, urina62 e mecônio63 de recém-nascidos e também no leite materno, em baixas concentrações (vide “Dados de segurança pré-clínicos”).
Analgésicos7 opioides, incluindo buprenorfina, podem causar depressão respiratória no bebê recém-nascido.
O uso prolongado de buprenorfina durante a gravidez58 pode resultar em síndrome48 de retirada nos bebês64 recém-nascidos. Não há estudos adequados e bem controlados com buprenorfina ou Restiva® em mulheres grávidas.
Em coelhas prenhas, buprenorfina produziu perdas pré-implantação estatisticamente significantes nas doses VO ≥ 1 mg/kg/dia e perdas pós-implantação em doses IV ≥ 0,2 mg/kg/dia (exposição do medicamento em animais aproximadamente 6 vezes a dose sistêmica diária esperada de buprenorfina em humanos durante tratamento com Restiva® 20 mg). Distócia foi observada em ratas prenhas tratadas com doses IM de buprenorfina ≥ 1 mg/kg/dia (aproximadamente 17 vezes a dose diária humana esperada durante o tratamento com Restiva® 20 mg).
Estudos de desenvolvimento peri- e pós-natal realizados com buprenorfina em ratos mostraram aumentos na mortalidade65 neonatal após doses de 0,8 mg/kg/dia VO, 0,5 mg/kg/dia IM ou 0,1 mg/kg/dia SC (aproximadamente 14, 9 e 1,7 vezes, respectivamente, a dose diária humana durante o tratamento com Restiva® 20 mg). Doses quem não apresentam efeito na mortalidade65 neonatal não foram estabelecidas. Foram observados atrasos na ocorrência de reflexo de endireitamento e resposta defensiva em filhotes de ratos após a administração de uma dose de buprenorfina ≥ 8 mg/kg/dia VO às mães (> 100 vezes a dose diária humana esperada durante o tratamento com Restiva® 20 mg).
Não foi observada nenhuma evidência de atividade teratogênica66 em estudos em animais realizados com doses de buprenorfina variando de 14 a > 100 vezes a dose diária humana esperada durante o tratamento com Restiva® 20 mg.
Não foi observado nenhum efeito sobre o desenvolvimento embriofetal em estudos com adesivos de Restiva® aplicados topicamente em ratos e em coelhos (exposição sistêmica à buprenorfina até cerca de 30 e 6 vezes, respectivamente, a dose diária humana esperada durante o tratamento com Restiva® 20 mg.
Categoria C – Não há estudos adequados em mulheres. Em experiências animais ocorreram alguns efeitos colaterais67 no feto60, mas o benefício do produto pode justificar o risco potencial durante a gravidez58.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Estudos em animais indicam que a buprenorfina tem o potencial de inibir a lactação59 ou a produção de leite. Diminuições na sobrevivência68 pós-natal, no crescimento e no desenvolvimento foram também observadas em animais lactentes69 cujas mães foram tratadas com buprenorfina.
Uma vez que a buprenorfina pode passar para o leite materno, Restiva® não deve ser usado por mulheres que estejam amamentando.
Trabalho de parto: Restiva® não é recomendado para uso em mulheres imediatamente antes ou durante o trabalho de parto e parto, uma vez que opioides, em geral, podem causar depressão respiratória em recém-nascidos.
Testes laboratoriais: Foram observados níveis aumentados de aminotransferase e diminuição de peso com a utilização de buprenorfina.
Este medicamento pode causar doping.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
IMAOs não-seletivos intensificam os efeitos de medicamentos opioides, o que pode causar ansiedade, confusão e depressão respiratória. Portanto, Restiva® não deve ser usado concomitantemente com IMAOs não-seletivos ou em pacientes que receberam IMAOs não-seletivos nos últimos 14 dias. Como não se sabe se existe uma interação entre IMAOs seletivos (por exemplo, selegilina) e buprenorfina, aconselha-se tomar cuidado com essa combinação medicamentosa.
Restiva® deve ser administrado com precaução em pacientes que estejam tomando outros depressores do SNC70 ou outros medicamentos que possam causar depressão respiratória, hipotensão40, sedação71 profunda ou que potencialmente resultem em coma72. Tais agentes incluem sedativos ou hipnóticos, anestésicos gerais, outros analgésicos7 opioides, fenotiazinas, antieméticos73 de ação central, benzodiazepínicos e álcool.
Reduções no fluxo de sangue61 hepático induzidas por alguns anestésicos gerais (por exemplo, halotano) e outros medicamentos podem levar a uma queda na taxa de eliminação hepática74 da buprenorfina.
A buprenorfina é metabolizada principalmente por glucuronidação e em menor extensão (cerca de 30%) pela CYP3A4. O tratamento concomitante com inibidores da CYP3A4 pode levar a elevadas concentrações plasmáticas com intensificação dos efeitos da buprenorfina. Um estudo de interação medicamentosa com cetoconazol, um inibidor da CYP3A4, não produziu aumentos clinicamente relevantes na exposição média máxima (Cmax) ou total (ASC) da buprenorfina quando comparado ao Restiva® utilizado isoladamente. A interação entre a buprenorfina e indutores da CYP3A4 não foi estudada. A coadministração de Restiva® e indutores enzimáticos (por exemplo, fenobarbital, carbamazepina, fenitoína e rifampicina) pode levar ao aumento do clearance (depuração), o que pode resultar em eficácia reduzida.
Em pacientes de estudos clínicos, não houve nenhum efeito aparente sobre a exposição de Restiva® quando usado concomitantemente com vários antagonistas H2 ou inibidores de bomba de próton. Existe o potencial para elevação de INR em pacientes que estiverem concomitantemente fazendo uso de varfarina.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Restiva® deve ser conservado em temperatura ambiente (15–30°C). Não deve ser armazenado sob refrigeração (2–8°C).
Quando mantido nessas condições, possui o prazo de validade de 18 meses.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas do produto
Restiva® é um adesivo com uma matriz de cor bege ou amarelado, retangular (10 microgramas/h) ou quadrado (5 e 20 microgramas/h), com cantos arredondados, marcado com o nome comercial. Consiste de um revestimento protetor e de camadas funcionais. A partir da superfície externa para a superfície que adere à pele17, as camadas são:
- uma camada de retaguarda de rede de cor bege de material impermeável (revestimento externo);
- uma borda de matriz adesiva sem buprenorfina;
- uma folha de separação sobre a matriz adesiva;
- a matriz adesiva contendo buprenorfina;
- uma camada de proteção. Antes de usar, esta camada que cobre a camada adesiva é removida e descartada.

Desenho transversal de Restiva®
O sistema transdérmico Restiva® está disponível em três concentrações diferentes: 5 mg, 10 mg e 20 mg. A composição das três concentrações é idêntica e a proporção de buprenorfina na matriz adesiva é a mesma em cada concentração (10% por peso). A quantidade de buprenorfina liberada de cada sistema por hora é proporcional à área superficial do sistema. A pele17 é a barreira limitante para difusão do sistema para o interior da corrente sanguínea.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
MODO DE USAR
Restiva® deve ser aplicado na pele17 não irritada e intacta, na parte externa superior do braço, na região superior do tórax26, superior das costas27 ou no lado do tórax26. Restiva® deve ser aplicado em um local da pele17 sem pelos ou quase sem pelos. Se necessário, os pelos devem ser cortados com tesoura e não depilados ou raspados.
O local da aplicação deve ser alternado se o adesivo for reaplicado ou adicionado. O local de aplicação pode ser repetido após intervalo de pelo menos 3 semanas.
O local da aplicação deve ser limpo apenas com água limpa. Sabão, álcool, óleos, loções ou dispositivos abrasivos não devem ser usados. A pele17 deve estar seca antes que o adesivo seja aplicado.
Uma vez que não foram estudadas possíveis interferências de protetores solares, soluções, cremes e outros produtos no desempenho do medicamento, durante o tratamento com Restiva®, os pacientes devem evitar o uso destes produtos na área em que o adesivo será aplicado.
O adesivo deve ser usado continuamente por 7 dias. Restiva® deve ser aplicado imediatamente após a abertura do sachê.
Após a remoção do revestimento de liberação, o adesivo transdérmico deve ser pressionado firmemente no local com a palma da mão75 durante aproximadamente 30 segundos, certificando-se que o contato é completo, especialmente ao redor das bordas. Se as bordas do adesivo começarem a se soltar, estas devem ser grudadas com fita adesiva adequada para pele17. Banho, ducha ou natação não devem afetar o adesivo. Se um adesivo cair, um novo deve ser aplicado.
Durante o tratamento com Restiva®, os pacientes devem ser aconselhados a evitar exposição do local de aplicação a fontes de calor externas, tais como almofadas de aquecimento, cobertores elétricos, lâmpadas de aquecimento, etc, já que pode ocorrer aumento na absorção da buprenorfina, que pode levar a um aumento na incidência52 de eventos adversos relacionados a opioides. Os efeitos de uso de Restiva® em banheiras quentes e sauna não foram estudados.
Ao trocar o adesivo, os pacientes devem ser instruídos a remover o adesivo utilizado, dobrando este sobre si mesmo (unindo os lados do adesivo) e descartando com segurança, fora do alcance de crianças.
POSOLOGIA
Para uso transdérmico por 7 dias.
Cada adesivo transdérmico de 5 mg libera 5 microgramas/h de buprenorfina. A área contendo a substância ativa é de 6,25 cm2.
Cada adesivo transdérmico de 10 mg libera 10 microgramas/h de buprenorfina. A área contendo a substância ativa é de 12,50 cm2.
Cada adesivo transdérmico de 20 mg libera 20 microgramas/h de buprenorfina. A área contendo a substância ativa é de 25 cm2.
Adultos
A menor dose de Restiva®, 5 mg, deve ser usada como a dose inicial em todos os pacientes. Deve-se considerar o histórico prévio com opioides, incluindo tolerância a opioide, se houver alguma, bem como condição geral atual e estado médico do paciente.
Titulação
Durante o início, titulação e ao longo do tratamento com Restiva®, os pacientes podem continuar com as doses recomendadas usuais de AINEs ou paracetamol conforme a necessidade.
A dose de Restiva® não deve ser aumentada em intervalos menores que 3 dias, tempo necessário para que os níveis no estado de equilíbrio (steady state) sejam atingidos. Alterações na dosagem de Restiva® podem ser individualmente tituladas segundo a necessidade de analgesia suplementar e a resposta do paciente ao medicamento.
Para aumentar a dose, o adesivo que estiver sendo usado no momento deve ser retirado e um adesivo de concentração maior de Restiva® ou uma combinação de adesivos deve ser aplicada em um local diferente da pele17 para conseguir a dose requerida. Recomenda-se que não mais do que dois adesivos sejam aplicados ao mesmo tempo, independentemente da concentração destes.
A titulação deve continuar a cada 3–7 dias, até que a analgesia adequada seja alcançada.
Se o alívio adequado da dor não for alcançado com Restiva®, o tratamento deve ser descontinuado e o paciente deve ser convertido para um regime de analgesia apropriado conforme determinado pelo médico.
Conversão de opioide ou medicamentos de combinações de proporção opioide/não-opioide: Restiva® pode ser usado como uma alternativa a outros opioides, devendo-se utilizar as tabelas de conversão de opioides para a realização da troca.
Populações especiais
Idosos: Não é necessário ajuste de dosagem no idoso.
Crianças: A segurança e eficácia de Restiva® em pacientes com menos de 18 anos de idade não foram estabelecidas.
Insuficiência renal76: Não é necessário ajuste de dose em pacientes com insuficiência renal76.
Insuficiência hepática77: Em pacientes com insuficiência hepática77 leve a moderada, não é necessário ajuste de dose de Restiva®. Pacientes com insuficiência hepática77 grave podem acumular buprenorfina durante o tratamento com Restiva®. Deve-se considerar terapia alternativa e Restiva® deve ser usado com cautela neste caso.
Descontinuação
Após a remoção de um adesivo de Restiva®, as concentrações séricas diminuem gradativamente. Isto deve ser considerado quando a terapia com Restiva® for seguida por tratamento com outros opioides. Como uma regra geral, um opioide subsequente não deve ser administrado dentro de 24 horas após a remoção de um adesivo Restiva®.
Este medicamento não deve ser cortado.
REAÇÕES ADVERSAS
Em geral, as reações adversas incluídas neste item são aquelas com uma relação plausível com o uso do medicamento, e as reações adversas excluídas são eventos menores, muito imprecisos para serem significativos, e eventos que podem ser frequentemente observados na ausência de terapia medicamentosa.
As frequências são dadas como se segue:
Categoria |
Frequência |
Muito comum |
≥ 10% |
Comum |
≥ 1% e < 10% |
Incomum |
≥ 0,1% e < 1% |
Raro |
≥ 0,01% e < 0,1% |
Muito raro |
< 0,01% |
Desconhecida |
Não pode ser estimada pelos dados disponíveis |
Distúrbios do Sistema Imunológico78
- Incomum: reações alérgicas (incluindo inchaço79 orofaríngeo80 e da língua81)
- Rara: respostas anafiláticas
Distúrbios Metabólico e Nutricional
- Comum: anorexia82
- Rara: desidratação83
Distúrbios Psiquiátricos
- Comum: confusão, depressão, insônia, nervosismo, ansiedade
- Incomum: labilidade emocional, agitação, humor eufórico, alucinação84, diminuição da libido85, pesadelos, agressão
- Rara: distúrbio psicótico
- Não conhecida: despersonalização
Distúrbios do Sistema Nervoso86
- Muito comum: tontura87, cefaleia88, sonolência
- Comum: tremor
- Incomum: comprometimento da concentração, coordenação anormal, disartria89, disgeusia90, hipoestesia91, comprometimento da memória, enxaqueca92, síncope93, parestesia94
- Não conhecida: convulsões
Distúrbios Oculares
- Incomum: olho95 seco, visão96 embaçada
- Rara: miose16
Distúrbios do ouvido e labirinto97
- Incomum: tinido e vertigem98
Distúrbios cardíacos
- Incomum: palpitações99, taquicardia100
- Rara: angina101 pectoris
Distúrbios vasculares102
- Incomum: vermelhidão, hipertensão103, hipotensão40
- Rara: vasodilatação, hipotensão40 ortostática
Distúrbios respiratório, torácico e mediastinal
- Comum: dispneia104
- Incomum: tosse, soluços, sibilos
- Rara: insuficiência respiratória105, depressão respiratória, asma106 agravada, hiperventilação, rinite107
Distúrbios gastrintestinais
- Muito comum: constipação108, náusea109, vômito110
- Comum: dor abdominal, diarreia111, dispepsia112, boca113 seca
- Incomum: flatulência
- Rara: disfagia114, íleo paralítico115.
- Não conhecida: diverticulite116
Distúrbios hepatobiliares117
- Desconhecida: cólica biliar
Distúrbios da pele e tecido subcutâneo118
- Muito comum: prurido119
- Comum: eritema120, sudorese121
- Incomum: pele17 seca, urticária122, dermatite123 de contato**
- Rara: edema124 facial
Distúrbios musculoesqueléticos e do tecido conjuntivo125
- Incomum: espasmos126 musculares, mialgia127
Distúrbios renal23 e urinário
- Incomum: incontinência urinária128, retenção urinária15, hesitação urinária
Distúrbios do sistema reprodutivo e mamário
- Rara: disfunção sexual
Distúrbios gerais e condições no local da administração
- Muito comum: reação no local da aplicação*
- Comum: condições de astenia129 (incluindo fraqueza muscular), edema124 periférico
- Incomum: edema124, pirexia130, tremores, síndrome48 de retirada, dermatite123 no local da aplicação**, dor no peito131
- Rara: sintomas13 tipo gripe132
- Não conhecida: síndrome48 de retirada neonatal
Laboratoriais
- Incomum: aumento da alanina aminotransferase, diminuição de peso
Lesões35, envenenamento e complicações do processo
- Incomum: lesão34 acidental (incluindo queda)
* Inclui: eritema120 no local da aplicação, edema124 no local da aplicação, prurido119 no local da aplicação, erupção133 no local da aplicação
** Em alguns casos, reações alérgicas locais tardias ocorreram com sinais134 evidentes de inflamação135. Nesses casos, o tratamento com Restiva® deve ser interrompido.
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
SUPERDOSE
Sintomas13
Os sintomas13 de superdosagem com buprenorfina são uma extensão das ações farmacológicas. A depressão respiratória esteve ausente em alguns casos de superdosagem com buprenorfina. No entanto, depressão respiratória, incluindo apneia136, ocorreu em outras situações de superdosagem. Outros sintomas13 incluem sedação71, sonolência, náusea109, vômito110, colapso137 cardiovascular e miose16 marcante.
Tratamento da superdose
Retire qualquer adesivo em contato com o paciente e descarte adequadamente.
Estabeleça e mantenha uma via aérea, dê assistência ou controle a respiração conforme indicado e mantenha a temperatura corporal adequada e balanço de líquidos. Oxigênio, líquidos intravenosos, vasopressores e outras medidas de suporte devem ser empregados conforme indicado.
Um antagonista10 opioide específico, como naloxona, pode reverter os efeitos de buprenorfina. Entretanto, a naloxona pode ser menos efetiva em reverter os efeitos da buprenorfina quando comparado com sua capacidade de reverter os efeitos de outros agonistas µ-opioides. O tratamento com naloxona pela via intravenosa contínua deve começar com as dosagens usuais, mas doses mais elevadas podem ser necessárias.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA
MS - 1.9198.0002
Farm. Resp: Kátia Esteves dos Santos CRF-SP nº 36.165
Fabricado por:
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