

Iccor (Bula do profissional de saúde)
TORRENT DO BRASIL LTDA
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Iccor
hemifumarato de bisoprolol
Comprimidos 1,25 mg, 2,5 mg, 5 mg e 10 mg
Medicamento similar equivalente ao medicamento de referência.
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Comprimido revestido
Embalagens com 10 ou 30 comprimidos
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido de Iccor 1,25 mg contém:
hemifumarato de bisoprolol | 1,25 mg |
excipiente q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: fosfato de cálcio dibásico, butil-hidroxianisol, celulose microcristalina, crospovidona, amido, dióxido de silício, estearato de magnésio, hipromelose, macrogol e dióxido de titânio.
Cada comprimido de Iccor 2,5 mg contém:
Hemifumarato de bisoprolol | 2,5 mg |
Excipiente q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: Fosfato de cálcio dibásico, butil-hidroxianisol, celulose microcristalina, crospovidona, amido, dióxido de silício, estearato de magnésio, hipromelose, macrogol e dióxido de titânio.
Cada comprimido de Iccor 5 mg contém:
Hemifumarato de bisoprolol | 5 mg |
Excipiente q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: fosfato de cálcio dibásico, butil-hidroxianisol, celulose microcristalina, crospovidona, amido, dióxido de silício, estearato de magnésio, hipromelose, macrogol, dióxido de titânio e óxido de ferro amarelo.
Cada comprimido de Iccor 10 mg contém:
Hemifumarato de bisoprolol | 10 mg |
Excipiente q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: fosfato de cálcio dibásico, butil-hidroxianisol, celulose microcristalina, crospovidona, amido, dióxido de silício, estearato de magnésio, hipromelose, macrogol, dióxido de titânio, óxido de ferro amarelo e óxido de ferro vermelho.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE1
INDICAÇÕES
Iccor de 1,25 mg e Iccor de 2,5 mg:
- Tratamento de insuficiência cardíaca2 crônica estável com função ventricular sistólica esquerda reduzida, em adição a inibidores da ECA, diuréticos3 e, opcionalmente, glicosídeos cardíacos.
Iccor de 5 mg e Iccor de 10 mg:
- Tratamento da hipertensão4.
- Tratamento da doença cardíaca coronariana (angina5 pectoris).
- Tratamento de insuficiência cardíaca2 crônica estável com função ventricular sistólica esquerda reduzida, em adição a inibidores da ECA, diuréticos3 e, opcionalmente, glicosídeos cardíacos.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Na hipertensão4 ou angina5 pectoris
Os achados em estudos clínicos hemodinâmicos de curto prazo são consistentes com aqueles
observados com outros betabloqueadores. Os efeitos hemodinâmicos do bisoprolol são, principalmente, mais devidos a seus efeitos cronotópicos negativos do que a seus efeitos inotrópicos negativos, com poucas mudanças observadas no volume sistólico, na pressão da aurícula direita ou na pressão capilar6. Em dose única diária ele possui um efeito seguro, por 24 horas, em pacientes com hipertensão4 e angina5. Em ambas as indicações o bisoprolol é eficiente em até 90% dos casos.
Na insuficiência cardíaca2 crônica estável
No total, 2.647 pacientes foram incluídos no estudo CIBIS II. Destes, 83% (n = 2.202) pertenciam à classe III da NYHA, e 17% (n = 445), à classe IV da NYHA. Apresentavam insuficiência cardíaca2 sistólica sintomática7 estável (fração de ejeção ≤ 35%, baseada em ecocardiografia). A mortalidade8 total foi reduzida de 17,3% para 11,8% (redução relativa de 34%).
Foi observada uma diminuição na taxa de morte súbita (3,6% versus 6,3%, redução relativa de 44%) e uma redução do número de episódios de insuficiência cardíaca2 necessitando de hospitalização (12% versus 17,6%, redução relativa de 36%). Além disso, foi observada melhora significativa do status funcional dos pacientes de acordo com a classificação de NYHA. Durante o início e a fase de titulação do bisoprolol foram observadas hospitalizações devidas à bradicardia9 (0,53%), hipotensão10 (0,23%) e descompensação aguda (4,97%), mas estas não foram mais frequentes do que no grupo placebo11 (0%, 0,3% e 6,74%). O número de acidentes vasculares12 cerebrais fatais ou incapacitantes durante o período total do estudo foi de 20 no grupo bisoprolol e 15 no grupo placebo11.
O estudo CIBIS III investigou 1.010 pacientes com idade ≥ 65 anos com insuficiência cardíaca2 crônica de leve a moderada (ICC, NYHA classe II ou III), e fração de ejeção ventricular esquerda ≤ 35%, que não houvessem recebido tratamento anterior com inibidores da ECA, betabloqueadores ou bloqueadores de receptores de angiotensina. Os pacientes foram tratados com uma associação de bisoprolol e enalapril durante 6 a 24 meses após um tratamento inicial de 6 meses com bisoprolol ou com enalapril. Verificou-se uma tendência para uma maior frequência de piora da insuficiência cardíaca2 crônica quando o bisoprolol foi utilizado como tratamento inicial de 6 meses. Na análise per-protocolo não foi comprovada a não inferioridade do tratamento no grupo que iniciou com bisoprolol versus o que iniciou com enalapril, embora as duas estratégias para início do tratamento da insuficiência cardíaca congestiva13 terem mostrado uma taxa idêntica no objetivo primário combinado morte e hospitalização ao final do estudo (32,4% no grupo que iniciou com bisoprolol versus 33,1% no que iniciou com enalapril, numa avaliação da população per-protocolo) O estudo demonstrou que o bisoprolol pode também ser utilizado em idosos com insuficiência cardíaca2 crônica leve a moderada.
Referências:
- Lancaster SG, Sorkin EM. Bisoprolol: uma revisão preliminar de sua farmacodinâmica e propriedades farmacocinéticas, e eficácia terapêutica14 na hipertensão4 e angina5 pectoris. Drugs 1988; 36: 256–85.
- Johns TE, Lopez LM. Bisoprolol: apenas outro beta-bloqueador para hipertensão4 ou angina5? Ann Pharmacother 1995; 29: 403–14.
- CIBIS-II Investigators and Committees. Insuficiência Cardíaca2 – Bisoprolol Estudo II (CIBIS-II): um estudo randomizado15. Lancet 1999;<0} 353: 9–13.
- Willenheimer R et al. Efeito na sobrevivência16 e hospitalização com o início de tratamento para insuficiência cardíaca2 crônica com Bisoprolol seguido por Enalapril, quando comparado com a sequência oposta. Resultados do Estudo Bisoprolol na Insuficiência Cardíaca2 III (Cardiac Insuficiency Bisoprolol Study – CIBIS III). Circulation, 2005; 112: 2426–2435.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Propriedades farmacodinâmicas
O bisoprolol é um agente bloqueador seletivo para os receptores beta-1, sendo desprovido de ação estimulante intrínseca e de efeito de estabilização de membrana relevante. Apresenta afinidade muito baixa aos receptores beta-2 dos músculos17 lisos dos brônquios18 e vasos, assim como aos receptores beta-2 relacionados com a regulação metabólica. Desta forma, geralmente não se espera que o bisoprolol influencie a resistência das vias aéreas e os efeitos metabólicos mediados por beta- 2L. Sua seletividade beta-1 estende-se além da faixa de dosagem terapêutica14.
O bisoprolol não possui efeito inotrópico negativo pronunciado.
O bisoprolol alcança seu efeito máximo 3–4 horas após administração oral. A meia-vida plasmática de eliminação de 10–12 horas proporciona 24 horas de eficácia após uma única dose diária.
O efeito anti-hipertensivo máximo do bisoprolol é geralmente alcançado após 2 semanas de tratamento.
Na administração aguda em pacientes com doença coronária sem insuficiência cardíaca2 crônica, o bisoprolol reduz a frequência cardíaca e o volume de ejeção, reduzindo assim o débito cardíaco19 e o consumo de oxigênio. Na administração crônica, a resistência periférica20, inicialmente elevada, diminuiu. Entre outras ações, a redução da atividade renina no plasma21 é discutida como sendo um mecanismo de ação subjacente ao efeito anti-hipertensivo dos betabloqueadores.
O bisoprolol diminui a resposta à atividade simpaticoadrenérgica por meio de bloqueio dos beta-receptores cardíacos. Isto causa uma diminuição na frequência cardíaca e na contratilidade, com consequente redução do consumo de oxigênio por parte do miocárdio22, o qual consiste no efeito desejado na angina5 pectoris com doença coronária subjacente.
Propriedades farmacocinéticas
O bisoprolol possui cinética23 linear, independente da idade.
Absorção: O bisoprolol é quase completamente absorvido (> 90%) a partir do trato gastrointestinal e, devido ao reduzido efeito de primeira passagem (aproximadamente 10%), possui biodisponibilidade absoluta de cerca de 90% após a administração oral.
Distribuição: O volume de distribuição é de 3,5 l/kg. A taxa de ligação às proteínas24 plasmáticas é de cerca de 30%.
Metabolismo25 e eliminação: O bisoprolol é eliminado do organismo mediante duas vias de depuração igualmente eficazes: 50% da substância são transformadas pelo fígado26 em metabolitos27 inativos, que são excretados pelos rins28. Os 50% restantes são excretados pelos rins28 sob forma de substância inalterada. Assim, o bisoprolol normalmente não exige ajuste de dose em pacientes com distúrbios leves ou moderados das funções hepática29 ou renal30. O clearance total do fármaco31 é de aproximadamente 15 l/h. A meia-vida de eliminação plasmática é de 10–12 horas.
Farmacocinéticas em populações especiais: Em pacientes com insuficiência cardíaca2 crônica (NYHA estágio III) os níveis plasmáticos do bisoprolol são mais altos e a meia-vida é prolongada quando em comparação com voluntários sadios. A concentração plasmática máxima no estado estável é 64 ± 21 ng/ml com uma dose diária de 10 mg, sendo a meia-vida de 17 ± 5 horas. Não foi estudada a farmacocinética em pacientes com insuficiência cardíaca2 crônica estável e com prejuízo concomitante das funções renais ou hepáticas32.
Dados não-clínicos de segurança
Dados não clínicos não revelaram riscos especiais para o ser humano, segundo estudos convencionais de toxicidade33 de dose única e repetida, genotoxicidade ou carcinogenecidade. Toxicidade33 na reprodução34: em estudos toxicológicos de reprodução34, o bisoprolol não influenciou a fertilidade e a performance geral de reprodução34. Da mesma forma que outros betabloqueadores, o bisoprolol causou toxicidade33 materna (diminuição da quantidade de alimentos ingeridos e diminuição do peso corporal) e toxicidade33 embrio/fetal (aumento da incidência35 de reabsorções, peso reduzido ao nascimento e retardamento do desenvolvimento físico) em doses elevadas, porém não se mostrou teratogênico36.
CONTRAINDICAÇÕES
O bisoprolol é contraindicado em pacientes com:
- insuficiência cardíaca2 aguda ou durante episódios de descompensação da insuficiência cardíaca2 que requeiram terapêutica14 inotrópica I.V;
- choque37 cardiogênico;
- bloqueio atrioventricular de segundo ou terceiro grau (sem marcapasso38);
- síndrome39 do nó sinusal40;
- bloqueio sinoatrial;
- bradicardia9 sintomática7;
- hipotensão10 sintomática7;
- asma41 brônquica grave;
- formas graves de doença arterial obstrutiva periférica ou síndrome39 de Raynaud;
- feocromocitoma42 não tratado;
- acidose metabólica43;
- hipersensibilidade ao bisoprolol ou a qualquer dos excipientes.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
O tratamento da insuficiência cardíaca2 crônica estável com bisoprolol deve ser iniciado com uma etapa especial de titulação.
O início do tratamento da insuficiência cardíaca2 crônica estável com bisoprolol necessita de acompanhamento regular.
Especialmente em pacientes com doença coronariana44 isquêmica, o término do tratamento com bisoprolol não pode ser realizado abruptamente, a menos que claramente indicado, uma vez que pode ocasionar um agravamento transitório da condição cardíaca.
Não existe experiência com o uso do bisoprolol no tratamento da insuficiência cardíaca2 em pacientes portadores das seguintes doenças e condições:
- diabetes mellitus45 insulino-dependente (tipo I)
- insuficiência renal46 grave (creatinina47 sérica ≥ 300 micromol/L)
- insuficiência hepática48 grave
- cardiomiopatia restritiva
- doença cardíaca congênita49
- doença valvular orgânica hemodinamicamente significativa
- infarto do miocárdio50 ocorrido no período de três meses
- O bisoprolol deve ser utilizado com especial cautela em casos de:
- diabetes mellitus45 com grandes flutuações nos níveis da glicemia51, uma vez que sintomas52 de hipoglicemia53 (como taquicardia54, palpitações55 ou sudorese56) podem ser mascarados;
- jejum rigoroso;
- terapia de dessensibilização57 em andamento (conforme ocorre com outros betabloqueadores, ICCOR pode aumentar tanto a sensibilidade em relação aos alérgenos58 quanto a gravidade de reações anafiláticas59. O tratamento com epinefrina pode nem sempre proporcionar o efeito terapêutico esperado);
- bloqueio AV de primeiro grau;
- angina5 de Prinzmetal: foram observados casos de vasoespasmo coronariano. Apesar de sua alta seletividade beta1, crises de angina5 não podem ser completamente excluídas quando o bisoprolol é administrado a pacientes com angina5 de Prinzmetal. Deve-se empregar uma maior cautela em tais situações;
- doença arterial obstrutiva periférica (pode ocorrer agravamento dos sintomas52, em especial no início do tratamento);
Pacientes com psoríase60 ou com histórico de psoríase60 somente devem receber betabloqueadores (como o ICCOR) após cuidadosa avaliação dos riscos e benefícios.
Sintomas52 de tireotoxicose podem ser mascarados sob tratamento com ICCOR.
Em pacientes com feocromocitoma42, ICCOR não deve ser administrado até que tenha ocorrido o bloqueio dos alfa-receptores.
Em pacientes submetidos à anestesia61 geral, o betabloqueio reduz a incidência35 de arritmias62 e isquemia63 do miocárdio22 durante indução e entubação e o período pós-operatório. Normalmente recomenda-se que se mantenha o betabloqueio no período pré-operatório. O anestesista deve estar ciente do betabloqueio devido a interações potenciais com outros medicamentos, resultando em bradiarritimias, atenuação da taquicardia54 reflexa e diminuição da capacidade reflexa para compensar a perda de sangue64. Caso seja considerado necessário interromper o tratamento com o betabloqueador antes da cirurgia, isso deve ser feito gradualmente e completado cerca de 48 horas antes da anestesia61.
Embora betabloqueadores cardiosseletivos (beta1) possam apresentar menos efeitos sobre a função pulmonar do que os betabloqueadores não-seletivos, como acontece com todos os betabloqueadores, estes devem ser evitados em pacientes com doenças obstrutivas das vias aéreas, a menos que existam razões clínicas relevantes para seu uso. Nessas situações, ICCOR pode ser usado com cautela. Na asma41 brônquica ou em outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas, que podem causar sintomas52, indica-se terapia broncodilatadora concomitante. Pode ocorrer aumento ocasional na resistência das vias aéreas em pacientes asmáticos, requerendo uma dose maior de estimulantes beta2.
Gravidez65 e Lactação66
Categoria de risco C – Não há estudos adequados em mulheres. Em experiências animais ocorreram alguns efeitos colaterais67 no feto68, mas o benefício do produto pode justificar o risco potencial durante a gravidez65.
Os estudos em animais revelaram risco, mas não existem estudos disponíveis realizados em mulheres grávidas.
O bisoprolol tem efeitos farmacológicos que podem causar efeitos prejudiciais na gravidez65 e/ou no feto68/recém-nascido. Em geral, bloqueadores dos beta-adrenoreceptores reduzem a perfusão placentária, o que tem sido associado a um atraso do crescimento do feto68, morte intrauterina, aborto ou parto prematuro. Podem ocorrer efeitos adversos (ex: hipoglicemia53 e bradicardia9) no feto68 e no recém-nascido. Se for necessário efetuar tratamento com bloqueadores dos beta-adrenoreceptores é preferível utilizar bloqueadores seletivos dos adrenoreceptores beta1.
O ICCOR não está recomendado durante a gravidez65 a não ser que seja estritamente necessário. Se o tratamento for considerado necessário, recomenda-se a monitorização do fluxo sanguíneo uteroplacentário e do crescimento fetal. Em caso de efeitos prejudiciais durante a gravidez65 ou no feto68 recomenda-se que sejam considerados tratamentos alternativos. O recém-nascido deve ser rigorosamente monitorizado. De um modo geral, espera-se a ocorrência de sintomas52 de hipoglicemia53 e bradicardia9 nos primeiros 3 dias.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Não existem dados disponíveis sobre a excreção do bisoprolol no leite humano ou sobre a segurança da exposição dos recém-nascidos ao bisoprolol. Assim, não se recomenda a administração de hemifumarato de bisoprolol durante a lactação66.
Efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas
Em um estudo com pacientes coronoariopatas, o bisoprolol não prejudicou o desempenho ao dirigir. Entretanto, devido às variações individuais nas respostas ao medicamento, a capacidade para dirigir ou para operar maquinário pode ser prejudicada. Isso deve ser levado em consideração, particularmente no início do tratamento e no caso de troca da medicação, assim como na administração concomitante com o álcool.
Este medicamento pode causar doping.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Associações não recomendadas
Tratamento da insuficiência cardíaca2 crônica estável
- Antiarrítmicos classe I (ex. quinidina, disopiramida, lidocaína, fenitoína, flecainida, propafenona): o efeito sobre o tempo da condução atrioventricular pode ser potencializado e o efeito inotrópico negativo pode ser aumentado.
Todas as indicações
- Antagonistas de cálcio do tipo verapamil e, em um menor grau, do tipo diltiazem: efeito negativo na contratilidade e na condução atrioventricular. A administração intravenosa de verapamil em pacientes sob tratamento com betabloqueadores pode levar a uma hipotensão10 profunda e a um bloqueio atrioventricular.
- Agentes anti-hipertensivos com ação central (ex. clonidina, metildopa, moxonodina, rilmenidina): o uso concomitante de fármacos anti-hipertensivos de ação central pode diminuir ainda mais o tônus simpático69 central e assim conduzir a uma diminuição da frequência e do débito cardíaco19 e a uma vasodilatação. A interrupção abrupta pode aumentar o risco de hipertensão4 de rebote.
Associações a serem empregadas com cautela
Tratamento de hipertensão4 ou da doença cardíaca coronariana (angina5 pectoris)
- Antiarrítmicos classe I (ex. quinidina, disopiramida, lidocaína, fenitoína, flecainida, propafenona): o efeito sobre o tempo da condução atrioventricular pode ser potencializado e o efeito inotrópico negativo pode ser aumentado.
Todas as indicações
- A utilização concomitante pode aumentar o risco de hipotensão10; não se pode excluir aumento do risco de uma maior deterioração da função ventricular em pacientes com insuficiência cardíaca2.
- Agentes antiarrítmicos classe III (ex. amiodarona): o efeito sobre o tempo da condução atrioventricular pode ser potencializado.
- Fármacos parassimpatomiméticos: o uso concomitante pode aumentar o tempo de condução atrioventricular e o risco de bradicardia9.
- Betabloqueadores tópicos (ex: colírios para tratamento de glaucoma70): podem ter efeitos aditivos nos efeitos sistêmicos71 de bisoprolol.
- Insulina72 e antidiabéticos orais73: aumento do efeito hipoglicemiante74. O bloqueio dos beta-adrenorreceptores pode mascarar os sintomas52 de hipoglicemia53.
- Anestésicos: atenuação da taquicardia54 reflexa e aumento do risco de hipotensão10
- Glicosídeos digitálicos: aumento no tempo de condução atrioventricular, redução da frequência cardíaca.
- Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs): podem reduzir o efeito hipotensor do bisoprolol.
- Agentes betassimpatomiméticos (ex.: isoprenalina, dobutamina): a associação com o bisoprolol pode reduzir o efeito de ambos os fármacos.
- Agentes simpaticomiméticos que ativam adrenorreceptores alfa e beta (ex.: norepinefrina, epinefrina): a associação de bisoprolol pode desmascarar os efeitos vasoconstritores destes medicamentos mediados pelos alfa-adrenorreceptores, ocasionando aumento da pressão arterial75 e exacerbação da claudicação intermitente76. Tais interações são consideradas mais prováveis com betabloqueadores não seletivos.
- Agentes anti-hipertensivos e outros fármacos com potencial para redução da pressão arterial75 (ex. antidepressivos tricíclicos, barbitúricos, fenotiazidas): o uso concomitante pode aumentar o risco de hipotensão10.
Associações a serem consideradas
- Mefloquina: risco aumentado de bradicardia9.
- Inibidores de monoamina oxidase (exceto inibidores MAO77-B): efeito hipotensor intensificado dos betabloqueadores, mas também risco de crise hipertensiva.
- Rifampicina: redução leve da meia-vida do bisoprolol possivelmente devida à indução de enzimas hepáticas78 que metabolizam o medicamento. Normalmente não há necessidade de ajuste da dose.
- Derivados da ergotamina: exacerbação dos distúrbios circulatórios periféricos.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Conservar em temperatura ambiente (15 a 30°C).
Desde que respeitados os cuidados de armazenamento, o medicamento apresenta uma validade de 24 meses a contar da data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas do produto
- ICCOR 1,25 mg: comprimido revestido, branco a quase branco, redondo, biconvexo, plano de ambos os lados.
- ICCOR 2,5 mg: comprimido revestido, branco a quase branco, redondo, biconvexo e sulcado de um lado e plano do outro lado.
- ICCOR 5 mg: comprimido revestido, amarelo claro, redondo e sulcado em cruz em ambos os lados. ICCOR 10 mg: comprimido revestido, laranja claro, redondo e sulcado em cruz em ambos os lados.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Como usar
Os comprimidos devem ser engolidos inteiros, com algum líquido, pela manhã, antes, durante ou após o café da manhã.
Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.
Posologia
Tratamento de hipertensão4 ou angina5 pectoris.
- Adultos: Para ambas as indicações a dosagem é 5 mg uma vez ao dia. Caso seja necessário, a dose pode ser aumentada para 10 mg uma vez ao dia.
- A dose máxima recomendada é 20 mg uma vez ao dia. Em todos os casos a dosagem deve ser ajustada individualmente, em particular de acordo com a frequência cardíaca e o sucesso terapêutico.
Tratamento de insuficiência cardíaca2 crônica estável
Os pacientes devem estar estáveis (sem insuficiência79 aguda) quando for iniciado o tratamento com ICCOR. Piora transitória da insuficiência cardíaca2, hipotensão10 ou bradicardia9 podem ocorrer durante o período de titulação e após. O tratamento da insuficiência cardíaca2 crônica estável com ICCOR requer uma fase de titulação.
É recomendado que o médico assistente tenha experiência no tratamento de insuficiência cardíaca2 crônica.
O tratamento da insuficiência cardíaca2 crônica estável com ICCOR deve ser iniciado com uma titulação gradual, de acordo com as etapas descritas abaixo. Durante a fase de titulação, o aumento da dose dependerá da tolerância do paciente à dose que está sendo administrada.
Fase de titulação
A dose inicial recomendada é 1,25 mg uma vez ao dia. Dependendo da tolerância individual, a dose é gradualmente aumentada para 2,5 mg, 3,75 mg, 5 mg, 7,5 mg e 10 mg uma vez ao dia, de acordo com o esquema de titulação abaixo. O tratamento deve ser mantido com uma dose mais baixa, caso um aumento de dose não seja bem tolerado.
- 1ª semana: 1,25 mg uma vez ao dia; caso seja bem tolerado aumentar para:
- 2ª semana: 2,5 mg uma vez ao dia; caso seja bem tolerado aumentar para:
- 3ª semana: 3,75 mg uma vez ao dia; caso seja bem tolerado aumentar para:
- 4ª a 7ª semana: 5 mg uma vez ao dia; caso seja bem tolerado aumentar para:
- 8ª a 11ª semana: 7,5 mg uma vez ao dia; caso bem tolerado aumentar para:
- 12ª semana em diante: 10 mg uma vez ao dia, como manutenção do tratamento. A dose máxima recomendada é de 10 mg uma vez ao dia.
Recomenda-se monitoramento cuidadoso dos sinais vitais80 (pressão arterial75, frequência cardíaca) e de sintomas52 de agravamento da insuficiência cardíaca2 durante a fase de titulação.
Modificação do tratamento
Caso a dose máxima recomendada não seja bem tolerada, a redução gradual da dosagem deve ser considerada. No caso de piora transitória da insuficiência cardíaca2, hipotensão10 ou bradicardia9, recomenda-se a reconsideração de dosagem da medicação concomitante. Também pode ser necessário baixar temporariamente a dose de bisoprolol, ou considerar sua descontinuação. A reintrodução e/ou retitulação do bisoprolol deve sempre ser considerada quando o paciente se tornar novamente estável.
Duração do tratamento para todas as indicações
O tratamento com o bisoprolol é geralmente de longa duração. O tratamento não deve ser interrompido abruptamente, uma vez que isso pode levar a uma piora transitória de condição. Especialmente em pacientes com doença cardíaca isquêmica, o tratamento não deve ser descontinuado subitamente. Recomenda-se a redução gradual da dosagem.
Uso em presença de insuficiência renal46 ou hepática29
Na hipertensão4 ou angina5 pectoris: Normalmente não é necessário efetuar ajuste posológico em pacientes com insuficiência renal46 ou hepática29 de grau leve a moderado. Em pacientes com insuficiência renal46 grave (clearance da creatinina47 < 20 ml/min) e em pacientes com distúrbios graves da função hepática29, recomenda-se não exceder uma dose diária de 10 mg de hemifumarato de bisoprolol. A experiência com o uso de bisoprolol em pacientes em diálise81 renal30 é limitada; entretanto, não há evidência de que seja necessário alterar o regime posológico.
Na insuficiência cardíaca2 crônica estável: Não há informação a respeito da farmacocinética do bisoprolol em pacientes com insuficiência cardíaca2 crônica e insuficiência hepática48 ou renal30. Assim, a titulação das doses deve ser efetuada com cautela adicional nestes casos.
Uso em idosos: Não é necessário ajuste de dosagem.
Uso pediátrico: Não há experiência com o uso pediátrico do bisoprolol; desta forma, o emprego em crianças não pode ser recomendado.
REAÇÕES ADVERSAS
Podem ocorrer as reações indesejáveis descritas a seguir (as frequências são definidas em muito comuns (≥ 10%), comuns (≥ 1% e < 10%), incomuns (≥ 0,1% e < 1%), raras (≥ 0,01% e < 0,1%), muito raras (< 0,01%), frequência não conhecida (que não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis).
Distúrbios cardíacos
- Muito comuns: bradicardia9 (em pacientes com insuficiência cardíaca2 crônica).
- Comuns: piora de insuficiência cardíaca2 pré-existente (em pacientes com insuficiência cardíaca2 crônica).
- Incomuns: distúrbios da condução AV; bradicardia9 (em pacientes com hipertensão4 ou angina5 pectoris); agravamento de insuficiência cardíaca2 preexistente (em pacientes com hipertensão4 ou angina5 pectoris).
Exames de diagnóstico82
- Raros: aumento dos triglicerídeos, aumento das enzimas hepáticas78 (ALAT, ASAT).
Distúrbios do sistema nervoso83
- Comuns: tontura84*, cefaleia85*.
Distúrbios oculares
- Raros: fluxo lacrimal reduzido (a ser considerado caso o paciente use lentes de contato).
- Muito raras: conjuntivite86.
Distúrbios do ouvido e labirinto87
- Raros: distúrbios da audição.
Distúrbios respiratórios, torácicos e do mediastino88
- Incomuns: broncoespasmo89 em pacientes com asma41 brônquica ou histórico de doença obstrutiva das vias aéreas.
- Raros: rinite90 alérgica.
Distúrbios gastrointestinais
- Comuns: queixas gastrointestinais como náusea91, vômito92, diarreia93, constipação94.
Distúrbios da pele95 e do tecido subcutâneo96
- Raros: reações de hipersensibilidade tais como prurido97, rubor, erupções cutâneas98 e angioedema99.
- Muito raros: alopecia100. Betabloqueadores podem provocar ou piorar psoríase60 ou induzir erupções semelhantes à psoríase60.
Distúrbios musculoesqueléticos e do tecido conjuntivo101
- Incomuns: fraqueza muscular, cãibras musculares.
Distúrbios vasculares12
- Comuns: sensação de frio ou dormência102 nas extremidades, hipotensão10 (especialmente em pacientes com insuficiência cardíaca2).
- Frequência não conhecida: síncope103.
Distúrbios gerais
- Comuns: astenia104, (em pacientes com insuficiência cardíaca2 crônica), fadiga105*.
- Incomuns: astenia104 (em pacientes com hipertensão4 ou angina5 pectoris).
Distúrbios hepatobiliares106
- Raros: hepatite107.
Distúrbios da mama108 e sistema reprodutivo
- Raros: disfunção erétil.
Distúrbios psiquiátricos
- Incomuns: depressão, distúrbios do sono.
- Raros: pesadelos, alucinações109.
*Estes sintomas52 ocorrem especialmente no início do tratamento. São geralmente leves e desaparecem na maioria das vezes nas primeiras 1–2 semanas (aplica-se somente a pacientes com hipertensão4 ou angina5 pectoris).
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
SUPERDOSE
Sintomas52
Os sinais110 mais comuns esperados com superdose de um betabloqueador são bradicardia9, hipotensão10, broncoespasmo89, insuficiência cardíaca2 aguda e hipoglicemia53. A experiência com superdose de bisoprolol é limitada, tendo sido relatados somente poucos casos. Bradicardia9 e/ou hipotensão10 foram reportados; todos os pacientes se recuperaram. Há uma ampla variação interindividual na sensibilidade a uma única dose elevada de bisoprolol, e os pacientes com insuficiência cardíaca2 são provavelmente muito sensíveis.
Tratamento
Em geral, quando ocorre uma situação de superdose, recomenda-se interromper o uso do bisoprolol e iniciar tratamento sintomático111 e de suporte. Com base nas ações farmacológicas esperadas e nas recomendações para outros betabloqueadores, as seguintes medidas gerais de suporte podem ser consideradas, quando julgadas necessárias do ponto de vista clínico:
- Bradicardia9: administrar atropina intravenosa. Caso a resposta seja inadequada, pode-se administrar cautelosamente isoprenalina ou outro agente com propriedades cronotrópicas positivas. Em algumas circunstâncias, pode ser necessária a inserção de marcapasso38 transvenoso.
- Hipotensão10: devem ser administrados fluidos intravenosos e vasopressores. Glucagon112 intravenoso pode ser útil.
- Bloqueio AV (segundo ou terceiro grau): os pacientes devem ser cuidadosamente monitorados e tratados com infusão de isoprenalina ou marcapasso38 temporário.
- Agravamento agudo113 de insuficiência cardíaca2: administrar diuréticos3 IV, agentes inotrópicos, agentes vasodilatadores.
- Broncoespasmo89: administrar terapia broncodilatadora como isoprenalina, medicamentos simpatomiméticos beta2 e/ou aminofilina.
- Hipoglicemia53: administrar glicose114 IV.
Dados limitados sugerem que o bisoprolol é dificilmente dialisável.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
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