Femigestrol (Bula do profissional de saúde)
LABORATÓRIO QUÍMICO FARMACÊUTICO BERGAMO LTDA
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Femigestrol
acetato de megestrol
Comprimido 160 mg
Medicamento similar equivalente ao medicamento de referência.
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Comprimidos
Embalagens com 30 comprimidos
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido de Femigestrol contém:
acetato de megestrol | 160 mg |
excipiente q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: lactose1 monoidratada, celulose microcristalina, amidoglicolato de sódio, dióxido de silício, povidona e estearato de magnésio
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE2
INDICAÇÕES
Femigestrol é indicado para o tratamento paliativo3 do carcinoma4 avançado de mama51 (isto é, doença recorrente, inoperável ou metastática).
1 CID C50 - Neoplasias6 [tumores] malignas(os) da mama5
RESULTADOS DE EFICÁCIA
A eficácia clínica do acetato de megestrol foi avaliada em uma série de estudos clínicos.
Um estudo fase III foi conduzido por Abrams J. e colaboradores e avaliou a eficácia de três diferentes doses diárias (160 mg, 800 mg e 1600 mg) de acetato de megestrol em mulheres, maiores de 18 anos, com confirmação histológica7 de carcinoma4 de mama5 e doença metastática8 progressiva. Outros critérios de inclusão no estudo foram: necessidade das pacientes apresentarem RE (receptor de estrógeno9) e RP (receptor de progesterona) positivos e/ou desconhecidos, não terem recebido quimioterapia10 prévia e que tenham recebido, no máximo, um tipo de terapia hormonal.
A taxa de resposta ao tratamento foi avaliada em 357 pacientes. Os valores obtidos foram 23%, 27% e 27% para as doses 160 mg, 800 mg e 1600 mg, respectivamente. Os valores apresentados não apresentam diferenças estatisticamente significativas. Para a taxa de duração da resposta foram avaliadas 91 pacientes que responderam ao tratamento com acetato de megestrol. Os valores foram 17 meses, 14 meses e 8 meses para as doses de 160 mg, 800 mg e 1600 mg, respectivamente. A duração de resposta pareceu ser inversamente proporcional à dose de acetato de megestrol administrado. Essa relação foi estatisticamente significativa quando comparado a dose de 160mg (p<0,003).
Outro dado analisado foi o tempo para a progressão da doença. Altas doses de acetato de megestrol não prolongaram o tempo livre de progressão da doença. Os valores apresentados foram 8 meses, 7 meses e 8 meses para as doses 160 mg, 800 mg e 1600 mg, respectivamente. A diferença observada entre os valores não foi significativa. O tempo de sobrevida11 não apresentou correlação com as doses. O tempo médio de sobrevida11 foi de 28 meses, 24 meses e 29 meses para as doses 160 mg, 800 mg e 1600 mg, respectivamente.
Estudo conduzido por Robertson e colaboradores avaliou a eficácia de 160 mg de acetato de megestrol, como segunda linha de tratamento, em mulheres com carcinoma4 de mama5 histologicamente confirmado. Nenhuma paciente havia recebido terapia sistêmica adjuvante.
Das 221 pacientes avaliadas, 16% atingiram resposta (parciais + completas) ao tratamento e 25% apresentaram doença estável. Esses valores apresentam variação dependendo do status de receptor de estrógeno9 e progesterona das pacientes.
Tabela 1. Taxas de resposta ao acetato de megestrol por status de receptor de estrógeno9 e progesterona
|
RE status |
RP status |
||
(+) (%) |
(-) (%) |
(+) (%) |
(-) (%) |
|
Resposta |
19 |
10 |
20 |
6 |
Doença Estável |
22 |
17 |
11 |
20 |
Progressão da Doença |
59 |
73 |
69 |
74 |
O tempo para progressão da doença foi de 15,4 meses para as pacientes que responderam ao acetato de megestrol e 13,3 meses para as pacientes que apresentaram doença estável. As pacientes que não responderam ao tratamento com acetato de megestrol apresentaram tempo para progressão da doença de 3,8 meses.
Tabela 2. Diferenças estatísticas entre as taxas de tempo de progressão
|
p |
Resposta versus Progressão |
<0.01 |
Doença estável versus Progressão |
<0.01 |
Resposta versus Doença estável | Sem diferença estatística |
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Descrição
Femigestrol é um medicamento progestagênico sintético para administração oral. O acetato de megestrol é um sólido branco, cristalino12, denominado quimicamente como 17-alfa-acetoxi-6-metilpregna-4,6-dieno-3,20-diona.
Farmacodinâmica
O mecanismo de ação exato pelo qual o Femigestrol produz seus efeitos antineoplásicos contra o carcinoma4 de mama5 é desconhecido.
Farmacocinética
Estimativas dos níveis plasmáticos de acetato de megestrol são dependentes do método de medição utilizado. Os níveis plasmáticos dependem da inativação intestinal e hepática13 do fármaco14, que pode ser afetada pela motilidade do trato intestinal, bactérias intestinais, administração concomitante de antibiótico, peso corporal, dieta e funções hepáticas15.
Não existem diferenças clinicamente importantes na biodisponibilidade de formulações com acetato de megestrol.
Metabólitos16 somaram apenas de 5% a 8% da dose de acetato de megestrol administrada. A excreção urinária com uma média aproximada de 66% e a excreção fecal com uma média aproximada de 20% da dose administrada são as principais vias de eliminação do medicamento no ser humano. A excreção respiratória e o armazenamento na gordura17 contabilizam a fração de dose administrada não encontrada na urina18 ou nas fezes.
CONTRAINDICAÇÕES
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com histórico de hipersensibilidade ao acetato de megestrol ou a qualquer componente da formulação.
Categoria D para gravidez19 - Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez19.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
O uso de Femigestrol em outros tipos de neoplasias6 não é recomendado. Femigestrol deve ser usado com cautela em pacientes com história de tromboflebite20.
Monitoramento próximo e frequente é indicado para qualquer paciente tratado para câncer21 metastático ou recorrente.
Exacerbação de diabetes22 preexistente com maior necessidade de uso de insulina23 foi relatada com o uso associado de acetato de megestrol.
Carcinogênese, mutagênese e fertilidade
A administração de acetato de megestrol por até 7 anos em cadelas foi associada a um aumento na incidência24 de tumores benignos e malignos da mama5. Em estudos semelhantes em ratos e macacos não foi demonstrada relação com uma maior incidência24 de tumores. A relação entre os tumores do cão associados ao acetato de megestrol para humanos é desconhecida, mas deve ser considerada ao se avaliar a razão risco-benefício ao se prescrever o Femigestrol.
Estudos de fertilidade e reprodução25 com altas doses de acetato de megestrol mostraram um efeito feminilizante reversível em alguns fetos de ratos machos.
Diversos relatos sugerem uma relação entre a exposição intrauterina a fármacos progestagênicos no primeiro trimestre da gravidez19 e anomalias genitais em fetos de ambos os sexos. O risco de hipospádias, 5 a 8 em cada 1000 nascimentos de bebês26 do sexo masculino na população geral, pode ser aproximadamente dobrado com a exposição a estes medicamentos. Não há dados suficientes para quantificar o risco da exposição a fetos do sexo feminino, porém, alguns destes medicamentos induzem à leve virilização da genitália27 externa destes fetos.
Gravidez19 e Lactação28
O uso de progestagênicos durante os primeiros quatro meses de gravidez19 não é recomendado.
Mulheres com potencial de engravidar devem ser avisadas para evitar que isto ocorra. Se a paciente for exposta ao Femigestrol durante os quatro primeiros meses de gravidez19, ou se ela engravidar enquanto estiver fazendo uso desse medicamento, deverá ser informada quanto aos riscos potenciais ao feto29.
Os agentes progestagênicos têm sido empregados começando com o primeiro trimestre da gravidez19 com o intuito de prevenir o aborto habitual ou a ameaça de aborto. Não há evidência adequada de que tal uso seja eficaz e há evidências de dano potencial ao feto29 quando tais fármacos são administrados durante os quatros primeiros meses de gravidez19.
O uso desses agentes, com propriedades uterino-relaxantes, em pacientes com óvulos fertilizados defeituosos, pode causar um atraso no aborto espontâneo.
A amamentação30 deve ser interrompida durante o tratamento com o Femigestrol, devido ao potencial de eventos adversos no recém- nascido.
Categoria D para gravidez19 – Há evidências de risco em fetos humanos. Só usar se o benefício justificar o risco potencial. Em situação de risco de vida ou em caso de doenças graves para as quais não se possa utilizar drogas mais seguras, ou se estas drogas não forem eficazes.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez19.
Populações especiais
Uso Pediátrico: A segurança e a eficácia em pacientes pediátricos não foram estabelecidas.
Uso em Idosos: Não há dados suficientes de estudos clínicos com acetato de megestrol envolvendo pacientes com 65 anos de idade ou mais para determinar se estas respondem diferentemente das pacientes mais jovens. Em geral, deve-se ter cuidado ao escolher a dose para um paciente idoso. Usualmente se inicia na dose mínima recomendada, devido à maior frequência nesta população de disfunção hepática13, renal31 ou cardíaca, doenças associadas e utilização concomitante de outros medicamentos.
O acetato de megestrol é substancialmente excretado pelos rins32 e, o risco de reações tóxicas pode ser maior em pacientes com insuficiência renal33. Devido a maior probabilidade de os idosos terem função renal31 diminuída, deve-se ter cuidado na escolha da dose e pode ser útil monitorar as funções renais.
Efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas
Não são conhecidos os efeitos do acetato de megestrol com relação à habilidade de dirigir ou operar máquinas.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Não são conhecidas informações sobre interações com outros medicamentos ou alimentos.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Conservar o produto em temperatura ambiente (15–30°C). Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas do produto
Os comprimidos de Femigestrol 160 mg são oblongos, de cor branca, biconvexos, com vinco em uma das faces e isento de partículas pretas e materiais estranhos
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Posologia
Carcinoma4 de Mama5: 160 mg/dia (1 comprimido/dia).
É recomendado um período de pelo menos dois meses de tratamento contínuo para determinar a eficácia de Femigestrol.
As doses esquecidas não devem ser compensadas. Se o paciente esquecer uma dose de Femigestrol, ele deve reiniciar o tratamento com a dose prescrita e consultar o médico.
Para segurança e eficácia desta apresentação, Femigestrol não dever ser administrado por vias não recomendadas. A administração deve ser somente pela via oral.
REAÇÕES ADVERSAS
Aumento de Peso
O aumento de peso é um efeito colateral34 frequente do acetato de megestrol quando usado em pacientes com câncer21. Este aumento tem sido associado ao aumento de apetite. O ganho de peso está associado com um aumento de gordura17 e de massa celular corpórea.
Fenômenos Tromboembólicos
Relatam-se fenômenos tromboembólicos que incluem: tromboflebite20 e embolia35 pulmonar (fatal em alguns casos).
Outras Reações Adversas
Náuseas36, vômitos37, edema38 e sangramento uterino espontâneo ocorrem em aproximadamente 1% a 2% dos pacientes. Também foram relatados: dispneia39, dor, insuficiência cardíaca40, hipertensão41, fogachos, alteração do humor, faces cushingóides, exacerbação tumoral (com ou sem hipercalcemia), hiperglicemia42, alopecia43, síndrome44 do túnel de carpo, diarreia45, letargia46 e erupções cutâneas47.
Em geral, nos estudos clínicos com acetato de megestrol em pacientes com a síndrome44 da imunodeficiência48 adquirida (AIDS) não houve diferenças estatisticamente significativas entre o tratamento ativo e o placebo49, em pacientes reportando pelo menos um evento adverso. Eventos relatados em ? 5% destes pacientes estudados incluem diarreia45, impotência50 e erupções cutâneas47. Foram relatados outros eventos adversos como: flatulência, astenia51 e dor.
Também foram relatadas constipação52 e diurese53 frequente nas pacientes que receberam altas doses de acetato de megestrol nos estudos clínicos.
Anormalidades do eixo adrenal-pituitário incluindo intolerância à glicose54, novos casos de diabetes22, exacerbação de diabetes22 preexistente com diminuição da tolerância à glicose54 e síndrome44 de Cushing foram relatadas com o uso de acetato de megestrol. Raramente registrou-se insuficiência55 adrenal clinicamente aparente nos pacientes, logo após a descontinuação do acetato de megestrol. A possibilidade de supressão adrenal deve ser considerada em todos os pacientes que estejam recebendo ou descontinuando terapia crônica com acetato de megestrol. Doses de reposição de glicocorticoides podem ser indicadas.
A Tabela 4 inclui todos os eventos adversos citados acima agrupados de acordo com a frequência e a classe dos sistemas orgânicos, seguindo as seguintes categorias:
As reações podem ser classificadas em:
Categoria |
Frequência |
Muito comum |
≥ 10% |
Comum |
≥ 1% e < 10% |
Incomum |
≥ 0,1% e < 1% |
Raro |
≥ 0,01% e < 0,1% |
Muito raro |
< 0,01% |
Desconhecida |
Não pode ser estimada pelos dados disponíveis |
Esta tabela foi compilada de acordo com as recomendações do Conselho de Organizações Internacionais de Ciências Médicas (CIOMS), grupos III e V.
Tabela 4 Frequência das reações adversas
Classe de Sistemas Orgânicos |
Frequência |
Eventos Adversos |
Neoplasias6 benignas, malignas e não especificadas (incluindo quistos e pólipos56) |
Comum |
Exacerbação tumoral |
Desordens endócrinas |
Muito comum |
Insuficiência55 adrenal, cushingóide, Síndrome de Cushing57 |
Desordens do Metabolismo58 e da nutrição59 |
Muito comum |
Diabetes22 mellitus, intolerância à glicose54, hiperglicemia42, aumento do apetite |
Desordens psiquiátricas |
Comum |
Alterações do humor |
Desordens do sistema nervoso60 |
Comum |
Síndrome44 do túnel do carpo, letargia46 |
Desordens cardíacas |
Comum |
Insuficiência cardíaca40 |
Desordens vasculares61 |
Muito comum |
Tromboflebite20, embolia35 pulmonar (fatal em alguns casos), hipertensão41, fogacho |
Desordens respiratórias, toráxicas e mediastinais |
Muito comum |
Dispneia39 |
Desordens gastrointestinais |
Comum |
Náuseas36, vômitos37, diarreia45, flatulência |
Muito comum |
Constipação52 |
|
Desordens da pele62 e do tecido subcutâneo63 |
Comum |
Erupções |
Comum |
Alopecia43 |
|
Desordens renais e urinárias |
Comum |
Polaciúria |
Desordens do sistema reprodutor e das mamas64 |
Comum |
Sangramento uterino espontâneo, Disfunção erétil |
Desordens Gerais e no local da administração |
Comum |
Astenia51, dor, edema38 |
Investigações |
Muito comum |
Aumento de peso |
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
SUPERDOSE
Não foram observados efeitos toxicológicos agudos nos estudos envolvendo acetato de megestrol, utilizando-se doses tão elevadas quanto 1600 mg/dia durante 6 meses ou mais.
Relatos de superdose foram recebidos no período de pós-comercialização. Os sinais65 e sintomas66 reportados no contexto de superdose foram: diarreia45, náusea67, dor abdominal, dispneia39, tosse, marcha instável, letargia46 e dor no peito68. Não existe um antídoto69 específico para casos de superdose com Femigestrol. Em caso de superdose, medidas apropriadas deverão ser tomadas.
O acetato de megestrol não foi testado com relação à capacidade de ser dialisável, entretanto, devido à sua baixa solubilidade, é postulado que a diálise70 não seria um método eficiente para o tratamento de superdose.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
REFERÊNCIAS
- By Jeffrey Abrams, Joseph Aisner, Constance Cirrincione, Donald A. Berry, Hyman B. Muss, M. Robert Cooper, I. Craig Henderson, Lawrence Panasci, Jeffrey Kirshner, John Ellerton, and Larry Norton. Dose-Response Trial of Megestrol Acetate in Advanced Breast Cancer21: Cancer21 and Leukemia Group B Phase III Study 8741. Journal of Clinical Oncology, Vol 17, No 1 (january), 1999: pp 64-73.
- J.F.R. Robertson, M.R. Williams, J. Todd, R.I. Nicholson, D.A. L. Morgan and R.W. Blamey. Factors Predicting the Response of Patients with Advanced Breast Cancer21 to Endocrine (Megace) Therapy. Eur J Cancer21 Clin Oncol, Vol. 25, No 3, 1989:pp 469-475.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
MS – 1.0646.0123
Farm. Resp.: Tathiane Aoqui de Souza Castro – CRF-SP Nº 26.655
Registrado por:
Laboratório Químico Farmacêutico Bergamo Ltda.
Rua Rafael de Marco, 43 – Pq. Industrial – Jd. das Oliveiras
Taboão da Serra – SP CNPJ: 61.282.661/0001-41
Indústria Brasileira
Fabricado por:
Blisfarma Indústria farmacêutica Ltda. Rua da Lua, 147 – Jd. Ruyce
Diadema – SP
SAC 0800 011 3653