

Delta - Ifal (Bula do profissional de saúde)
IFAL INDUSTRIA E COMERCIO DE PRODUTOS FARMAC LTDA
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Delta Ifal
deltametrina
Loção 0,2 mg/mL
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Loção
Frasco com 80 mL ou 100 mL
VIA DE ADMINISTRAÇÃO: USO EXTERNO
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO:
Cada mL de Delta Ifal loção contém:
deltametrina | 0,2 mg/mL |
veículo q.s.p. | 1 mL |
Veículo: água purificada, álcool cetoestearílico, essência, metilparabeno, propilenoglicol, propilparabeno, quaternário de amônio e vaselina líquida.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE1
INDICAÇÕES
Delta Ifal é destinado para o tratamento e prevenção das doenças ectoparasitárias como a pediculose, da ftiríase, da escabiose2 e das infestações por carrapatos em geral.
A forma farmacêutica xampu está particularmente indicada em infestações parasitárias do couro cabeludo.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
O princípio ativo deste medicamento, a deltametrina, é um composto piretroide de quarta geração. É uma alternativa segura e eficaz para o tratamento de doenças ectoparasitárias, conforme demonstrações a seguir.
Pediculose. O tratamento é conduzido basicamente utilizando medicamentos à base de compostos organoclorados, tais como o lindano e à base de piretroides, como a deltametrina e a permetrina3 (Hill, 2000).
Escabiose2. O tratamento, no geral, consiste na aplicação de medicamentos a base também de lindano, permetrina3 e deltametrina sob a forma de loções na pele4 do corpo todo, do pescoço5 para baixo, mesmo nos locais onde não aparecem lesões6 ou coceira (Hogan, 1991).
Ftiríase. O seu tratamento é realizado com compostos organoclorados e piretroides. De acordo com Wendel & Rompalo (2002), o tratamento mais eficaz utilizado atualmente para esta parasitose é uma combinação do uso de agente tópico7 e a administração oral de ivermectina.
A administração de deltametrina para tratamento de ectoparasitores via transdérmica é a que oferece o menor risco de intoxicação e o maior grau de segurança. A utilização de soluções tópicas, xampus e cremes a base de piretroides é contemplada na literatura como sendo uma alternativa eficaz e segura para o combate de escabiose2 e pediculose humana (Elgart, 1999; Hipólito et al., 2001; Roos et al., 2001).
Em um estudo realizado por Picollo et al.; 2000, a resistência dos parasitas observada para a terapia tópica com a deltametrina foi considerada significativamente menor do que a com os demais inseticidas tópicos piretroides. Apesar do risco de desenvolvimento de um quadro de hipersensibilização, a deltametrina tem se mostrado uma alternativa eficaz, segura e de baixo custo para o tratamento da escabiose2 e da pediculose humana (Brown et al., 1995).
Em estudo realizado por Heukelbach e colaboradores (2004) foi demonstrada uma redução significativa na prevalência8 de escabiose2 e pediculose em um grupo de indivíduos impossibilitado de receber terapia oral com ivermectina, que recebeu tratamento tópico7 com deltametrina. Os participantes do estudo foram instruídos a utilizar por três noites consecutivas a solução tópica no corpo e na cabeça9. O monitoramento de eventos adversos foi realizado pelos investigadores no intervalo de 2 – 5 dias após a aplicação do produto. Nenhum efeito adverso sério foi relatado e a eficácia do tratamento foi estimada em 87%.
Outro estudo atestou a eficácia da deltametrina. Foi realizado um estudo multicêntrico em vários centros urbanos, totalizando 563 pacientes com as seguintes parasitoses: 540 com pediculose do couro cabeludo, 2 com pediculose pubiana10, 1 caso com ambos os tipos de pediculose e 20 casos de escabiose2. O tratamento consistiu na aplicação tópica de loção de deltametrina a 0,2%, nos pacientes infestados de piolhos, à noite, com lavagem dos cabelos e couro cabeludo com xampu contendo deltametrina, na manhã seguinte. A erradicação dos parasitos foi obtida em 99,45% dos pacientes tratados. A tolerância à deltametrina foi excelente. Concordantes com os resultados obtidos por outros pesquisadores, os nossos demonstram uma atividade extraordinária da deltametrina sobre P. capitis, P. pubis11 e S. scabiei, levando à cura em praticamente todos os casos (Waisman, 1986).
Referências Bibliográficas:
- Brown S, Becher J, Brady W. Treatment of ectoparasitic infections: review of the English-language literature. Clin Infect Dis. 1995;20(1):S104-S9.
- Elgart ML. Current treatment for scabies and pediculosis. Skin Therapy Lett. 1999;5(1):1-3. Health Organ. 2004;82(8):563-71
- Hensel P. The challenge of choosing a pediculicide. Public Health Nursing. 2000;17(4):300-4. Heukelbach J, Oliveira FAS, Feldmeier H. Ectoparasitoses e saúde1 pública no Brasil: desafios para controle. Cadernos de Saúde1 Pública. 2003;19(5):1535-40.
- Heukelbach J, Winter B, Wilcke T, et al. Selective mass treatment with ivermectin to control intestinal helminthiases and parasitic skin diseases in a severely affected population. Bull World
- Hill N. Lancet. 2000 Dec 9;356(9246):2007; author reply 2008. Treatment of head lice. No abstract available. PMID: 11130540.
- Hipolito RB, Mallorca FG, Zuniga-Macaraig ZO, et al. Head lice infestation: single drug vesus combination therapy with one percent permethrin and trimethoprim/sulfamethoxazole. Pediatrics. 2001 Mar;107(3):E30.
- Hogan DJ, Schachner L, Tanglertsampan C. Diagnosis and treatment of childhood scabies and pediculosis. Pediatr Clin North Am. 1991;38(4):941-57.
- Picollo MI, Vassena CV, Mougabure Cueto GA, et al. Resistance to insecticides and effect of synergists on permethrin toxicity in Pediculus capitits (Anoplura: Pediculus) from Buenos Aires. J Med Entomol. 2000 Sep;37(5):721-5.
- Roos TC, Alam M, Roos S, et al. Pharmacotherapy of ectoparasitic infections. Drugs. 2001;61(8):1067-88.
- Waisman, J. Deltametrina no tratamento das ectoparasitoses: estudo multicêntrico realizado a nível nacional. Rev Bras Med. 1986, 43(11/12):321-4.
- Wendel K, Rompalo A. Scabies and pediculosis pubis11: an update of treatment regimens and general review. Clin Infect Dis. 2002;35(Suppl 2):S146-51.
CARACTERÍSTICASFARMACOLÓGICAS
A deltametrina é a substância mais ativa da classe dos piretroides, substância sintética obtida por esterificação12 do ácido crisantêmico. A deltametrina apresenta elevado coeficiente de segurança e baixa toxicidade13 para mamíferos. Possui considerável efeito residual e alto poder letal contra piolhos e ácaros. Apresenta notáveis propriedades pediculicidas e escabicidas, sendo o Pediculis humanus capitis, Pediculus humanus coporis, Phthirus pubis11 e seus ovos extraordinariamente sensíveis à sua ação. A sua ação é seletiva e se dá após absorção da substância através do exoesqueleto de quitina dos ectoparasitas. Uma vez no interior do organismo do inseto, a deltametrina transportada pela hemolinfa, fixa-se aos gânglios14 nervosos periféricos e nas estruturas motoras do sistema nervoso15, produzindo excitabilidade, incoordenação motora, paralisia16, letargia17 e morte do parasita18 (Hensel, 2000).
Normalmente são utilizadas formulações que apresentam uma concentração que varia de 0,01 – 5%, dependendo da indicação clínica, as quais são aplicadas diretamente sobre a pele4 ou o couro cabeludo. Recomenda-se a aplicação do produto, na forma tópica, em toda extensão corpórea, devendo o mesmo permanecer na pele4 por um período, no mínimo de 8 horas. É usual a associação de piretrinas e piretroides com butoxido de piperonil, o que potencializa os efeitos inseticidas desses compostos.
Estrutura química da deltametrina

Fonte: Joint Meeting on Pesticide Residues - WHO
Os princípios farmacocinéticos que regem os fármacos de aplicação tópica são semelhantes aos envolvidos nas outras vias de administração de fármacos. Entretanto, apesar da pele4 humana ser normalmente apresentada como uma estrutura simples constituída por três camadas sobrepostas, deve ser considerada a existência de um mecanismo de barreira complexo capaz de alterar a difusão de fármacos através da pele4.
Por ser um composto lipofílico, com alto peso molecular, a deltametrina apresenta uma baixa volatilidade. Preparações tópicas contendo deltametrina apresentam estabilidade térmica, entretanto, se exposta a radiações UV, pode ocorrer um processo de isomerização do tipo cis-trans, ocasionando a perda do átomo de bromo e alterando as propriedades farmacológicas do produto.
Como os demais piretroides, a deltametrina interfere em uma série de processos neuroquímicos, mas nem as suas ações intoxicantes parecem estar envolvidas totalmente na interrupção da função neural. Existem evidências que sugerem que os canais de sódio-voltagem-dependentes são o principal alvo molecular desses inseticidas, tanto em mamíferos quanto em insetos. Sendo assim, essa classe de compostos vem sendo categorizada como bloqueadores de canais abertos de sódio (Ray, 1991).
A faixa de diferentes ações sobre as rotas de neurônios19 sensoriais e motores decorrentes de efeitos qualitativos distintos nos canais de sódio parecem justificar as síndromes de envenenamento em insetos e mamíferos. Também é importante salientar que, apesar dos canais de sódio-voltagem-dependentes serem considerados os principais alvos da ação dos piretroides, esse mecanismo não é considerado único nos processos de intoxicação.
Os neurônios19 neurosecretores dos insetos, caracterizados por apresentarem uma grande quantidade de canais de cálcio-voltagem-dependentes, são muito sensíveis a concentrações extremamente baixas desses inseticidas. Sendo assim, há evidências de que no sistema neurosecretório, os efeitos irreversíveis da intoxicação causados pelos piretroides como a deltametrina, não se restringem aos canais de sódio.
Sendo a deltametrina um piretroide, ela compartilha com as demais substâncias da classe, a propriedade de atuar diretamente sobre os canais de sódio da membrana dos axônios20 no sistema nervoso central21 e periférico do parasita18.
CONTRAINDICAÇÕES
Delta Ifal é contraindicado para pacientes22 que apresentam hipersensibilidade à substância deltametrina ou à outros componentes da fórmula, alergia23 respiratória e com lesões6 de pele4 como feridas e queimaduras ou condições que possibilitem uma maior absorção deste medicamento.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Não deve ser ingerido ou inalado.
Não deve haver contato com os olhos24 e mucosas25. No caso de contato acidental com os olhos24, lavá-los imediatamente com água corrente por alguns minutos.
No caso de infecção26 ou irritação da pele4, interromper o tratamento.
No caso de uso em pele4 lesada por feridas ou queimaduras, pode ocorrer maior absorção da deltametrina com efeitos gastrintestinais e neurológicos agudos, efeitos estes, característicos quando o medicamento é utilizado erroneamente pela via oral, o que é extremamente proibido.
Normas de higiene recomendadas:
- Ferver as roupas de cama e de uso pessoal, mantendo-as limpas;
- Manter as unhas27 curtas e limpas. No caso de pediculose (piolhos) e ftiríase (chatos), manter os cabelos curtos e limpos;
- Evitar exagero de coçar e colocar luvas de proteção nas crianças;
- Procurar descobrir possíveis portadores e possíveis contatos com eles ou seus objetos de uso;
- Alertar os responsáveis por instituições coletivas frequentadas pelo portador do parasita18.
Fertilidade, Gravidez28 e Lactação29
Toxicidade13 Reprodutiva: Um estudo de teste reprodutivo de três gerações realizado em ratos, indicou que a NOEL estimada para a deltametrina deve ser superior a 2,5mg/kg/dia, sendo os níveis testados 0; 0,1; 1,0 e 2,5mg/kg/dia. A administração oral de deltametrina no 7º e 16º dia de gestação produziu uma redução de peso proporcional à dose administrada, não sendo, contudo, observado nenhum efeito no número de implantes, mortalidade30, peso ou má formação fetal (Hayes e Laws, 1990).
Carcinogenicidade: A International Agency for Research on Cancer31, em 1991, concluiu que as substâncias deltametrina, fenvalerato e permetrina3 não são consideradas carcinogênicas à espécie humana.
Teratogenicidade: Não há evidências na literatura que indiquem que a deltametrina apresente atividade teratogênica32 em camundongos, ratos e coelhos (Hayes e Laws, 1990).
Categoria B – Não há estudos adequados em mulheres. Em experiência em animais não foram encontrados riscos, mas foram encontrados efeitos colaterais33 que não foram confirmados nas mulheres, especialmente durante o último trimestre de gravidez28.
Os estudos em animais não demonstraram risco fetal, mas também não há estudos controlados em mulheres grávidas; ou então, os estudos em animais revelaram riscos, mas que não foram confirmados em estudos controlados em mulheres grávidas.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Não foram relacionadas as interações do produto com outras substâncias e/ou medicamentos
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Evitar calor excessivo (temperatura superior a 40°C). Proteger da luz e umidade.
Prazo de validade – 24 meses.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas do produto
Apresenta-se na forma de loção homogênea, branca, com odor característico.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Aplicar o produto friccionando em toda região afetada do corpo, caso necessário, deixando permanecer até o próximo banho. Usar durante 4 dias consecutivos.
REAÇÕES ADVERSAS
Pode ocorrer irritação cutânea34, ocular e reações de hipersensibilidade, sobretudo do tipo alergia23 respiratória.
No caso de uso em pele4 lesada por feridas ou queimaduras, pode ocorrer maior absorção da deltametrina com efeitos gastrintestinais e neurológicos agudos.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
No caso de ingestão acidental deve-se induzir o vômito35 nos indivíduos conscientes ou realizar lavagem gástrica36 nos inconscientes. Pode-se administrar sais catárticos (hidróxido de magnésio, citrato de magnésio, sulfato de magnésio) para aumentar o trânsito intestinal, reduzindo assim a sua absorção pelo organismo.
No caso de inalação acidental, pode-se necessitar de respiração artificial37.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
Siga corretamente o modo de usar, não desaparecendo os sintomas38 procure orientação médica.
Reg. M.S.: 1.3531.0034
Farm. Resp.: Mariana Suso Salgado - CRF RS 1 16951
IFAL - IND. COM. PROD. FARMACÊUTICOS LTDA
Av. José Loureiro da Silva, 1211 - Camaquã - RS
CNPJ: 00.376.959/0001-26
Indústria Brasileira
SAC: (51) 3671-5040
