

Farmanguinhos Cloroquina (Bula do profissional de saúde)
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Farmanguinhos Cloroquina
Difosfato de cloroquina
Comprimido 150 mg
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Comprimido
Embalagem contendo 50 strips com 10 comprimidos cada
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO (A PARTIR DE 4 ANOS)
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido de 150 mg contém:
cloroquina (equivalente a 241, 91 mg de difosfato de cloroquina) | 150 mg |
excipientes q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: amido de milho, estearato de magnésio, talco 325 mesh, manitol oral em pó e água purificada.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE1
INDICAÇÕES
A cloroquina é indicada para profilaxia e tratamento de ataque agudo2 de malária causado por Plasmodium vivax, P. ovale e P. malarie. Também está indicada no tratamento de amebíase hepática3 e, em conjunto com outros fármacos, tem eficácia clínica na artrite reumatoide4, no lúpus5 eritematoso6 sistêmico7 e lúpus5 discoide, na sarcaidose e nas doenças de fotossensibilidade como a porfiria8 cutânea9 tardia e as erupções polimórficas graves desencadeadas pela luz.
Ações antimaláricas. A cloroquina, mesmo em doses maciças, não possui atividade significativa contra as fases exoeritrocitárias dos plásmadios nos tecidos. A substância não é, portanto, agente profilático causal e não impede o estabelecimento da infecção10. Entretanto, é altamente eficaz contra as formas eritrocitárias assexuadas de P. vivax e P. falciparum e gametócitos de P. vivax. É superior à quinina na supressão da malária causada por P. vivax. No ataque agudo2 da malária, a cloroquina controla rapidamente os sintomas11 clínicos e a parasitemia; a maioria dos pacientes torna-se completamente apirética em 24 a 48 horas após a administração de doses terapêuticas e esfregaços espessos de sangue12 periférico em geral são negativos em relação aos parasitas após 48 a 72 horas. A cloroquina, assim como a quinina, não evita as recidivas13 da malária causada por P. vivax, mas aumenta substancialmente o intervalo entre as mesmas. A cloroquina é bem tolerada e, portanto, mais fácil de administrar do que a quinina. Difere desta por não manifestar sinergismo terapêutico ou tóxico quando usado com a primaquina.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
O principal obstáculo ao êxito do tratamento antimalárico é o desenvolvimento, por parte do parasita14, de resistência aos medicamentos disponíveis. A resistência adquirida ao antimalárico não deve ser confundida com insensibilidade ou refratariedade natural dos parasitas em relação a essas drogas. É obvio que essa refratariedade existe, mas não está relacionada à exposição prévia à droga. Dentre as espécies de plasmódio que infectam os seres humanos, a resistência adquirida aos antimaláricos15 representa um problema clínico sério apenas quando se trata do P. falciparum. Este histórico de tolerância cada vez maior do P. falciparum ao arsenal terapêutico antimalárico disponível ilustra dramaticamente a necessidade de desenvolverem-se drogas quimioterápicas que atuem por diferentes mecanismos e que não estejam sujeitos ao desenvolvimento de resistência cruzadas entre si. A cloroquina faz parte de uma grande série de 4-amino-quinolonas que foram estudadas no extenso programa cooperativo de pesquisa antimalárica com o objetivo de descobrir drogas supressivas mais eficazes e menos toxicas do que a quinacrina, um derivado da acridina que deixou de ser usado na quimioterapia16 da malária devido à sua toxicidade17 e à incapacidade de curar malária causada por P. vivax ou de agir como profilático causal.
Química. (±)-Cloroquina [7-cloro-4-(4-dietil-amino -1-metilbutilamino)-quinolina]. O difosfato é um pó branco, amargo, solúvel em água. Suas soluções são estáveis.
Eficácia. A cloroquina declinou nas regiões do mundo onde emergiram cepas18 de P. falciparum relativa ou absolutamente resistentes à sua ação. A cloroquina é muito eficaz na profilaxia e ou no tratamento de ataques agudos de malária, causadas por P. vivax, P. ovale e P. malariae, exceto em áreas onde se descrevem cepas18 de P. vivax resistentes à sua ação. A cloroquina não tem atividade contra estágios hepáticos primários ou latentes dos parasitas. Para prevenir as recaídas nas infecções19 por P. vivax e P. ovale, se pode administrar primaquina juntamente com a cloroquina. A cloroquina não é tão eficaz quanto o metronidazol para o tratamento da amebíase hepática3, devendo ser utilizada somente quando o metronidazol ou outro composto nitroimidazólico está contraindicado ou indisponível. Cloroquina tem sido usada para tratamento da amebíase extraintestinal, incluindo abscesso20 hepático, causados por Entamoeba histolytica. Não é eficaz como tratamento da amebíase intestinal, pois é quase completamente absorvida pelo intestino delgado21 e apenas uma pequena parte da droga está presente na parede intestinal. Na artrite reumatóide4, embora possa ser utilizada, vem sendo substituída por outras drogas, como o metotrexato. É usada como adjunto ao corticosteróide tópico22 no tratamento do lúpus5 eritematoso6 discóide e adjunto do corticosteróide sistêmico7 no tratamento do lúpus5 eritematoso6 sistêmico7, quando a artrite23 é um sinal24 significativo.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Farmacodinâmica
A cloroquina se liga moderadamente (60%) às proteínas25 plasmáticas e sofre biotransformação considerável através do sistema hepático do citocromo P450 em metabólitos26 ativos, a desetilcloroquina e a bidesetilcloroquina. Esses metabólitos26 podem alcançar concentrações plasmáticas de (40 a 10) % da concentração de cloroquina, respectivamente. O enantiômero S(+) da cloroquina apresenta tanto maior ligação às proteínas25 plasmáticas como maior depuração metabólica do que o enantiômero R(+). Os derivados 4-aminoquinolinas ligam-se às nucleoproteínas e interferem na síntese de proteínas25; inibem a polimerase do DNA e RNA. Concentram-se nos vacúolos digestivos do parasita14, aumentando o pH, interferindo na capacidade do parasita14 de metabolizar e utilizar a hemoglobina27 da hemácia. As formas exoeritrocitárias do plasmódio não têm vacúolos digestivos, não utilizam a hemoglobina27 e não são afetadas pela cloroquina. A cloroquina atua como amebicida tissular28, por mecanismo pouco conhecido. Tem atividade antiinflamatória, mas o mecanismo de ação na artrite reumatóide4 e no lúpus5 não são conhecidos. Estudos in vitro indicam que a cloroquina também inibe a quimiotaxe dos leucócitos polimorfonucleares29, macrófagos30 e eosinófilos31.
Farmacocinética
A cloroquina é uma 4-aminoquinolina com rápida atividade esquizonticida para todas as espécies de Plasmodium e gametocida para P. vivax, P. malariae e P. ovale, sendo eficaz contra as formas eritrocíticas dessas três espécies. Não é eficaz contra P. falciparum e não tem atividade contra os estágios hepáticos primários ou latentes dos parasitos. A cloroquina tem efeito tóxico direto sobre trofozoítos de E. histolytica, se concentrando no fígado32, sendo utilizada para tratar abscesso20 hepático amebiano. A cloroquina é ineficaz para a amebíase intestinal, pois alcança baixas concentrações no lúmen33 e na parede do cólon34, sendo absorvida pelo intestino delgado21. A cloroquina é bem absorvida a partir do trato gastrointestinal. A distribuição do fármaco35 é relativamente lenta em um volume aparentemente muito grande (>100 L/kg). A cloroquina liga-se moderadamente (60%) às proteínas25 plasmáticas e sofre apreciável biotransformação através das enzimas CYP hepáticas36. A depuração renal37 da cloroquina corresponde a cerca de metade da sua depuração sistêmica total.
A cloroquina exibe em adultos e crianças uma farmacocinética complexa, de modo que os níveis plasmáticos do fármaco35 logo após sua administração são determinados pela velocidade de distribuição e não pela de eliminação. Devido a extensa ligação com os tecidos, é necessária uma dose de ataque para obter concentrações plasmáticas eficazes. A meia-vida da cloroquina aumentam de (72 a 120) horas, à medida que os níveis plasmáticos declinam. A meia-vida terminal varia de (30 a 60) dias e vestígios do fármaco35 podem ser encontrados na urina38, durante anos após o uso terapêutico.
Além de seu efeito antiparasitário, a cloroquina tem ação antipirética e anti- inflamatória. Apresenta absorção rápida e quase completa; com pico plasmático em (1 a 2) horas; distribuindo-se amplamente nos tecidos, concentrando-se na íris39, coróide e menos na córnea40, retina41, esclera42 e também nas hemácias43.
A cloroquina atravessa a placenta e distribui-se no leite materno. Meia-vida plasmática de (72 a 120) horas; metabolizada no fígado32 e excretada lentamente na urina38.
Dados de segurança pré-clínica
A cloroquina é o antimalárico mais versátil disponível, porém sua utilidade diminui nas regiões do mundo onde surgiram cepas18 de P. falciparum com resistência relativa ou absoluta à sua ação. A administração de cloroquina se apresenta mais vantajosa quando comparada à quinina, por ser um fármaco35 mais potente, menos tóxico, além de apresentar a necessidade de uma única administração semanal (1 x/semana) como agente supressor44.
A cloroquina não tem valor profilático nem curativo radical na malária humana por P. vivax ou P. ovale. No entanto, com exceção da Oceania e de outras regiões onde há registros de cepas18 relativamente resistentes de P. vivax, a cloroquina é muito eficaz para interromper ou suprimir crises agudas de malária causadas por essas espécies de plasmódio. Após a suspensão do tratamento com a cloroquina podem ocorrer recidivas13 da malária vivax, porem os intervalos de aparecimento são prolongados. A primaquina pode ser associada à cloroquina a fim de erradicar essa infecção10, ou ainda, pode ser reservada para utilização após o paciente deixar a área endêmica.
A cloroquina é altamente eficaz na profilaxia e na cura da malária por P. falciparum que ainda existem em algumas regiões geográficas. O fármaco35 controla rapidamente os sintomas11 clínicos e a parasitemia das crises de malária.
CONTRAINDICAÇÕES
Farmanguinhos cloroquina é contra indicado nos casos de hipersensibilidade (alergia45) a cloroquina ou a qualquer outro componente da fórmula; quando o paciente apresentar alterações na retina41 em utilização prévia do medicamento; no tratamento da malária por Plasmodium falciparum em zonas onde existe resistência à cloroquina e em associação com os seguintes medicamentos: aurotioglicose, cepridil, cisaprida, gemifloxacino, amiodarona, halofantrina, isoflurano, mesoridazina, pimozida, terfenadina, tioridazina, ziprasidona, digoxina, ciclosporina, cimetidina, proguanil, fenilbutazona, mefloquina, penicilina, heparina, clorpromazina e também com medicamentos utilizados para o tratamento de convulsões e ou epilepsia46.
A cloroquina não é recomendada para tratar indivíduos com epilepsia46 ou miastenia47 gravis, devendo ser usada com cautela na presença de doença hepática3, distúrbios gastrointestinais, neurológicos e sanguíneos. Em casos raros, pode causar hemólise48 em pacientes com deficiência deglicose-6-fosfato-desidrogenase. A cloroquina não deve ser prescrita a pacientes com psoríase49 ou outra doença esfoliativa, devido às reações graves que pode provocar. Não deve ser usada para tratar malária em pacientes com porfiria8 cutânea9 tardia.
Este medicamento é contraindicado para portador de psoríase49 ou outra doença esfoliativa, para portador de porfiria8, para portador de epilepsia46, para portador de miastenia47 gravis, para pacientes50 com problemas graves no fígado32 (insuficiência hepática51 avançada) e para portador de deficiência de glicose52-6-fosfato- desidrogenase.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
A cloroquina é um fármaco35 que apresenta estreita margem de segurança e uma dose única de 30 mg/kg pode ser fatal. Os pacientes que recebem tratamento com cloroquina em altas doses em longo prazo, devem ser submetidos às avaliações oftalmológicas e neurológicas a cada (3 ou 6) meses. Exames oftalmológicos, incluindo fundoscopia, exame com lâmpada de fenda, testes do campo visual53 devem ser realizados antes e periodicamente durante o tratamento prolongado com cloroquina. A medicação deve ser suspensa imediatamente quando ocorrer distúrbios visuais. Contagens hematológicas também devem ser realizadas periodicamente, em pacientes com uso contínuo. Pacientes com disfunção hepática3 e alcoólatras devem ser monitorados frequentemente. As crianças são mais sensíveis aos derivados 4-aminoquinolinas. A escolha do agente antimalárico para supressão ou quimioprofilaxia depende da área endêmica e da duração da exposição. Os viajantes devem ser informados que ainda é possível contrair malária, apesar da quimioprofilaxia. Os viajantes também devem ser avisados da importância da adoção de medidas para reduzir o contato com os mosquitos, como uso de repelentes, roupas especiais, telas de proteção etc.
O paciente deve evitar exposição excessiva ao sol. A cloroquina deve ser utilizada com cautela em portadores de hepatopatias ou graves distúrbios digestivos, neurológicos ou hematológicos. Os sintomas11 de malária podem se desenvolver em 6 dias após a exposição inicial ou podem aparecer apenas depois de alguns meses. A demora no tratamento pode provocar consequências graves e até fatais.
O uso prolongado da cloroquina pode provocar efeitos tóxicos graves e às vezes irreversíveis.
Gravidez54 e lactação55
“Categoria C” do FDA. A segurança no uso de cloroquina durante a gravidez54 ainda não está definitivamente estabelecida. O uso prolongado para tratamento de lúpus5 pode acarretar danos graves em nascidos de mães com doses de 250 mg, 2 vezes ao dia. Nas doses recomendadas para malária não são observados danos ao feto56.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Direção de veículos e operação de máquinas
É recomendável evitar atividades que exijam atenção, como dirigir e operar máquinas, durante o tratamento e até cinco dias após o término do tratamento, pois Farmanguinhos cloroquina pode alterar a visão57 e a consciência. Essa recomendação também vale para trabalhar sem um apoio firme.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
A cloroquina interage com uma variedade de fármacos. Não deve ser administrada concomitantemente com mefloquina, por aumentar o risco de convulsões. O mesmo é válido para a associação da cloroquina com anticonvulsivantes, pois a cloroquina se opõe à ação dos mesmos. A associação da cloroquina com amiodarona ou halofantrina aumenta o risco de arritmias58 ventriculares. A cloroquina aumenta o risco de toxicidade17 da digoxina e ciclosporina.
Deve ser evitado o uso da cloroquina com antiácidos59 à base de trissilicato de magnésio e produtos contendo caolim e pectina, pois provocam diminuição da absorção do medicamento. O uso concomitante com ouro ou fenilbutazona também deve ser evitado, uma vez que existe uma tendência em provocar dermatite60.
A associação da cloroquina com aurotioglicose aumenta o risco de ocorrer discrasias sanguíneas. Em uso concomitante com bepridil, cisaprida, gemifloxacino, halofantrina, isoflurano, mesoridazina, pimozida, terfenadina, tioridazina, ziprasidona ocorre aumento do risco de cardiotoxicidade (prolongamento do intervalo QT, torsades de pointes, parada cardíaca).
A cimetidina aumenta os efeitos/toxicidade17 da cloroquina, logo recomenda-se substituir a cimetidina por outro antiulceroso, como o sucralfato, que apresenta menor potencial para alterar a farmacocinética da cloroquina.
O uso concomitante com ciprofloxacino pode aumentar a excreção urinária de ciprofloxacino.
A associação de cloroquina com praziquantel pode reduzir a biodisponibilidade da cloroquina. A associação de cloroquina com proguanil pode aumentar a ocorrência de lesões61 bucais. A associação de cloroquina com metotrexato reduz os níveis de metotrexato. O uso concomitante com heparina pode causar trombocitopenia62 aos pacientes em tratamento com cloroquina. A cloroquina pode interferir na imunogenicidade de certas vacinas.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Farmanguinhos cloroquina deve ser conservado em temperatura ambiente (15 a 30°C, protegido da luz e umidade).
O prazo de validade de Farmanguinhos cloroquina é de 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Aspecto físico
Farmanguinhos cloroquina está disponível na forma de comprimido circular, plano e sulcado e na cor branca.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Farmanguinhos cloroquina deve ser ingerido com um pouco de água. Se possível, ingerir após as refeições para evitar enjoo e vômitos63. Em caso de vômito64, deve-se administrar nova dose imediatamente. Mesmo que haja melhora dos sintomas11 com as primeiras doses, deve-se continuar o tratamento durante todo o tempo prescrito.
Tabela 1 – Tratamento das infecções19 pelo P. vivax ou P. ovale com cloroquina em 3 dias e primaquina em 7 dias (esquema curto)
Idade/Peso do paciente | Número de comprimidos por medicamentos por dia | ||||||
1º Dia | 2º Dia | 3º Dia | 4º Dia ao 7º Dia | ||||
Cloroquina 150 mg | Primaquina 5 mg | Cloroquina 150 mg | Primaquina 5 mg | Cloroquina 150 mg | Primaquina 5 mg | Primaquina 5 mg | |
4–8 anos (15–24 Kg) |
1 | 2 | 1 | 2 | 1 | 2 | 2 |
Tabela 2 – Tratamento das infecções19 pelo P. vivax ou P. ovale com cloroquina em 3 dias e primaquina em 8 dias com base no peso do paciente.
Idade/Peso do paciente | Número de comprimidos por medicamentos por dia | |||||||
1º Dia | 2º Dia | 3º Dia | 4º Dia ao 7º Dia | 8º Dia | ||||
Cloroquina 150 mg | Primaquina 15 mg | Cloroquina 150 mg | Primaquina 15 mg | Cloroquina 150 mg | Primaquina 15 mg | Primaquina 15 mg | Primaquina 15 mg | |
9–11 anos (25–34 Kg) |
2 | 1 | 2 | 1 | 2 | 1 | 1 | 0 |
12–14 anos (35–49 Kg) |
3 | 2 | 2 | 2 | 2 | 2 | 1 | 0 |
≥ 15 anos (50 a 69 kg) |
4 | 2 | 3 | 2 | 3 | 2 | 2 | 0 |
≥ 15 anos (70 a 79 kg) |
4 | 2 | 3 | 2 | 3 | 2 | 2 | 2 |
- Cloroquina comprimido de 150 mg, Primaquina Infantil: comprimido de 5 mg e Primaquina adulto: comprimidos de 15 mg
- Sempre dar preferência ao peso para a escolha da dose.
- Todos os medicamentos devem ser administrados em dose única diária.
- Administrar os medicamentos preferencialmente após as refeições.
- Se surgir icterícia65, suspender a primaquina.
Crianças e pacientes com peso inferior a 15 kg
Não há um número de comprimidos de Farmanguinhos cloroquina adequado para pacientes50 com peso corporal abaixo de 15 kg, pois as recomendações terapêuticas incluem comprimidos fracionados.
Sempre que houver dúvida no tratamento da malária deve-se consultar o Manual de Terapêutica66 da Malária, do Ministério da Saúde1 do Brasil.
No tratamento do lúpus5 eritematoso6 e artrite reumatoide4:
Adultos: até 4 mg/kg de cloroquina base ao dia, durante um a seis meses, dependendo da resposta ao tratamento ou a critério médico.
Na amebíase hepática3:
Adultos: 600 mg de cloroquina base no primeiro dia e no segundo dia, seguidos de 300 mg/dia, por duas a três semanas. A dose pode ser aumentada, ou o esquema pode ser repetido, se necessário, a critério médico.
Crianças: 10 mg/kg de cloroquina base ao dia, durante dez dias ou a critério médico.
Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.
REAÇÕES ADVERSAS
A toxicidade17 aguda por cloroquina é mais frequente quando administrada muito rapidamente por via parenteral. As manifestações tóxicas estão relacionadas com efeitos cardiovasculares (hipotensão67, vasodilatação, supressão da função miocárdica, arritmias58 cardíacas, parada cardíaca), e do SNC68 (confusão, convulsões e coma69). As doses terapêuticas usadas no tratamento oral podem causar cefaleia70, irritação do trato gastrointestinal, distúrbios visuais e urticária71. Doses diárias altas (> 250 mg), resultando em doses cumulativas de mais de 1 g/kg de cloroquina base, podem resultar em retinopatia e ototoxicidade72 irreversíveis. O tratamento prolongado com altas doses também pode causar miopatia73 tóxica, cardiopatia e neuropatia periférica74, visão57 borrada, diplopia75, confusão, convulsões, erupções, quineloides na pele76, embranquecimento dos cabelos, alargamento do complexo QRS e anormalidade da onda T, porém com a interrupção do fármaco35 estas reações diminuem. Em casos raros podem ocorrer hemólise48 e discrasias sanguíneas. Nas dosagens habituais, os efeitos adversos da cloroquina são geralmente leves e reversíveis. Inclusões ou depósitos na córnea40 podem ser encontrados em (30 a 70) % dos pacientes. O uso prolongado e altas doses podem resultar toxicidade17 grave, às vezes irreversível, incluindo retinopatia. A retinopatia pode progredir, mesmo após suspensão da droga. Se detectada precocemente pode ser reversível, mas geralmente é permanente e, em casos raros, pode levar à cegueira. Os sinais77 precoces da retinopatia são o aumento generalizado da granulosidade e o edema78 da retina41. A lesão79 progride para uma área central de despigmentação da mácula80, circundado por um anel concêntrico de pigmentação. Estreitamento de arteríolas81, palidez do disco óptico82, atrofia83 óptica, pigmentação incompleta da retina41 e lesões61 maculares, como edema78, atrofia83, pigmentação anormal e perda do reflexo foveano podem ser encontrados.
Sistema Nervoso Central84:
- mais comuns: transtorno da acomodação visual, visão57 turva, cefaleia70, fadiga85, nervosismo, ansiedade, apatia86.
- raras: irritabilidade, agitação, agressividade, confusão, alteração da personalidade, depressão e estimulação psíquica, neurite87 periférica, neuromiopatia.
Aparelho cardiovascular88:
- raras: alterações do eletrocardiograma89, como inversão da onda T e alargamento do complexo QRS, bloqueio AV, cardiomiopatia.
Aparelho digestivo90:
- mais comuns: irritação gastrointestinal, náuseas91, vômitos63, estomatite92.
- raras: insuficiência hepática51 fulminante.
Hematológicas:
- raras: neutropenia93, agranulocitose94, anemia95 aplástica, trombocitopenia62. Renais:
- raras: insuficiência renal96 em pacientes com deficiência de G-6-PD.
Dermatológicas:
- mais comuns: prurido97, coloração azul-escura da boca98, pele76 e unhas99, branqueamento dos cabelos, queda de cabelos, exantema100 cutâneo101.
Outros:
- mais comuns: opacidade da córnea40, ataque agudo2 de porfiria8 e psoríase49 em pessoas susceptíveis.
- raras: ototoxicidade72, fraqueza muscular.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou à Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
O envenenamento por cloroquina é extremamente perigoso e a ingestão de uma única dose de 1.500 mg pode ser fatal em poucas horas. O principal efeito de superdosagem é a toxicidade17 cardiovascular, com hipotensão arterial102, arritmia103 cardíaca e parada cardíaca irreversível. A overdose pode provocar raramente distúrbios neuropsiquiátricos.
No caso de superdosagem, poucas horas após a administração excessiva oral, esvaziar o estômago104 por indução de vômitos63 ou por lavagem gástrica105, o mais rápido possível. Caso contrário, se o atendimento médico não for imediato, o tratamento deve ser sintomático106 e dirigido particularmente para manter as funções cardiovasculares e respiratórias, podendo-se administrar líquidos intravenosos vasopressores para a hipotensão67.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
USO SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
VENDA PROIBIDA AO COMÉRCIO
M.S. 1.1063.0094
Responsável Técnico: Rodrigo Fonseca da Silva Ramos - CRF-RJ 10015
Registrado por:
Fundação Oswaldo Cruz Av. Brasil, 4365
Rio de Janeiro - RJ
CNPJ: 33.781.055/0001-35
Fabricado por:
Instituto de Tecnologia em Fármacos/Farmanguinhos
Av. Comandante Guaranys, 447
Rio de Janeiro – RJ
Indústria Brasileira
SAC 0800 024 1692
