FARMACOCINÉTICA CATAFLAM D
A ingestão do comprimido dispersível juntamente com ou imediatamente após a refeição não retarda o início da absorção, mas reduz a quantidade absorvida em média 16% e a concentração máxima em cerca de 50%.
Como cerca de metade do diclofenaco é metabolizada durante sua primeira passagem pelo fígado1 (efeito de "primeira passagem"), a área sob a curva de concentração (AUC2) após administração retal ou oral é cerca de metade da obtida com uma dose parenteral equivalente.
O comportamento farmacocinético não se altera após administrações repetidas. Não ocorre acúmulo, desde que sejam observados os intervalos de dosagem recomendados.
Distribuição
99,7% do diclofenaco ligam-se a proteínas3 séricas, predominantemente à albumina4 (99,4%). O volume aparente de distribuição calculado é de 0,12-0,17 l/kg.
O diclofenaco penetra no fluido sinovial, no qual as concentrações máximas são medidas de 2-4 horas após serem atingidos os valores de pico plasmático. A meia-vida de eliminação aparente do fluido sinovial é de 3-6 horas. Duas horas após atingidos os valores de pico plasmático, as concentrações da substância ativa já são mais altas no fluido sinovial do que no plasma5, permanecendo mais altas por até 12 horas.
Biotransformação
A biotransformação do diclofenaco ocorre parcialmente por glicuronidação da molécula intacta, mas principalmente por hidroxilação e metoxilação simples e múltipla, resultando em vários metabólitos6 fenólicos (3'-hidróxi-, 4'-hidróxi-, 5-hidróxi-, 4',5-hidróxi- e 3'-hidróxi-4'-metóxi-diclofenaco), a maioria dos quais são convertidos a conjugados glicurônicos. Dois desses metabólitos6 fenólicos são biologicamente ativos, mas em extensão muito menor do que o diclofenaco.
Eliminação
O clearance sistêmico7 total do diclofenaco do plasma5 é de 263 ± 56 ml/min (valor médio ± DP). A meia-vida terminal no plasma5 é de 1-2 horas. Quatro dos metabólitos6, incluindo-se os dois ativos, também têm meia-vida plasmática curta, de 1-3 horas. Um metabólito8, 3'-hidróxi-4'-metóxi-diclofenaco tem meia-vida plasmática maior. Entretanto, esse metabólito8 é virtualmente inativo.
Cerca de 60% da dose absorvida são excretados na urina9 como conjugado glicurônico da molécula intacta e como metabólitos6, a maioria dos quais são também convertidos em conjugados glicurônicos. Menos de 1% é excretado como substância inalterada. O restante da dose é eliminada como metabólitos6 através da bile10 nas fezes.
Características em pacientes
Não foram observadas diferenças idade-dependentes relevantes na absorção, no metabolismo11 ou na excreção do fármaco12.
Em pacientes portadores de insuficiência renal13, não é previsto acúmulo da substância ativa inalterada, a partir da cinética14 de dose única, quando utilizado o esquema normal de dose. A um clearance de creatinina15 <10 ml/min, o nível plasmático de steady-state calculado dos hidroximetabólitos é cerca de 4 vezes maior do que em pacientes normais. Entretanto, os metabólitos6 são ao final liberados através da bile10.
Em pacientes com hepatite16 crônica ou cirrose17 não-descompensada, a cinética14 e o metabolismo11 do diclofenaco são os mesmos do que em pacientes sem doenças hepáticas18.