CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS COMBIRON FÓLICO
COMBIRON FÓLICO na forma de comprimidos revestidos contém 120 mg de ferro equivalente a 126 mg de ferrocarbonila com excesso de 5%.
O objetivo terapêutico fundamental de COMBIRON FÓLICO é o de proporcionar ferro, que é um mineral essencial ao organismo e indispensável à constituição da hemoglobina1, mioglobina e enzimas, tais como xantino-oxidase, citocromoxidase e outras, em forma facilmente assimilável e em quantidade suficiente para corrigir a anemia ferropriva2 e restabelecer os índices normais de armazenamento de ferro corporal.
A ferritina é a proteína de reserva de ferro. A troca interna de ferro é feita através da transferrina.O fluxo de ferro através do plasma3 resulta em um total de 30 a 40 mg/dia, ou seja, 0,46 mg/kg que se encontra nesta transferrina. A medula óssea4 é capaz de extrair 85% de ferro dos 5% do fluxo sangüíneo circulante para iniciar o processo de novos eritrócitos5, que dura aproximadamente 120 dias antes de serem catabolizados pelo reticuloendotélio. Neste momento, uma parte é absorvida na circulação6 sangüínea e outra vai para reserva, sendo liberada lentamente. A absorção do ferro ocorre no intestino delgado7, particularmente no duodeno8, sob duas formas: sob a forma inorgânica ou sob a forma de heme na mucosa9. A absorção média diária do homem é em torno de 1,0 mg/dia e na mulher 1,4 mg/dia. O aumento da capacidade de absorção de ferro só ocorre quando as reservas se encontram diminuídas, a eritropoese aumentada ou quando há deficiência de ferro. A ingestão de 105 e 195 mg/dia de ferro elementar corresponde a uma absorção aproximadamente de 24 e 18%, respectivamente, determinando uma absorção estimada de 25 e 35 mg/dia.
A dose terapêutica10 usual de ferro resulta num aumento de 0,15 a 0,25 g de hemoglobina1/dl/dia.
O ferrocarbonila, conteúdo do COMBIRON FÓLICO, disponibiliza 123 mg de ferro elementar (98%) e através de seu tamanho de partícula (4 – 6 μm) oferece um perfil de absorção em torno de 69%.
A quantidade de ferro absorvido pelo corpo de uma fonte particular de ferro é decorrente de vários fatores, tamanho de partícula, área de superfície, carga iônica, conteúdo de ferro. Os primeiros três fatores contribuem para o chamado Valor Biológico Relativo (RBV) da fonte de ferro – forma de mensurar a rapidez da penetra do ferro na corrente sanguínea – e o conteúdo de ferro que é a própria estrutura molecular.
Portanto, multiplicando o conteúdo de ferro da estrutura molecular pelo RBV resultará a absorção de ferro por dose. (Tabela 1)
Tabela 1 – O pequeno tamanho da partícula de Ferronyl contribui para seu alto RBV, que juntos com seu alto conteúdo de ferro estão ligados a sua alta absorção por unidade de dose.
Através destas características se observa que o COMBIRON FÓLICO apresenta um alto grau de taxa de absorção possibilitando uma redução da concentração de elemento ferro por comprimido, reduzindo os efeitos gastrintestinais sem modificar sua eficácia.
Outra característica do ferrocarbonila é sua elevada absorção numa deficiência de ferro e sua redução com sobrecarga do ferro, sugerindo uma antecipação do mecanismo de regulação normal da mucosa9.
Quando administra uma grande quantidade de ferrocarbonila, o Ph gástrico eleva-se para 6, demonstrando que os prótons são consumidos na conversão de partículas de ferro com a finalidade de tornar o íon11 ferro solúvel e que a quantidade de ferro ionizado produzido é limitado pela taxa de secreção ácida pela mucosa9 gástrica.
Portanto, a acidez gástrica12 é fator limitante na disponibilidade do ferrocarbonila, fazendo com que o ferrocarbonila permaneça na região gastrintestinal, mais tempo para o processo de oxidação.
Esse efeito demorado da absorção do ferro parece ser exercido pela carbonila que apresenta a função de retardar a liberação do ferro.
Outra característica benéfica do ferrocarbonila é a baixa toxicidade13 quando comparado com os tratamentos padrões. Estudos clínicos, em voluntários sadios, demonstraram que dose de 10.000 mg de ferro carbonila apresenta baixa toxicidade13, sendo que é mais da metade da dose letal de ferro (± 14.000) em um indivíduo com 70 kg.
As vitaminas do complexo B são essenciais para o metabolismo14 de carboidratos e proteínas15.
A tiamina (vitamina16 B hidrossolúvel) tem como metabólito17 ativo o pirofosfato de tiamina, que age no metabolismo14 dos carboidratos como coenzima na descarboxilação dos alfa-cetoácidos, como piruvato18 e alfa-cetoglutarato e na utilização da pentose no desvio das hexoses monofosfatos. Sua necessidade está relacionada com a velocidade metabólica e é aumentada quando o carboidrato19 é a fonte de energia. Sua absorção gastrintestinal é dependente de transporte ativo, podendo ser por difusão passiva em grandes concentrações.
Quando a capacidade de absorção é saturada, o excesso é eliminado pela urina20.
A piridoxina (vitamina16 B6) tem um nível máximo de absorção sérico, após ingestão oral, em torno de uma hora. Exerce papel de coenzima no metabolismo14 para transformações metabólicas dos aminoácidos e participa de algumas etapas do metabolismo14 do triptofano. Sua absorção ocorre na porção jejunal do trato gastrintestinal.
Possui meia-vida de aproximadamente 15 a 20 dias. Sua excreção é de aproximadamente 35 a 63% pela via urinária.
A riboflavina é vital no metabolismo14 como coenzima para flavoproteínas respiratórias. Sua absorção é intestinal. A riboflavina é convertida em flavina mononucleotídeo através da enzima21 flavoquinase e, posteriormente, em adenina dinucleotídeo flavina, sendo que estas duas formas são ativas. O excedente da riboflavina que não foi absorvido, é eliminado intacto pela urina20 e também pelas bactérias intestinais.
A cianocobalamina (vitamina16 B12) é essencial para o crescimento e replicação das células22 e manutenção de uma mielina23 normal em todo o sistema nervoso central24, através das suas coenzimas ativas metilcobalamina e 5-desoxiadenosilcobalamina. A metilcobalamina é necessária para a formação da metionina a partir da homocisteína.
Quando as concentrações da vitamina16 B12 são inadequadas, o folato fica retido como metiltetraidrofolato, causando uma deficiência funcional de outras formas vitais intracelulares do ácido fólico, determinando anormalidades hematológicas observadas nos pacientes com deficiência de vitamina16 B12. A cianocobalamina é absorvida no tubo digestivo, graças ao fator gástrico intrínseco que atinge a região ileal, onde através de transporte ativo, penetra na circulação6. Participa do metabolismo14 dos lipídeos e dos carboidratos.
Seu reservatório é o fígado25, levado pela transcobalamina II. Sua eliminação principal é renal26, em torno de 50 a 98%.
A nicotinamida (vitamina16 B3) é um metabólito17 da niacina, vital para uma ampla variedade de reações metabólicas, como a reação de oxidação-redução, essencial para a respiração tissular27. Sua absorção ocorre em todas as porções do trato intestinal, sendo distribuída para todos os tecidos. A nicotinamida é excretada pela via urinária.
O ácido pantotênico participa de reações enzimáticas importantes no metabolismo14 oxidativo dos carboidratos, glicogenólise28, síntese e degradação dos ácidos graxos e síntese dos esteróides, hormônios esteróides e porfirinas. A necessidade diária para o ser humano é de aproximadamente 4 a 7 mg/dia. Sua absorção ocorre no trato gastrintestinal. Não é metabolizado no ser humano, desde que a absorção e a excreção sejam aproximadamente iguais. Cerca de 70% do ácido pantotênico absorvido é eliminado pela urina20. Por ser a coenzima A, funciona como um cofator para uma variedade de reações de catalização por enzimas, envolvendo transferência dos grupos acetil.
O pantotenato de cálcio é prontamente absorvido pelo trato gastrintestinal e distribuído em todos os tecidos do corpo.
As vitaminas do complexo B são absorvidas pelo processo de transporte ativo. São rapidamente eliminadas e não são armazenadas no organismo.
O ácido fólico é convertido em metiltetrahidrofolato, após absorção no tubo gastrintestinal, sendo posteriormente metabolizado no fígado25. Sua excreção é de aproximadamente 30% pela via urinária.
Tem uma função específica no metabolismo14 intracelular, onde converte homocisteína em metionina e serina em glicina. Participa da síntese de timidilato, que é etapa limitante na síntese do DNA; do metabolismo14 da histidina, que age na conversão para o ácido glutâmico e da síntese das purinas. Sua absorção ocorre no duodeno8 e parte superior do jejuno29, através de uma enzima21 na forma ativa de folato reduzido, possuindo uma reabsorção no ciclo enterohepático.