
INFORMAÇÃO TÉCNICA SCAFLAM
A nimesulida (4'-nitro-2'-fenoximetanossulfonanilida) é um fármaco1 antiinflamatório não-esteróide que difere dos outros compostos desta categoria por apresentar um radical sulfonanilida em lugar de um radical carboxílico. À semelhança de outros fármacos antiinflamatórios não-esteróides (AINES), possui também ação analgésica e antipirética. A nimesulida inibe seletivamente a enzima2 ciclooxigenase-2, reduzindo a síntese de prostaglandinas3 relacionadas à inflamação4. Este modo de ação também influi sobre a agregação plaquetária, causando-lhe inibição parcial.
A estrutura química da nimesulida indica um mecanismo do tipo scavenger, através do qual o fármaco1 neutraliza a formação de radicais livres de oxigênio produzidos ao nível da cascata do ácido araquidônico e liberados em grande quantidade na origem do processo inflamatório por diversos tipos de células5 (granulócitos6, neutrófilos7, macrófagos8), sem influenciar a quimiotaxia9 e a fagocitose10.
Os mecanismos descritos são mais eficazes in vivo, o que sugere uma possível ativação biológica do composto, tornando-o um fármaco1 de ação antiinflamatória potente. Alguns estudos indicam ter a nimesulida melhor tolerabilidade e causar menor incidência11 de efeitos colaterais12 em comparação com outros fármacos desta classe terapêutica13.
A nimesulida é prontamente absorvida a partir do trato gastrintestinal, alcançando o pico de concentração plasmática em 1 a 2 horas. O nível plasmático de ligação protéica é de 99% e a meia-vida de eliminação é de 2 a 5 horas. O steady-state é alcançado dentro de 24 a 36 horas, com duas administrações diárias.
A nimesulida sofre metabolização hepática14 dando origem a metabólitos15 que são eliminados principalmente pela urina16 (65%). O principal metabólito17 é a 4-hidroxinimesulida, que também é farmacologicamente ativa. Não dá origem a fenômenos de acúmulo, mesmo após a administração repetida, demonstrando boa tolerabilidade sistêmica e gastrintestinal.
Após a administração única de 100 mg de nimesulida, o fármaco1 presente nos tecidos do trato genital feminino é de 40% da concentração plasmática.