
POSOLOGIA GARAMICINA INJETÁVEL PEDIÁTRICO
GARAMICINA Injetável pode ser aplicado por via intramuscular, intravenosa, sub-conjuntival, subcapsular (cápsula de Tenon), nebulização1 ou instilação intratraqueal direta.
Antes do tratamento, deve-se determinar o peso corporal do paciente para calcular a dose correta. A dose do aminoglicosídeo em pacientes obesos deverá basear-se na massa corporal magra estimada.
GARAMICINA Injetável não deve ser misturado com outros fármacos. Aplique-o em separado, de acordo com a via de administração e o esquema posológico recomendados.
Devem-se medir as concentrações séricas máximas e residuais de gentamicina a fim de não ultrapassar as concentrações adequadas. Com 2-3 doses diárias intravenosas ou intramusculares de GARAMICINA Injetável, a concentração máxima medida 30 minutos a uma hora após a administração, situa-se na faixa de 4 a 6 mcg/ml. Com qualquer esquema, a dosagem deve ser ajustada para se evitar concentrações acima de 12 mcg/ml por períodos prolongados. Também devem-se evitar níveis séricos residuais acima de 2 mcg/ml, justamente antes da próxima dose. A determinação de uma concentração sérica adequada num paciente deve levar em conta a sensibilidade do germe2 causal, a gravidade da infecção3 e o estado imunológico do paciente.
Normalmente, a duração do tratamento é de 7 a 10 dias. Em infecções4 complicadas recomenda-se tratamento mais prolongado. Nestes casos, recomenda-se monitorar as funções renal5, auditiva e vestibular6, uma vez que propiciam mais freqüentemente o surgimento de efeitos colaterais7, em especial nos tratamentos acima de 10 dias. As doses devem ser reduzidas quando clinicamente indicado.
Pacientes pediátricos Administração parenteral
Recém-nascidos a termo, até uma semana de vida, e prematuros: 5 a 6 mg/kg/dia (2,5 a 3,0 mg/kg, administrados a cada 12 horas);
Recém-nascidos com mais de uma semana e lactentes8: 7,5 mg/kg/dia (2,0 a 2,5 mg/kg, administrados a cada 8 horas);
Crianças maiores até 12 anos: 6 a 7,5 mg/kg/dia (2,0 a 2,5 mg/kg, administrados a cada 8 horas).
Em pacientes com insuficiência renal9, a dose deve ser ajustada e as concentrações séricas de gentamicina devem ser monitoradas. Um método utilizado para o ajuste da dose consiste em aumentar o intervalo entre a administração das doses habituais. Como a concentração sérica de creatinina10 possui grande correlação com a meia-vida sérica da gentamicina, este teste laboratorial poderá servir de parâmetro para o ajuste do intervalo entre as doses. O intervalo entre as doses (em horas) para o tratamento de crianças com insuficiência renal9 grave deverá ser calculado multiplicando-se o nível de creatinina10 sérica (mg/100 ml) por 8.
Em pacientes com infecção3 sistêmica grave e insuficiência renal9, é aconselhável a administração do antibiótico com mais freqüência, mas em doses menores. Nestes indivíduos, devem-se determinar as concentrações séricas de gentamicina para se obter concentrações adequadas, mas não excessivas. Após a dose inicial, pode-se fazer um cálculo11 aproximado para se determinar a dose reduzida, que deverá ser administrada a intervalos de 8 horas, dividindo-se a dose normalmente recomendada pelo nível de creatinina10 no soro12 (Tabela I).
Guia para modificação da posologia na insuficiência renal9 (modificação da dose).
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Creatinina10 Sérica Clearance de creatinina10 Porcentagem
(mg%) da dose habitual
<1,0 >100 100
1,1-1,3 70-100 80
1,4-1,6 55-70 65
1,7-1,9 45-55 55
2,0-2,2 40-45 50
2,3-2,5 35-40 40
2,6-3,0 30-35 35
3,1-3,5 25-30 30
3,6-4,0 20-25 25
4,1-5,1 25-20 20
5,2-6,6 10-15 15
6,7-8,0 <10 10
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Em pacientes com insuficiência renal9 submetidos a hemodiálise13, a quantidade de gentamicina removida do sangue14 pode variar dependendo de diversos fatores, inclusive o método de diálise15 empregado. Uma hemodiálise13 de 6 horas pode reduzir as concentrações séricas de gentamicina aproximadamente em 50%. A dose recomendada ao final de cada período de diálise15 é de 2 a 2,5 mg/kg. A eliminação de antibióticos aminoglicosídeos pode também realizar-se através de diálise peritoneal16, mas em menor proporção que através de hemodiálise13.
Administração intravenosa
A administração intravenosa será recomendada na septicemia17, no choque18 e nas circunstâncias em que a via intramuscular não for praticável. Pode também ser a via de administração preferida para alguns pacientes com insuficiência cardíaca congestiva19, distúrbios hematológicos, queimaduras graves ou para os pacientes com massa muscular reduzida.
A dose recomendada e precauções para a administração são idênticas às recomendações e precauções observadas no uso intramuscular. Uma única dose de GARAMICINA poderá ser diluída em 50 a 200 ml de solução salina normal estéril ou solução de dextrose20 em água a 5%. A concentração de gentamicina na solução não deverá exceder a 1 mg/ml (0,1%). A solução deverá ser transfundida em um período de meia hora a duas horas. GARAMICINA também pode ser aplicado em diluição, diretamente na veia ou na borracha do equipo, lentamente, em um período de 2 a 3 minutos.
GARAMICINA Injetável não deverá ser pré-misturado com outras drogas, devendo ser administrado separadamente.
Administração subconjutival e subcapsular (cápsula de Tenon)
GARAMICINA pode ser utilizado por via subconjuntival com segurança nas infecções4 bacterianas oculares profundas e graves causadas por microorganismos sensíveis. Também pode ser usado em associação com penicilina antes e depois de cirurgias oculares. Tais administrações devem ser feitas exclusivamente por profissionais treinados. A dose varia de 10 a 20 mg, dependendo da gravidade do caso. O antibiótico deve ser administrado com uma seringa21 de 1 ml e agulha de calibre 27-30 por baixo da conjuntiva22 ou dentro da cápsula de Tenon. A dose pode ser repetida 24 horas após, se necessário.
Terapia Inalatória
A terapia inalatória é adjuvante da sistêmica nas infecções4 pulmonares graves por nebulização1 ou instilação intratraqueal. A dose habitual é de 15-30 mg a cada 8-12 horas, diluída em solução salina fisiológica23 (2 ml).
Terapia concomitante A dose de Garamicina não deverá ser reduzida quando administrada concomitantemente com outros antibióticos.
- SUPERDOSAGEM
Em casos de superdosagem ou de reações tóxicas, a hemodiálise13 pode ajudar a retirar a gentamicina do sangue14. Com a diálise peritoneal16, a proporção é consideravelmente menor à obtida por hemodiálise13.
Em recém-nascidos deve-se considerar a possibilidade de realizar exangüinotransfusão. Procedimentos desse tipo são de particular importância em pacientes com insuficiência renal9.