FARMACODINÂMICA VOLTAREN SR 75

Atualizado em 25/05/2016

VOLTAREN SR 75 contém diclofenaco sódico, um composto não-esteróide, com pronunciadas propriedades anti-reumática, antiinflamatória, analgésica e antipirética. Demonstrou-se experimentalmente ser fundamental para  o mecanismo de ação do diclofenaco a inibição da biossíntese de prostaglandinas1. As prostaglandinas1 têm papel de destaque na origem de inflamação2, dor e febre3.
O diclofenaco sódico  in vitro , nas concentrações equivalentes às concentrações alcançadas no homem, não suprime a biossíntese de proteoglicanos nas cartilagens4.
Nas afecções5 reumáticas, as propriedades antiinflamatórias e analgésicas de VOLTAREN SR 75 fazem com que haja resposta clínica caracterizada por significativo alívio dos sinais6 e sintomas7, tais como dor em repouso, dor ao movimento, rigidez matinal, inflamação2 das articulações8, assim como uma melhora das funções normais.
VOLTAREN SR 75 é particularmente adequado para pacientes9 nos quais a dosagem diária de 75 mg é adequada ao quadro clínico. A possibilidade de prescrever o medicamento em dose única diária simplifica consideravelmente o tratamento a longo prazo e ajuda a evitar a possibilidade de erros na dosagem. VOLTAREN SR 75 também permite a dose diária máxima de 150 mg, a ser administrada num esquema balanceado de duas vezes ao dia.

Farmacocinética
Absorção
A julgar-se pela recuperação na urina10 do diclofenaco inalterado e seus metabólitos11 hidroxilados, as mesmas quantidades de diclofenaco são liberadas e absorvidas a partir de VOLTAREN SR e dos comprimidos gastrorresistentes. Entretanto, a disponibilidade sistêmica do diclofenaco a partir de VOLTAREN SR é em média cerca de 82% da atingida com a mesma dosagem de VOLTAREN, administrado na forma de comprimidos gastrorresistentes (possivelmente por causa do metabolismo12 de "primeira passagem"). Como resultado da liberação mais lenta da substância ativa em VOLTAREN SR, o pico de concentração atingido é menor que o observado após administração dos comprimidos gastrorresistentes.
O pico médio de concentração de 0,4 µg/ml (1,25 µmol/litro) é atingido em média 4 horas após a ingestão de um comprimido de 75 mg. Alimentos não têm influência clinicamente relevante na absorção e na disponibilidade sistêmica de       VOLTAREN SR.
Por outro lado, concentrações plasmáticas médias de 40 µmol/litro podem ser registradas 16 horas após a administração de VOLTAREN SR 75mg. A quantidade absorvida é linear em relação à dose.
Como cerca de metade do diclofenaco é metabolizada durante sua primeira passagem pelo fígado13 (efeito de "primeira passagem"), a área sob a curva de concentração (AUC14), após administração retal ou oral, é cerca de metade da obtida após uma dose parenteral equivalente.
O comportamento farmacocinético não se altera após administrações repetidas. Não ocorre acúmulo, desde que sejam observados os intervalos de dosagem recomendados. Concentrações mais baixas situam-se ao redor de 25 µg/ml (80 µmol/litro) durante o tratamento com VOLTAREN SR 75 mg duas vezes ao dia.
Distribuição
99,7% do diclofenaco ligam-se a proteínas15 séricas, predominantemente à albumina16 (99,4%).
O volume de distribuição aparente calculado é de 0,12-0,17 litro/kg.
O diclofenaco penetra no fluido sinovial, em que as concentrações máximas são medidas de 2-4 horas após serem atingidos os valores de pico plasmático. A meia-vida de eliminação aparente do fluido sinovial é de 3-6 horas. Duas horas após atingidos os valores de pico plasmático, as concentrações da substância ativa já são mais altas no fluido sinovial do que no plasma17, permanecendo mais altas por até 12 horas.
Biotransformação
A biotransformação do diclofenaco ocorre parcialmente por glicuronidação da molécula intata, mas principalmente por hidroxilação e metoxilação simples e múltipla, resultando em vários metabólitos11 fenólicos (3'-hidróxi-, 4'-hidróxi-, 5-hidróxi-, 4',5-hidróxi- e 3'-hidróxi-4'-metóxi-diclofenaco), a maioria dos quais é convertida a conjugados glicurônicos. Dois desses metabólitos11 fenólicos são biológicamente ativos, mas em extensão muito menor do que o diclofenaco.
Eliminação
O  clearance  sistêmico18 total do diclofenaco do plasma17 é de 263 ± 56 ml/min (valor médio ± DP). A meia-vida terminal no plasma17 é de 1-2 horas. Quatro dos metabólitos11, incluindo-se os dois ativos, também têm meia-vida plasmática curta, de 1-3 horas. Um metabólito19, 3'-hidróxi-4'-metóxi-diclofenaco tem meia-vida plasmática maior. Entretanto, esse metabólito19 é virtualmente inativo.
Cerca de 60% da dose absorvida são excretados na urina10 como conjugado glicurônico da molécula intata e como metabólitos11, a maioria dos quais é também convertida a conjugados glicurônicos. Menos de 1% é excretado como substância inalterada. O restante da dose é eliminada como metabólitos11 através da bile20 nas fezes.
Características nos pacientes
Não foram observadas diferenças idade-dependentes relevantes com relação à  absorção, ao metabolismo12 ou à excreção do fármaco21.
Em pacientes portadores de insuficiência renal22, não é previsto acúmulo da substância ativa inalterada, a partir da cinética23 de dose única, quando usado o esquema normal de dose. A um  clearance  de creatinina24 <10 ml/min, o nível plasmático de  steady-state  calculado dos hidróxi metabólitos11 é cerca de 4 vezes maior do que em pacientes normais. Entretanto, os metabólitos11 são ao final liberados através da bile20.
Em pacientes com hepatite25 crônica ou cirrose26 não descompensada, a cinética23 e o metabolismo12 do diclofenaco são os mesmos do que em pacientes sem doenças hepáticas27.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Prostaglandinas: É qualquer uma das várias moléculas estruturalmente relacionadas, lipossolúveis, derivadas do ácido araquidônico. Ela tem função reguladora de diversas vias metabólicas.
2 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
3 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
4 Cartilagens: Tecido resistente e flexível, de cor branca ou cinzenta, formado de grandes células inclusas em substância que apresenta tendência à calcificação e à ossificação.
5 Afecções: Quaisquer alterações patológicas do corpo. Em psicologia, estado de morbidez, de anormalidade psíquica.
6 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
7 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
8 Articulações:
9 Para pacientes: Você pode utilizar este texto livremente com seus pacientes, inclusive alterando-o, de acordo com a sua prática e experiência. Conheça todos os materiais Para Pacientes disponíveis para auxiliar, educar e esclarecer seus pacientes, colaborando para a melhoria da relação médico-paciente, reunidos no canal Para Pacientes . As informações contidas neste texto são baseadas em uma compilação feita pela equipe médica da Centralx. Você deve checar e confirmar as informações e divulgá-las para seus pacientes de acordo com seus conhecimentos médicos.
10 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
11 Metabólitos: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
12 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
13 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
14 AUC: A área sob a curva ROC (Receiver Operator Characteristic Curve ou Curva Característica de Operação do Receptor), também chamada de AUC, representa a acurácia ou performance global do teste, pois leva em consideração todos os valores de sensibilidade e especificidade para cada valor da variável do teste. Quanto maior o poder do teste em discriminar os indivíduos doentes e não doentes, mais a curva se aproxima do canto superior esquerdo, no ponto que representa a sensibilidade e 1-especificidade do melhor valor de corte. Quanto melhor o teste, mais a área sob a curva ROC se aproxima de 1.
15 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
16 Albumina: Proteína encontrada no plasma, com importantes funções, como equilíbrio osmótico, transporte de substâncias, etc.
17 Plasma: Parte que resta do SANGUE, depois que as CÉLULAS SANGÜÍNEAS são removidas por CENTRIFUGAÇÃO (sem COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA prévia).
18 Sistêmico: 1. Relativo a sistema ou a sistemática. 2. Relativo à visão conspectiva, estrutural de um sistema; que se refere ou segue um sistema em seu conjunto. 3. Disposto de modo ordenado, metódico, coerente. 4. Em medicina, é o que envolve o organismo como um todo ou em grande parte.
19 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
20 Bile: Agente emulsificador produzido no FÍGADO e secretado para dentro do DUODENO. Sua composição é formada por s ÁCIDOS E SAIS BILIARES, COLESTEROL e ELETRÓLITOS. A bile auxilia a DIGESTÃO das gorduras no duodeno.
21 Fármaco: Qualquer produto ou preparado farmacêutico; medicamento.
22 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
23 Cinética: Ramo da física que trata da ação das forças nas mudanças de movimento dos corpos.
24 Creatinina: Produto residual das proteínas da dieta e dos músculos do corpo. É excretada do organismo pelos rins. Uma vez que as doenças renais progridem, o nível de creatinina aumenta no sangue.
25 Hepatite: Inflamação do fígado, caracterizada por coloração amarela da pele e mucosas (icterícia), dor na região superior direita do abdome, cansaço generalizado, aumento do tamanho do fígado, etc. Pode ser produzida por múltiplas causas como infecções virais, toxicidade por drogas, doenças imunológicas, etc.
26 Cirrose: Substituição do tecido normal de um órgão (freqüentemente do fígado) por um tecido cicatricial fibroso. Deve-se a uma agressão persistente, infecciosa, tóxica ou metabólica, que produz perda progressiva das células funcionalmente ativas. Leva progressivamente à perda funcional do órgão.
27 Hepáticas: Relativas a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.

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