POSOLOGIA E ADMINISTRAÇÃO ANFOTERICINA B

Atualizado em 28/05/2016
Anfotericina B para infusão deve ser administrada por infusão intravenosa lenta. Deve-se aplicar a infusão intravenosa durante o período de aproximadamente duas a seis horas, observando-se as precauções usuais para a terapêutica1 intravenosa. A concentração recomendada para infusão intravenosa é de 0,1 mg/ml (1 mg/10 ml). Visto que a tolerância individual à Anfotericina B varia individualmente, a dose deve ser ajustada às necessidades específicas de cada paciente (por ex.: local e intensidade da infecção2, agente etiológico3, etc.). Habitualmente, a terapêutica1 é iniciada com uma dose diária de 0,25 mg/kg de peso corpóreo administrada por um período entre 2 e 6 horas, ou uma dose inicial de teste (1 mg em 20 ml de glicose4 a 5%) administrada intravenosamente por 20 a 30 minutos pode ser preferível. A temperatura do paciente, pulso, respiração e pressão arterial5 devem ser anotadas cada 30 minutos durante 2 a 4 horas. Paciente com infecção2 fúngica6 de processo rápido, com boa função cardiopulmonar e uma reação leve a esta dose de teste poderá então receber 0,3 mg/kg de Anfotericina B intravenosamente por um período de 2 a 6 horas. Uma segunda dose baixa i.e., 5 a 10 mg, é recomendada para os pacientes com disfunção cardiopulmonar ou que apresentaram reação severa à dose de teste. Em pacientes com função renal7 normal, as doses podem ser gradualmente aumentadas para 5 a 10 mg/dia com uma dose diária inicial de 0,5 a 0,7 mg/kg. Atualmente os dados disponíveis são insuficientes para definir as necessidades da dose total e a duração do tratamento necessárias para a erradicação de micoses específicas (por ex.: ficomicose). A dose ideal é desconhecida. A dose diária total pode chegar até 1,0 mg/kg de peso corpóreo ou até 1,5 mg/kg quando administrada em dias alternados. Esporotricose: a terapêutica1 com Anfotericina B intravenosa para esporotricose tem variado até 9 meses. A dose habitual é de 20 mg por aplicação. Aspergilose: a aspergilose tem sido tratada com Anfotericina B intravenosa por um período de até 11 meses com a dose total de até 3,6 g. Ficomicose rinocerebral: esta doença fulminante geralmente ocorre em associação com cetoacidose diabética8. Portanto, é imperativo que a compensação rápida do diabético seja iniciada antes de se poder efetuar um tratamento bem sucedido com Anfotericina B intravenoso. Por outro lado, a ficomicose pulmonar, mais comum em associação com malignidades hematológicas é freqüentemente um achado casual de autopsia9. Uma dose cumulativa de no mínimo 3 g de Anfotericina B é recomendada para o tratamento da ficomicose rinocerebral. Embora uma dose total de 3 a 4 g raramente cause comprometimento renal7 permanente, esta parece ser uma dose mínima razoável em casos onde há evidência clínica de invasão nos tecidos profundos. Visto que a ficomicose rinocerebral usualmente segue um curso rapidamente letal, a conduta terapêutica1 deve ser necessariamente mais agressiva do que aquela usada em micoses menos graves.
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Complementos

1 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
2 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
3 Etiológico: Relativo à etiologia; que investiga a causa e origem de algo.
4 Glicose: Uma das formas mais simples de açúcar.
5 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
6 Fúngica: Relativa à ou produzida por fungo.
7 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
8 Cetoacidose diabética: Complicação aguda comum do diabetes melito, é caracterizada pela tríade de hiperglicemia, cetose e acidose. Laboratorialmente se caracteriza por pH arterial 250 mg/dl, com moderado grau de cetonemia e cetonúria. Esta condição pode ser precipitada principalmente por infecções, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, trauma e tratamento inadequado do diabetes. Os sinais clínicos da cetoacidose são náuseas, vômitos, dor epigástrica (no estômago), hálito cetônico e respiração rápida. O não-tratamento desta condição pode levar ao coma e à morte.
9 Autópsia: 1. Em medicina legal, necropsia ou autópsia é o exame minucioso de um cadáver, realizado por especialista qualificado, para determinar o momento e a causa da morte. 2. Exame, inspeção de si próprio. No sentido figurado, é uma análise minuciosa; crítica severa.

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