POSOLOGIA E ADMINISTRAÇÃO ARACYTIN

Atualizado em 28/05/2016
Aracytin (citarabina) não é ativo por via oral. A maioria dos investigadores administraram a droga por infusão ou injeção1 endovenosa. Administração subcutânea2 é satisfatória para manutenção das remissões; o valor da terapia de indução por essa via é incerto. Em alguns pacientes ocorreu tromboflebite3 no local da injeção1 ou infusão; raramente foi notado o aparecimento de dores e inflamação4 no local da injeção subcutânea5. Na maioria dos casos, a droga tem sido bem tolerada. Os pacientes podem tolerar doses totais maiores, quando recebem a droga por injeção1 endovenosa rápida do que quando a recebem por infusão lenta. Este fenômeno está relacionado com a rápida inativação da droga e exposição curta das células6 normais e neoplásicas7 sensíveis a níveis significativos da droga, após injeção1 rápida. Células6 normais e neoplásicas7 aparentemente respondem de modo paralelo a modos diversos de administração; nenhuma vantagem clínica sensível foi demonstrada para ambos. A experiência clínica acumulada até agora sugere que o sucesso com o Aracytin depende mais da competência em modificar, dia a dia, a dosagem para obter o máximo de extermínio das células6 leucêmicas com toxicidade8 tolerável, do que no esquema terapêutico básico escolhido no início da terapia. Quase sempre ocorre toxicidade8, exigindo alteração da dosagem. Alguns esquemas terapêuticos relativamente bem sucedidos prevendo esta alteração fornecem a droga na dose máxima tolerada, durante 5 dias, a cada 2 semanas e permitindo que os 9 dias intermediários sirvam para descanso e recuperação. - Esquema de dosagem: injeção1 rápida: tratamento contínuo: 2 mg/kg/dia é uma dose inicial judiciosa. Administrar diariamente durante 10 dias. Realizar contagens hematológicas diárias. Se não forem observados nem o efeito antileucêmico nem a toxicidade8 após os 10 dias, aumentar a dose para 4 mg/kg/dia. Manter o tratamento com esta dosagem até que a toxicidade8 ou a resposta terapêutica9 sejam evidentes. Com o tratamento contínuo, quase todos os pacientes podem ser levados a toxicidade8, com esta dose*. Infusão: tratamento contínuo: iniciar com 0,5 a 1,0 mg/kg/dia. Esta dose pode ser dada em infusão, na duração que se desejar: 1, 4, 12 ou 24 horas. Resultados com infusões de uma hora de duração foram satisfatórios e mais convenientes para a maioria dos pacientes. Conforme acima, continuar a dose inicial por 10 dias, realizando diariamente a contagem hematológica. Se com esta dose não forem observadas respostas nem terapêuticas, nem tóxicas, aumentar a dose para 2 mg/kg/dia, continuando o tratamento até que aparecam sinais10 de toxicidade8 ou remissão*. *Observação: em estudo realizado, pacientes que responderam ao Aracytin (citarabina) demonstraram primeiramente sinais10 de melhora medular, 7 a 64 dias (média de 28 dias) após o início da terapia. Um programa de indução, como o descrito acima, deve ser mantido até que a resposta seja evidente ou até que pareca improvável que o paciente se beneficie com a droga. Modificação da dosagem: a dosagem de Aracytin deve ser modificada ou suspensa quando aparecerem sinais10 de depressão hematológica grave. Suspender a droga se o paciente estiver com menos de 50.000 plaquetas11 ou 1.000 granulócitos12 polimorfonucleares13 por mm€ na corrente sangüínea periférica. Essas diretrizes podem ser modificadas dependendo dos sinais10 de toxicidade8 em outros sistemas ou da velocidade de decréscimo dos elementos figurados do sangue14. Reiniciar o tratamento quando houver sinais10 de recuperação medular e os níveis de plaquetas11 e granulócitos12 acima mencionados tiverem sido atingidos. A interrupção do tratamento até que os valores hematológicos do paciente retornem ao normal pode resultar em perda do controle da enfermidade pela droga. Crianças, aparentemente, toleram doses mais altas que adultos e quando as doses estiverem estabelecidas, as crianças devem receber as doses mais altas e os adultos as doses mais baixas. Esquemas de dosagem não contínua também foram usados, com bons resultados. Pacientes sob a terapia em ciclos interrompidos podem tolerar doses maiores que as doses máximas notadas acima. Em geral, se um paciente não mostra evidências nem de toxicidade8 nem de remissão após uma tentativa razoável a uma dada dose, uma tentativa cautelosa a uma dosagem elevada é bastante justificada. Terapia de manutenção: todas as remissões devem ser mantidas com injeções periódicas. Aplicações semanais ou 2 vezes por semana de injeções subcutâneas de 1 mg/kg provaram ser satisfatórias para esta finalidade.
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Complementos

1 Injeção: Infiltração de medicação ou nutrientes líquidos no corpo através de uma agulha e seringa.
2 Subcutânea: Feita ou situada sob a pele; hipodérmica.
3 Tromboflebite: Processo inflamatório de um segmento de uma veia, geralmente de localização superficial (veia superficial), juntamente com formação de coágulos na zona afetada. Pode surgir posteriormente a uma lesão pequena numa veia (como após uma injeção ou um soro intravenoso) e é particularmente frequente nos toxico-dependentes que se injetam. A tromboflebite pode desenvolver-se como complicação de varizes. Existe uma tumefação e vermelhidão (sinais do processo inflamatório) ao longo do segmento de veia atingido, que é extremamante doloroso à palpação. Ocorrem muitas vezes febre e mal-estar.
4 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
5 Injeção subcutânea: Injetar fluido no tecido localizado abaixo da pele, o tecido celular subcutâneo, com uma agulha e seringa.
6 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
7 Neoplásicas: Que apresentam neoplasias, ou seja, que apresentam processo patológico que resulta no desenvolvimento de neoplasma ou tumor. Um neoplasma é uma neoformação de crescimento anormal, incontrolado e progressivo de tecido, mediante proliferação celular.
8 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
9 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
10 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
11 Plaquetas: Elemento do sangue (não é uma célula porque não apresenta núcleo) produzido na medula óssea, cuja principal função é participar da coagulação do sangue através da formação de conglomerados que tamponam o escape do sangue por uma lesão em um vaso sangüíneo.
12 Granulócitos: Leucócitos que apresentam muitos grânulos no citoplasma. São divididos em três grupos, conforme as características (neutrofílicas, eosinofílicas e basofílicas) de coloração destes grânulos. São granulócitos maduros os NEUTRÓFILOS, EOSINÓFILOS e BASÓFILOS.
13 Polimorfonucleares: Na histologia, é o que possui o núcleo profundamente lobado, aparentando ser múltiplo. Está presente no sangue, com núcleo de forma irregular e grânulos citoplasmáticos (diz-se de leucócito).
14 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.

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