CONTRA-INDICAÇÕES CARBOPLATINA INJETÁVEL

Atualizado em 28/05/2016
a administração de carboplatina está contra-indicada em pacientes com insuficiência renal1 grave, mielodepressão grave e/ou com tumores localizados que sangram. Está também contra-indicada em pacientes com hipersensibilidade à carboplatina ou a outros compostos contendo platina, e em pacientes grávidas ou que estejam amamentando. Advertências: a carboplatina deve apenas ser administrada sob constante supervisão de médicos experientes em terapia citostática e apenas depois de uma cuidadosa avaliação da relação risco/benefício. Devem estar disponíveis os meios adequados para o controle de eventuais complicações que possam surgir. Periodicamente devem ser feitas contagens sangüíneas e testes da função hepática2 e renal3. Deve-se interromper a administração da droga no caso de depressão anormal da medula óssea4 ou funcionamento renal3 ou hepático anormais. Mielodepressão: a mielodepressão (leucopenia5, neutropenia6 e trombocitopenia7) associada com a carboplatina é dependente e limitante da dose, e está intimamente associada com a clearance renal3 do fármaco8. Portanto, pacientes com insuficiência renal1 são mais susceptíveis. Da mesma forma, a mielodepressão, em particular a trombocitopenia7, será mais grave em pacientes com medicação nefrotóxica concomitante, como, por exemplo, antibióticos aminoglicosídeos. O prolongamento da toxicidade9 é mais provável e mais grave em pacientes anteriormente submetidos à quimioterapia10, em pacientes de idade mais avançada ou naqueles que se encontram debilitados. Nestes casos pode ser necessária a redução da dose. O nadir (efeito deteriorante máximo) para as plaquetas11 verifica-se em geral entre os dias 14 e 21 após o tratamento inicial, e, para os leucócitos12, entre os dias 14 e 28. As contagens mínimas devem ser de 50.000/mm3 para as plaquetas11 e de 2.000/mm3 para os leucócitos12. No caso de contagens inferiores deve-se suspender a terapia até que haja recuperação completa, o que ocorre normalmente em 5 a 6 semanas. Nos casos mais graves pode ser necessária uma transfusão13 sangüínea de apoio, uma vez que a anemia14 é cumulativa. Assim, é importante que tanto a avaliação da função renal3 quanto a análise de sangue15 periférico (contagem de leucócitos12, plaquetas11 e hemoglobina16) sejam realizadas antes, durante e após o tratamento com carboplatina. Para assegurar que tenha ocorrido o efeito deteriorante máximo nas células17 sangüíneas, não se devem administrar ciclos sucessivos de tratamento com carboplatina com uma freqüência maior que mensal, sob circunstâncias normais. Nefrotoxicidade18: de modo geral, a toxicidade9 renal3 não é limitante da dose. Ao contrário do que ocorre na terapia com cisplatina, não é necessária a hidratação antes e depois do tratamento, embora alguns pacientes apresentem uma redução na depuração da cretinina. A insuficiência renal1 é mais provável em pacientes que já tenham sofrido nefrotoxicidade18 resultante da quimioterapia10. Neurotoxicidade: devem realizar-se regularmente monitorizações e avaliações neurológicas, antes e após o tratamento. A toxicidade9 neurológica periférica é geralmente rara e branda; entretanto, sua incidência19 é maior em pacientes com idade acima de 65 anos e/ou naqueles previamente tratados com cisplatina. Ototoxicidade20: a ototoxicidade20 é cumulativa e a freqüência e gravidade dos distúrbios auditivos aumenta nos esquemas posológicos com altas doses ou doses repetidas, ou no caso de tratamento prévio com cisplatina (também ototóxica). A função auditiva deve ser monitorada durante o tratamento. A carboplatina pode induzir a náuseas21 e vômitos22, que podem ser mais graves em pacientes previamente tratados com medicamentos emetogênicos. Tem sido relatadas reações alérgicas à carboplatina, que podem ocorrer poucos minutos após a administração do fármaco8. Nestes casos deve proceder-se a um tratamento de apoio adequado. Raramente são relatados distúrbios visuais, incluindo perda de visão23, após o uso de carboplatina, quando pacientes com insuficiência renal1 recebem doses maiores que as recomendadas. Doses muito elevadas de carboplatina (até 5 vezes ou mais a dose recomendada como agente único) podem resultar em alterações graves dos testes de função hepática2 e renal3. Mutagenicidade e carcinogenicidade: a carboplatina pode causar dano fetal quando administrada a mulheres grávidas. Não foi estudado o potencial carcinogênico da carboplatina, embora compostos com mecanismo de ação semelhante tenham sido relatados como carcinogênicos. - Uso na gravidez24: a carboplatina demonstrou ser embriotóxica e mutagênica, e, portanto, não se recomenda sua administração a mulheres grávidas. As mulheres em idade fértil devem utilizar métodos adequados de contracepção25, e a carboplatina deveria ser usada em mulheres com potencial para engravidar apenas se os benefícios esperados superarem o risco potencial. Caso a carboplatina seja utilizada durante a gravidez24, ou se a paciente engravidar durante o tratamento, deverá ser alertada sobre os riscos potenciais para o feto26. Uso durante a amamentação27: não se sabe se a carboplatina é excretada no leite materno. Portanto, como medida de precaução deve-se suspender a amamentação27 durante o tratamento com carboplatina. Uso pediátrico: não foram estabelecidas a segurança e a eficácia em crianças. - Interações medicamentosas e outras: para se evitar um acúmulo de efeitos tóxicos, pode ser necessário ajustar a posologia no caso de administração concomitante com outros fármacos mielodepressores. Deve-se evitar a administração de carboplatina a pacientes medicados com antibióticos aminoglicosídeos ou outros fármacos nefrotóxicos, devido à possibilidade de ocorrer dano à função renal3.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
2 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
3 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
4 Medula Óssea: Tecido mole que preenche as cavidades dos ossos. A medula óssea apresenta-se de dois tipos, amarela e vermelha. A medula amarela é encontrada em cavidades grandes de ossos grandes e consiste em sua grande maioria de células adiposas e umas poucas células sangüíneas primitivas. A medula vermelha é um tecido hematopoiético e é o sítio de produção de eritrócitos e leucócitos granulares. A medula óssea é constituída de um rede, em forma de treliça, de tecido conjuntivo, contendo fibras ramificadas e preenchida por células medulares.
5 Leucopenia: Redução no número de leucócitos no sangue. Os leucócitos são responsáveis pelas defesas do organismo, são os glóbulos brancos. Quando a quantidade de leucócitos no sangue é inferior a 6000 leucócitos por milímetro cúbico, diz-se que o indivíduo apresenta leucopenia.
6 Neutropenia: Queda no número de neutrófilos no sangue abaixo de 1000 por milímetro cúbico. Esta é a cifra considerada mínima para manter um sistema imunológico funcionando adequadamente contra os agentes infecciosos mais freqüentes. Quando uma pessoa neutropênica apresenta febre, constitui-se uma situação de “emergência infecciosa”.
7 Trombocitopenia: É a redução do número de plaquetas no sangue. Contrário de trombocitose. Quando a quantidade de plaquetas no sangue é inferior a 150.000/mm³, diz-se que o indivíduo apresenta trombocitopenia (ou plaquetopenia). As pessoas com trombocitopenia apresentam tendência de sofrer hemorragias.
8 Fármaco: Qualquer produto ou preparado farmacêutico; medicamento.
9 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
10 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
11 Plaquetas: Elemento do sangue (não é uma célula porque não apresenta núcleo) produzido na medula óssea, cuja principal função é participar da coagulação do sangue através da formação de conglomerados que tamponam o escape do sangue por uma lesão em um vaso sangüíneo.
12 Leucócitos: Células sangüíneas brancas. Compreendem tanto os leucócitos granulócitos (BASÓFILOS, EOSINÓFILOS e NEUTRÓFILOS) como os não granulócitos (LINFÓCITOS e MONÓCITOS). Sinônimos: Células Brancas do Sangue; Corpúsculos Sanguíneos Brancos; Corpúsculos Brancos Sanguíneos; Corpúsculos Brancos do Sangue; Células Sanguíneas Brancas
13 Transfusão: Introdução na corrente sangüínea de sangue ou algum de seus componentes. Podem ser transfundidos separadamente glóbulos vermelhos, plaquetas, plasma, fatores de coagulação, etc.
14 Anemia: Condição na qual o número de células vermelhas do sangue está abaixo do considerado normal para a idade, resultando em menor oxigenação para as células do organismo.
15 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
16 Hemoglobina: Proteína encarregada de transportar o oxigênio desde os pulmões até os tecidos do corpo. Encontra-se em altas concentrações nos glóbulos vermelhos.
17 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
18 Nefrotoxicidade: É um dano nos rins causado por substâncias químicas chamadas nefrotoxinas.
19 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
20 Ototoxicidade: Dano causado aos sistemas coclear e/ou vestibular resultante de exposição a substâncias químicas.
21 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
22 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
23 Visão: 1. Ato ou efeito de ver. 2. Percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista; sentido da vista. 3. Algo visto, percebido. 4. Imagem ou representação que aparece aos olhos ou ao espírito, causada por delírio, ilusão, sonho; fantasma, visagem. 5. No sentido figurado, concepção ou representação, em espírito, de situações, questões etc.; interpretação, ponto de vista. 6. Percepção de fatos futuros ou distantes, como profecia ou advertência divina.
24 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
25 Contracepção: Qualquer processo que evite a fertilização do óvulo ou a implantação do ovo. Os métodos de contracepção podem ser classificados de acordo com o seu objetivo em barreiras mecânicas ou químicas, impeditivas de nidação e contracepção hormonal.
26 Feto: Filhote por nascer de um mamífero vivíparo no período pós-embrionário, depois que as principais estruturas foram delineadas. Em humanos, do filhote por nascer vai do final da oitava semana após a CONCEPÇÃO até o NASCIMENTO, diferente do EMBRIÃO DE MAMÍFERO prematuro.
27 Amamentação: Ato da nutriz dar o peito e o lactente mamá-lo diretamente. É um fenômeno psico-sócio-cultural. Dar de mamar a; criar ao peito; aleitar; lactar... A amamentação é uma forma de aleitamento, mas há outras formas.

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