SUPERDOSAGEM EXCEDRIN

Atualizado em 28/05/2016

A acetilcisteína1 é o antídoto2 para superdosagem de paracetamol. O paracetamol é rapidamente absorvido no trato gastrintestinal superior3. Os picos plasmáticos ocorrem entre 30 e 60 minutos após doses terapêuticas, normalmente dentro de 4 horas após superdosagem. A substância original  não tóxica  é metabolizada extensamente no fígado4, formando principalmente os conjugados de sulfato e glicuronida, que também não são tóxicos e são excretados rapidamente na urina5. Uma pequena fração da dose ingerida é metabolizada no fígado4 pela função mista oxidase do citocromo P-450 para formar um metabólito6 intermediário reativo potencialmente tóxico, que se conjuga de preferência com a glutationa hepática7 e forma derivados não-tóxicos de cisteína e ácido mercaptúrico, excretados pelos rins8. Doses terapêuticas de paracetamol não saturam o sistema de conjugação glicuronida/sulfato e não resultam na formação de metabólito6 reativo suficiente para depletar as reservas de glutationa . Entretanto, após a ingestão de altas doses (150 mg/kg ou mais), as vias de conjugação glicuronida/sulfato ficam saturadas resultando em grande fração de droga sendo metabolizada através da via do citocromo P-450. O aumento da formação de metabólitos9 reativos pode depletar as reservas hepáticas10 de glutationa, com subseqüente ligação dos metabólitos9 a moléculas protéicas dentro dos hepatócitos, resultando em  necrose11 celular. A acetilcisteína1 demonstrou reduzir a extensão do dano ao fígado4 após superdosagem por paracetamol. Os sintomas12 iniciais de superdosagem potencialmente hepatotóxica podem incluir: náuseas13, vômitos14, diaforese15 e mal-estar geral. Evidências clínicas e laboratoriais de toxicidade16 hepática7 podem não ser aparentes até 48 a 72 horas após ingestão. Em adultos e adolescentes, independentemente da quantidade de paracetamol ingerida, deve-se administrar acetilcisteína1 imediatamente. A terapia com a acetilcisteína1 deve ser iniciada e continuada por um ciclo completo de tratamento. Sua eficácia depende de quão precoce for a sua administração, com resultados benéficos principalmente em pacientes tratados até 16 horas após a superdosagem.  Se a dosagem plasmática de paracetamol não for acessível e se a dose estimada de paracetamol ingerida exceder a 150 mg/kg, a terapia com a acetilcisteína1 deve ser iniciada e continuada por um ciclo completo de tratamento.
Não esperar pelos resultados das análises dos níveis de paracetamol para iniciar o tratamento com a acetilcisteína1. Os seguintes procedimentos adicionais são recomendados: o estômago17 deve ser esvaziado imediatamente por lavagem ou indução de vômito18 com xarope de ipeca. O exame sorológico de paracetamol deve ser obtido o mais rápido possível, mas não antes das 4 horas seguintes da ingestão. Devem-se obter relatos sobre a função hepática7 no início e em intervalos repetidos de 24 horas.


ATENÇÃO :

SIGA CORRETAMENTE O MODO DE USAR. NÃO DESAPARECENDO OS SINTOMAS12 PROCURE ORIENTAÇÃO MÉDICA.


Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Acetilcisteína: Derivado N-acetil da cisteína. É usado como um agente mucolítico para reduzir a viscosidade das secreções mucosas.
2 Antídoto: Substância ou mistura que neutraliza os efeitos de um veneno. Esta ação pode reagir diretamente com o veneno ou amenizar/reverter a ação biológica causada por ele.
3 Trato Gastrintestinal Superior: O segmento do TRATO GASTROINTESTINAL que inclui o ESÔFAGO, o ESTÔMAGO e o DUODENO.
4 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
5 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
6 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
7 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
8 Rins: Órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
9 Metabólitos: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
10 Hepáticas: Relativas a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
11 Necrose: Conjunto de processos irreversíveis através dos quais se produz a degeneração celular seguida de morte da célula.
12 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
13 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
14 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
15 Diaforese: Sudação, transpiração intensa.
16 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
17 Estômago: Órgão da digestão, localizado no quadrante superior esquerdo do abdome, entre o final do ESÔFAGO e o início do DUODENO.
18 Vômito: É a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Pode ser classificado como: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.

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