
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS UNIFENOBARB
Álcool: o efeito sedativo do Fenobarbital é potencializado pelo álcool. Alterações no estado de alerta podem tornar perigosos os atos de dirigir veículos ou operar máquinas, onde a perda de atenção pode causar acidentes graves. Deve-se evitar até mesmo a ingestão de qualquer quantidade de álcool seja em bebidas ou em medicamentos que o utilizem como excipiente. Esta recomendação é válida enquanto durar o uso do Fenobarbital.
Contraceptivos hormonais que contenham estrógenos e progestágenos: ocorre redução do efeito contraceptivo esperado, devido a indução do catabolismo1 hepático dos hormônios pelo Fenobarbital.
Ácido valpróico: aumento dos níveis plasmáticos de Fenobarbital com aumento de seus efeitos colaterais2, principalmente sedação3.
Ácido fólico, ácido folínico, antidepressivos tricíclicos: diminuição dos níveis plasmáticos ou da eficácia do Fenobarbital com maior probabilidade de recorrência4 das convulsões.
Anticoagulantes5 orais, ciclosporina, disopiramida, doxiciclina, esteróides (particularmente importante em doença de Addison ou transplantados), glicosídeos digitálicos (exceto digoxina), itraconazol, levotiroxina6, quinidina, xantinas (aminofilina, teofilina), zidovudina: os níveis plasmáticos ou eficácia destes medicamentos diminuem pela administração concomitante de Fenobarbital. Neste caso, recomenda-se monitorização clínico-laboratorial (nível plasmático do medicamento introduzido) e, se necessário, aumento da dose do mesmo para se obter o efeito terapêutico desejado. Por outro lado, deve-se lembrar que ao se interromper o uso do barbitúrico, ocorrerá elevação imediata dos níveis plasmáticos do medicamento associado (ausência de indução enzimática no fígado7). Deve-se assim, fazer novos ajustes posológicos.
Nos pacientes sob anticoagulação oral deve-se realizar monitorização regular do tempo de protrombina8 (TP) durante e imediatamente após o final do tratamento com Fenobarbital. Se houver necessidade, deve-se ajustar a dosagem do anticoagulante9 oral;
No caso dos cardiotônicos e antiarrítmicos, recomenda-se monitorização clínica e do eletrocardiograma10 até o ajuste da dose destes medicamentos, de acordo com seu nível plasmático;
No caso de levotiroxina6 recomenda-se a monitorização dos níveis séricos de T3 e T4, para adequação da dose do hormônio11.
Beta-bloqueadores (alprenolol, metoprolol e propranolol): diminuição dos níveis séricos destes, com diminuição dos seus efeitos clínicos (devido ao aumento do metabolismo12 hepático);
Carbamazepina: diminuição dos níveis séricos;
Outros depressores do sistema nervoso central13 (maioria dos antidepressivos, anti-histamínicos H1, benzoadiazepínicos, clonidina e compostos relacionados, hipnóticos, derivados da morfina (analgésicos14 e antitussígenos), neurolépticos15, outros ansiolíticos que não são benzodiazepínicos): pode ocorrer exacerbação dos efeitos depressores do SNC16, com sérias consequências, especialmente sobre a capacidade para dirigir e operar máquinas.
Metotrexato: pode ocorrer aumento da toxicidade17 hematológica devido à inibição cumulativa da diidrofolato redutase.
Fenitoína: a fenitoína e o Fenobarbital interagem através de vários mecanismos. O uso concomitante pode produzir efeitos variados e imprevisíveis. O paciente deve ser monitorado atentamente.