PRECAUÇÕES DEPAKENE

Atualizado em 28/05/2016
pacientes em tratamento com Depakene devem ser cuidadosamente acompanhados com exame clínico detalhado e provas de função hepática1. Como grande parte da droga é metabolizada pelo fígado2, deve-se ter cuidado na administração de Depakene a paciente com distúrbios hepáticos, mesmo que em graus leves. Tem ocorrido insuficiência hepática3 fatal em pacientes recebendo a medicação. Tais incidências têm-se registrado geralmente nos seis primeiros meses de tratamento. Hepatotoxicidade4 grave ou fatal tem sido precedida por sintomas5 inespecíficos, tais como, perda de controle das crises, mal-estar, astenia6, letargia7 ou anorexia8 e vômitos9. Devem-se fazer testes de função hepática1 antes do tratamento e a intervalos freqüentes daí em diante, especialmente durante os seis primeiros meses. No entanto, os médicos não devem confiar unicamente na bioquímica sérica, de vez que estes testes podem não estar anormais em todas as circunstâncias, mas devem considerar também os resultados de história clínica e exame físico cuidadoso. Deve-se ter cautela ao administrar a droga a pacientes com história anterior de doença hepática1. Pacientes em politerapia, crianças, aqueles com distúrbios metabólicos congênitos10, aqueles com graves distúrbios convulsivos acompanhados por retardamento mental e aqueles com encefalopatia11 orgânica, podem estar particularmente em risco. A experiência tem indicado que crianças com idade abaixo de dois anos têm risco consideravelmente aumentado de desenvolverem hepatotoxicidade4 fatal, especialmente aquelas com as condições acima mencionadas. Deve-se interromper imediatamente a medicação na presença de disfunção hepática1 significativa, suspeita ou aparente. A freqüência de reações adversas (principalmente elevação de enzimas hepáticas12) pode aumentar com elevação da dose. Portanto, deve-se pesar o benefício obtido pelo maior controle das crises contra a incidência13 aumentada de efeitos adversos que se observa, às vezes, com doses mais altas. Pelo fato de terem sido relatados casos de alterações na agregação plaquetária, trombocitopenia14 e elevação das enzimas hepáticas12, recomenda-se a utilização de exames iniciais e periódicos para detecção de possíveis anormalidades sangüíneas. Tem-se relatado hiperamonemia com ou sem letargia7 ou coma15 que pode estar presente na ausência de anormalidades das provas de função hepática1. Caso ocorra elevação deve-se interromper o tratamento. A droga é eliminada parcialmente pela urina16 como metabólito17 cetônico, o qual pode prejudicar a interpretação correta dos resultados do teste de corpos cetônicos na urina16. Uso durante a gravidez18 e lactação19: há múltiplos relatos na literatura clínica, que indicam que o uso de drogas anticonvulsivantes em geral, durante a gravidez18, resulta em um aumento da incidência13 de defeitos congênitos20 no concepto. Embora os dados sejam mais extensos com respeito à trimetadiona, parametadiona, difenil-hidantoína e fenobarbital, relatos indicam uma possível associação similar com o uso de outras drogas anticonvulsivantes. Portanto, medicações anticonvulsivantes só devem ser administradas a mulheres com potencial para engravidar se demonstrarem claramente serem essenciais no tratamento de suas crises. Segundo informações recentes da literatura médica, ácido valpróico e seus sais podem produzir efeitos teratogênicos21 no concepto de mulheres que recebam esta medicação durante a gestação. A incidência13 de defeitos no canal neural (por ex.: espinha bífida22) no feto23 pode ser aumentada em gestantes que recebam ácido valpróico e seus sais durante o primeiro trimestre da gravidez18. Como para toda droga anticonvulsivante, antes de determinar administração ou suspensão do medicamento em casos de gravidez18, o médico deverá ponderar os possíveis riscos contra os benefícios proporcionados pela droga e avaliar se a gravidade e a freqüência dos distúrbios convulsivos não irão implicar em perigo maior para a gestante e o concepto. Pelo fato do valproato ser eliminado pelo leite materno e devido à inexistência de dados conclusivos sobre a ação da droga em recém-nascidos, recomenda-se o não aleitamento materno24 por pacientes sob tratamento com essa droga. - Interações medicamentosas: o valproato pode potencializar a atividade do álcool sobre o SNC25. Existem evidências de possível elevação dos níveis séricos de fenobarbital pelo valproato. Apesar de não se conhecer o mecanismo de interação, devem-se observar cuidadosamente todos os pacientes que recebam terapêutica26 barbitúrica concomitante, em relação à toxicidade27 neurológica e a níveis séricos de barbiturato para, se necessário, diminuir as doses administradas. Esta evidência conflitiva em relação à interação de valproato com hidantoína. Não se sabe se existe mudança na concentração de hidantoína livre (não ligada à proteína) no soro28. Se necessário, deve-se ajustar a dose de hidantoína de acordo com a situação clínica. O uso concomitante de valproato de sódio e clonazepam pode produzir estados de ausência. Recomenda-se precaução quando se administra o medicamento com drogas que afetam a coagulação29, tais como, aspirina, warfarina, etc. Pode haver aumento dos efeitos do diazepam e da etossuximida quando associados ao valproato.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
2 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
3 Insuficiência hepática: Deterioração grave da função hepática. Pode ser decorrente de hepatite viral, cirrose e hepatopatia alcoólica (lesão hepática devido ao consumo de álcool) ou medicamentosa (causada por medicamentos como, por exemplo, o acetaminofeno). Para que uma insuficiência hepática ocorra, deve haver uma lesão de grande porção do fígado.
4 Hepatotoxicidade: É um dano no fígado causado por substâncias químicas chamadas hepatotoxinas.
5 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
6 Astenia: Sensação de fraqueza, sem perda real da capacidade muscular.
7 Letargia: Em psicopatologia, é o estado de profunda e prolongada inconsciência, semelhante ao sono profundo, do qual a pessoa pode ser despertada, mas ao qual retorna logo a seguir. Por extensão de sentido, é a incapacidade de reagir e de expressar emoções; apatia, inércia e/ou desinteresse.
8 Anorexia: Perda do apetite ou do desejo de ingerir alimentos.
9 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
10 Congênitos: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
11 Encefalopatia: Qualquer patologia do encéfalo. O encéfalo é um conjunto que engloba o tronco cerebral, o cerebelo e o cérebro.
12 Enzimas hepáticas: São duas categorias principais de enzimas hepáticas. A primeira inclui as enzimas transaminasas alaninoaminotransferase (ALT ou TGP) e a aspartato aminotransferase (AST ou TOG). Estas são enzimas indicadoras do dano às células hepáticas. A segunda categoria inclui certas enzimas hepáticas como a fosfatase alcalina (FA) e a gamaglutamiltranspeptidase (GGT) as quais indicam obstrução do sistema biliar, quer seja no fígado ou nos canais maiores da bile que se encontram fora deste órgão.
13 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
14 Trombocitopenia: É a redução do número de plaquetas no sangue. Contrário de trombocitose. Quando a quantidade de plaquetas no sangue é inferior a 150.000/mm³, diz-se que o indivíduo apresenta trombocitopenia (ou plaquetopenia). As pessoas com trombocitopenia apresentam tendência de sofrer hemorragias.
15 Coma: 1. Alteração do estado normal de consciência caracterizado pela falta de abertura ocular e diminuição ou ausência de resposta a estímulos externos. Pode ser reversível ou evoluir para a morte. 2. Presente do subjuntivo ou imperativo do verbo “comer.“
16 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
17 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
18 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
19 Lactação: Fenômeno fisiológico neuro-endócrino (hormonal) de produção de leite materno pela puérpera no pós-parto; independente dela estar ou não amamentando.Toda mulher após o parto tem produção de leite - lactação; mas, infelizmente nem todas amamentam.
20 Defeitos congênitos: Problemas ou condições que estão presentes ao nascimento.
21 Teratogênicos: Agente teratogênico ou teratógeno é tudo aquilo capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez. Estes danos podem se refletir como perda da gestação, malformações ou alterações funcionais ou ainda distúrbios neurocomportamentais, como retardo mental.
22 Espinha bífida: Também conhecida como mielomeningocele, a espinha bífida trata-se de um problema congênito. Ela é caracterizada pela má formação no tubo neural do feto, a qual ocorre nas três primeiras semanas de gravidez, quando a mulher ainda não sabe que está grávida. Esta malformação pode comprometer as funções de locomoção, controle urinário e intestinal, dentre outras.
23 Feto: Filhote por nascer de um mamífero vivíparo no período pós-embrionário, depois que as principais estruturas foram delineadas. Em humanos, do filhote por nascer vai do final da oitava semana após a CONCEPÇÃO até o NASCIMENTO, diferente do EMBRIÃO DE MAMÍFERO prematuro.
24 Aleitamento Materno: Compreende todas as formas do lactente receber leite humano ou materno e o movimento social para a promoção, proteção e apoio à esta cultura. Toda mulher após o parto tem produção de leite - lactação; mas, infelizmente nem todas amamentam.
25 SNC: Principais órgãos processadores de informação do sistema nervoso, compreendendo cérebro, medula espinhal e meninges.
26 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
27 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
28 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
29 Coagulação: Ato ou efeito de coagular(-se), passando do estado líquido ao sólido.

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