PRECAUÇÕES METILDOPA

Atualizado em 28/05/2016
ocasionalmente ocorreu febre1 dentro das 3 primeiras semanas de administração de Metildopa. Em alguns casos essa febre1 tem-se associado à eosinofilia2 ou anormalidades numa ou mais provas funcionais hepáticas3, tais como, a da fosfatase alcalina4 sérica das transaminases séricas (TGO, TGP), da bilirrubina5, da floculação da cefalina-colesterol6, do tempo de protrombina7, e de retenção de bromossulfaleína. Também pode ocorrer icterícia8 com ou sem febre1, geralmente iniciando-se dentro dos primeiros 2 ou 3 meses de tratamento. Em alguns pacientes esses achados são compatíveis com os de colestase9. Têm sido relatados raros casos de necrose10 hepática11 fatal. A biópsia12 do fígado13, realizada em vários pacientes com disfunção hepática11, mostrou necrose10 focal microscópica, compatível com hipersensibilidade medicamentosa. Durante as 6 a 12 primeiras semanas de tratamento, ou sempre que venha a ocorrer febre1 inexplicada, devem ser feitas, a intervalos, provas de função hepática11, leucometria e contagem dos glóbulos sangüíneos. Se aparecerem febre1, anormalidades nas provas funcionais hepáticas3 ou icterícia8, deve-se suspender o tratamento com a metildopa. Quando relacionadas com a metildopa, a temperatura e as anormalidades da função hepática11 têm retornado caracteristicamente ao normal ao suspender-se o uso do medicamento. Esta deve ser utilizada com cautela em pacientes com antecedentes pessoais de doença ou disfunção hepática11. Foi relatada uma resposta pressora paradoxal14 com cloridrato de metildopa intravenoso. Pode suceder que durante o uso de Metildopa o paciente necessite submeter-se a anestésico em doses reduzidas. Se durante a anestesia15 ocorrer hipotensão16, esta em geral poderá ser controlada por vasopressores. Durante o tratamento com a metildopa, os receptores adrenérgicos17 permanecem sensíveis. A diálise18 remove a metildopa; portanto, a hipertensão19 pode retornar após este processo. Raramente observam-se movimentos coreoatetóticos durante o tratamento com a metildopa em pacientes com grave doença cerebrovascular20 bilateral. Se ocorrerem estes movimentos, suspenda-se o tratamento. - Gravidez21 e lactação22: Metildopa foi usado sob estreita supervisão clínica e obstétrica no tratamento de hipertensão19 durante a gravidez21. Não houve evidência clínica de que Metildopa causasse anormalidades fetais ou que o recém-nascido fosse afetado. A metildopa atravessa a barreira placentária e aparece no sangue23 umbilical e no leite materno. Embora não tenham sido relatados manifestos efeitos teratogênicos24, a possibilida-de de dano fetal não pode ser excluída e o uso da substância em grávidas ou em mulheres que podem engravidar ou que estão amamentando os recém-nascidos, requer sejam os benefícios previstos pesados contra os possíveis riscos. - Interferência em exames laboratoriais: a metildopa pode interferir no dosagem do ácido úrico urinário pelo método do fosfotungstato, na da creatinina25 sérica pelo método do picrato alcalino e na da TGO pelo método colorimétrico. Não há menção de interferência na análise da TGO pelos métodos espectrofotométricos. Uma vez que a metildopa causa fluorescência em amostras de urina26 nos mesmos comprimentos de onda que as catecolaminas, podem relatar-se concentrações falsamente elevadas de catecolaminas urinárias. Isto interfere no diagnóstico27 de feocromocitoma28. É importante tomar-se conhecimento deste fenômeno antes de submeter-se à cirurgia paciente com possível feocromocitoma28. A metildopa não interfere na dosagem do AVM (ácido vanililmandélico) pelos métodos que convertem o AVM em vanilina. A metildopa não se recomenda no tratamento de pacientes com feocromocitoma28. Raramente, quando exposta ao ar após a micção29, a urina26 pode escurecer como resultado da decomposição da metildopa ou de seus metabólitos30. - Advertências: raramente ocorrreu anemia hemolítica31 adquirida em associação com a terapia pela metildopa. Se os sintomas32 clínicos indicarem a possibilidade de anemia33, devem ser feitas determinações da hemoglobina34 e/ou do hematócrito35. Se houver anemia33 deve-se proceder a adequadas provas de laboratório, para determinar se há hemólise36. A evidência de anemia hemolítica31 é indicação para suspender o uso do medicamento. A cessação de Metildopa isoladamente ou a iniciação dos esteróides adrenocorticais geralmente suscita pronta remissão de anemia33. Raramente, porém, têm ocorrido óbitos. Se a anemia33 não regredir, corticosteróides poderão ser administrados, e deverão ser consideradas ainda outras causas de anemia33. Se a anemia hemolítica31 for relacionada à metildopa, seu uso não deve ser reiniciado. Alguns pacientes em tratamento contínuo com a metildopa desenvolvem teste de Coombs direto positivo. O teste de Coombs positivo raramente ocorre nos primeiros seis meses de tratamento com a metildopa e, se não se verificar dentro de 12 meses, é improvável que ocorra com a administração continuada. Este fenômeno é dependente da dose, ocorrendo a mais baixa incidência37 em pacientes que recebem diariamente 1 g de Metildopa ou menos. A inversão do Coombs positivo pode ocorrer dentro de semanas ou meses após a interrupção do medicamento. Se houver necessidade de transfusão38, o prévio conhecimento da reação de Coombs positivo ajudará na avaliação da prova cruzada. Pacientes com testes de Coombs positivo, por ocasião da prova cruzada, podem apresentar incompatibilidade na prova cruzada menor. Quando isto ocorrer, deve-se realizar teste de Coombs indireto. Se este for negativo, realizar a transfusão38 com esse sangue23, bastando que ele seja compatível na prova cruzada maior. Contudo, se o teste for positivo, a conveniência da transfusão38 com sangue23 compatível na prova cruzada maior deve ser determinada por hematologista ou perito em problemas transfusionais. Raramente verificou-se leucopenia39 reversível, com efeito primário nos granulócitos40. Ao suspender o medicamento, o número de granulócitos40 retornou prontamente ao normal. Raramente tem ocorrido trombocitopenia41 reversível.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
2 Eosinofilia: Propriedade de se corar facilmente pela eosina. Em patologia, é o aumento anormal de eosinófilos no sangue, característico de alergias e infestações por parasitas. Em patologia, é o acúmulo de eosinófilos em um tecido ou exsudato.
3 Hepáticas: Relativas a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
4 Fosfatase alcalina: É uma hidrolase, ou seja, uma enzima que possui capacidade de retirar grupos de fosfato de uma distinta gama de moléculas, tais como nucleotídeos, proteínas e alcaloides. Ela é sintetizada por diferentes órgãos e tecidos, como, por exemplo, os ossos, fígado e placenta.
5 Bilirrubina: Pigmento amarelo que é produto da degradação da hemoglobina. Quando aumenta no sangue, acima de seus valores normais, pode produzir uma coloração amarelada da pele e mucosas, denominada icterícia. Pode estar aumentado no sangue devido a aumento da produção do mesmo (excesso de degradação de hemoglobina) ou por dificuldade de escoamento normal (por exemplo, cálculos biliares, hepatite).
6 Colesterol: Tipo de gordura produzida pelo fígado e encontrada no sangue, músculos, fígado e outros tecidos. O colesterol é usado pelo corpo para a produção de hormônios esteróides (testosterona, estrógeno, cortisol e progesterona). O excesso de colesterol pode causar depósito de gordura nos vasos sangüíneos. Seus componentes são: HDL-Colesterol: tem efeito protetor para as artérias, é considerado o bom colesterol. LDL-Colesterol: relacionado às doenças cardiovasculares, é o mau colesterol. VLDL-Colesterol: representa os triglicérides (um quinto destes).
7 Protrombina: Proteína plasmática inativa, é a precursora da trombina e essencial para a coagulação sanguínea.
8 Icterícia: Coloração amarelada da pele e mucosas devido a uma acumulação de bilirrubina no organismo. Existem dois tipos de icterícia que têm etiologias e sintomas distintos: icterícia por acumulação de bilirrubina conjugada ou direta e icterícia por acumulação de bilirrubina não conjugada ou indireta.
9 Colestase: Retardamento ou interrupção do fluxo nos canais biliares.
10 Necrose: Conjunto de processos irreversíveis através dos quais se produz a degeneração celular seguida de morte da célula.
11 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
12 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
13 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
14 Paradoxal: Que contém ou se baseia em paradoxo(s), que aprecia paradoxo(s). Paradoxo é o pensamento, proposição ou argumento que contraria os princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano, ou desafia a opinião consabida, a crença ordinária e compartilhada pela maioria. É a aparente falta de nexo ou de lógica; contradição.
15 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
16 Hipotensão: Pressão sanguínea baixa ou queda repentina na pressão sanguínea. A hipotensão pode ocorrer quando uma pessoa muda rapidamente de uma posição sentada ou deitada para a posição de pé, causando vertigem ou desmaio.
17 Adrenérgicos: Que agem sobre certos receptores específicos do sistema simpático, como o faz a adrenalina.
18 Diálise: Quando os rins estão muito doentes, eles deixam de realizar suas funções, o que pode levar a risco de vida. Nesta situação, é preciso substituir as funções dos rins de alguma maneira, o que pode ser feito realizando-se um transplante renal, ou através da diálise. A diálise é um tipo de tratamento que visa repor as funções dos rins, retirando as substâncias tóxicas e o excesso de água e sais minerais do organismo, estabelecendo assim uma nova situação de equilíbrio. Existem dois tipos de diálise: a hemodiálise e a diálise peritoneal.
19 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
20 Doença cerebrovascular: É um dano aos vasos sangüíneos do cérebro que resulta em derrame (acidente vascular cerebral). Os vasos tornam-se obstruídos por depósitos de gordura (aterosclerose) ou tornam-se espessados ou duros bloqueando o fluxo sangüíneo para o cérebro. Quando o fluxo é interrompido, as células nervosas sofrem dano ou morrem, resultando no derrame. Pacientes com diabetes descompensado têm maiores riscos de AVC.
21 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
22 Lactação: Fenômeno fisiológico neuro-endócrino (hormonal) de produção de leite materno pela puérpera no pós-parto; independente dela estar ou não amamentando.Toda mulher após o parto tem produção de leite - lactação; mas, infelizmente nem todas amamentam.
23 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
24 Teratogênicos: Agente teratogênico ou teratógeno é tudo aquilo capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez. Estes danos podem se refletir como perda da gestação, malformações ou alterações funcionais ou ainda distúrbios neurocomportamentais, como retardo mental.
25 Creatinina: Produto residual das proteínas da dieta e dos músculos do corpo. É excretada do organismo pelos rins. Uma vez que as doenças renais progridem, o nível de creatinina aumenta no sangue.
26 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
27 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
28 Feocromocitoma: São tumores originários das células cromafins do eixo simpático-adrenomedular, caracterizados pela autonomia na produção de catecolaminas, mais freqüentemente adrenalina e/ou noradrenalina. A hipertensão arterial é a manifestação clínica mais comum, acometendo mais de 90% dos pacientes, geralmente resistente ao tratamento anti-hipertensivo convencional, mas podendo responder a bloqueadores alfa-adrenérgicos, bloqueadores dos canais de cálcio e nitroprussiato de sódio. A tríade clássica do feocromocitoma, associado à hipertensão arterial, é composta por cefaléia, sudorese intensa e palpitações.
29 Micção: Emissão natural de urina por esvaziamento da bexiga.
30 Metabólitos: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
31 Anemia hemolítica: Doença hereditária que faz com que os glóbulos vermelhos do sangue se desintegrem no interior dos veios sangüíneos (hemólise intravascular) ou em outro lugar do organismo (hemólise extravascular). Pode ter várias causas e ser congênita ou adquirida. O tratamento depende da causa.
32 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
33 Anemia: Condição na qual o número de células vermelhas do sangue está abaixo do considerado normal para a idade, resultando em menor oxigenação para as células do organismo.
34 Hemoglobina: Proteína encarregada de transportar o oxigênio desde os pulmões até os tecidos do corpo. Encontra-se em altas concentrações nos glóbulos vermelhos.
35 Hematócrito: Exame de laboratório que expressa a concentração de glóbulos vermelhos no sangue.
36 Hemólise: Alteração fisiológica ou patológica, com dissolução ou destruição dos glóbulos vermelhos do sangue causando liberação de hemoglobina. É também conhecida por hematólise, eritrocitólise ou eritrólise. Pode ser produzida por algumas anemias congênitas ou adquiridas, como consequência de doenças imunológicas, etc.
37 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
38 Transfusão: Introdução na corrente sangüínea de sangue ou algum de seus componentes. Podem ser transfundidos separadamente glóbulos vermelhos, plaquetas, plasma, fatores de coagulação, etc.
39 Leucopenia: Redução no número de leucócitos no sangue. Os leucócitos são responsáveis pelas defesas do organismo, são os glóbulos brancos. Quando a quantidade de leucócitos no sangue é inferior a 6000 leucócitos por milímetro cúbico, diz-se que o indivíduo apresenta leucopenia.
40 Granulócitos: Leucócitos que apresentam muitos grânulos no citoplasma. São divididos em três grupos, conforme as características (neutrofílicas, eosinofílicas e basofílicas) de coloração destes grânulos. São granulócitos maduros os NEUTRÓFILOS, EOSINÓFILOS e BASÓFILOS.
41 Trombocitopenia: É a redução do número de plaquetas no sangue. Contrário de trombocitose. Quando a quantidade de plaquetas no sangue é inferior a 150.000/mm³, diz-se que o indivíduo apresenta trombocitopenia (ou plaquetopenia). As pessoas com trombocitopenia apresentam tendência de sofrer hemorragias.

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