INFORMAÇÃO TÉCNICA MANIVASC
Características:A manidipina é um novo antagonista1 de cálcio com potente atividade anti-hipertensiva e com destacadas propriedades nefroprotetoras e facilitadoras da função renal2. A característica fundamental é sua longa duração da ação, evidenciada in vivo e in vitro e que pode ser atribuída tanto às características farmacocinéticas, quanto à elevada afinidade pelos receptores. Em numerosos modelos experimentais de hipertensão3 a manidipina mostrou-se mais potente e com atividade mais prolongada com relação à nicardipina e nifedipina. Além disto, demonstrou seletividade vascular4 destacada pelo leito renal2, com aumento do fluxo sangüíneo renal2, redução da resistência vascular4 das arteríolas5 aferentes e eferentes glomerulares e conseqüente redução da pressão intraglomerular. Esta característica se completa com propriedades diuréticas devidas à inibição da reabsorção hídrica e de sódio ao nível tubular. Em testes de patologia6 experimental a manidipina exerce, em doses moderadamente anti-hipertensivas, um efeito protetor em relação ao desenvolvimento do dano glomerular da hipertensão3. Estudos in vitro demonstraram que concentrações de manidipina na faixa clínica são capazes de inibir eficazmente a resposta proliferativa celular aos fatores mitogênicos mesangiais (PDGF, Endotelina-1) que podem representar a base fisiopatológica da instalação de danos renais e vasculares7 no indivíduo hipertenso. Em pacientes hipertensos, reduções clinicamente significativas da pressão arterial8 permaneceram durante 24 horas após uma única dose diária. A diminuição da pressão arterial8, determinada pela redução da resistência total periférica, não induz um aumento clinicamente significante do débito cardíaco9, nem a curto, nem a longo prazo. Os efeitos benéficos sobre a hemodinâmica10 renal2 possibilitam a manutenção do fluxo plasmático renal2 e da fração de filtração glomerular a longo prazo. Devido à atividade nefroprotetora e ausência de efeitos sobre o metabolismo11 glicídico e lipídico, a manidipina apresenta segurança ao emprego em pacientes hipertensos com concomitantes alterações renais ou diabete.
Farmacocinética e metabolismo11:
Após a administração oral a manidipina apresenta um pico de concentração plasmática após 2 a 3,5 horas e está sujeita a um efeito de primeira passagem. A ligação com as proteínas12 plasmáticas é de 99%. O produto é amplamente distribuído nos tecidos e é extensamente metabolizado, principalmente ao nível hepático. A eliminação se dá principalmente por via fecal (63%) e parcialmente por via urinária (31%). Com a administração repetida não se verifica acúmulo. A farmacocinética em pacientes com insuficiência renal13 não sofre alterações relevantes. A absorção da manidipina é aumentada pela presença de alimentos no trato gastrintestinal.
Indicações:
Hipertensão arterial14 essencial e na hipertensão3 em pacientes com alterações renais e/ou diabete.
Contra-Indicações:
Hipersensibilidade conhecida aos componentes da fórmula e a outros análogos de estrutura diidropiridínica.
Precauções e Advertências:
Em pacientes com insuficiência hepática15 a administração do produto deve ser realizada com cautela, pois o efeito anti-hipertensivo pode estar aumentado (veja "Posologia"). O produto não é indicado para uso pediátrico, pois até a presente data não foram realizadas estudos clínicos suficientes em crianças para justificar seu uso.
Gravidez16 e lactação17:
O produto é contra-indicado durante a gravidez16 e a lactação17.
Interações Medicamentosas:
O efeito anti-hipertensivo da manidipina pode ser potencializado pela associação com diuréticos18, beta-bloqueadores e com outros anti-hipertensivos em geral. A administração concomitante de antagonistas de cálcio e cimetidina pode potencializar o efeito anti-hipertensivo; além disto a administração de antagonistas de cálcio em associação com digoxina pode levar a um aumento dos níveis do glicosídio. A ministração com drogas indutoras do metabolismo11 (fenitoína, carbamazepina, fenobarbital) pode, ao contrário, provocar uma redução dos níveis plasmáticos do antagonista1 de cálcio. Nestes casos é indicado um controle médico periódico. Não foram identificadas interações com hipoglicemiantes orais19.
Reações Adversas/Colaterais:
O produto é geralmente bem tolerado. Em pacientes suscetíveis podem ocorrer manifestações relacionadas às propriedades vasodilatadoras do produto, como cefaléia20, tonturas21 ou vertigens22, palpitações23, fogachos e edema24, porém, sem gravidade. Estas são dose-dependentes e tendem para uma atenuação ou desaparecimento espontâneo com a continuação do tratamento. Não foram relatados casos de hipotensão25 ortostática. Foram reportados, com menor freqüência, eventos específicos como náuseas26, vômitos27, distúrbios gastrintestinais, secura da boca28, erupções cutâneas29 e sensação de mal-estar. A administração não é associada a significantes variações dos parâmetros de laboratório e hematológicos. Raramente foram observados aumentos reversíveis dos parâmetros da função hepática30 (SGOT, SGPT, LDH, gama-GT e fosfatase alcalina31) e renal2 (azotemia, creatininemia). Os pacientes devem ser advertidos para informar o seu médico sobre qualquer reação adversa não descrita.