POSOLOGIA E ADMINISTRAÇÃO VINCRISTINA

Atualizado em 28/05/2016
a vincristina deve ser administrada unicamente por via endovenosa. A utilização da via intratecal geralmente é fatal. Deve-se tomar muito cuidado no preparo da dose, pois a superdose geralmente acarreta efeitos muito graves e até fatais. A droga deve ser administrada por via EV em intervalos semanais. Vincristina não deve ser administrada a pacientes em radioterapia1, incluindo a hepática2. Quando associada à L-asparginase, a dose de vincristina deverá ser administrada entre 12 e 24 horas antes da enzima3, com o objetivo de evitar-se uma diminuição da excreção hepática2 da vincristina, com conseqüente aumento de sua toxicidade4. A diluição deve ser feita em água bacteriostática para injeção5; a solução resultante poderá ser armazenada em geladeira por 14 dias sem perda significativa de sua ação. Vincristina também pode ser diluída em água destilada ou soro6 fisiológico7 em concentrações de 0,01 a 1 mg/ml. A solução de vincristina poderá ser administrada diretamente na veia ou venóclise da infusão endovenosa em curso. Vincristina não deverá ser misturada no mesmo recipiente com qualquer outra medicação antes ou durante sua aplicação. A injeção5 da solução deve ser completada dentro de aproximadamente 1 minuto. Cuidado especial deve-se ter para que a agulha esteja corretamente colocada na veia, pois o extravasamento de vincristina pode acarretar grande irritação tecidual. Nesta situação, a injeção5 local de hialuronidase e a aplicação de calor local moderado na área do extravasamento, ajudam a dispersar a droga minimizando o desconforto e a possibilidade de celulite8. O produto deve ser inspecionado visualmente antes da administração, com o objetivo de detectar-se precipitados ou mudanças de coloração que inviabilizem a sua administração. As práticas usuais de quimioterapia9 antineoplásica envolvem o uso simultâneo de várias drogas. Portanto, para obter-se o efeito terapêutico desejado sem aumentar os efeitos tóxicos, deve-se selecionar drogas com diferentes mecanismos de ação e diferentes graus de toxicidade4 clínica. Crianças: a dose usual é de 1,5 a 2 mg/m2/semana. Para crianças com 10 kg ou menos a dose é de 0,05 mg/kg/semana. Adultos: a dose usual é de 0,4 a 1,4 mg/m2/semana. Em pacientes com insuficiência hepática10 a dose inicial deve ser de 0,05 a 1mg/m2, as doses seguintes serão ajustadas de acordo com a tolerância do paciente. - Superdosagem: a superdosagem de vincristina pode acarretar uma exacerbação, às vezes fatal, das reações mencionadas anteriormente, uma vez que estas reações tóxicas são dose-relacionadas. Em caso de superdosagem as seguintes medidas devem ser tomadas: prevenir a síndrome11 da secreção inapropriada do hormônio12 antidiurético, diminuindo a oferta de líquidos e, nos casos indicados, usando diuréticos13 que atuem sobre o túbulo distal14 ou alça de Henle15; prevenção da convulsão16 pela administração de fenobarbital em doses anticonvulsivantes; prevenção do íleo paralítico17 através de enemas18; em alguns casos torna-se necessária a descompressão19 do trato gastrintestinal; controle cuidadoso do sistema cardiovascular20; realização de hemograma diário para controle e verificação da necessidade de transfusões; administração de ácido folínico, 50 a 100 mg, por via EV a cada 3 horas por um período de 48 horas, a seguir a cada 6 horas por mais um período mínimo de 48 horas. O uso do ácido folínico não dispensa as medidas de apoio mencionadas acima.
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Complementos

1 Radioterapia: Método que utiliza diversos tipos de radiação ionizante para tratamento de doenças oncológicas.
2 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
3 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
4 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
5 Injeção: Infiltração de medicação ou nutrientes líquidos no corpo através de uma agulha e seringa.
6 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
7 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
8 Celulite: Inflamação aguda das estruturas cutâneas, incluindo o tecido adiposo subjacente, geralmente produzida por um agente infeccioso e manifestada por dor, rubor, aumento da temperatura local, febre e mal estar geral.
9 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
10 Insuficiência hepática: Deterioração grave da função hepática. Pode ser decorrente de hepatite viral, cirrose e hepatopatia alcoólica (lesão hepática devido ao consumo de álcool) ou medicamentosa (causada por medicamentos como, por exemplo, o acetaminofeno). Para que uma insuficiência hepática ocorra, deve haver uma lesão de grande porção do fígado.
11 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
12 Hormônio: Substância química produzida por uma parte do corpo e liberada no sangue para desencadear ou regular funções particulares do organismo. Por exemplo, a insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que diz a outras células quando usar a glicose para energia. Hormônios sintéticos, usados como medicamentos, podem ser semelhantes ou diferentes daqueles produzidos pelo organismo.
13 Diuréticos: Grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sangüíneos. São usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. Há dois tipos de diuréticos, os que atuam diretamente nos túbulos renais, modificando a sua atividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal.
14 Distal: 1. Que se localiza longe do centro, do ponto de origem ou do ponto de união. 2. Espacialmente distante; remoto. 3. Em anatomia geral, é o mais afastado do tronco (diz-se de membro) ou do ponto de origem (diz-se de vasos ou nervos). Ou também o que é voltado para a direção oposta à cabeça. 4. Em odontologia, é o mais distante do ponto médio do arco dental.
15 Alça de Henle: Porção do tubo renal (em forma de U), na MEDULA RENAL, constituída por uma alça descendente e uma ascendente. Situada entre o TÚBULO RENAL PROXIMAL e o TÚBULOS RENAL DISTAL.
16 Convulsão: Episódio agudo caracterizado pela presença de contrações musculares espasmódicas permanentes e/ou repetitivas (tônicas, clônicas ou tônico-clônicas). Em geral está associada à perda de consciência e relaxamento dos esfíncteres. Pode ser devida a medicamentos ou doenças.
17 Íleo paralítico: O íleo adinâmico, também denominado íleo paralítico, reflexo, por inibição ou pós-operatório, é definido como uma atonia reflexa gastrintestinal, onde o conteúdo não é propelido através do lúmen, devido à parada da atividade peristáltica, sem uma causa mecânica. É distúrbio comum do pós-operatório podendo-se afirmar que ocorre após toda cirurgia abdominal, como resposta “fisiológica“ à intervenção, variando somente sua intensidade, afetando todo o aparelho digestivo ou parte dele.
18 Enemas: Introdução de substâncias líquidas ou semilíquidas através do esfíncter anal, com o objetivo de induzir a defecação ou administrar medicamentos.
19 Descompressão: Ato ou efeito de descomprimir, de aliviar o que está sob efeito de pressão ou de compressão.
20 Sistema cardiovascular: O sistema cardiovascular ou sistema circulatório sanguíneo é formado por um circuito fechado de tubos (artérias, veias e capilares) dentro dos quais circula o sangue e por um órgão central, o coração, que atua como bomba. Ele move o sangue através dos vasos sanguíneos e distribui substâncias por todo o organismo.

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