
CONTRA-INDICAÇÕES HERCEPTIN
Atualizado em 28/05/2016
A terapia com Herceptin®(Trastuzumab) deve ser iniciada somente sob a supervisão de um médico experiente no tratamento de pacientes com câncer2.
Reações adversas graves à infusão do Herceptin®(Trastuzumab) incluem dispnéia3, hipotensão4, sibilância, broncoespasmo5, taquicardia6, redução na saturação de oxigênio e falência respiratória, os quais foram relatados infreqüentemente. A infusão do Herceptin®(Trastuzumab) deve ser descontinuada e o paciente monitorado até a resolução de qualquer sintoma7 observado. Reações graves têm sido tratadas com sucesso com terapia de suporte, tais como oxigenioterapia, beta-agonista8, e corticóides (vide "Reações adversas e alterações de exames laboratoriais"). Em casos raros, estas reações são associadas a um curso clínico que culmina com morte. Pacientes que apresentam dispnéia3 de repouso devido à complicação por doença maligna avançada ou comorbidade9, podem ter um risco aumentado para reação infusional fatal. Entretanto, estes pacientes devem ser tratados com extrema cautela e o risco versus benefício deve ser considerado para cada paciente. (Vide "Reações adversas e alterações de exames laboratoriais")
Falência cardíaca (New York Heart Association [NYHA] classe II-IV) foi observada em pacientes que receberam Herceptin®(Trastuzumab) como terapia isolada ou em combinação com paclitaxel, após regimes quimioterápicos contendo antraciclina (doxorrubicina ou epirrubicina). A falência cardíaca pode ser de moderada a grave e foi associada com morte (vide "Reações adversas").
Deve-se ter cautela em pacientes em tratamento com sintomas10 de falência cardíaca, com história de hipertensão11 ou doença da artéria12 coronária documentada. Canditados ao tratamento com Herceptin®(Trastuzumab), especialmente aqueles com exposição anterior a antraciclina e ciclofosfamida (AC), devem ser submetidos à avaliação cardíaca de base incluindo história, exame físico, ECG, ecocardiograma13 e/ou imagens MUGA. A avaliação cuidadosa do risco benefício deve ser realizada antes da decisão de tratar com Herceptin®(Trastuzumab). A função cardíaca, além disso, deve ser monitorizada durante o tratamento (por exemplo, a cada 3 meses). A monitorização deve ajudar a identificar pacientes que desenvolvem disfunção cardíaca.
Os pacientes que desenvolvem disfunção cardíaca assintomática devem ser beneficiados com monitorizações mais freqüentes (por exemplo, a cada 6-8 semanas). Se os pacientes mantêm diminuição da função ventricular esquerda, mas continuam assintomáticos, o médico deve considerar a descontinuição da terapia caso não seja observado benefício clínico com Herceptin®(Trastuzumab).
Se houver desenvolvimento de falência cardíaca sintomática14 durante a terapia com Herceptin®(Trastuzumab), o paciente deverá ser tratado com medicação padrão. A descontinuação da terapia com Herceptin®(Trastuzumab) deve ser fortemente considerada em pacientes que desenvolvem falência cardíaca clinicamente significante, a menos que os benefícios para o paciente individualmente sobreponham os riscos.
A segurança da manutenção ou retomada do Herceptin®(Trastuzumab) em pacientes que apresentam cardiotoxicidade não tem sido prospectivamente estudada. Entretanto a maioria dos pacientes que desenvolveram falência cardíaca nos principais estudos clínicos, melhoraram com tratamento clínico padrão, que inclui diuréticos15, glicosídeos cardíacos, e/ou inibidores da enzima16 conversora de angiotensina. A maioria dos pacientes com sintomas10 cardíacos e evidência de benefício clínico com tratamento com Herceptin®(Trastuzumab) continuaram terapia semanal com Herceptin®(Trastuzumab) sem eventos cardíacos clínicos adicionais.
O álcool benzílico, como conservante na água bacteriostática para injeção17, foi associado com toxicidade18 em neonatos19 e crianças com idade inferior a 3 anos. Ao administrar Herceptin®(Trastuzumab) para um paciente com sensibilidade conhecida ao álcool benzílico, o Herceptin®(Trastuzumab) deve ser reconstituído com água para injeção17 e deve ser usado somente uma dose por frasco de Herceptin®(Trastuzumab). Qualquer porção não usada deve ser descartada.
Gravidez20 e lactação21
Informe ao seu médico a ocorrência de gravidez20 na vigência do tratamento ou após seu término. Informar ao médico se está amamentando. Você não deverá amamentar durante o tratamento com Herceptin® (Trastuzumab).
Os estudos de reprodução22 foram realizados em macacos cinomolgus com doses até 25 vezes a dose semanal humana de manutenção de Herceptin® (Trastuzumab), 2 mg/kg, e, não revelaram evidência de diminuição da fertilidade ou danos ao feto23. No entanto, quando da avaliação do risco de toxicidade18 reprodutiva em humanos, também é importante considerar o significado do receptor HER2 dos roedores no desenvolvimento embrionário, e na morte de embriões de ratos mutantes que não têm este receptor. Foi observada transferência placentária de trastuzumab durante o período de desenvolvimento fetal precoce (dias 20-50 de gestação) e tardio (dias 120-150 de gestação).
Não é conhecido se o Herceptin® (Trastuzumab) pode causar danos ao feto23 quando administrado a uma mulher grávida ou se pode afetar a capacidade de reprodução22. Os estudos de reprodução22 em animais nem sempre são preditivos da resposta humana, portanto o Herceptin®(Trastuzumab) deve ser evitado durante a gravidez20, exceto caso o benefício potencial para a mãe supere o risco potencial para o feto23.
Um estudo realizado em macacas cinomolgus lactantes24 com doses 25 vezes a dose semanal humana de manutenção do Herceptin® (Trastuzumab), de 2 mg/kg, demonstrou que trastuzumab é secretado no leite.
A presença de trastuzumab no soro25 de macacos recém-nascidos não foi associada com qualquer efeito adverso no seu crescimento ou desenvolvimento desde seu nascimento até 1 mês de idade.
Não é conhecido se o trastuzumab é excretado no leite humano. Como a IgG humana é secretada no leite humano e o potencial de danos para os lactentes26 é desconhecido, a lactação21 deve ser evitada durante a terapia com Herceptin® (Trastuzumab).
Crianças
A segurança e a eficácia de Herceptin® (Trastuzumab) em pacientes menores de 18 anos não foram estabelecidas.
Interações medicamentosas
Não houve estudos formais sobre interações medicamentosas realizados com o Herceptin® (Trastuzumab) em humanos.
Não foram observadas interações clinicamente significativas com a medicação utilizada concomitantemente nos estudos clínicos.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).
Complementos
1 Para pacientes: Você pode utilizar este texto livremente com seus pacientes, inclusive alterando-o, de acordo com a sua prática e experiência. Conheça todos os materiais Para Pacientes disponíveis para auxiliar, educar e esclarecer seus pacientes, colaborando para a melhoria da relação médico-paciente, reunidos no canal Para Pacientes . As informações contidas neste texto são baseadas em uma compilação feita pela equipe médica da Centralx. Você deve checar e confirmar as informações e divulgá-las para seus pacientes de acordo com seus conhecimentos médicos.
2 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
3 Dispnéia: Falta de ar ou dificuldade para respirar caracterizada por respiração rápida e curta, geralmente está associada a alguma doença cardíaca ou pulmonar.
4 Hipotensão: Pressão sanguínea baixa ou queda repentina na pressão sanguínea. A hipotensão pode ocorrer quando uma pessoa muda rapidamente de uma posição sentada ou deitada para a posição de pé, causando vertigem ou desmaio.
5 Broncoespasmo: Contração do músculo liso bronquial, capaz de produzir estreitamento das vias aéreas, manifestado por sibilos no tórax e falta de ar. É uma contração vista com freqüência na asma.
6 Taquicardia: Aumento da frequência cardíaca. Pode ser devido a causas fisiológicas (durante o exercício físico ou gravidez) ou por diversas doenças como sepse, hipertireoidismo e anemia. Pode ser assintomática ou provocar palpitações.
7 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
8 Agonista: 1. Em farmacologia, agonista refere-se às ações ou aos estímulos provocados por uma resposta, referente ao aumento (ativação) ou diminuição (inibição) da atividade celular. Sendo uma droga receptiva. 2. Lutador. Na Grécia antiga, pessoa que se dedicava à ginástica para fortalecer o físico ou como preparação para o serviço militar.
9 Comorbidade: Coexistência de transtornos ou doenças.
10 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
11 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
12 Artéria: Vaso sangüíneo de grande calibre que leva sangue oxigenado do coração a todas as partes do corpo.
13 Ecocardiograma: Método diagnóstico não invasivo que permite visualizar a morfologia e o funcionamento cardíaco, através da emissão e captação de ultra-sons.
14 Sintomática: 1. Relativo a ou que constitui sintoma. 2. Que é efeito de alguma doença. 3. Por extensão de sentido, é o que indica um particular estado de coisas, de espírito; revelador, significativo.
15 Diuréticos: Grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sangüíneos. São usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. Há dois tipos de diuréticos, os que atuam diretamente nos túbulos renais, modificando a sua atividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal.
16 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
17 Injeção: Infiltração de medicação ou nutrientes líquidos no corpo através de uma agulha e seringa.
18 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
19 Neonatos: Refere-se a bebês nos seus primeiros 28 dias (mês) de vida. O termo “recentemente-nascido“ refere-se especificamente aos primeiros minutos ou horas que se seguem ao nascimento. Esse termo é utilizado para enfocar os conhecimentos e treinamento da ressuscitação imediatamente após o nascimento e durante as primeiras horas de vida.
20 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
21 Lactação: Fenômeno fisiológico neuro-endócrino (hormonal) de produção de leite materno pela puérpera no pós-parto; independente dela estar ou não amamentando.Toda mulher após o parto tem produção de leite - lactação; mas, infelizmente nem todas amamentam.
22 Reprodução: 1. Função pela qual se perpetua a espécie dos seres vivos. 2. Ato ou efeito de reproduzir (-se). 3. Imitação de quadro, fotografia, gravura, etc.
23 Feto: Filhote por nascer de um mamífero vivíparo no período pós-embrionário, depois que as principais estruturas foram delineadas. Em humanos, do filhote por nascer vai do final da oitava semana após a CONCEPÇÃO até o NASCIMENTO, diferente do EMBRIÃO DE MAMÍFERO prematuro.
24 Lactantes: Que produzem leite; que aleitam.
25 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
26 Lactentes: Que ou aqueles que mamam, bebês. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).