CARACTERÍSTICAS TIMASEN

Atualizado em 28/05/2016

TIMASEN® contém como princípio ativo o cloridrato de tramadol [(+) trans-2-(dimetilaminometil)-1-(m-metoxifenil)-ciclohexanol], que é um potente analgésico1 opióide com ação no sistema nervoso central2. É um agonista3 puro, não-seletivo dos receptores de opióide m, d e k, de maior afinidade com os receptores m, levando à diminuição da dor. Outros mecanismos que contribuem para seu efeito analgésico1 são a inibição de reabsorção neuronial de noradrenalina4 e potencialização de liberação de serotonina.

O tramadol possui atividade antitussígena. Ao contrário da morfina, este medicamento não causa depressão respiratória numa variação ampla de doses analgésicas. Não tem efeito sobre a motilidade gastrintestinal. Os efeitos do tramadol sob o sistema cardiovascular5 são comparativamente pequenos. Sua potência é de 1/10 a 1/6 da morfina.

FarmacocinéticaApós a administração oral, tramadol é absorvido rapidamente e quase completamente. A recaptura renal6 cumulativa da radioatividade total é de no mínimo 90% da dose administrada; o restante é recapturado nas fezes. A biodisponibilidade média absoluta de tramadol é 100% para a via intramuscular e 68% após a dose oral.

A fase inicial de distribuição após injeção7 intravenosa ocorre via dois processos com diferentes meia-vidas de t ½ = 0,31 ± 0,17 hora e 1,7 ± 0,4 hora, respectivamente.
O pico de concentração plasmática após administração oral de 100 mg é Cmáx = 309 ± 90 ng/ml (gotas) e 280 ± 49 ng/ml (cápsulas) após 1 e 2 horas, respectivamente. A concentração sérica determinada 15 minutos após a injeção7 intravenosa de 100 mg foi 613 ± 221 ng/ml e após 2 horas foi de 409 ± 79 ng/ml. A ligação a proteínas8 se limita a 20%.
Tramadol atravessa a barreira hematoencefálica rapidamente de forma que injeções intravenosas in bolus9 produzem picos transitórios no SNC10.
Tramadol atravessa a barreira placentária e é excretado no leite materno em pequena quantidade na forma não transformada ou, como metabólito11 O-desmetiltramadol (M1) ( tramadol: cerca de 0,1 %; M1: cerca de 0,02% da dose intravenosa).
A meia-vida de eliminação (t ½ b) é 6,0 ± 1,5 hora em jovens. Tramadol é biotransformado primariamente por N- e O- desmetilação, e por glucoronidação dos produtos O- desmetilados. Onze metabólitos12 foram bem identificados no homem. Dez desses não têm atividade analgésica, enquanto M1 (O-desmetiltramadol) é o único metabólito11 ativo e mostra uma atividade analgésica que as evidências em animais de laboratório sugerem ser de 2 a 4 vezes mais potente que o composto original. Alguns dos metabólitos12 farmacologicamente inativos têm variabilidade na concentração entre diferentes indivíduos, enquanto isto não acontece com os dois compostos farmacologicamente ativos, a droga inicial e o metabólito11 M1. Tramadol e seus metabólitos12 são eliminados quantitativamente na urina13, enquanto a excreção biliar é irrelevante em termos quantitativos.

A recaptura renal6 cumulativa, da droga não transformada, em voluntários jovens saudáveis foi de 13,2 ± 5,8 % após administração intravenosa e 10,6 ± 5,4 % após administração oral de tramadol. A meia-vida biológica dos metabólitos12 é similar à do composto inicial.
A variação da cinética14 do tramadol em função da idade é pequena e irrelevante em relação ao uso terapêutico da droga. Após dose oral, pacientes com mais de 65 anos mostraram uma t ½b= 6,5 ± 1,7 horas.
Tanto o tramadol quanto seu composto farmacologicamente ativo M1 são eliminados metabolicamente e via renal6. A meia-vida terminal, t ½ b, do tramadol tende a ser prolongada em pacientes com disfunção hepática15 ou renal6. Entretanto, o aumento na t ½ b desses pacientes é bem pequeno se os órgãos de excreção permanecerem intactos. Em pacientes com cirrose16 a média de t ½ b de tramadol foi 13,3 ± 4,9 horas e de M1 18,5 ± 9,4 horas.
Em pacientes com insuficiência renal17 (clearance de creatinina18 < 5 ml/min), a t ½ b do tramadol foi 11,0 ± 3,2 horas e do M1 16,9 ± 3,0 horas. Valores extremos foram observados em pacientes com cirrose16, de 22,3 horas (tramadol) e 36,0 horas (M1) e em pacientes com deficiência renal6, de 19,5 horas (tramadol) e 43,2 horas (M1).

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Analgésico: Medicamento usado para aliviar a dor. As drogas analgésicas incluem os antiinflamatórios não-esteróides (AINE), tais como os salicilatos, drogas narcóticas como a morfina e drogas sintéticas com propriedades narcóticas, como o tramadol.
2 Sistema Nervoso Central: Principais órgãos processadores de informação do sistema nervoso, compreendendo cérebro, medula espinhal e meninges.
3 Agonista: 1. Em farmacologia, agonista refere-se às ações ou aos estímulos provocados por uma resposta, referente ao aumento (ativação) ou diminuição (inibição) da atividade celular. Sendo uma droga receptiva. 2. Lutador. Na Grécia antiga, pessoa que se dedicava à ginástica para fortalecer o físico ou como preparação para o serviço militar.
4 Noradrenalina: Mediador químico do grupo das catecolaminas, liberado pelas fibras nervosas simpáticas, precursor da adrenalina na parte interna das cápsulas das glândulas suprarrenais.
5 Sistema cardiovascular: O sistema cardiovascular ou sistema circulatório sanguíneo é formado por um circuito fechado de tubos (artérias, veias e capilares) dentro dos quais circula o sangue e por um órgão central, o coração, que atua como bomba. Ele move o sangue através dos vasos sanguíneos e distribui substâncias por todo o organismo.
6 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
7 Injeção: Infiltração de medicação ou nutrientes líquidos no corpo através de uma agulha e seringa.
8 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
9 Bolus: Uma quantidade extra de insulina usada para reduzir um aumento inesperado da glicemia, freqüentemente relacionada a uma refeição rápida.
10 SNC: Principais órgãos processadores de informação do sistema nervoso, compreendendo cérebro, medula espinhal e meninges.
11 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
12 Metabólitos: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
13 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
14 Cinética: Ramo da física que trata da ação das forças nas mudanças de movimento dos corpos.
15 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
16 Cirrose: Substituição do tecido normal de um órgão (freqüentemente do fígado) por um tecido cicatricial fibroso. Deve-se a uma agressão persistente, infecciosa, tóxica ou metabólica, que produz perda progressiva das células funcionalmente ativas. Leva progressivamente à perda funcional do órgão.
17 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
18 Creatinina: Produto residual das proteínas da dieta e dos músculos do corpo. É excretada do organismo pelos rins. Uma vez que as doenças renais progridem, o nível de creatinina aumenta no sangue.

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